Oportunidades escrita por Laren
Notas iniciais do capítulo
GENTE EU DEMOREI MUITO PRA ESCREVER ISSO, SCRR. Primeiro porque sou perfeccionista e segundo não sei como desenvolver romance :x E, quando meus dedos começaram a doer, tudo ficou muito apressado, vocês podem reparar isso, acho. Mas de qualquer forma estou aliviada/feliz porque encerrei isso e voltaremos às drabbles sem compromisso.
Agora gostaria de agradecer à lindíssima da Akemihime (❤) pela recomendação diva que ela deixou *0* Fiquei tão feliz UAHUAHUAHAS ❤ Muito obrigada mesmo, surtei a cada palavra. Pode considerar esse capítulo como seu. -w-
No mais, espero que gostem (e não revisei porque tô caindo de sono, amanhã faço isso) :DD
As horas pareciam passar devagar no palácio, enquanto a ventania do deserto fazia-se majestosa lá fora, arrancando ranger de dentes dos mais despreparados. A canseira era visível nos olhos de Shikamaru, e a vontade de resolver as coisas logo também.
Porém, ao invés de agir, estava ali, sendo guiado por Temari — cujo jeito de ser o fazia duvidar muito se fora sorte ou azar conhecê-la — até o lugar onde passaria a noite. E aquele lugar chamado de casa por ela era enorme, já perdera as contas de quantos lances de escada havia subido. Claro, contando com o dava acesso ao portão que, na sua opinião, era o pior de todos. A arquitetura antiga insistia em lhe conceder algumas dores.
— Você pode ficar no quarto de empregda, ao lado do meu — Temari indicou enquanto andavam por um corredor estreito ornamentado das mais variadas e bizarras pinturas. — Não que as criadas durmam nele, há um corredor só para elas.
Shikamaru assentiu, pouco fazendo caso dessas informações. Apenas queria uma cama para relaxar e pôr tudo em ordem, e aquela caminhada toda já estava mesmo o estressando. Parecia mais que estava fazendo um tour por Suna a simplesmente indo dormir. Qual era a necessidade duma família tão pequena e agrupada viver num lugar tão grande?
Além do mais, queria se livrar dos olhares de Temari sempre para analisar e julgar suas reações a cada ambiente novo. Se sentia desconfortável com tal "monitoração". Aliás, ela não lhe dava margens para conforto. Mas fazer o quê? Seria seu parceiro temporário e não podia fraquejar. Como se fosse ser fraco diante duma mulher tão implicante como ela, claro que não. Shikamaru não era fraco, e restava a ele provar. Tinha dotes inteligentíssimos e usaria-os como principal fonte confiável.
Soltou um bocejo involuntário ao sairem do corredor e notar uma diminuição na intensidade da iluminação. Subiram mais uma escada, e suas pernas gritavam em reclamação.
Até que, enfim, chegaram ao corredor dos quartos. Sabia disso porque via o nome de cada dono acompanhado de um símbolo. O quarto de Temari, por exemplo, tinha uma placa com o nome e um leque desenhado ao lado.
Bem que tivera tal impressão. Ela oscilava como o vento, de algo mais brando até uma desolação que atingiria qualquer um. E ele estava incluso, mas como a sombra que era, conseguia ser páreo o bastante. Como a sombra e ventania que eram, havia um sol que os fazia coexistir. Era um passo e tanto. Talvez ela se sentisse de forma parecida.
Por fim, a última porta — diferente já pela cor: essa era acinzentada, enquanto as demais pendiam para um tom de marrom —, que não tinha nada escrito, foi aberta pelas mãos com formato delicado (porém juraria até a morte que tais mãos faziam coisas completamente opostas à impressão que deixaram). Sem dizer nada, a loira tateou a parede ao lado, sem entrar por completo, à procura do interruptor.
Assim que achou, deu a Shikamaru uma vista não muito legal.
