A Estranha

CAPÍTULO 1

Amigos

Estava andando pelo trem à procura de uma cabine vazia, quando esbarrou com ele, o garoto de cabelos pretos que iam até os ombros, e com belos olhos azuis acinzentados.

–Me desculpe -a garota se desculpou-

Mas o garoto não havia escutado, parecia muito ocupada conversando animadamente com o garoto de cabelos escuros e de óculos ao seu lado que nem percebeu a garota passando direto por ela. A garota observou os dois entrarem em uma cabine e se virou para entrar em uma cabine vazia, ainda com o garoto de olhos azuis acinzentados em sua cabeça.

–Strahoski, Abgail

Ao ser chamada, caminhou até o banquinho e se sentou, sentindo em seguida o chapéu Seletor ser colocado em sua cabeça.

–Hm... sua mente é interresante -escutou a voz do chapéu em sua cabeça- Um passado tanto que atormentador mas não deixa de ser... diferente.

–Obrigada, muitas pessoas já me chamaram muitas vezes de estranha -Abgail pensou ironicamente mas triste ao mesmo tempo-

–Não foi isso o que eu quis dizer menina -ele falou- Você é uma escolha difícil. Você tem poderia ir para a Sonseria, mesmo sendo uma mestiça. Tem uma inteligência digna da casa Corvinal e a lealdade de Lufa-lufa, mas eu acho que sua casa certa seria...

–Grifinória

Assim que se levantou do banquinho, caminhou para a mesa da Grifinória aonde algumas pessoas a cumprimentaram. Escutou as pessoas serem chamadas mas nem deu atenção mas uma deles chamou sua atenção.

–Black, Sirius

Era o garoto do trem com quem tinha esbarrado. Viu ele se sentar e a professora colocar o chapéu em sua cabeça.

–Grifinória

Não ficou muito surpresa como a maioria das pessoas haviam ficado. Há única coisa que sabia da família Black era que todos haviam ido para a Sonserina, só. Quando se esbarrou com ele no trem, percebeu que ele não seria que nem aqueles bruxos se acham mesmo não o conhecendo, ele não tinha aquele ar superior como a maioria, mesmo ele a ter "ignorado", afinal de contas, já estava acostumada a ser ignorada.

Observou ele ir até a mesa da Grifinória e se sentar ao lado do mesmo garoto do trem, mas dessa vez o viu conversando também com um garoto de cabelos castanhos claro, que haviam olhos em um tom ambar e seu semblente parecia cansado e abatido, também havia estranhas cicatrizes em seu rosto.

Uma garota se sentou ao seu lado, ela havia cabelos da cor caju, pele alva e olhos de um tom de verde muito bonito.

–Eles são uns idiotas, não é?

Olhou para a ruiva que também estava observando os três garotos.

–Eu não sei... eu não os conheço -respondeu-

–Eu os conheci no trem, são uns babacas -a ruiva falou- Afinal, sou Lílian Evans.

–Abgail Strahoski

No dia seguinte...

Estava na frente do espelho, vendo seu reflexo. Sua pele alva com sardas espalhado pelo rosto, seus cabelos tão negros quanto o ceú a noite. Seus olhos de um tom azuis como o mar, estavam sem o brilho como quase sempre. Tentou forçar um sorriso mas fracassou totalmente, fazia dias que não sorria, semanas, meses ou até...anos.

Fazia anos que não escutava a própria risada, antes era tão facíl, mas agora, era tão difícil. Nunca mais teve motivo para isso é claro, não como sua vida estava.

Ontem, quando conheceu o salão comunal da Grifinória, a primeira coisa que havia feito foi subir para o dormitório e se esconder de todos. E havia descoberto que era colega de quarto de Lílian, a garota que havia conhecido. Também havia conhecido duas garotas, uma loira de pele alva e olhos azuis cujo o nome era Dorcas Meadowes e a outra, Marlenna Mckinnon, cabelos castanhos, os olhos da mesma cor e a pele bronzeada. Não que esperava que arranjasse amigas, sempre que alguém tentava se tornar sua amiga, ou era para dias depois humilha-la ou depois se afastava. E também, as pessoas tendem sempre ignora-lá, com certeza por a acharem estranha ou algo do tipo.

