Não tivera tal oportunidade de se despedir devidamente dele. Na maioria das vezes, sentiu-se culpada por não ter percebido o que estava acontecendo há tanto tempo.

Ninguém, realmente, está preparado para receber esse tipo de notícia, tampouco lidar com o fato de não ter seu eterno companheiro ao seu lado. Queria viver uma vida inteira com ele, sem interrupções, sem quaisquer intenções de se aplicar em uma rotina.

A vida monótona nunca foi algo que Natsu gostasse, por isso decidiu fazer cada dia um dia especial. Nenhum era igual. Nenhum se repetia.

Cada experiência era única que somente ele conseguia proporcionar.

Ela parava para pensar no quanto tempo perdeu em coisas idiotas. Deveria tê-lo amado mais, deveria tê-lo surpreendido mais. Deveria ter feito o que eu queria fazer.

Queria ver mais um por do sol ao lado dele.

Lucy pegou a carta de cima da mesa, olhando fixamente para o objeto segurando cada lágrima que insistia em descer. A folha manchada de tinta preta era o menor dos problemas. As palavras eram vazias e jaziam há muito tempo naquele pedaço de papel de um caderno velho qualquer esperando para que alguém lesse. Poucas lágrimas caíam sobre o papel, borrando cada letra minúscula e rabiscada. Podia-se ver o sofrimento da maga.

Admitira, a letra dele era horrível.

Não tivera criado coragem suficiente para visitar seu túmulo, talvez um dia fosse para desejar sua presença constante novamente. Nas últimas palavras existia seu ponto fraco. Apertou levemente o papel sem conseguir ler outra coisa que não fosse:

"Eu te amo, Luce. Nunca se esqueça disso!"

— Idiota... É claro que nunca vou me esquecer.

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer.