As Crônicas da Resistência escrita por Pec


Capítulo 10
Capítulo 8 - O Cair da Noite




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As brumas de areia tomavam aquele lugar, ouvia-se o arranhar dos fortes ventos que eriçavam as paredes daquela grande pirâmide, o mundo oco e escuro que existia em seu interior era, além de tudo, quieto.

_Onde estou? – Disse Thaina tentando levantar-se, mas seu corpo estava totalmente enfaixado, inclinou sua coluna para tentar sentar e terminou golpeando sua cabeça em uma superfície, estou enfaixada e presa, que moral hein! pensou a garota.

Thaina pode ouvir, naquele absoluto sossego, sons de passos e faixas se arrastando, foi quando percebera que estava sendo carregada, repentinamente foi solta no chão, um estrondo ecoou por todo aquele lugar.

Cuidado suas múmias, tem uma pessoa dentro dessa caixa! Pensou a garota irritada, novamente o sossego demoníaco tomou aquele momento, uma voz grave surgiu.

_Abram!

Thaina estava dentro de uma tumba, as múmias a abriram e tiraram as faixas de seu rosto, a garota pode ver, estava rodeada de múmias em uma sala majestosa, a sua frente havia um trono e nele, uma figura cheia de cores e joias.

_Finalmente acordou de seu sonho – Disse a voz grave.

_Eu vou mata-lo, Bartolomeu! – Gritou Thaina para Bartolomeu, seu papagaio estava sentado no grande trono, coberto por riquezas.

_Libertem-na! – As múmias aquiesceram e começaram a desenfaixar a garota.

_Você tem ideia do que eu passei?! – Disse Thaina subindo raivosamente as escadarias do trono, segurando Bartolomeu e o encarando – Seu papagaio!!!

_Estou recebendo o tratamento adequado agora, eu sou um Deus para essas criaturas, um pássaro tão esbelto e divertidos, de penas douradas e reluzentes, nada mais justo, não acha? – Perguntou Bartolomeu rindo.

_Não temos tempo – Disse Thaina – Ainda não temos nem sinal do vilarejo ou do lanceiro.

_Se engana, bela dama – Uma voz forte veio da escuridão, um rapaz alto de pele escura e fortes músculos surgiu, usava poucas vestes de pano e portava uma grande lança negra – Lanceiro... É assim que me chamam no mundo além das areias?

_Nossa... – Respondeu Thaina avermelhada – Oi...

_É a primeira vez que uma mulher profana esse local sagrado... – Disse Marcelo sorridente – Mas é tão esbelta que... Hórus terá de me perdoar, mas não posso matá-la.

_Você é Marcelo, o lanceiro? – Perguntou Thaina.

_Sim, sou eu! – Respondeu Marcelo sorrindo e fazendo um sinal positivo com sua mão – É por isso que estou carregando esta lança.

_Rapaz, eu fui enviada em uma missão em nome da Resistência – Disse Thaina – Queremos recrutá-lo para que nos ajude a combater as trevas.

_Venha comigo, garota – Marcelo levou Thaina até uma sala escondida na pirâmide, o rapaz começou a passar as mãos sobres as paredes, como se estivesse as acariciando.

_Bartolomeu... – Sussurrou Thaina para o papagaio que estava em seu ombro – Ele está doido?

_Não faço ideia – Respondeu Bartolomeu – A loucura dele é muito diferente da sua.

_Não existe loucura nenhuma na fé – Respondeu Marcelo sinalizando com as mãos para os dois se aproximarem das paredes – Vou lhes contar uma história.

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(Esse tempo foi reservado para você, caro leitor, ir preparar uma pipoca ou algo assim, ande logo)

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_Há muito tempo, quando as areias dançavam com os ventos do leste e oeste, os horizontes que regem esse lugar sagrado junto aos deuses que cuidam e surgem na escuridão dos céus nos amaldiçoaram, o terror veio como um tormento nas brumas cinzentas, cavaleiros armados com o ferro infernal, armas sombrias ressoando com o poder das trevas e... o terrível feiticeiro que carregava consigo o cajado de Seth, o inimigo de Hórus.

