As Crônicas da Resistência escrita por Pec


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/590505/chapter/1

O grande portão de ferro começou a se quebrar, suas dobradiças rangiam fortemente, do lado de fora ouvia-se o grito de fúria e entre o gélido salão o medo reinava. Um forte estrondo atingiu o portão, as paredes vibraram, a poeira se levantou, lascas de pedra saltavam dos rochedos a cada novo impacto, o som agudo dos cristais sendo trincados era como um grito infernal, o castelo não iria suportar tamanho tormento.

—Não consigo segurar o portão por muito tempo! - Gritou Belo aspirante forçando o grande portão contra sua abertura, com seus fortes braços e pernas fincadas no imenso piso de mármore, ele mantinha o portão fechado, suportando todos os impactos.

—Alguém pode me explicar... - Começou Dennys a berrar no meio de todos - Como todos os soldados, arqueiros e demônios da legião conseguiram nos encontrar?!

—Elvis! Seu imbecil! - Disse Gustavo encarando Elvis com raiva - Você disse que havia se certificado que a legião não conseguiria nos seguir.

—Eu me certifiquei, tenho certeza absoluta disso - Disse Elvis ao encarar o grande mapa posto sob uma mesa de pedra - Essa quantidade absurda de inimigos... Eles não vieram pela Rota das Tormentas, então como conseguiram nos encontrar se não nos seguiram?

—Temos um traidor! - Disse Marcos seriamente ao fincar sua adaga no desenho do castelo de cristal sobre o mapa - É a única resposta, Elvis jamais erraria em um cálculo dessa maneira catastrófica.

Nesse momento o salão silenciou-se, todos que ainda tinham forças assumiram posição de batalha, os olhares tornaram-se demônios, provocavam, ofendiam e ao mesmo tempo castigavam uns aos outros, repentinamente William apontou sua espada para Luisa e exclamou:

—Sua imunda! Você é a traidora! É a única que teria motivos para nos trair!

—Com quem pensa que está falando! - Gritou Luan ao se colocar entre William e Luísa e levantar sua espada em direção ao acusador - Você jamais vai machucá-la, NENHUM DE VOCÊS! Luísa não é uma traidora!

—Ele tem razão! - Disse Bigode antes de ligeiramente posicionar sua espada no pescoço de Martosael - O legionário é o verdadeiro traidor, nenhum de nós além dele conheceu e fez amizade com quase todos os que estão querendo nos matar!

—Seu tolo imundo! - Disse Martosael pausadamente - Eu trai a legião porque acredito na justiça que vocês estão querendo estabelecer... Todos os motivos que eu teria para ajudá-los morreram quando os deixei por vocês!

—Não esqueçam, meus amigos - Disse Thainá ao fitar sua esfera de cristal brilhante - Alguém envenenou vosso mestre e ferreiro, das pessoas que estavam com ele e ainda estão entre nós...

—ESTÁ ME ACUSANDO SUA ESQUISITA!? - Gritou Alex interrompendo Thainá e avançando em sua direção - Natan era meu amigo!

—Fica calmo idiota! - Gritaram Lucas e João ao segurar Alex - Você ainda está bêbado!

Longe do grande salão, em uma das torres do castelo, gélidas e tristes lágrimas escorriam no rosto de Estefany, debruçada em uma grande cama de cristal segurava a mão de Natan, tão fria quanto o inverno, ela olhava para seu rosto e sua alma fragmentava-se, seu espirito ficava a cada segundo mais enfraquecido.

—Ele... - Disse Pâmela de maneira entristecida ao entra no quarto - Ele ainda não acordou?

—Não... - Respondeu Estefany aos prantos, com seus olhos vermelhos, não conseguia parar de chorar, soluçava e gritava - Não sei, Pamy, se ele vai acordar ainda...
—Ele será vingado! - Disse Pâmela firmemente após colocar a mão sobre o ombro de Estefany e se retirar do quarto - Eu prometo!

—Espere! - Gritou Estefany ao olhar para o semblante de Pâmela parada no corredor - O que vai fazer?

—Vou terminar com isso - Respondeu Pâmela de costas para o quarto - Não temos mais para onde fugir!

Um tumulto se instalou no grande salão, muitos gritavam e acusavam uns aos outros, outros atiravam-se no chão sem esperança e abatidos, esperando o momento final.
—Isso está um inferno! - Disse Lima ao descansar suas costas em um grande pilar.

—Não, meu amigo - Sorriu Julio ao respondê-lo - No inferno tem cerveja, aqui não temos nem isso!

—Como consegue ficar tão tranquilo em um momento como esse? - Questionou Lima deixando sua espada no chão e sentando-se.

—Ah rapaz - Respondeu Julio sorrindo - A festa que tanto planejei está começando!

—Você o que? - Disse Lima assustado fitando-o seriamente.

—Veja! - Disse Julio apontado para Pâmela que caminhava em direção ao meio do grande salão - Não quer perder a introdução, não é?

—Seus idiotas! - Gritou Belo - Querem parar de discussão e pensar em um jeito de fugir!?

—Solte o portão Belo - Disse Pâmela ao fechar lentamente seus olhos.

—Enlouqueceu Pâmela! - Gritou Raphael - Se o Belo soltar os legionários vão invadir o castelo!

—Eu sei... - Disse Pâmela ao abrir seus olhos e encarar o feixo de luz solar que atravessava a janela da esperança - Isso termina hoje!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Crônicas da Resistência" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.