Diamond: A história de uma loba escrita por meriesha


Capítulo 31
Perdão


Notas iniciais do capítulo

Hellou!~
Eu terminei esse capítulo ontem a noite, mas já era quase meia-noite, enton deixei pra postar hoje mesmo, assim eu poderia dar uma revisadinha ;w;
Eu sei que eu ando demorando muito pra atualizar a fic, e eu sinto muito mesmo por isso, mas eu ando cheia de problemas os quais prefiro manter pra mim. Minha vida está uma bagunça das mais desorganizadas e eu não sei o que fazer.
A fic não vai entrar em hiatus ou coisa do gênero, e eu vou continuar tentando fazer minhas atualizações semanais. Só achei que vocês mereciam uma explicação decente ♥

Aproveitem o cap!
[quebra no tempo grande vindo por aí sz]


[capítulo revisado e editado em 18/02/2018]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/590331/chapter/31

Diamond

6 meses depois

 

A vida no território permanecia a mesma: papai, mamãe, Mike e às vezes Midnight caçando e Nix, Midnight e eu vigiando as redondezas, apesar de que eu sinto que o trabalho duro só fica para elas, como a vez em uma loba dispersa apareceu por aqui e elas a espantaram sozinhas. A única diferença é que os olhares cheios de pena de todos ao meu redor diminuíram em grande escala.

Eu me sinto um pouco melhor. Sorrio mais e não tenho mais sonhos ruins com Radius. Costumo sonhar com ele, mas são como boas lembranças circundando minha mente, e isso me faz acordar de uma forma ótima. Aos poucos, toda aquela dor se transforma em boas memórias. É claro, uma pitada de tristeza ainda permanece, mas estou em condições bem melhores do que na primeira semana. Sinto que os sentimentos ruins do luto se foram.

Ah, a primeira semana. Foi horrível. Eu realmente pensei que fosse morrer. Eu pensei em morrer.

No primeiro dia, eu voltei para casa após ter dormido na floresta. Mamãe havia me dito muitas coisas sobre perdão, mas eu definitivamente não estava com humor para distribuir piedade por aí. Quando cheguei, apenas meus irmãos estavam na caverna, e todos possuíam a mesma expressão: choque e compaixão. Sim, até mesmo Midnight. Foi bizarro e acolhedor ao mesmo tempo. Os três me abraçaram um a um e disseram palavras de consolo, menos Mid, que apenas ganiu e permitiu que eu a encarasse até o fundo de seus olhos. Era como se eu a entendesse um pouco mais graças a esse pequeno gesto. Mike não se desgrudou de mim o dia inteiro.

No segundo dia, todos iam sair para caçar uma rena enorme que papai havia avistado. Ele disse que precisava de toda a ajuda possível, mas também ordenou que um lobo ficasse na caverna para me fornecer companhia. Mike, obviamente, foi o primeiro a se prontificar. Nix afirmou que caso eu quisesse, ela ficaria. O estranho foi Midnight se oferecer também. E mais estranho ainda foi eu aceitar. Por alguma razão da natureza, de todos, ela era a loba com a qual eu me sentia mais confortável. Talvez porque ela não me olhava de forma piedosa o tempo todo, ou talvez porque não ficasse falando e simplesmente me deixava pensar, como se eu estivesse sozinha. No fundo, acho que ela sabia que eu ia preferir sua companhia, e por isso se ofereceu. Ela sabia o que estava fazendo, e isso me deu um pequeno brilho de esperança. Talvez nossa relação pudesse ser consertada, afinal.

No terceiro dia, eu tive um sonho horrível. Era como se eu estivesse presenciando a cena da morte de Radius, e eu não podia fazer nada para impedi-la. Era como se eu estivesse presa à terra. Eu gritava a plenos pulmões, mas ninguém parecia me ouvir. Acordei com todos a minha volta, com olhares de preocupação estampados em suas caras. Mamãe disse que eu estava berrando. Consegui dormir após Mike se aconchegar comigo.

No quarto e quinto dias, eu não queria dizer nada, nem comer. Só queria ficar calada e morrer de forma lenta. Parecia que minha mente estava processando todos os acontecimentos recentes o tempo todo, e só naquele momento as coisas estavam começando a ter sentido. Enquanto todos tentavam me fazer falar a qualquer custo, Midnight era a única que não se importava tanto. Ou fingia não se importar, não sei. Só sei que ao encará-la, ganhei um impulso e apenas disse que estava tudo bem. Em alguma hora, ficamos sozinhas, e ela me disse para não tentar fazer nada estúpido, o que era claramente o que eu ia tentar fazer. Agradeci-a mentalmente depois.

