O Festival da Lua escrita por SBFernanda


Capítulo 1
O Festival da Lua


Notas iniciais do capítulo

Espero realmente que gostem, apesar de eu não ser muito boa escrevendo no mundo ninja original, simplesmente amei escrever dessa família fofa. Simplesmente são perfeitos, não é? *-*

Enjoy!



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Capítulo Único

 O Festival da Lua

 

A vila de Konoha não parava, nem mesmo à noite, nos últimos dias. Todos os anos eram assim agora. As pessoas exalavam alegria, apesar de ainda carregarem o luto nessa época. Famílias shinobis preparavam-se ainda mais, fazendo o máximo para conseguir homenagear seus parentes falecidos na última Guerra.

Todos os anos era a mesma coisa. Desde a última Guerra, onde mais uma vez conseguiram sair vitoriosos, a vila de Konoha aderiu a mais uma tradição. Porém, a data sofreu uma mudança quando, após a ameaça de todo o mundo ser destruído, mais uma vez escaparam e saíram vencedores. O Festival da Lua, como agora era conhecido, era uma forma de relembrar e homenagear aqueles que tinham morrido na Guerra e aqueles que tinham conseguido salvar a lua e, consequentemente, o mundo.

Era uma noite inteira de festa, aproveitando a última lua cheia daquele mês, mas conforme os anos passavam, mais cedo começava o Festival, para que as famílias pudessem ficar mais tempo juntas, aproveitando aquele raro momento de folga coletiva. Os que tinham comércio escolhiam se preferiam colocar suas barracas ou aproveitar a festa como todos os demais. Raramente não decidiam pelas barraquinhas.

Os que mais aproveitavam, de fato, eram o shinobis. Mesmo que a Guerra tivesse acabado, o trabalho de um ninja nunca termina, nunca tem completa folga. Mas, naquele dia, eles eram incentivados a participar e homenagear seus falecidos parentes. Foi uma nova tradição aderida antes do novo Hokage assumir. E ele não imaginaria que um evento tão divertido como aquele pudesse dar tanta dor de cabeça.

Naruto amadurecera demasiadamente desde que assumira o seu tom sonhado posto de Hokage. Apesar de não mudar o seu jeito, ou, como dizia sua esposa, a sua essência, ele aprendera a ser sério nos momentos necessários. Extremamente sério, aliás. Mas ainda se sentia confuso em como algo tão simples poderia ser tão complicado.

Em sua sala, três kage bushins estavam atendendo diferentes pessoas, um deles parecendo um pouco desesperado, por isso, o Hokage original, que falava com Shikamaru no extremo da sala, o desfez e assumiu seu lugar.

— Sei que é muito complicado arrumar uma vaga assim de última hora, mas seria simplesmente perfeito para incentivar meu filho. O monte dos Hokages… Imagine quantas imagens lindas que poderiam ser desenhadas?! — Apenas com aquilo que Naruto entendeu porque o seu kage bushin estava tão desesperado. Ele havia negado para muitos o tal local, justamente porque não havia espaço para todos. Explicou aquilo calmamente à senhora que falava. — Ah, mas não é uma barraca, nem mesmo vai atrapalhar a visão, porém, é preciso da sua autorização para que ele possa cobrar pelos desenhos… Somos muito simples… — Neste momento, Naruto parou de prestar atenção e olhou para o monte com os rostos dos antigos Hokages e, agora, o seu ali. Suspirou, mirando seu pai e depois Kakashi. Mas se demorou naquele que mais aguentou suas travessuras e riu. A mulher o olhou, curiosa.

— Não vejo porque não. Apenas evite colocar coisas muito próximas ali, por favor… — ele pediu e um dos seus clones veios com a autorização assinada. Ideia de Shikamaru. A senhora agradeceu muitas vezes e saiu. O amigo, e conselheiro, logo veio ao seu lado. — Eu sei! Mas eu estava ficando sem saber o que fazer — disse antes que Shikamaru pudesse dizer algo.

— Muito complicado — foi tudo o que o amigo disse, se afastando e indo ver quantos mais tinham para atender, porque, como em todos os anos, nunca acabavam.

Nas ruas, a correria aumentava conforme o meio dia chegava. Barracas de todos os tipos eram montadas ao longo das vias, crianças corriam por ali e os ninjas que tinham ficado de folga auxiliavam os comerciantes que aceitavam sua ajuda. No cemitério Shinobi não estava muito diferente. Muitas famílias iam visitar, juntas, túmulos dos falecidos na Guerra e por lá ficavam por longos minutos, trocando flores velhas por novas e conversando.