Pois bem, considerando que crescera numa casa pequena e confortável, esperava mais dali, mesmo sendo um simples quartinho de empregada. Não se importaria caso estivesse tudo empoeirado, porque a própria Temari disse que o lugar é inutilizado. Entretanto, aquilo já era demais o suficiente para fazê-lo ficar boquiaberto. E não, não foi uma surpresa boa que o fez interromper seu enésimo bocejo.
As paredes eram brancas, assim como o piso, dando uma sensação de vazio e incompleto. Aliás, tudo ali era branco: armário (minúsculo, por sinal), cama, roupa de cama, criado-mudo. Mas isso era o de menos, pois o quarto era apertadíssimo. Com certeza teria dificuldades para abrir aquele armário, sem se bater na cama ou encostar a porta no criado-mudo. Inclusive, o lugar onde deitaria parecia não ser comprido o suficiente para alguém de sua estatura deitar, porém o lado bom era que o colchão parecia bem resistente. Não que fosse sair pulando em cima dele.
Largou sua mochila — havia pego no hotel antes de entrar — pelo chão, o tecido verde-musgo dando um toque desproporcional ao ambiente alvo. Deu uma espreguiçada, tentando ao máximo não parecer descontente.
Sentou-se na cama. Pelo menos o colchão era macio. Apesar dos pesares, agradeceu sutilmente a Temari.
— Fique o tempo necessário — avisou cuidadosamente. — Lembre-se de que não nos conhecemos perante eles, e... Que houve? — inquiriu mediante a expressão dele, mais parecida com um claro sentimento de dúvida.
— Por que vai me ajudar? — Levantou, ficando de frente para ela e encarando os olhos verdes com um brilho felino. Ele emanava seriedade.
— Já disse — Cruzou os braços na cintura —, não concordo com as ações do Quarto.
— Isso não diz nada. Por que você não concorda? Você é muito problemática. — Riu fraco.
— Não me olhe com essa cara de preguiçoso idiota, eu tenho os meus motivos e não vou sair simplesmente contando por aí para... — Ia dizer qualquer um, mas algo maior a impediu. Tinha consciência de que ele não era mais qualuqer um. — Para gente como você.
Virou-se murmurando um "boa noite" mal-humorado e saiu dali sem fechar a porta. Shikamaru não respondeu.
— Mulheres — resmungou com irritação na voz. — Não seria mais fácil ela dizer de uma vez?
Apagou a luz e se desfez da vestimenta que lhe proporcionaria calor. Abriu a pequena janelinha para sentir o frescor da brisa noturna, e deitou-se procurando uma maneira de deixar os pés para fora se tornar confortável. Enrolou-se no cobertor e, enfim, adormeceu sem demoras.
Sonhou com um futuro em que se sentiria extremamente bem e feliz.
|☀|
Segundo dia e uma preguiça que o fazia pensar se queria mesmo abrir os olhos. Estava suando, já que deixou a janela aberta, e isso tornou mais árdua ainda a tarefa de se erguer. Por fim, abriu um olho e encontrou um par de pernas esbeltas e atraentes à frente, e um quadril onde pousavam-se duas mãos.
Aos poucos, uma voz irritante dava fundo a essa visão.
— Acorde, preguiçoso. — Torceu o nariz ao ouvir palavras tão contraditórias numa única frase. — Vamos, precisamos trabalhar!
Ao constatar que era a mesma mulher que lhe dava nos nervos, sentou-se e notou uma particularidade: os fios loiros estavam soltos, naquele jeito repicado que as pontas já eram, acompanhando a curva do seu queixo até chegar próximo às escápulas. Também vestia uma simples roupa de dormir e o encarava com palpável impaciência.
Ele se levantou de vez, sem falar nada, e calçou-se.
— Onde fica o banheiro? — sua voz rouca denunciava o sono longo.
— Venha comigo.
Assentiu, pegando sua mochila e, mais uma vez, seguindo-a naquele grande labirinto onde viveria por, supostamente, mais um dia.
A representante de Suna o fez passar por, aproximadamente, uns três corredores, até chegar ao seu destino. E o banheiro tinha praticamente o tamanho da sua casa em Konoha. Poderia até escolher entre banheira ou chuveiro.
Por fim, acabou optando por um banho rápido e começou a se despir logo que Temari saiu.