No sexto dia, eu saí da caverna e cacei uma lebre. Todos me olharam estupefatos, como se eu fosse uma filhote aprendendo a caçar. Eu disse que queria ir a floresta e Mike me acompanhou até lá. Mesmo não estando na floresta das violetas, ele achou uma dessas flores arroxeadas e pôs na minha orelha. Eu senti uma espécie de dèjá-vu e corri de volta para a caverna, onde imergi em meus pensamentos e dormi. Tive pesadelos com Radius novamente, mas depois consegui cair no sono. Imaginei que Mike havia me acolhido mais uma vez, porém, ao abrir os olhos, vi os pelos negros de meu pai, que dormia intranquilamente. Imaginei se ele também tinha esses sonhos terríveis.

No sétimo dia, eu me senti mais leve pela primeira vez. Eu sabia que as coisas estavam péssimas, mas parecia que o lado otimista do meu cérebro queria trabalhar, me enviando todos os tipos de pensamentos positivos possíveis. Eu passei a tarde relembrando de momentos engraçados que tive com Radius, como a vez que estava chovendo e nós escorregávamos pela floresta, batendo nas árvores. Meu pelo ficou totalmente sujo, mas valeu a pena. Mamãe parecia mais contente naquele dia, e eu a perguntei o porquê. Ela me respondeu que era porque eu estava sorrindo.

Admito que houve dias em que eu me recusava a aceitar o fato de que Radius havia mesmo morrido. Algo em mim simplesmente me dizia para ir procurá-lo na floresta, e talvez eu tenha feito isso uma ou duas vezes. Mas enfim minha mente se “adaptou” a essa ideia.

— Não, Tex. pude ouvir a voz grave de meu pai entre algumas árvores próximas a nosso território. Eu estava apenas perambulando por aí, perdida em pensamentos e lembranças, algo normal hoje em dia. Não esperava encontrar com ele. Claro que fiquei curiosa e permaneci para ouvir o resto da conversa.

— Você ao menos tentou falar com ela sobre isso? Tex perguntou. Já se passou um bom tempo.

Então escutei um rosnado. Imaginei que pertencesse a meu pai.

— Tenha um pouco de compaixão! Eu nem sei como pude sequer cogitar essa ideia no passado, mas agora minha resposta é não. E pronto.

— Shadow...

— Não! Ela não vai se casar com alguém que não ama, mas que inferno!

O quê?

Resolvi me aproximar mais e observá-los. Eu não compreendia o que estava acontecendo.

— Diamond e Loki sempre foram muito unidos. Tex continuou. Eu estava enojada com a situação. Não que eu não gostasse de Loki, claro que não. Mas... me casar com ele? E após tudo isso? Eu precisava de respostas.

— Mas ela não o ama! E você sabe que ele também não é muito a favor dessa ideia.

Algo em mim reagia toda vez que meu pai me defendia. Era bom ver que ele parecia ter finalmente entendido meus sentimentos. Um tanto tarde demais, talvez. Mas ainda assim.

— Se você ao menos falasse com ela...

— Não! Mas que inferno, Tex, não! meu pai elevou o tom de voz. Eu estava começando a ficar um pouco assustada. Espero que a discussão termine de forma pacífica. Não irei falar sobre casamento com Diamond, especialmente quando isso não envolve o lobo que ela já amou um dia.

Silêncio. Até o vento parecia ter parado de balançar as folhas das árvores. A floresta estava estranhamente quieta.

— Escute, Tex. Você é um grande amigo meu, quase como um irmão para minha companheira, e eu entendo que esteja tentando unir nossas duas alcateias pelo meio mais tradicional, pois mesmo que sejam relativamente pequenas, ainda assim, possuem uma boa quantidade de membros jovens. E sim, eu compreendo que juntar Diamond e Loki seria, uhm, ótimo, visto que os dois possuem incríveis habilidades de alfas. Mas eu já cometi erros muito grandes com Diamond. Erros inadmissíveis e, provavelmente, imperdoáveis. Então não quero cometer mais um. Eu sei que você só quer que eu converse com ela, porém eu também sei que isso desencadeará um turbilhão de sentimentos nela, sentimentos os quais ela está conseguindo controlar depois de muito tempo. Então, não. Não haverá casamento nenhum. Deixe os dois lobos livres para decidirem com quem irão se casar e ponto.

