Reflection. escrita por Chanel 2


Capítulo 5
O Desabafo de Cobra.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bom? Gostaram da nova capa da fanfic? É Uma pena que ficou sem qualidade por que agora o Nyah só aceita capas em JPG, fiquei super chateada, mais vida que segue!



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Andei pela calçada quente, e estava perto de entrar no Muller, e do nada veio um pensamento sobre Cobra e Henrique, Henrique era doce, suave e simpático, já Cobra era rude, ignorante e violento, ajustei minha saia preta, e dei um jeito no meu salto vermelho, subi as escadas e estava a caminho do escritório de enfermeiros, abri a porta e vi o cabelo de Vicki com um vestido azul de costas, era ela.

– Ei Vicki!

– Oi Jade, onde estava? – Ela me perguntou.

– Trabalhando. – Respondi, encolhendo os ombros.

– Bem, eles devem ter te mantido muito ocupada, faz dias que eu não te vejo. – Ela afirmou.

– Sim, eu estou bem cansada. – Ri.

Como Vicki passa muito tempo fazendo o seu trabalho de psicóloga na sala de aconselhamento, eu mal a via na minha rotina, eu sempre estava na minha rotina de observar os pacientes, olhei para o relógio e perguntei se ela tinha um tempo pra conversar, ela balançou a cabeça positivamente e descemos a escada, fomos até a sala de funcionários e ninguém estava lá, tranquei a porta, e sentamos em uma mesa, era sete e meia da manhã eu deveria ter chegado as nove, mas preferi chegar mais cedo pra gente conversar um pouco mais.

– Então, o que tem feito nos últimos dias? – Perguntei.

– Nada demais, e você? – Ela perguntou.

Pensei alguns segundos se eu deveria falar sobre Cobra, e decidi.

– Bom, sabe o Ricardo Cobreloa? Nós estávamos indo muito bem por sinal, mas tipo, ele me provocou muito por eu ser virgem, e acabamos brigando, eu joguei a comida dele no chão, ele jogou o baralho no chão, jogou cadeiras, e tudo mais, foi muita gritaria. – Eu revelei.

– Uau. – Disse ela após eu terminar.

– Foi uma briga e tanto, eu me senti em um filme de terror. – Ri.

– Eu queria conversar com ele, entrar em sua mente e descobrir por que ele é assim. – Disse ela arregalando os olhos como se estivesse pensando em algo.

Ela tinha essas coisas sobre mentes loucas e queria saber como elas trabalhavam e o que as tornou a ser diferente das outras.

– Você ainda não a viu hoje? – Perguntei.

Normalmente a Vicki vê todos os pacientes em uma semana após a sua chegada.

– Sim claro que vi, mas ele é muito esperto, mais esperto que os outros quero dizer, bom, ele olha pra mim do tipo que eu sou apenas mais uma funcionária. – Ela falou.

– Então faça isso, tente falar com ele. – Aconselhei.

– Tudo bem, mas antes eu tenho que fazer algumas coisas. – Ela sorriu.

– Então vai lá e cuidado pra não chegar atrasada. – Mandei.

– Espera eu tenho que te dizer uma coisa... Uh, esquece! Não importa. – Ela disse saindo correndo.

Isto foi realmente estranho e constrangedor, acendeu um ponto de curiosidade em mim eu queria saber o que ela ia falar, o relógio tocou as cinco horas da tarde, e eu tive a enorme sorte de ter que ir na sela de Cobra, hoje era o dia de os pacientes comerem na sela deles, e não no refeitório, peguei o purê de batata, arroz, salada e carne e coloquei em um prato acompanhado com um suco de laranja, peguei o elevador e fui até a sela de Cobra, abri a sela e fui até ele, coloquei a comida do lado do mesmo e sentei em uma mesa.

– Jade... – Disse ele enquanto levava a salada a sua boca.

Fiquei surpresa de ele falar comigo, depois da briga de ontem eu esperava que ele tacasse a refeição na minha cara.

– Oi Cobra.

Após isto houve silêncio, um silêncio que torturava a gente e que me assustou um pouco, o silêncio se tornava pior a cada segundo que ele olhava pra mim, vi um baralho do meu lado e eu sabia que ele ia pedir para a gente jogar, comecei a baralhar as cartas enquanto ele me olhava. Pulei quando ele tirou as cartas da minha mão e me segurou pela cintura, ele começou a cheirar meu pescoço e acariciar meus cabelos, uma música lenta soou enquanto a gente dançava, ele passava a mão no meu corpo e eu apoiei minha cabeça no ombro dele.

Mas isso não aconteceu.

Foi apenas uma imaginação minha, parei de imaginar isso quando Cobra mandou eu voltar a embaralhar o baralho.

O Clima parecia muito mais leve hoje, e isso me fazia sentir bem.

– Vamos jogar Clue? – Ele perguntou.

– Sim. – Dei um sorriso de canto.

– Por que tu sorriu? – Ele perguntou.

– Bem, foi uma má escolha, por que eu vou ganhar de lavada. – Afirmei.

– Tem certeza? – Ele me olhou com aquele sorriso desafiador.

– Claro. Joguei com seis amigos e ganhei de todos eles, baby. – Dei uma gargalhada.

