Uma história de amor escrita por Deh


Capítulo 9
Bônus


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal é isso, o tão aguardado capitulo bônus, espero que esteja de acordo com suas expectativas. Divirtam-se.



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“Posso ser Jovem, mais tenho mente sábia, pensamentos e atos maduros.” - João Corazza

Desde pequena sempre soube que o trabalho da minha mãe era perigoso, mas sempre preferir pensar que ela estava lá fora salvando alguém e que voltaria a tempo de me pôr para dormir. Mesmo sendo uma criança minha mãe nunca me tratou como tal, entre nós duas não existia segredos a prova disso foi quando eu tinha seis anos. Ela me chamou para uma conversa séria, ela me disse que iria em uma missão e ficaria nela por alguns messes, na época eu era uma criança e a única coisa que me preocupei foi em quem iria me pôr para dormir. Lembro-me que minha mãe me pegou no colo e me abraçou forte, ela disse que eu ficaria com vovó. Lógico eu fiquei feliz em ficar com vovó, era ela tão legal embora algumas vezes eu escutei minha mãe dizer o oposto disso. Mesmo sabendo que ficaria com minha avó, a hora da despedida foi realmente triste, eu comecei a chorar, mas mamãe me prometeu que ia voltar, assim como ela sempre fazia.

Passei muito tempo com minha avó, depois que mamãe voltou da missão ela parecia diferente, mas fazia de tudo para não demonstrar.

Minha vida inteira eu quis saber quem meu pai era, porém minha mãe nunca falava nele, então eu sempre ficava enchendo a paciência da minha avó para ela me contar, o que não adiantava muito, pois quando ela perdia a paciência comigo, ela me mandava pro meu quarto para estudar latim. Hoje entendo latim perfeitamente, acho que dá pra imaginar o porquê.

Em 2006 eu e mamãe nos mudamos para os Estados Unidos, eu tinha vindo aqui apenas algumas vezes, sempre morei na Europa, desde que nasci, até por que eu nasci na França. Sempre pensei que meu pai fosse europeu, mas da última vez que eu estressei minha avó ela deixou escapar que ele trabalhou para ela, embora ela tenha feito eu jurar que jamais contaria a mamãe, e nunca contei, pois uma Prentiss jamais quebra uma promessa. Seja ela qual for.

Moramos na capital durante muito tempo, acho que foi a cidade na qual ficamos mais tempo. Durante esse tempo conheci apenas dois colegas da mamãe, eles que foram muito gentis comigo.

A primeira pessoa que conheci foi JJ, ela era adorável. Ainda me lembro do dia em que abri a porta e o quanto ela ficou confusa quando descobriu sobre mim, o clima ficou tão tenso que até fui deitar, pra ver se mamãe não brigaria comigo, o que não adiantou. Mamãe brigou comigo por um ano, por eu ter deixado uma pessoa desconhecida entrar em casa, as vezes ela parecia meio paranoica. Mas eu sempre argumentei que JJ parecia confiável e realmente é. Ela e mamãe se tornaram grandes amigas, sempre as visitávamos, e quando Henry nasceu, foi muito bom poder brincar com ele, sempre quis ter um irmãozinho mais novo.

O segundo membro da equipe que conheci foi Rossi, ele era muito legal. Era italiano e já era mais velho embora ele não gostasse que eu falasse de sua idade. Mamãe e eu jantávamos com ele de vez em quando. Um dia quando ele me levou em um passeio, sim ele me levava em passeios para atrair a atenção de mulheres mais jovem, eu confessei a ele que tinha apenas uma pista muito fraca sobre quem era meu pai. Até hoje não sei porque contei isso para Dave, só sei que confio nele. Ele me prometeu não dizer a minha mãe, como também prometeu que um dia me ajudaria a descobrir a verdade.

Minha vida parecia estável, durante muito tempo acreditei que poderia ser feliz ali. Mas tudo mudou em 2010. Mamãe me mandou para o outro lado do oceano para morar com vovó. Não aceitei aquilo muito bem, discutimos muito, mas no fim de nada adiantou. Minha avó me ligou em uma certa manhã e me convenceu a ir morar com ela, e na hora do almoço eu estava em um avião cruzando o oceano. Estranhei minha segurança quando cheguei, vovó não tinha ido me buscar como ela sempre fazia, perguntei a Joseph um de seus funcionários mais antigos se já não fosse, onde ela estava, ele apenas me respondeu que ela estava ocupada na embaixada.

Durante alguns messes estive muito envolvida em estudos, e até mesmo fui a alguns jantares políticos que vovó me levou, as coisas pareciam legais, pena que não demorou muito até que a notícia chegou.

Desde que havia chegado vovó parecia preocupada, perguntei a Joseph o porquê, ele apenas me disse para não me preocupar, que eram alguns assuntos políticos. Estávamos almoçando na embaixada quando a secretaria da vovó chega até ela e cochicha em seu ouvido. Não pude deixar de tentar escutar, uma das regras da vovó é que durante as refeições nada de telefonemas, isso só acontecia quando era algo realmente importante, porém não tive a chance de perguntar a vovó o que era, ela saiu imediatamente para o seu escritório.

Ela ainda estava no escritório, depois de uma meia hora Joseph foi atrás dela. Ele voltou e me avisou que quando terminasse meu almoço vovó queria me ver, não preciso dizer que fui no mesmo instante que ele me disse. Desde que vovó saiu da mesa daquele jeito eu perdi a fome.

Cheguei em seu escritório, ela me apontou um lugar ao seu lado naquele sofá de dois lugares. Eu observei seu rosto, ele estava manchado de lagrimas, não preciso dizer que naquele momento meu coração parou. Nunca em toda a minha vida eu tinha visto Elizabeth Prentiss chorar, nunca! Ela passou a mão pelo meu rosto “Querida, sua mãe...” ela não conseguiu terminar a frase, mas para mim nem precisava aquilo só podia significar uma coisa. “Como?” foi a única coisa que saiu, “Ela estava em uma missão, um homem que ela prendeu a muito tempo queria vingança” ela me puxou para um abraço, e ali chorei pelo que pareceu uma eternidade. Chorei como uma garotinha, uma garotinha que precisava de uma mãe.

O pior de tudo foi que não pudemos ir no enterro, o assassino ainda estava à solta. E aquilo foi terrível para mim, não pude nem ao menos me despedir. Os messes que se seguiram até a captura daquele monstro consistiam em minha segurança dobrada. Vovó estava novamente com a máscara de embaixadora indecifrável.

Em um certo sábado, tinha saído com Joseph para comprar sorvete, assim como fazíamos quando eu passava as férias com vovó, porém não demoramos muito, alguma coisa dentro de mim, me dizia que eu tinha que ir embora, e assim Joseph me levou. Quando cheguei vovó estava em uma reunião, Joseph disse que iria avisa-la que chegamos, enquanto isso aproveitei para ver se tinha mais alguém esperando para falar com ela.

“Olá, o senhor vai conversar com minha avó também?” Perguntei me sentando do lado de um homem com cabelos negros e pele branca “Isso depende de quem for sua avó” ele sorriu, ele tinha covinhas. Eu rolei os olhos “Minha avó é a embaixadora, prazer sou Elena Prentiss” eu disse oferecendo minha mão para um aperto, nos últimos tempos vovó tem me ensinado a ter bons modos, ele me encarou por um tempo “Aaron Hotchner, e o prazer é meu” ele apertou minha mão, “Hotchner de Hotch?” eu perguntei a ele, ele assentiu ”Então você era o chefe da minha mãe?” ele me olhou curioso “Se você está falando de Emily Prentiss, então creio que sim”. Depois disso nossa conversa se seguiu tranquila, ele me disse que estava indo para o Oriente Médio para uma missão, eu disse a ele que já tinha visitado alguns países lá. Ele me perguntou minha idade e assim mantivemos uma conversa legal por um bom tempo, até minha avó sair de seu escritório. Tenho que admitir que ela ficou um pouco surpresa ao ver eu e Aaron ali “Agente Hotchner me desculpe o atraso” ela disse oferecendo sua mão para um aperto “Sem problemas embaixadora” ele disse apertando a mão dela “Foi bom que conheci a jovem Elena” eu sorri de lado, vovó me olhou “Lena, você não deveria estar fazendo dever de casa ao invés de ter saído?” eu tentei enrola-la “A culpa é do Joseph, ele que me chamou para tomar sorvete” vovó me encarou “Quando eu terminar minha conversa, quero aquele dever de casa pronto” eu rolei os olhos “Okay vovó, tchau Aaron” eu disse me despedindo “Tchau Elena”, e sai deixando os dois para conversar.

“Não acredito que está fechado” eu disse “se quiser podemos ir a outra sorveteria” Joseph me consolou. “Pode deixar, vamos voltar para casa, já está tarde” eu disse. Na verdade não estava muito a fim de tomar sorvete, desde que havia chegado na capital (sim eu estava de volta, vovó teve que vim resolver uns assuntos pendentes) eu estava um pouco melancólica. Estar de volta me fez lembrar da minha mãe, não dava para acreditar que já fazia sete meses que ela estava morta.

Escutei alguém bater na porta do meu quarto, porém não abri. Eu estava ocupada demais chorando, para pensar direito. Como ela pode? Ela mentiu para nós todo esse tempo. Eu mal pude acreditar, quando cheguei e vi mamãe parada ali. Eu fiquei assustada a ponto de não saber o que falar, e infelizmente acabei falando o que não deveria, mas o que eu poderia fazer? Em um momento eu estava órfã e no outro vejo minha mãe ali viva, na minha frente.

A porta foi aberta, mas não era mamãe. “Ela tem uma explicação” era vovó, “Mas ela mentiu” eu disse colocando a cabeça em seu colo, “para te proteger” ela passava as mãos pelos meus cabelos, “Eu sei que não deveria ter falado aquelas coisas vovó, mas ela devia ter me contado”. “Querida, as vezes fazemos coisas das quais não nos orgulhamos, mas para proteger quem amamos vale tudo. Perdoe sua mãe, ela só fez isso para te proteger”. “Eu sei vovó, só que eu pensei...” ela não me deixou continuar “Na vida Elena nem tudo sai como queremos”.

Ouvi o que vovó falou e fiz o que julguei ser o certo. Mamãe pode ter mentido para mim, porém foi para me proteger. Minha mãe pode não ser perfeita aos olhos dos outros, mas para mim ela é, pois eu a amo, aconteça o que acontecer.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram da narração dela? Achei que seria necessário ao menos um capitulo para entendermos como Lena se sente em relação a tudo isso.
Bjss.
P.S-> Desculpem qualquer erro ortográfico.



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