Diamond: A história de uma loba escrita por meriesha


Capítulo 30
Tudo ficará bem


Notas iniciais do capítulo

Oii~
Primeiramente, WOWWWWWW, MUITO OBRIGADA PELAS 4000+ VIEWS *-* gente, isso é muita coisa
Significa muito mesmo pra mim, não tenho como agradecer ;3;

Apenas queria dizer que foi bem difícil escrever esse capítulo. Eu estava com um bloqueio ENOOOOOOOORME, e foi complicado fazê-lo "passar". Ainda assim, não ficou da maneira que eu imaginei. ç-ç
Escrever esse arco que engloba a "morte" e fuga de Radius + luto da Diamond + Diamond após Radius está sendo bem desafiador para mim, não que isso seja de todo ruim, é apenas uma experiência de escrita nova a qual eu não estou acostumada ^-^
Enfim aproveitem o capítulo! ♥


[capítulo revisado e editado em 18/02/2018]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/590331/chapter/30

Julie

 

Eu não sabia o que pensar. Tudo o que eu sentia era um misto de decepção, choque e tristeza. Shadow havia se tornado o que sempre abominou: um assassino daqueles de sua própria espécie. Apesar de sempre lutar para proteger nossa família, ele só matou um lobo em toda a sua vida, que tentara atacar nossos filhos, quando ainda eram pequenos filhotes. Bem, agora ele matou dois lobos. E isso me enche de tristeza, pois além de tudo, Diamond o amava.

Sua respiração estava desregulada. Seus olhos amarelos brilhantes se encontravam num estado de morbidez, além de estarem levemente marejados. Shadow havia me contado que ele estava tentando pôr seus pensamentos em ordem, e acabou explodindo em cima de Radius. Eu não conseguia parar de imaginar uma cena tão horrível.  

— Eu nunca quis que isso acontecesse. Shadow quebrou o silêncio entre nós.

— Eu sei que não, Shadow. Mas aconteceu. soltei uma lufada de ar. E não há nada que possa ser feito para desfazer isso.

Ele grunhiu.

— Diamond nunca irá me perdoar por isso, e eu não a culpo. Ah, Julie, o que vou fazer?

Olhei-o com pena. O grande lobo negro que sempre demonstrou força, agora parecia com o jovem lobo que eu conheci a alguns anos atrás. O jovem Shadow: triste, amargurado, agressivo e desconfiado.

— Como eu disse, não há nada que você possa fazer. disse. Talvez só o tempo a faça te perdoar.

Shadow apenas me encarou e assentiu. Então, me abraçou. De uma forma a qual nunca havia feito antes. Era como se eu sentisse tudo o que se passava em sua alma. Não eram sentimentos muito leves, admito.

— Eu... vou ficar um tempo na caverna. ele lambeu minha bochecha começou a andar. Estávamos em nosso território, porém numa área mais afastada, onde não seríamos interrompidos por nossos filhotes.

Oh, os filhotes. O que eles iriam pensar de seu pai assim que soubessem? Provavelmente nunca mais o veriam da mesma forma. Sempre que o olhassem, lembrariam do lobo que um dia matou um inocente.

O silêncio tomava conta de meu ser. Era como uma brisa de calmaria no meio de uma tempestade totalmente destrutiva. Tantas coisas aconteceram nas últimas horas, e eu precisava manter a harmonia desta alcateia a qualquer custo. Uma alcateia sem equilíbrio é uma alcateia acabada. Eu consigo manter as discussões entre Midnight e Diamond sob controle, mas talvez essa nova tragédia esteja além do que eu possa fazer.

— Deusa Loba, por favor, caso esteja me ouvindo, me ajude. fiz a única coisa a qual poderia pensar: uivar pela ajuda da Deusa. Não permita que essa família seja quebrada. Eu não consigo compreender o porquê de tudo isso, mas apenas lhe peço para nos manter unidos. Obrigada.

Antes que pudesse notar, uma pequena lágrima escorria pela minha bochecha. Ignorei-a e uivei por mais alguns instantes. Tudo dará certo. Somos família; aile.