Saiu do banheiro e não encontrou as garotas, com certeza já devem ter ido para o Salão Principal sem ela. Afinal, quem gostaria de uma garota estranha como amiga? Assim que desceu do dormitório feminino, avistou Lílian, Dorcas e Marlenne sentadas no sofá conversando.

–Vocês não vão tomar café? -perguntou Abgail para elas-

–Estávamos te esperando é claro -Marlenne respondeu-

–Me esperando...?

–É, não iamos te deixar sozinha -Lílian falou-

Abgail ficou por um momento feliz mas se lembrou que com certeza daqui alguns dias, elas apenas a ignorariam.

–V-vamos então

As quatros sairam do Salão Comunal e foram a caminho do Salão Principal. Ao chegarem, se sentaram na mesa da Grifinória. Depois que tomaram o café, foram à caminho da aula de Transfiguração que seria com a Sonserina. No caminho, Abgail foi empurrada pelas costas fazendo com que ela caisse com tudo no chão.

–Olha direito por onde anda Potter -escutou Lílian dizer e em seguida ajudando ela a se levantar-

Abgail deixou que seu cabelo caisse pelo seu rosto, estilo cortininha. Sempre fazia isso com o cabelo, era como se com isso fosse se esconder das pessoas.

–Desculpa Evans -o garoto de óculos falou- Mas não é minha culpa se vocês estavam no caminho.

–Porque esse é o corredor Potter!

Ele apenas deu um sorriso maroto e saiu junto com o amigo, que Abgail logo percebeu que era o garoto com quem haiva esbarrado no trem.

–Idiota -Lily murmurrou-

–O de óculos é o James Potter e o de cabelo até o ombro é o Sirius Black -Marlenne disse-

–Você os conhece? -perguntou Dorcas assim que voltaram o caminho até a sala-

–Os meus pais são amigos dos pais do James -respondeu Marlenne dando de ombros- E o Black eu o conheci ontem no trem, é um babaca.

–Você e o Potter já se conhecem? -Lílian ficou indiginada- Como você o aguenta?

–Sinceramente, não é tão ruim assim -ela respondeu- Ele até que é legal quando quer

–O Potter legal? Até parece

–Mas você o conheceu ele ontem -Dorcas indagou- Como pode já odia-ló?

–O Potter é um daqueles caras que arrogantes e que se acham -Lílian falou com desgosto-

Abgail não achou tão certo o pensamento de Lily sobre James, afinal de contas, não se pode julguar uma pessoa antes de conhece-lá. Sabia como era sentir isso, pois era isso o que as pessoas faziam com ela, a junguam sem ao menos conhece-lá.

Estavam na aula de Poções que era novamente junto da Sonserina. Lily estava ao lado de um garoto da sonserina, que tinha cabelos pretos sebosos, olhos da mesma cor e tinha um nariz grande, seu nome era Severus Snape. Abgail estava tão concentrada em fazer a poção que quando escutou uma explosão se assustou. Olhou para Lily e viu que a poção havia explodido. Também percebeu que Sirius e James riam de Severus.

–O que aconteceu? -perguntou Horácio indo até a mesa aonde estava Lily e Severus- Ooh, que pena, sua poção estava ficando tão boa.

–Foi tudo culpa do Potter, professor! -Severus acusou- Ele fez um feitiço na aula, eu vi.

–Eu não tenho culpa de nada, professor -James se defendeu- Não é culpa minha se o Ranhoso não sabe fazer nem uma poção.

–Esta bem, parem os dois -o professor Slughorn mandou- Senhorita Evans, ajude o senhor Snape a limpar isso.

A aula havia acabado e Abgail estava guardando suas coisas.

–Quer que a gente te espere? -perguntou Dorcas-

–Não precisa -respondeu educamente- Podem indo se quiserem. Eu encontro com vocês depois.

Elas assentiram e sairam. E assim que Abgail sair, esbarrou em uma pessoa que também estava para sair da sala.

