Já estava de tarde e as coisas na base da resistência permaneciam paradas. Quase ninguém estava treinando. Para ser sincera a maioria tinha a localização desconhecida e só ía para lá as vezes. Deixando a base mais deserta ainda.

Gabriela, era uma ótima líder, porém muito preguiçosa. Então passava a maior parte de seu dia em sua cabana. Mas resolver treinar mais, pois anteriormente seu treino foi interrompido por Alexandre.

– Lex! – Ela fala batendo na porta da cabana do mesmo.

– O que foi? – Ele fala abrindo a porta.

– Quer treinar?- A morena fala mostrando seu arco e flecha.

– Não!

– Eu não ligo para o que você diz, ok? Então nós vamos treinar!

– ...

– Tá esperando o quê?

– Você é uma...

– Linda? Gostosa? Gata? Perfeita? A mulher dos seus sonhos?

– Não! Eu ía te xingar, mas deixa quieto!- Ele pega suas duas pistolas de calibre 9 milímetros.

Eles caminharam até o campo de treinamento. O campo não era nada mais e nada menos que uma clareira, com uma cabana no fundo. Nessa cabana se guardava algumas armas e uns alvos. Como não tinham muitos alvos eles as vezes usavam garrafas de vidro ou coisa do tipo.

Quando chegaram lá já haviam alguns alvos e algumas garrafas ambos posicionados. Então começaram a treinar.

Lex atirava com precisão nas garrafas, não errava uma. Ele atirava com suas duas pistolas de uma só vez, acho que queria mostrar do que era capaz. Mas Gabi também mostrava sua capacidade. A jovem segurava seu arco com firmeza, mirava no alvo e atirava flecha por flecha e não errava uma sequer.

O treinamento deles começou a chamar atenção. Afinal, que não queria ver a líder e o vice-líder em seu rigoroso treinamento? A base começou a ficar movimentada.

– Bando de idiotas! – Gabriela para de atirar.- Vão treinar agora! Deixem de ser uns merdas, povo!!!

– Sim, líder! – Todos que à pouco tempo só treinavam responderam e começaram a treinar.

– Tá com moral, hein?- Alexandre comenta.

– Eu sempre tive, gato!

Eles passaram em media de meia hora treinando. Até que eles deram uma pausa e começaram a andar pela base. Acho que queriam se certificar que tudo estava bem.

– Nina, você não vai treinar hoje? – Gabriela pergunta a amiga.

– Não...

– Você quem sabe, gata.- Lex fala.

Alexandre e Gabriela continuam a caminhar até pararem e sentarem em um tronco de árvore caído.

– Lex...

– O que é?

– Os Enjerus não nos atacam faz tempo!

– Gabi, eles atacaram a Nina hoje.

– Eu estou falando de um ataque grande. Algo nocivo!

– É...

– Ótimo assim eu tenho mais tempo livre! Vamos jogar cartas?

– Garota, você vive no mundo da lua, né?

– Não! Eu moro aqui.

– Lesada! – Ele se levanta.

– ... Ah! Agora eu entendi! “Vem viajar nessa cauda de cometa pela via láctea...” – Ela começa a cantar.

Flashback - ON

(3 anos atrás)

Alexandre vagava pelas ruas do vilarejo. A cada passo que ele dava as pessoas o observavam com medo e desdém. Até que um homem tomou uma atitude. Ele pegou uma arma e ameaçou Lex. E tudo isso por um motivo obvio: adquirir o dinheiro de sua “pequena” recompensa.

Alexandre tentou usar seus poderes para se defender. Mas só havia um problema os poderes dos Akumas só se ativam quando os mesmos estão com raiva. E como seu sentimento era medo...

Por sorte ele conseguiu abrigo na floresta.

[...]

Flashback – OFF

Voltando ao tempo presente...

– Hey, Gabi! – Anely grita chamando a atenção de todos.

– Oi... O que você está fazendo aqui? Veio treinar?

– Há novos membros na equipe dos Enjerus!

– Da próxima vez responde em vez de me matar!

– “Viva a vossa líder!” – Anely ironiza.

– Minha filha, a hora de ironia foi ás 15:15. Pare de ser ultrapassada!

Enquanto duas das Akumas perdiam seu tempo com ironia, os Enjerus se preocupavam com coisas verdadeiramente importantes.

Eric e os outros Enjerus davam as “boas vindas” aos novos recrutas das forças governamentais.

O líder dos Enjerus conhecia (reclamava) os novos recrutas de sua equipe.

– Em posição!

– Sim, senhor! – Todos os recrutas respondem.

Eric evita contato com tais novos membros. Pouco tempo depois ele se retira do ambiente e se dirige ao dormitório. O mesmo é barrado ainda no corredor.

– Eric! - Miriam grita chamando a atenção de todos que estavam relativamente perto.

– O que foi, hein, Miriam?

– Onde você pensa que vai?

– Para o meu quarto!

– Mas precisamos dar as boas vindas aos...

– Dê boas vindas por mim! – Ele sai andando.

– Eric, não precisamos dizimar os Akumas!

– Por que diz isso! – Ele para de andar e se vira, ficando de frente para a jovem arroxeada.

– Podemos viver em paz... Eu não sei porque disse isso.

– Mary, você continua sendo um estorvo para nós, sabia? Se não está satisfeita pode sair da equipe.

– Eu já disse! Eu não queria dizer isso, nem sei porque disse.

– Tem gente que acha que tem direito de pensar, mas não tem!

– Estaria se referindo a mim, não é?

– Obviamente! Se o nosso tio soubesse...

– “Nosso tio”? Eu não penso mais nele assim. Para mim ele é só o prefeito, ou seja, nada que tenha haver comigo! – Miriam sai irritada.

Ignorando a conversa que acabara de ter o moreno volta a caminhar em direção ao seu quarto.

Os quartos eram simples. Paredes brancas, um beliche e um armário. Era apenas isso o quarto, sendo todos iguais sem exceção alguma.

– Charlie, o que faz aqui? – Eric pergunta ao seu colega de quarto, que estava deitado.

– Não tive vontade de ir.

– Te entendo! Agora, então...

– Eu escutei a sua conversa com a Miriam. Eu sei que ela está errada, mas você deveria tentar escutar sua prima.

– Eu sei, né?

Flashback – ON

[...]

Alexandre pensava estar sozinho na floresta, mas ele só PENSAVA.

– Você foi burro! – Ele escuta uma voz fina.

– “Burro”? – Ele fala enquanto procurava a dona de tal voz.

– Foi o que eu disse! Se ficar aqui parado vai acabar sendo pego. – Ele avista uma garota que falava excessivamente. Era uma menina morena, na verdade ela era uma criança muito fofa.

– O que você quer, piveta?

– Eu não sou piveta! Eu tenho 13 anos, ok?

– Que seja! – Ele começa a adentrar mais na floresta.

– Vai aonde?

– Não sei.

– Espera! – Ele para de andar.

– ...

– Eu sou igual à você. Não precisa ter medo!

– “Igual”?

– Você é um Akuma, bobo!

– Você é?

– Com orgulho e recompensa! - A mesma cai na gargalhada com seu trocadilho besta e sem nenhuma graça.

– Garota, qual é a sua?

– Eu? Nada de mais... Só quero te fazer um convite!

– Convite para o quê?

– Para minha resistência. Ela é tipo uma força contra o governo.

– E por que você está me convidando?

– Eu preciso de ajuda! Ninguém quer proteger os Akumas.

– Tá!

– Hum? O que foi? Eu estava viajando na maionese, nem prestei atenção.

– Eu aceito o seu convite!

– Eba!!! – Ela abraça Alexandre.

– Calma!

– Nós vamos ser invencíveis!

– Quantos tem na sua equipe?

– Só eu e você. Qual é o seu nome, hein, ajudante?

– Alexandre. E nunca mais me chame assim.

– Certo! Eu sou a Gabriela, mas pode me chamar de Gabi!!!

Flashback – OFF

(esse é o Luke)