– Gostaria de ter esse talento, e me deixe adivinhar esses seus amigos devem ser tudo felizes e ricos, não é mesmo? E Você provavelmente se formou em medicina em uma classe do seu topo né? – Ele perguntou em tom de sarcasmo.

As suas opiniões sobre minha vida me deixavam muito irritada.

– Não querido, na verdade você está errado. O Meu pai era um bêbado e me abandonou quando eu tinha nove anos. E Minha morreu quando eu tinha dezessete anos, e eu fiquei morando com um tio meu chamado Edgard, e quando eu completei vinte anos, dois meses depois ele morreu atropelado. Desde então eu fiquei com a herança da minha família e comecei a estudar, depois eu arranjei esse trabalho, comprei um apartamento e minha vida é normal. – Revelei a ele, eu nunca tinha contado a ninguém a história da minha vida, só pra Vicki.

– Sinto muito Jade, eu não fazia ideia. – Disse ele, os seus olhos mostravam pena, mas lembrei que psicopatas são ótimos em enganar pessoas com coisas assim.

– Tudo bem. – Revirei os olhos.

Ele olhou pra baixo.

– Olha, eu nunca contei isso a ninguém, só pra minha melhor amiga, a Vicki, que estava do meu lado quando você chegou aqui no Muller, então me conte algo sobre você. – Encolhi os ombros.

– O Que quer saber? – Ele me perguntou enquanto levantava as sobrancelhas.

Havia uma lista de coisas que eu queria saber sobre Cobra, mas todas sumiram da minha cabeça.

– Você que matou aquelas pessoas? E Se sim, qual era o objetivo? O Que aconteceu? Onde é que cresceu? Você conversa com seus pais? Como sua família é? E de onde é que você... – Tentei falar mas ele me interrompeu.

– Uau. – Ela riu enquanto fez uma expressão facial engraçada.

Que droga! Eu não pensei nisso, ela teria respondido mais de uma se eu não tivesse a perguntado tudo de uma vez, resolvi perguntar só uma coisa.

– Vou te perguntar apenas uma coisa, de que você tem medo? – Perguntei.

Ele me olhou.

– Seja honesto! – Ordenei.

– Boa pergunta. – Ele murmurou.

Eu estava esperando pela resposta, faltava apenas dez minutos pra o horário de almoço acabar, e ele já tinha comido tudo, ele comia enquanto a gente conversava.

– Você quer realmente saber o que eu tenho mais medo? Meu maior medo é nunca sair desse lugar, não vou ser capaz de ter filhos, não vou ser capaz de arranjar um trabalho, de ter minha própria casa, ou até mesmo minhas roupas. Vou ter que me sentar com esses assassinos idiotas, e não vou ter uma conversa normal com ninguém além de você. Vou ter que sempre ser preso em uma cela ouvindo gritos e choros, e sem fechar os olhos a noite toda, eu me sinto um monstro. Este lugar consegue enlouquecer qualquer um, e se eu morrer aqui Jade? E Se este lugar for tudo aquilo que eu vou ver nos meus próximos anos de vida, nada resta de mim, eu não tenho nada pra oferecer, em vez de um funeral com pessoas chorando, eu vou ter um monte de protestantes babacas dando glória a Deus que eu morri. E A pior parte é que o medo nunca vai embora por que está bem debaixo dos meus pés. – Ele desabafou comigo.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, e eu sentia também que ele tinha vontade de chorar, mas não conseguia, eu não consegui me segurar, eu estava chorando mesmo.

– Isso parece difícil, eu estou emocionada com isso, mas eu não sinto pena de você. – Eu menti.

Ele apenas suspirou enquanto tirava o cigarro da boca.

– Se você tentar fazer amizade com os outros pacientes, talvez não seja tão ruim morrer aqui. – Eu aconselhei.

– Não, obrigada. – Ela disse, enquanto ainda olhava pra baixo.

– Por que não? – Perguntei.

– Está brincando? Tem gente aqui que não tem nem como falar uma frase decente. – Ele disse.

Eu fiquei calada, enquanto ouvia ele falar.

– É. – Falei.

– Ah, Jade! Se você estivesse no meu lugar, NUNCA que se aproximaria desses estúpidos. Você iria evitá-los a todo custo e sabe muito bem disso. – Ele falava enquanto a fumaça do cigarro saia pela sua boca.

Calei-me, ele estava certo.

O Sinal tocou era o sinal de que eu tinha que ir a sela de outro paciente, eu me despedi de Cobra e vi a enfermeira entrar na sela dele e aplicar uma seringa no seu braço pra ele dormir, entrei na sela do outro paciente, e seu nome era Carlos Eduardo, mais conhecido como Duca, cujo seus crimes não eram reconhecidos por mim.

Começamos a jogar dama, e nós conversamos, acabamos que eu ganhei a dama, e dei uma gargalhada.

– Você tem uma risada boa. – Ele disse olhando pros meus olhos.

– Obrigada. – Murmurei.

Ouvi som de trovões, havia uma tempestade chegando.


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Notas finais do capítulo

Não quero comentários do tipo "Continua" por que atualizei a fic dois dias seguidos e to atualizando de novo, ou seja comentem coisas interessantes! Em falar em coisas interessantes a fanfic começará a ser um pouco mais interessante agora, então se preparem, pra comentar muito!



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