Havia, porém, uma área reservada a uma família sempre importante para a vila: a Família Hyuuga, e como tal, eles possuíam um local especial para seus membros falecidos. Era ali que se encontravam uma mulher com cabelos azulados, com uma criança com cabelos curtos do mesmo tom no colo e outra, loira, no chão, olhando em volta.

Hinata sempre levava seus filhos para visitar seu primo. Himawari, no colo da mãe, estava um pouco triste, mas tinha um pequenino sorriso no rosto, pois gostava de visitar seu tio Neji. Boruto não gostava dali por outro motivo: ninguém mais ia ali. Ele ainda se sentia meio estranho com a família de sua mãe… todos eram iguais, ele não. Boruto era como seu pai, por isso ainda recebia olhares demais dos membros do Clã Hyuuga para e sentir confortável ali.

— Mamãe, eu quero ir embora — o menino reclamou, olhando para a mãe, que logo se abaixou com sua irmã no colo. — O tio Neji vê a gente sempre — ele disse baixo. Por mais que Boruto fosse extremamente imperativo como o pai, ele tinha um profundo respeito ao falar com sua mãe, que apesar de muito calma, não hesitava em lhe dar grandes broncas se preciso.

— Nós já vamos, filho. Vamos ficar só mais um pouco. Você não quer contar nada ao tio Neji? — Ela tinha o costume de ir lá, até mesmo antes das crianças, de falar como se o seu primo estivesse ali, mesmo que eles não tivessem tantas conversas assim quando ele estava vivo. Ela sabia que se tivessem chance, esse seria o momento.

— Bem… — O menino chutou uma pedrinha, sem graça. — Não com você e Himawari aqui — disse e deu um sorrisão, ainda sem graça. Hinata riu e, ainda com a menininha no colo, se afastou para que o filho ficasse a vontade. Boruto imediatamente se jogou sentado em frente à lápide de Neji e suspirou. — Isso é muito estranho — murmurou, olhando para os próprios pés —, mas se mamãe faz, não dever ser tão estranho assim. Sabe, hoje era pro papai estar com a gente. Sinto falta de quando o papai ficava com a gente. Ele só fica pra lá e pra cá… é chato isso. Ninguém entende o que faço, nem ele nem a mamãe, mas quero mostrar que nem tudo que ele faz está perfeito, sabe? — Abriu um sorriso maroto naquele instante, mas logo suspirou. — Mas eu queria que hoje, só hoje, ele não fosse apenas o Hokage da vila. Mamãe também sente falta… Só a Himawari que não, mas ela não entende, né, tio? Não como a gente, pelo menos... — Nesse instante ele viu a mãe já bem perto e aumentou o tom de voz: — Por isso, vou treinar muito, me formar na academia, vou lutar muito e vou ganhar do papai, Dattebasa!

Hinata riu ao ouvir o filho e novamente se abaixou, sentando a pequena Himawari em seu colo.

— Oh, então teremos que treinar muito juntos, filho. Afinal, seu pai é o mais forte de todos, não é, Himawari? — A menininha, ao ouvir isso, esticou os bracinhos e gritou um “yeah” que fez tanto a mãe quanto o irmão rirem. — Você não quer deixar esse girassol para o tio Neji? Ele ama girassol. — Assim, colocou a pequenininha no chão, que, agora bem mais firme, caminhava até o lado do túmulo que tinha um simples jarro, deixando o girassol ali e voltando para a mãe.

— Mamãe, ninguém será mais forte do que eu. Nem o papai. Não é, Himawari? — Novamente a irmã concordou animada, mas depois pareceu parar para pensar. — Não, não pense nisso, Hima. — Todos riram, inclusive a menininha. — Vamos agora, mamãe?

— Sim, temos de passar no escritório do seu pai antes de irmos para casa. - Imediatamente viu que o filho se desagradou com aquilo. Hinata sabia exatamente o motivo, mas não havia muito a ser feito. Apenas Naruto poderia entender e conversar com o filho sobre aquilo e, talvez, como tal, Boruto só viesse a entender quando fosse mais velho.

— Vamos ver quem chega ao portão dos Hyuuga primeiro, Hima? — Como sempre, ele se recuperava muito rápido. Antes que Hinata pudesse dizer que não era para ele fazer a mais nova correr a toa, pois ela ainda caía com facilidade por ali, o filho soltava um grito e Himawari saía correndo atrás dele. Não havia jeito, eles eram filhos de Naruto afinal de contas.