Eles não queriam nossas riquezas, nem buscavam as verdades de nossos segredos, eles apenas traziam consigo a extinção, a extinção dos povos das areias, o terceiro grande império desde mundo esquecido, nós então lutamos bravamente, defendendo nossas mulheres, mas a força sombria prevaleceu, eles profanaram nossas salas sagradas, destruíram relíquias de poderes e roubaram todos os artefatos de Amon.

Eu consegui sobreviver, então cuidei dos corpos amaldiçoados de meus irmãos e irmãs, e juntos esperamos o dia do alvorecer de Hórus, que irá libertar vossas almas e dar-lhes sua redenção – Disse Marcelo.

_Essas múmias... Elas todas fazem parte de seu povo? – Perguntou Thaina.

_Sim... Mas nosso dia de espera finalmente acabou... – Disse Marcelo sorrindo e apontando para Bartolomeu – O enviado de Hórus veio para nos libertar.

_Bartolomeu? – Disse Thaina gargalhando e observando o desenho de Hórus nas paredes, um homem com cabeça de águia sob um reluzente sol – Ah...

_Mensageiro de Hórus – Disse Marcelo se ajoelhando diante de Bartolomeu.

_Diga, meu humilde servo – Disse Bartolomeu.

_Eu mereço... – Disse Thaina virando o rosto.

_Vieste mesmo nos libertar? – Perguntou Marcelo.

_Você tem uma missão a cumprir ainda nesta terra para que seu povo alcance a paz – Disse Bartolomeu voando e parando diante de uma pequena fresta por onde a luz solar entrava, o pássaro abriu suas asas e deixou que suas costas fossem banhadas pelo calor – Deve vingar seu povo, enfrentar os soldados infernais, os deuses não amaldiçoaram seu povo, foram os próprios humanos com suas perversas ambições, eu... Hoje... Te nomeio Marcelo, o vingador!

_Então... – disse o grande Marcelo firmando seu peito e batendo com sua lança no chão – Eu irei vingar meu povo!

_Arrebentou, Bartolomeu! – Disse Thaina sorrindo e abraçando o pássaro.

_O que seria desse grupo sem mim? – Disse Bartolomeu.

–--

_Você montou um exército? - Perguntou Luan interessado para Elvis enquanto Luiza e Mônica se olhavam irritadas.

_Sim, preciso de sua ajuda – Disse Elvis – As trevas um dia chegaram a esta torre também, o amor de vocês também está sendo ameaçado.

_Sempre tentando falar bonito, não é professor? – Disse Luiza seriamente – Você se diz inteligente, mas é um tolo, não vai conseguir nos convencer com isso.

_Sua bruxa... – Disse Mônica se levantando – Você deveria dobrar tua língua antes de falar asneiras!

_Você... – o chão começou a se tremer, algumas correntes começaram a se levantar ao redor de todos, Luiza apontou as mãos para Elvis e Mônica, gritando – Vou puni-los!

As correntes avançaram nos dois, Elvis sorriu e saltou rapidamente, Mônica foi enrolada bruscamente nas correntes.

_Bochecha! – Gritou Elvis sorrindo, Luan saltou e apunhalou a lâmina branca de Elvis com sua espada acinzentada – Ainda tem vontade, não é mesmo?

_Do que, Pec? – Disse Luan esgrimindo com Elvis, ambos golpearam lateralmente suas armas e foram lançados para trás, parando cada um em cima de um pilar.

_De ouvir os brados de uma batalha! – Disse Elvis correndo em extrema velocidade na direção de Mônica e partindo as correntes que a prendiam – “Que meus inimigos sejam fortes e bravos para que eu não sinta remorsos ao derrota-los!”, lembra?

Luiza novamente começou a mexer seus braços, correntes de energia começaram a surgir no interior escuro daquela torre, a garota avançou na direção de Elvis e Mônica ao lado de suas armas de energia.

_Marcas de guerra são fardos para se orgulhar – Disse Luan fincando sua lâmina no chão e fazendo-o tremer, Luiza em plena arrancada não conseguiu se equilibrar e terminou sua avançada caindo sobre Mônica – E não manchas para se esconder!

_De tudo aquilo que já criamos juntos... – Disse Elvis se aproximando ligeiramente, se pondo diante de Luan, apontando sua lâmina para o rosto do mesmo, o professor sorriu e a guardou em sua bainha – Qual era nosso principal lema?

_Nem a espada mais forte pode romper uma verdadeira irmandade – Disse Luan levantando e também guardando sua espada – Eu irei com vocês!

_Você não vai a lugar nenhum! – Disse Luiza furiosa ao se levantar – Amor! Você prometeu que jamais participaria de outras guerras! Vai quebrar sua palavra?

_Eu sei... – Gargalhou Luan – Quando eu entrar no campo de batalha, isso vai deixar de ser guerra e se tornar um holocausto!

_Hahaha Esse rapaz! – Gargalhou Elvis.

_Você pode ficar, cacatua, não precisamos de bagagem – Disse Mônica calmamente.

_Você vai enfrentar os legionários jogando tarô com eles? – Respondeu Luiza irritada – Eu também vou!

_Então! – Disse Elvis virando-se em direção a porta caída – Em frente!

–--

Os arqueiros se posicionaram como águias, suas posições eram extremamente ofensivas, todos apontavam três flechas de uma vez com seus arcos para a horda de minotauros que se aproximava.

_Esperem o vento! – Gritava Felipe sob uma torre de observação, com seu arco brilhante apontado para os minotauros, ao seu lado estavam Leslian e Henrique, com os arcos criados por Natan.

A horda de minotauros rugiu furiosa, seu volume era assustador, a frente deles, o cavaleiro de gelo negro com sua espada de gélidos lamentos.

_Saraivada Celeste! – Gritou Felipe! Todos os arqueiros inclinaram seus arcos para cima e dispararam, o céu ficou sob uma imensa grade de flechas que avançavam como uma tempestade nos monstros – Crianças! Fiquem perto de mim!

Um gigantesco minotauro com braço de ferro continuou a avançar na direção do vilarejo, seu corpo estava atingido por várias flechas, porém isso não o tardou, atingira o portão raivosamente, as barricadas tremeram, alguns arqueiros caíram, os monstros gritaram e continuaram a avançar.

_O portão não vai segurar essas criaturas, meu senhor! – Gritou um dos arqueiros sinalizando para que outros o ajudassem a segurar o portão, porém o mesmo se estilhaçou em pedaços com a batida posterior do grande minotauro do braço de ferro.

_Desgraçados! – Felipe mirou em um grupo de minotauros e disparou uma flecha que curvou os ventos e atravessou o corpo de três deles.

_Cacete! – Disse Henrique antes de ficar avermelhado e tapar sua própria boca – Ai se a Pamy escuta eu falando essas coisas.

Frente aos minotauros que invadiam o vilarejo, uma tropa de espadachins tentava contê-los, Natan lutava bravamente com um pequeno sabre, tão rápido como uma flecha, mas forte e duro como uma montanha.

_Que balanço é esse? – Dizia o pequeno garoto ao saltar e se esquivar dos golpes dos monstros e partir suas armaduras com cortes rápidos e precisos – Essas armaduras são apenas pedaços de ferro fundido, não tem equilíbrio nenhum!

O grande minotauro de braço de ferro se aproximou de Natan, que apesar de intimidado, manteve-se firme.

_Venha... – Sussurrou Natan sorrindo.

O monstro tentou acertá-lo com um grande impacto no solo, Natan desviou-se com afinco, em um ligeiro rolamento sobre o chão saltou e tentou cortar a perna do monstro, porém sua lâmina ficou presa, cortando apenas parte do membro do monstro, o touro girou sua perna ao alto e lançou Natan aos céus.

_Henrique!!!! – Gritou Natan nos ares.

Henrique saltou da barricada que estava junto com Leslian, ambos miraram flechas no grande touro que acabava de pegar Natan em suas grandes mãos.

_Solte-o! – Gritou Henrique mirando no monstro, ao redor, o caos crescia no vilarejo, arqueiros e espadachins sangravam em batalha contra as criaturas sombrias.

_CRIANÇAS! – Gritou o minotauro ao espremer Natan em suas mãos – NÃO PODEM VENCER TORMMOK!

Leslian disparou a flecha, Tormmok colocou seu braço de ferro na frente do ataque, neutralizando-o, a garota avançou em um rolamento com seu arco para tentar diminuir a distância e aumentar a precisão, porém o monstro também avançou, chutando-a e lançando-a a metros de distância, quebrando uma barricada.

_DESGRAÇADO!!!! – Henrique se desentorpeceu de raiva, segurou a ponta da flecha e puxou-a até o limite, fechou os olhos e sentiu uma energia eletrizante percorrendo seu corpo, o garoto soltou a flecha, porém, a mesma se transformou em um trovão, destroçando o braço do de Tormmok e atravessando seu corpo.

_Cacete! – Disse Natan se libertando da mão de Tormmok e vendo-o desabar com um buraco no peito – Opa.... Desculpa, Pamy....

_Está tudo bem? – Disse Henrique tremendo e assustado, abraçando Natan – Me sinto estranho.

_Paaaaaara meu! – Disse Natan se soltando de Henrique – Não precisa me abraçar.

Felipe, do outro lado do campo de batalha, corria a atirava em dezenas de minotauros, repentinamente seus pés congelaram, fazendo com que o mesmo tropeçasse.

_Finalmente estamos frente-a-frente – Disse o cavaleiro de gelo negro.

_É, finalmente... – Disse Felipe retirando uma flecha do aljave rapidamente e usando-a para quebrar o gelo em seus pés, o garoto se recompôs e apontou uma flecha para seu oponente – Quem diabos é você?

_Não fomos apresentados, não é mesmo? – Disse o cavaleiro de gelo negro – Meu nome é Irion, comandante dos exércitos de bestas da legião.

_Eu sou Felipe, comandante-arqueiro exímio das tropas das florestas – Disse Felipe fitando Irion.

_És corajoso, mas coragem não vai mantê-lo de pé – Disse Irion investindo na direção de Felipe, o jovem ligeiramente aparou seu golpe com uma pequena adaga, recuou e disparou uma flecha na direção do cavaleiro, este a partiu em duas – Rápido...

_Isso é apenas o começo! – Disse Felipe retirando três flechas de seu aljave, disparou a primeira para os céus, tão forte que a mesma desapareceu, o segundo disparo fez com que a flecha realizasse uma curva, Irion teve de se virar para defender, Felipe saltou e frente as costas de Irion disparou sua terceira flecha – Último suspiro!

A flecha atravessou o cavaleiro, porém Irion apenas sorriu, seu corpo se transformou em uma estátua de gelo, que posteriormente se fragmentou em pedaços.

Felipe quietou-se, quando ouviu o som dos passos já era tarde, o cavaleiro negro se aproximou por suas costas e atingiu seu braço, perfurando-o.

_Felipe! – Natan e Henrique se aproximaram.

_Seu arqueiro exímio perdeu – Disse Irion rindo – Sei que espera que a flecha que cairá dos céus me atinja, porém estou atento a isso.

_Vamos ! – Natan avançou no cavaleiro, começou a esgrimir com o mesmo, embora o pequeno fosse rápido com sua lâmina, o cavaleiro conseguia defender todos os golpes e até contra-atacar diversas vezes, Natan se jogou sobre o chão estrategicamente e gritou – Agora!