— Mãe? uma voz baixa e rouca surgiu no meio do som da chuva. Incrivelmente, demorei para reconhecê-la.

— Diamond, minha querida! corri para abraçá-la. Você está bem?

Ela não respondeu, apenas soltou alguns soluços. Agora entendia porque a rouquidão de sua voz suave: a pequena loba deveria estar chorando a horas. Quando ela me soltou de nosso abraço, notei que seus olhos, outrora tão azuis e cheios de vida, agora estavam avermelhados e sem brilho algum. Era tão triste ver isso.

— Eu não sei o que fazer, mãe! ela ganiu. Por favor, me ajude.

Acariciei-a calmamente enquanto lambia seu focinho. Ah, minha Diamond... ela estava destruída. Era fácil perceber.

— E eu não sei o que lhe dizer. novamente, estava no dilema de não ter palavras acolhedoras. De não ter conselhos. Suspirei. Eu sei que é difícil, mas você irá passar por isso, minha flor. Não será simples ou rápido. Será um processo doloroso, sim, mas será necessário. O luto é importante, mas eu imagino que Radius gostaria de lhe ver sorrindo.

Sua expressão mudou ao mencionar o falecido lobo. Ela realmente o amava, e isso me partia o coração.

— Até que está certa. ela parecia estar divagando em lembranças. Ele sempre me dizia o quão bonita eu ficava quando sorria.

— E ele tinha toda a razão em lhe falar isso, pois é a verdade. Não estou dizendo que você deve simplesmente largar tudo isso no passado e colocar um sorriso de mentira no focinho todos os dias, Diamond. Apenas que deveria cogitar a possibilidade do perdão.

— Mãe...

— Novamente, não disse para você perdoar seu pai nesse instante. Só pense numa possibilidade de isso acontecer. Se ele provar ser merecedor disso, então o perdoe. Caso contrário, aguarde, pois um dia ele será. O perdão não é bom só para aqueles que erraram, Diamond. Ele nos liberta quando aplicado na hora certa. Quando sentir que é a hora, não hesite; perdoe-o.

Eu estava cansada após tantas palavras, mas não podia mantê-las dentro de mim. Diamond precisava saber e entender tudo isso, e eu me sentia um pouco melhor por ter dito tudo o que precisava dizer.

Suas pupilas inquietas indicavam uma linha de raciocínio sendo formada. Ela estava armazenando e tentando compreender tudo o que eu lhe disse. Então, elas finalmente se fixaram em algo: eu. Ao me encarar, Diamond soltou um leve suspiro e me abraçou.

— Obrigada, mãe. Eu não sei o que faria sem você.

E antes que eu pudesse lhe responder, saiu em disparada. Não em direção a caverna; em direção à brisa de calmaria. Todos nós precisamos dessa brisa suave, de um momento de reflexão. Diamond precisava muito disso, e eu daria a ela. Não iria impedi-la ou pará-la. Para que, afinal? A loba queria ficar sozinha e tinha esse direito. Não poderia forçá-la a ficar na caverna, onde se sentiria péssima.

Pobre Diamond. Uma loba tão jovem, por que isso acontecera justo com ela? Não consigo imaginar o tamanho de sua dor. Minha filhotinha... Ah, ela estava tão sem vida. Ela não merecia passar por tudo isso.

Olhei sua silhueta, levemente cinzenta devido aos pelos sujos, desaparecer pela floresta. Relutantemente, comecei a me dirigir para a caverna. Mas algo dentro de mim insistia em me dizer que Diamond ficaria bem, e eu precisava me segurar a isso.

Ela vai ficar bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mamãe Julie entra em ação *u*
O título do capítulo possuí ligação com a frase final da Julie: "Ela vai ficar bem". Seria como uma 'continuação' dessa frase: "Ela vai ficar bem. Tudo ficará bem." ^3^
Espero que tenham gostado! Já estou trabalhando no próximo~

~spoiler: será narrado pela nossa querida lobinha branca sofredora~