–M-me desculpe -Abgail se desculpou gaguejando e se agachando para pegar o livro para o garoto, entregou para ele-

–Não, está tudo bem, eu que devia ter prestado mais atenção -ele deu um sorriso fraco- Sou Remus Lupin

Abgail olhou com atenção para ele e se lembro que era um dos garotos que conversava com Sirius ontem.

–Abgail Strahoski

Os dois foram caminhando lado a lado indo até o local que seria a próxima aula que seria de Herbologia. Foram conversando coisas aleatórias. Assim, chegaram na estufa mas a professora ainda não havia chegado.

–Ei Remus -James e Sirius se aproximaram deles-

–Ei, você é a garota que James derrubou -Sirius falou olhando para ela que corou com o olhar do garoto-

–Essa é a Abgail -Remus apresentou ela-

–É, e-eu vou ir ali com as meninas

–Que estranha -escutou Sirius dizer-

Sentiu seu rosto esquentar mas não de vergonha, e sim de raiva. Não sabia o porque de estar assim, afinal de contas, sempre que alguém a chama de estranha, apenas ignorava ou ficava triste. Se virou para ele e disse:

–Você não pode me chamar de estranha sem antes me conhecer -Abgail se surpreendeu si mesma por não ter gaguejado- As vezes é muito melhor ficar calado do que ficar julgando alguém que nem ao mesmo conhece.

Sirius ficou suspreso assim como os outros. Não era ela a um pouco tempo atrás que estava parecendo um tomate de tanta vergonha? Ela deu meia volta envergonhada por sua coragem e foi ao encontro das meninas. Sirius apenas escutou a risada de James e Remus atrás de si.

–Gostei dessa garota -James comentou rindo-

–Ela é... interessante -Sirius falou a observando-

–O que você estava fazendo com eles? -Dorcas perguntou-

–N-nada demais

Estava com vergonha, não sabia da onde tirou auqela coragem em dizer aquelas coisas, sempre que alguém a chamava de algo maldoso, apenas ignorava e escondia seu rosto com o cabelo como se aquilo fosse um escudo contra os olhares das pessoas em si.

Algumas semanas se passaram. Abgail evitava se aproximar da maioria das pessoas e com isso já começaram os comentários maldosos e a maioria era feito pelos sonserinos. A única coisa boa que aconteceu para ela foi o fato de que Lílian, Dorcas e Marlenne ainda continuaram suas amigas e sempre a defendiam quando era alvo de algum comentário ou brincadeira. Amanhã seria dia do jogo da Grifinória contra a Sonserina. Todos estava animados com isso, principalmente James e Sirius que conversavam animadamente sobre o assunto no salão comunal.

–Sobre o que eles tanto falam? -Lílian perguntou- Na verdade, quase todo mundo está falando sobre esse negócio chamado Quadribol, o que que tem tão de especial nesse jogo?

–O que que tem de especial Evans? -James se aproximou de Lily ao escutar o que a ruiva dissera- Ruivinha, Quadribol o melhor jogo de todos. Só espere para ver amanhã.

–É, James tem razão, Quadribol é muito legal -Marlenne concordou-

Abgail estava se mordendo para não entrar nessa conversa, sempre gostou muito de Quadribol, antes do acidente que acontecerá com a sua família, seu pai a ensinava tudo sobre Quadribol e com isso, acabou crescendo adorando o esporte.

–Você fala como se soubesse sobre Quadribol -Sirius falou ironico-

–Eu sei sobre Quadribol Black

–Então me fale... -ele pensou por uns momentos e prossegiu- Como é o campo de Quadribol?

–O que? Quem precisa saber com é o campo? -Marlenne perguntou inginada- É oval, oras

–Mas o tamanho dele -James falou-

–Ninguém se importa se importa com o tamanho do campo -Marlenne disse- Talvez 150 metros de comprimento por sei lá de largura.

–Na verdade, de 152 metros de comprimento por 55 de largura -Abgail não aguentou e a corrigiu- Com uma pequena área circular de aproximadamente 60 centímetros de diâmetro ao centro, de onde as bolas são lançadas. -terminou se sentindo orgulhosa por se lembrar-

Sentiu os olhares surpresos sobre si e abaixou o rosto envergonhada fazendo com que seu cabelo caisse sobre seu rosto o escondendo um pouco.