Henrique disparou uma flecha na direção do peito do cavaleiro, este se esquivou sem grandes dificuldades, a flecha que caia dos céus vinha na direção de Natan, Felipe rastejou-se rapidamente e o puxou, salvando-o.

_E agora, a flecha que vem pelas costas.... – Disse Irion virando-se e aparando com a palma de sua mão uma flecha disparada por Leslian – Boa tentativa.

_Veja a ponta da flecha – Disse Leslian sorrindo, Irion olhou para sua mão, pode ver o líquido roxo se misturando com seu sangue, essência de rainha negra. – Coloquei a essência de algumas frutinhas venenosas que trouxe comigo, você vai começar a ter alucinações em breve!

_Que seja... – Disse Irion olhando os arredores – Seu vilarejo já foi dizimado, as tropas dos arqueiros florestais foram arrasadas, minha missão já está cumprida.

Irion novamente saltou, girou no ar e caindo fincando sua lâmina no chão, desaparecendo em brumas gélidas. Os minotauros remanescentes começaram a recuar, deixando as lástimas do tormento para trás.

_Droga... – Disse Felipe se jogando no chão – O vilarejo.... As pessoas.... Esses legionários não têm limite!

_Eles não vão parar... – Disse Natan seriamente – Nos ajude, precisamos proteger nossos amigos e nosso lar, você não quer que ele tenha o mesmo destino que o seu, não é?

Felipe se levantou, encarou os destroços e seus arqueiros e espadachins restantes e exclamou.

_Eu irei com vocês, mas que fique claro – o arqueiro mirou e disparou uma flecha em uma bandeira dos legionários trazida durante o ataque – A única coisa que busco é vingança.

–--

_Bingo! – Sussurrou valete sorrindo, porém, nada aconteceu.

_Esse droga... – Disse valete balançando o anel que apontava para Kalgas, Haru e Giussep – Não está funcionando.

Giussep avançou rapidamente em Valete, saltou sobre o rapaz e o rendeu no chão, Haru acompanhou o movimento e retirou o anel da mão do mesmo. Kalgas novamente atirou seus braços na terra e criou raízes que prenderam o jogador no chão.

_É velho... – Disse Valete chateado – Jamais conseguimos alcançar alguma utopia.

_Valete, és muito habilidoso – Disse Kalgas se aproximando – Qual seu nome?

_Eu sou Júlio, o quatro-ases desse mundo encantado – Disse Julio sorridente – Mas nessa terra de infortúnio me chamam de Valete.

_Eu fico com esse anel – Disse Kalgas pegando o anel de Haru – Vamos embora.

_Eieiei!!! – Gritou Julio – Não podem me deixar amarrado em raízes no meio da estrada!

_E por que não? – Disse Giussep se levantando e limpando com delicadeza suas roupas – Você queria cortar minha cabeça e vender no mercado negro!

_Hehehe... Droga... – Riu Valete – Eu posso ser útil, vamos trocar favores!

_Gente... – Disse Haru – HIHIHI ele é muito habilidoso, pode nos ajudar a enfrentar a legião.

_Enfrentar a legião?! – Disse Julio – Mas o comissário é da legião....

_Não sou mais, valete – Disse Giussep – Eu fui traído, agora vou me vingar.

_Sede de vingança, hein? – Disse Julio rindo – Eu ajudo vocês a se vingar,

_Você apenas quer se libertar – Disse Kalgas virando as costas para Julio.

_Sabe por que eu sou tão procurado pelos legionários? – Disse Julio com seriedade – Tem ideia de por que a captura de um mero arruaceiro é tão importante para eles?

_Ele fez algo... – Disse Giussep – Algo que ninguém jamais fez, Kalgas.