— Naruto? — Apenas a cabeça de Shikamaru estava para dentro da sala e o Hokage estava enrolado no meio dos papeis que não tinha ideia de onde tinham surgido. — Uma visita especial… — o loiro se perguntou o que ele quisera dizer com aquilo quando um raio pequeno e loiro entrou correndo e gritando por sua sala.

— Se prepare! — Foi o que ele ouviu, antes de rir de seu filho, como sempre, tentando lhe pegar de “surpresa”. Assim que Boruto pulou, indo em direção à mesa, ele fez um Kage Bushin, que segurou o filho no ar.

— Ahá, você precisará ser melhor que isso. — Não era sempre que Naruto retribuía a brincadeira daquela forma. Muitas vezes simplesmente dizia que Boruto não podia espalhar os papeis daquela forma, porque aquilo atrasava. — Primeira regra: Não grite que está chegando, Dattebayo! — No mesmo instante, o pequeno fechou a cara e cruzou os braços, ainda suspenso pelo clone do pai.

Hinata entrou em seguida, segurando a mão de Himawari, que correu na direção de Naruto assim que o viu. Um sorriso surgiu nos lábios do Hokage, que abraçou e pegou a filha no colo. A pequena, sempre carinhosa, colocou a mão no rosto dele e só depois depositou um leve beijo em seu nariz, como sempre. Ele amava a delicadeza de Himawari e se não fossem os olhos, a pequena seria idêntica à mãe. Que era quem caminhava em direção a ele.

Naruto nunca se acostumava ao efeito de Hinata nele. Desde aquele momento em que notara seus sentimentos pela Hyuuga, toda vez que encontrava os olhos dela, era como se seu chakra criasse vida e dançasse dentro de si. Ele sorriu quando a esposa fez quase o mesmo que a filha, apoiando a mão em seu rosto, só que o leve beijo foi em seus lábios.

— AH QUE NOJO! — gritou Boruto, que agora começou a se debater para que o kage bushin o soltasse. — Parem com isso! HIMA, FECHE OS OLHOS! — Como sempre, a pequena fazia o que o irmão mandave. Para ela, ele era seu herói.

Hinata riu e Naruto também, desfazendo o clone e, assim, soltando o filho.

— E a que devo essa visita surpresa? — Olhou para cada um dos filhos e a mulher, que imediatamente pareceu sem graça. Hinata nunca mudava. Apesar de ser uma grande mulher e esposa, ela ainda mantinha seus traços, principalmente a timidez, que aparecia em momentos imprevisíveis.

— Bem… vim saber se vai estar conosco para… o início da festa. Para o Festival. Se quer que o esperemos.

Aquilo o desanimou. Ele odiava desiludir sua família e percebia que Boruto ficara interessado em sua resposta. Suspirou, passando a mão pelo rosto.

— Desculpe, eu não sei quando vou ficar livre. Preciso fazer a abertura e as homenagens e algumas pessoas ainda estão  vindo para pedir lugar…

— Ah, mamãe, vamos embora. Temos muito que nos divertir. — Boruto o cortou antes que ele terminasse de falar. Hinata olhou para o filho com certo pesar. Ela entendia aquilo e para frisar isso, acenou afirmando e olhou para Naruto.

— Bolt, me espera lá fora com Himawari, tá bem? Pergunte ao Shikamaru se ele vai com Temari e as crianças — dizendo isso, pegou a pequena do colo do marido e a colocou no chão. Imediatamente ela correu para o lado do irmão, que nem mesmo olhou para trás ao sair. Porém, ambos puderam ouvir Boruto sussurrando para a irmã:

— Não liga, a gente sabe se divertir sem ele, não é? — E então sairam.

Aquilo pegou Naruto desprevenido. Estava acostumado com Boruto aprontando pela vila, querendo sua atenção, como a esposa sempre dizia. Aprontando coisas que ele fazia, como Kakashi gostava de lembrá-lo. Mas aquilo o abalou. Ele não esperava que seu filho fosse dizer aquilo com tanta indiferença. Olhou para Hinata, que o analisava.

— Estou fazendo algo errado, não é? — Uma das coisas que o fazia se apaixonar ainda mais por ela, era que sua esposa falava o que ele tinha de ouvir, mas sempre sabendo consolá-lo.