Depois de ouvir tudo aquilo, eu só queria chorar. Eu estava tão feliz. Meu pai tinha entendido tudo, finalmente. Mas eu não conseguiria sair dali sem fazer barulhos, então minha única alternativa era segurar as lágrimas e permanecer escondida. Graças à Deusa eles ainda não sentiram meu odor.

— Tudo bem. Tex respirou fundo. Eu entendo, Shadow. Tudo bem.

— Sem ressentimentos? meu pai suspirou.

— Sem ressentimentos.

Os dois trocaram cumprimentos e Tex partiu para o sul. Meu pai, no entanto, sentou-se e olhou ao seu redor.

— Eu sei que você está aqui, Diamond. sua voz estava quebradiça.

Droga.

Saí envergonhadamente de meu esconderijo e fui em sua direção.

— Eu não vim te espionar. expliquei. Estava andando por aí e ouvi você.

— Mas você não foi embora e ficou escutando a conversa toda. ele arqueou uma sobrancelha.

— Talvez.

Papai soltou uma lufada de ar, mas pude ver um pequeno sorriso em seu focinho.

— O que aconteceu aqui? perguntei.

— Quando chegamos aqui, Tex comentou comigo que possuía planos de juntar você e Loki futuramente. No começo, admito que achei a ideia interessante, pois vocês seriam bons alfas, mas não cheguei a comentar nada com você pois ainda não sabia o que você iria achar da ideia, além do que estava lhe dando um tempo para que você, por obra do destino, se apaixonasse por ele, talvez.

Ele deu uma pausa.

— Porém, não foi o que aconteceu. Sua mãe sempre me disse para deixar essa ideia de lado, pois você não parecia gostar mesmo de Loki, e isso não seria justo. Eu estava confuso, mas, claro, sua mãe estava certa. Então toda essa série de acontecimentos trágicos aconteceu, e ver seu estado me fez notar melhor o que se passa no seu interior. Tex vem me pressionando para que eu converse com você sobre o assunto, mas eu sabia que você acharia a ideia mais do que terrível. Angustiante. Desrespeitosa. E uma série de outros adjetivos que sua mãe provavelmente também acharia.

Eu realmente penso dessa forma. Não consigo imaginar um casamento entre mim e Loki acontecendo. Sacudi a cabeça em negação.

— E é isso. ele terminou.

Sem ter muito o que fazer, abracei-o. Notei que ele ficou levemente surpreso pela súbita ação.

— Acho que eu perdoo você. revelei. Depois de ouvir suas palavras, sinto que você realmente me entende melhor. Sinto que você se tornou melhor.

Ele me abraçou mais forte, e senti algo gelado percorrer minha nuca. E de novo. Ao sairmos de nosso abraço, percebi que eram lágrimas.

— Obrigado, minha filha.

— É claro, as coisas nunca mais vão voltar a ser como antes. eu disse.

— Eu sei, eu sei. ele suspirou. Muito obrigado, Diamond.

Algo em meu pai parecia diferente, além do seu largo sorriso e suas lágrimas, coisas difíceis de se ver. Algo em seu interior, em sua aura. Assim como algo em mim também.

— Vamos para casa? ele chamou e eu assenti.

Mamãe, como sempre, devia estar certa. O perdão realmente liberta as pessoas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

EU NÃO AGUENTO MAIS A DIAMOND DEPRESSIVA AAAAAAAAAAAAAAAAA
Ela perdoou o Shadow SIM
e FIM
não me odeiem
ela ficou 6 meses com ódio no kokoro

okayokayokay
Sim, a Diamond estava pensando em suicídio, mas eu deixei nas entrelinhas.
pesado? talvez não sei ;-;
E antes que venham "nyansuansau vai se matar por causa de macho mimimimimiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii"
para

para

imagine Diamond como um cisne; um animal monogâmico.
cisnes só tem um parceiro em toda a vida, e caso/quando ele morre, eles podem morrer de tristeza.

um beijo e um queijo
até o próximo capítulo ♥