_Eu roubei o cristal negro dos legionários – Sorriu Julio – invadi sozinho a fortaleza daqueles demônios, digam-me, meus queridos, não acham que vão precisar de um ladrão no grupo?

_Hihihi – Riu Haru – Esse rapaz, ele é bom com as palavras.

_escute-me bem! – Disse Kalgas tornando a virar para Julio e soltando as raízes – Você virá conosco, mas se ousar nos trair, vou lhe mostrar o verdadeiro poder de um ente!

_Opa! – Disse Julio se levantando e limpando suas vestes – Um gatuno lindo, uma árvore, uma fada e um... comissário! Acho que damos conta.

_Não falta muito para chegarmos no acampamento... – Disse Kalgas – Vamos seguir!

–--

Aquele mar de livros desabava no inteiro da grande árvore da vida, monstros em forma de fogo adentraram a força e começaram a destruir tudo aquilo que se punha em sua frente, em suas costas, a marca de L em sangue e carvão.

_Garota dos cabelos loiros! – Disse Julia – É uma tropa de espectros de fogo, temos que detê-los antes que eles queimem toda a árvore da vida!

_Certo! – Pamy saltou do alto do andar onde se encontrava e aterrissou cortando um dos monstro ao meio, a garota era rápida, girou e com um corte preciso decepou a cabeça de mais duas criaturas.

Julia entortou sua coluna, seu corpo se dobrou, começou a tremer e veias saltaram em sua pele, em um curto momento, a garota uivou, os monstros junto a Pamy pararam para fitar aquela cena, repentinamente, Julia saltou e em um flash pelos vermelhos cresceram de seu corpo, quando caiu no chão, estava com quatro patas e garras afiadas, dentes ferozes e um olhar violento, a garota havia se transformado em um lobo.

_Nossa jovem... – Disse Pamy paralisada.

_Não tenha medo... – Disse Julia correndo rapidamente na direção dos espectros e destroçando a jugular de um deles – Aqueles que tem o coração puro não devem temer o poder da natureza.

_Não gosto muito de lobos... – Disse Pamy correndo em direção a um grupo de espectros, um deles cuspiu uma rajada de fogo na direção da garota, essa fez um espiral com sua espada e dissipou as chamas, Pamy deslizou e cortou as pernas de alguns monstros, Julia seguiu girando no ar, seus pelos cresceram e ficaram afiados, em uma única investida a garota retalhou todo o pequeno grupo de monstro, porém muitos mais adentraram na árvore – Temos que encontrar uma forma de acabar com todos de uma vez!

Os espectros não estavam concentrando seus ataques nas garotas, eles estavam queimando as estruturas internas da árvore, incinerando os livros, a fonte era o alvo principal.

_Tampe os ouvidos – Rosnou Julia para Pamy, a jovem loira obedeceu – julia rosnou e uivou, de sua boca um tormento agudo ecoou, os monstros se estremeceram de dor, porém, todos ao mesmo tempo disparam rajadas de fogo na fonte em que Pamy havia se banhado, explodindo-a – Ahh.....

Julia saiu de sua transmutação e desmaiou, suas roupas estavam rasgadas e seu corpo ferida, a garota começou a ficar pálida, Pamy guardou sua espada na bainha e tentou acordá-la.

_Jovem! Jovem! – Gritava Pamy – Temos que sair desse lugar, a árvore vai tombar.

As chamas estavam crescendo e ficando cada vez mais intensas, Julia abriu os olhos e apenas fitou o vermelho desmantelando toda a beleza que havia naquele lugar sagrado, a maior das profanações feita com a natureza.

_Esses legionários... – Sussurrou Julia enfraquecida – Eles não tem consciência do que acabaram de arruinar;

_Eles vão queimar árvore por árvore se não acabarmos com eles agora! – Disse Pamy ferozmente saltando e cortando um espectro no ar – Junte-se a mim, fazer a luz se erguer diante da escuridão.

_É meu dever – Disse Julia ao se levantar e apoiar-se em Pamy – Como sentinela da harmonia... Punir aqueles que ousaram profanar a floresta, eu vou segui-la!

As garotas deixaram a árvore da vida, e sob os longínquos morros fitaram a mais linda e grandiosa das árvores perecem em brasas e chamas, as florestas ao redor começaram a morrer, o ar foi ficando rarefeito e os céus escureceram, repentinamente começou a chover, embora as gotas caíssem levemente, traziam consigo o frio e a tristeza que apunhalavam a todos do reino.

_São os espíritos da natureza... – Disse Julia chorando – Estão chorando junto conosco.

_Por que ter tanta maldade no coração...? – Disse Pamy ao olhar para o livro dourado que ainda estava consigo com uma expressão entristecida – Espero que você me ensine alguma forma de pará-los.

–--

Anoitecendo, o esbelto dia estava se encerrando, as cores de outrora estavam se acinzentando novamente, brumas estavam tomando o reino do Norte, o silêncio se tornava diabólico, murmúrios eram ouvidos, os poucos vilarejos que restaram nessa terra fria foram se trancando, com medo, as pessoas não deixavam suas casas, certamente, algo estava prestes a desmoronar.

Jeff e Higor retornavam ao acampamento sentinela, os lobos de Jeff o acariciaram, porém algo perturbava o rapaz.

_Tem algo errado – Disse Jeff olhando para Bob, seu lobo saiu correndo frente aos portões do acampamento.

_O que houve? – Perguntava Higor pegando sua foice e encarando a escuridão do bosque sombrio que rodeava o acampamento – Tem alguma forma viva nessas sombras....

_Meus lobos também sentiram um cheiro... um cheiro de ódio – Disse Jeff liberando suas lâminas ocultas e entrando em posição de combate, ele assobiou e todos seus lobos começaram a rosnar, Bob retornou a sua frente e rosnou – Reporte!

Bob começou a uivar e rosnar, estava conversando com Jeff, o garoto ficou aflito.

_Mais de mil cavaleiros?! – Disse Jeff em pânico – Estão vindo por de trás do acampamento.

_Quantos lobos você tem? – Perguntou Higor ao girar sua foice e fica-la no chão.

_Muito menos que cem... – Disse Jeff tremelicando.

_Então teremos que segurar o ataque... – Disse Higor com firmeza – Não tema, meu amigo, a morte é apenas mais um momento cheio de sentimentos, se tivermos que morrer, façamos isso com honra!.

_Tens razão, ceifador! – Jeff se recompôs – Lobos da noite! Preparem-se, a caçada vai começar!

Os muros que cercavam o acampamento começaram a se romper, uma explosão negra destruiu as paredes que protegiam os fundos do acampamento, frente a Higor, Jeff e seus lobos se posicionaram centenas de cavaleiros com armaduras negras, a frente deles, uma grande homem de cabelos loiros.

_Então... – Disse o homem de cabelos loiros – Este é o tal acampamento que vem resistindo aos ataques da legião? Patético...

_General das tropas fortes, Kassab – Disse Jeff sorrindo – Entre todos os comandantes de guerras, mandaram o mais inútil de todos!

_A escolha mais sábia... – Disse Kassab retirando seu sabre, junto com todos os outros cavaleiros negros – É se curvarem.

_Os guerreiros da luz! – Gritaram vozes vindo da frente do acampamento, surgiram então William, Dennys, Leonardo, Ramon, João, Thaina, Marcelo, Bartolomeu, Alex, Gabi, Shu, Martosael, Goku, Marcos, Belo, Elvis, Mônica, Luan, Luiza, Henrique, Leslian, Natan, Felipe, Kalgas, Haru, Giussep, Julio, Pamy e Julia – Jamais se curvarão diante das trevas!

–--

Capítulo 9 – O Cair da Noite

Capítulo 10 – A Chama Branca

Preparem seus corações, crianças.

~~Pec


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