— Ele não sabe te dividir — ela disse com um sorriso. — Mas não é culpa dele, Naruto. Você sabe… Nós sabemos que toda a vila é sua família — e dizendo isso ela olhou para o monte dos Hokages. — Foram inúmeras as vezes que olhei pra lá e vi seu rosto, antes mesmo de você ter a chance de ver. E sei que esse posto vem com sacrifícios. Boruto se sente orgulhoso por isso tanto quanto eu, eu sei disso. Mas…

— Mas ele quer um pai — completou o que a esposa iria dizer e ganhou um sorriso de aprovação. — Se eu pudesse, estaria mais presente para ele, para Himawari… para você — ele sussurrou a última parte. Como resposta ganhou um afago no rosto. — Eu amo esta vila. Eu sei exatamente o que meu pai sentia… Ele queria me proteger, como quero a cada um de vocês, mas ele não podia proteger apenas a mim. Eu quero dar atenção e dar o melhor para vocês, mas preciso fazer isso com a vila também.

— Naruto… — Ela sorriu quando ele a olhou. — Estamos em um raro momento de paz. Você possui conselheiro e muitas outras pessoas para o auxiliar. — Quando o loiro abriu a boca para contestar, Hinata colocou um dedo sobre seus lábios. — Eu falei com Shikamaru, ele disse que você ainda pode se dar a esse luxo, que até Tsunade se dava. — Aquilo pareceu ser novidade para o Uzumaki. — O que quero dizer… bem, é que deveria ver suas opções. Ninguém deixará de chamá-lo se você for extremamente necessário, afinal, você é o Hokage.

Ambos ficaram em silêncio por algum tempo. Hinata apenas olhou para a pilha de papeis de Naruto e suspirou. Estava tirando um precioso tempo ali. Ele notou e então negou com a cabeça. Em seu olhar havia uma súplica, talvez um pedido de ajuda.

— Hoje você tem seu dever como Hokage. Não pode fugir disso — ela falou decidida, calma e gentil, como sempre. — Mas não precisarão de você como Hokage a noite inteira. Você também é “o Grande Naruto”, salvou a Lua. — Ela sorriu, lembrando-se de como o chamavam depois do ocorrido. — E sua família estará na festa — dizendo isso, ela se inclinou para dar mais um leve beijo nos lábios do loiro, que não a deixou se afastar. Ao invés disso ele colocou a mão em sua nuca, aprofundando o beijo dos dois. A mão subiu para o coque bem feito de Hinata e o soltou. Não havia mais aquele longo cabelo, agora era apenas até os ombros, mas ele amava deixar seus dedos entrelaçados ali enquanto a beijava.

— Obrigado — ele sussurrou antes de, enfim, deixar que ela se afastar, com um pequeno sorriso. — Como sempre, você é perfeita pra mim.

Aquilo sempre deixava Hinata sem graça, ele nunca se cansava e era grato, porque ela dissera o que ele precisava para ser alguém melhor. Se despediram com alguns sussurros e novamente Naruto estava sozinho naquela sala. Novamente encarava o monte dos Hokages, o rosto de seu pai. Decisões difíceis precisavam ser tomadas. Um ninja precisava saber sofrer. Tudo isso ele já aprendera. Agora, com sua esposa, ele aprendera uma coisa nova.

Após um longo tempo arrumando os filhos e se arrumando — porque era sempre uma correria sem tamanho na casa dos Uzumaki com aquelas duas crianças — , enfim eles tinham ido para o Festival, onde o Hokage deu a abertura e sumiu. Hinata tivera a esperança de que ele iria descer em direção a eles, mas isso não aconteceu e percebeu que mais uma vez seu primogênito se chateara.

Mesmo sabendo que em breve Boruto iria querer se juntar aos amigos, ela o convenceu a ficar um pouco com ela e com Himawari, jogando e competindo. Mais um forte traço que seu filho herdara do pai fora ser tão competitivo. Acabara sendo extremamente divertido, ainda mais que ela tinha que levar Himawari e o mais velho ficava com pena de sempre ganhar da mais nova. Uma vez até dera seu prêmio a ela. Por isso e muito mais, a pequena era apaixonada pelo irmão, o fazendo seu herói.

Mas, como sempre, o Hokage fazia a homenagem aos falecidos e aos heróis da guerra, algo que Boruto foi assistir com uma cara emburrada, mas ainda ao lado da mãe. Um longo discurso, sempre típico de Naruto, agradecer aos pais e a cada um que tinham dado suas vidas por todos eles, por cada ensinamento. Um agradecimento por aqueles que, ao lado dele, tinham lutado para manter a lua inteira (e aí eles riram, olhando para a lua). Mas um atípico silêncio perdurou por alguns segundos.

— A grande maioria aqui sabe que quando eu era mais novo, na idade do meu filho, Boruto... — Naquele momento o menino sobressaltou-se por ser citado. — Eu aprontava muito. Creio que muitos quando veem o rosto dos antigos Hokages pintados pensam que eu voltei a aprontar. — Risadas e mais risadas e um Boruto bem surpreso. — Fui aprendendo muitas coisas conforme cresci, mas nunca deixei de gritar, não é mesmo? — Os mais velhos continuaram a rir e afirmar. — Bolt me ensinou algo sem ao menos saber… — Um suspiro. Naruto tirou o chapéu de Hokage, deixando cair, permanecendo apenas com a capa. — Minha esposa foi quem me fez abrir os olhos para esse ensinamento. Um dia, aprendi com meu pai, que ser Hokage é amar a vila como seu família e eu amo. Aprendi também com ele e com Jiraya-sensei e por mim mesmo que ser um bom ninja, forte, é saber sofrer e tentei ensinar isso ao meu filho. Mas aprendi com ele e com minha esposa que quando não se mostra isso ao seu filho, ele nunca terá o exemplo. Estamos em paz. Mesmo que as coisas nunca parem, eu posso me dar ao luxo de ensinar o meu garoto a lutar e ser um ninja forte e ainda assim não deixar de cuidar da minha grande família, que são vocês.

Hinata sorriu ao ouvir aquilo. Ele tinha entendido então. Talvez até falado com Shikamaru sobre aquilo. Boturo parecia completamente preso no discurso de seu pai pela primeira vez e olhando bem para o filho, percebeu que ele estava meio emocionado.

— Devem estar se perguntando o motivo de eu estar compartilhando isso com vocês. Bem, isso é o dever de um Hokage, passar um ensinamento de vez em quando. E o que eu aprendi hoje é que não há nada mais importante do que mostrar a nossa família que eles são importantes e que não os esquecemos, nem mesmo quando temos de estar distantes. Vocês não devem ter dúvidas de que são minha família também. A um pedido, eu ajudarei no que puder. Mas a você, Boruto… você é exatamente como eu. E eu não hesitarei em fazer todo o possível para que seja muito mais forte do que eu, Dattebayo! — E um grande sorriso surgiu nos lábios do Hokage, que chamou o filho com um aceno.

As pernas do menino estavam bambas, ele nunca esperaria aquilo do pai na frente de toda a vila, mas gostou. Sem dúvidas ele gostou. Hinata deu a mão ao filho e o levou até a subida para o palco improvisado onde Naruto estava e o loiro puxou o filho para suas costas, esticando a mão para que o mesmo batesse ali, e assim o fez.

— Vamos nos divertir! — soltou alto, gritando, como nos velhos tempos e como um raio ele desceu do palco em direção a Hinata, com quem selou os lábios com um sorriso nos lábios.

— ECAA! — gritaram Boruto e Himawari. Hinata e Naruto riram ao ouvir isso e ele virou-se, pegando a mão da esposa, seguindo na direção de uma das barracas.

— Onde vamos? — perguntou Hinata, que estava com a pequena Himawari no colo.

­— Registrar o dia de hoje. Em família. — ele disse, parando em frente a uma cabine intitulada “fotos”. Era pequena, mas conseguiram colocar as crianças em pé e Hinata atrás, Naruto ficou atrás deles e disse apenas: — Careta de língua! — Todos colocaram a língua pra fora, Himawari imitando Boruto que ainda segurava as laterais da boca.

Em seguida eles riram, juntando os rostos um ao lado do outro para outra foto. Depois com Naruto segurando Bolt, como antes, e Hinata, Himawari. Na última foto, Naruto beijou a esposa e como sempre as crianças gritaram:

— ECAAAA! — Aquele, talvez, fosse enfim um novo começo para a feliz família Uzumaki, mas, muito mais importante que isso, é que aquele dia eles estavam juntos, se divertindo e marcando para sempre suas vidas. Boruto não podia estar mais feliz, por isso, quando olhou pra lua enquanto corria atrás de seu pai, ele sorriu e sussurrou:

— Talvez você tenha me dado mesmo uma força com Kami, né, tio Neji? — Apenas para completar alto: ­— VOCÊ NÃO VAI ME ESCAPAR, HOKAGE! — Arrancando risadas de todos, principalmente sua pequena irmãzinha.


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