Pouco tempo depois já estava no lugar onde conhecera Temari (claro, se perdeu algumas vezes), e ela o esperava já arrumada também — e com os cabelos presos no tradicional penteado.
— Vamos discutir algumas coisas após comermos, Nara. — Guiou-o para o outro lado do salão, separado por um arco não muito largo. Nessa outra metade, havia uma enorme mesa de jantar para, no máximo, umas dez pessoas. O café da manhã já estava em mesa e havia variados tipos de alimentos ali, mais do que Shikamaru já vira em toda a sua vida. Nem nos hotéis por qual passou havia tanta diversidade assim.
— Então — começou enquanto passava manteiga numa fatia de pão —, do que quer tratar?
— Queria te dizer que pode voltar para a Folha se quiser. Posso dar um jeito na minha família.
Isso o fez largar a fatia, surpreso. Como assim, ela estava dando o braço a torcer? Ia diretamente contra a personalidade determinada, o que o levou a crer que grande era o peso de tais palavras.
— Ora, porque isso de repente? — perguntou com susto.
— Por que não vai dar certo, não podemos trabalhar juntos.
— Me dê uma resposta completa! — Levantou bruscamente, olhando-a torto, mas não irritado.
Temari se levantou também, com um olhar mais firme ainda e, o encarando com ferocidade, chegou mais perto e sem hesitar o beijou.
Ele ficou espantado, porém não recuou, deixando-a prosseguir e ousando tocá-la de leve, enquanto se perguntava o motivo disso e não deixava de se sentir contente. Uma mulher problemática que exercia um poder mais problemático ainda sobre ele.
Se bem que... Ela parecia, mesmo minimamente, estar preocupada em algumas situações — apenas era estranho o jeito de demonstrar isso. Às vezes percebia um olhar diferente sobre si, por exemplo, no jardim. Jamais imaginaria que o motivo fosse tão... Sentimental.
Separaram-se instalando um vazio tão incômodo quanto o do quarto de empregada. Por fim, Temari resolveu passar um lâmina naquele silêncio:
— Ele pode te matar. Ele pode usar Gaara.
O Nara não entendeu muito bem, mas sentiu a tensão e enrijeceu o corpo.
— Mas eu...
Outro beijo. Dessa vez mais necessitado, mais cheio de vontade, mais e mais. A sensação era boa, muito boa. Queriam aquilo sempre. Quem diria, pessoas como eles, tão diferentes. Bem que dizem que pólos opostos se atraem, pólos iguais se repelem.
— Eu vou dar um jeito, não quero que você morra. Só vá e proteja o que é importante para você.
Uma ponta de súplica pôde ser identificada, e Shikamaru resolveu ceder. Deu meia-volta e subiu apressado até o quartinho, pegou suas coisas e, depois de um tempo, voltou.
— Tem certeza de que isso é o certo? — Havia analisado o pensamento dela, e as chances de errar não eram pequenas.
— Tenho. Nos reencontraremos.
— Seja minha mulher — falou de vez, fazendo-a parecer um pouco feliz, ou fosse impressão sua.
— Ora, o que está pensando, Nara? Sai pedindo qualquer uma em casamento assim, sem nem oficializar uma relação antes?
Puxou-a para um abraço, sentindo o aroma natural e adquirindo coragem.
— Aceita?
— Isso vai depender muito do nosso futuro.
— Vai ser bom. — Ele se permitiu sorrir. — Eu estou sentindo isso.
E, sem dar espaço para mais palavras, foi embora.
|☀|
A criança brincava nos braços do seu pai sorridente, mostrando os primeiros dentinhos que ousavam crescer. A felicidade era visível em ambas as partes, e até mesmo numa terceira presença que cumpria o papel de mãe.
Porque família era o futuro deles, que enfrentaram a morte do líder de Suna ao Temari atacar em legítima defesa. Que enfrentaram o ódio e preconceito de um povo em relação a uma mudança de reino. Que enfrentaram o nascimento de uma criança que os traria felicidade plena.
Agora sim, o sonho se concretizou.
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