–Nossa -escutou Dorcas dizer- Como você sabe disso?

–M-meu pai ele me falava e me ensinada muitas vezes p-para min sobre Quadribol quando eu era criança -respondeu evergonhada por ser o centro da atenção- E eu acabei que gostando e sabendo muitas coisas sobre Quadribol.

–Que legal -James disse- Uma garota que gosta de verdade de quadribol

–Ei Potter, só porque somos garotas não quer dizer que não podemos gostar dessas coisas -Marlene diz-

–É que a maioria não gosta de Quadribol -James deu de ombros-

–Vamos voltar a conversar sobre Quadribol -Sirius disse e puxou Agbail para se sentar- Só que a Abgail vai se juntar a min e James.

–Ei Black, não roube a nossa amiga -Lílian disse brava- Ela é muito inocente para ficar com alguém como vocês.

Abgail sentiu uma vontade de chorar de felicidade quando a ruiva disse sobre ser sua amiga, nunca tivera amigos de verdades antes e tomare que essa amizade dure bastante.

Dia seguinte, no Campo de Quadribol...

Todos estavam eufórico. Grifinória e Sonserina estavam empatados e todos estavam muito animados com o jogo. Abgail estava irreconhecível, ela gritava de felicidade quando a Grifinória acertava um ponto e vaiava quando a Sonserina fazia um ponto, as vezes ela chegava até xingar. Lílian, Dorcas e Marlenne apenas riam com o lado que não conheciam de Abgail, os garotos estavam surpresos com a reação de Abgail mas mesmo assim não tiravam os olhos do jogo.

O jogo havia acabado e Sonserina havia ganhado.

–Eu não acredito que a Sonserina ganhou -Abgail disse sem se importar dessa vez com a timidez-

–Eu sei, parece que a Grifinória não ganha um jogo a anos -James disse- Ano que vem, eu vou participar do treino para entrar no time então ai a Grifinória nunca mais vai perder um jogo.

–O que achou sobre Quadribol ruivinha? -Sirius perguntou para Lílian que revirou os olhos-

–Primeiro, não me chame de ruivinha Black -ela mandou- E segundo, até que é legal

–Não é apenas legal -Abgail disse- Quadribol é o melhor jogo de todos!

Assim que sentiu os olhares sobre si corou violentamente.

–Concordo com ela -James disse- Não há jogo melhor do que Quadribol.

–Você gosta mesmo de Quadribol, não é Abgail? -Remus perguntou e ela assentiu envergonhada por ter se excitado tanto com o jogo-

–Foi seu pai que te ensinou sobre Quadribol não é? -perguntou Dorcas-

Abgail ficou tensa e Lílian e Sirius -que prestava atenção no quanto a garota era diferente- repararam.

–Quando seu pai estava em Hogwarts ele participava do time de Quadribol? -Lílian perguntou estranhando o porque da garota ter ficado tensa de repente-

–É, ele era muito bom -ela respondeu tensar sobre o assunto ter chegado até seu pai- Ele era da Corvinal.

Assim que chegaram no salão comunal, Abgail subiu direto para o dormitório e as garotas estranharam isso.

–Era só eu ou a Abgail ficou estranha de repente? -Marlenne perguntou-

–É, eu também percebi -Dorcas respondeu-

–Eu acho que tem algo haver com o pai dela -Lílian falou- Ela ficou tensa quando começamos a falar sobre ele.

No banheiro do dormitório feminino, Abgail se olhava no espelho e tentava controlar a respiração. Lembrar do pai era muito difícil para ela e se sentia nervosa e tensa quando falava sobre ele, mesmo achando que ele não tinha culpa de nada do que acontecia. Lavou o rosto e saiu do quarto encontrando as garotas sentadas na cama conversando e assim que Abgail saiu, olharam para ela.

–Você está bem? -Dorcas perguntou preocupada- Você subiu do nada

–E-eu estou bem -ela andou até sua cama e se deitou- Só quero apenas descansar.

Sentiu as pálpebras pesaram e a escuridão a engoliu.