Reflection. escrita por Chanel 2


Capítulo 3
Provocações.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa demorar pra postar, aula de voltas e ficou um pouquinho difícil de atualizar.



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– Pensando bem.. – Suspirei mais uma vez, enquanto Cobra embaralhava as cartas.

– O Que foi, Jade? – Cobra perguntou.

– Bem, apesar de sentir tentada a sair desse lugar fabuloso e acompanhar um criminoso que praticamente “descascou” a pele de seres humanos com as próprias mão, e ir jogar ao peixinho, eu tenho trabalho a fazer. – Eu disse.

– Certo Jade, mas tenho a impressão que estás estressada com esse trabalho. – Ele disse, removeu os cigarros dos lábios soltando uma leve fumaça pelo canto da boca. – Sinto que é um trabalho exaustivo. – Ele afirmou.

– Eu sou obrigada a ficar aqui e cuidar das coisas, mas não sou obrigada a sentar e jogar cartas com você. – Desabei enquanto movia as cabeças em direção a mesa, eu não conseguia olhar pro rosto dele, é uma tentação.

– Então está dizendo que não é legal se enturmar com os pacientes enquanto eles almoçam, sendo que um dos seus trabalhos é supervisiona-los? – Ele falou, em tom de ignorância.

Eu fiquei perplexa com essa, sem saber o que falar. Na verdade eu poderia fazer qualquer coisa, gritar, chamar os seguranças, brigar com ele, desde que tivesse tudo sob controle, mas não me apetecia se desesperar com um psicopata num jogo de cartas, não queria dar a ela a satisfação de pensar que eu estava muito assustada ou intimidada por ela, então eu resolvi mudar de assunto, aceitei jogar cartas, e tudo ficou tranquilo.

– Está bem Cobra, mas não pense que isso vai virar parte de sua rotina. – Falei, ele entendeu que eu aceitei jogar cartas.

– Como quiser senhorita. – Ele deu um sorriso convencido e vitorioso, mas aconteceu que o sinal tocou e todos os pacientes tiveram que ir pra sua sela, me levantei e passei no meio daquela multidão, Cobra me pegou pelo braço.

– Vamos jogar cartas na minha sela. – Ele pediu em tom de afirmação.

– Oh, tudo bem. – Respondi, e nós dois fomos pra sela, ele sentou em uma cadeira, e eu sentei em outra, nós estávamos perto demais e isso me agradava, os meus olhos seguiram sua mão enquanto ele embaralhava as cartas.

Nesse momento comecei a me tocar e que eu pertencia ao hospital, devia ter ficado doida. Há poucas horas eu o odiava. E Agora estou mais próxima dele, e fascinada pelas suas mãos, é ridículo se fascinar pela mão de uma pessoa.

A Mão.

Era ridículo mas eu não consegui evitar.

– Então. – Disse suavemente atrapalhando meus pensamentos. – Sabe jogar Texas Hold’em?

– Não. – Respondi em seco.

– Nem eu.

– Então vamos jogar ao peixinho? – Ele perguntou.

– Tá. – Respondi enquanto bebia um gole de água.

Esperei que ele distribuísse as cartas. Mas ele parecia não ter pressa nenhuma. Os olhos escuros me olhavam pensativamente, como se ele estivesse decidindo alguma coisa. O brilho do cigarro se iluminou enquanto ele inalava a nicotina, e depois ele suspirou profundamente.

– Você é virgem Jade? – Ele perguntou.

A Sua pergunta audaz me pegou de surpresa, fazendo que minha cabeça se unisse em uma confusão.

– O Quê? – Perguntei constrangida.

Cobra cruzou os braços e se inclinou perigosamente perto. A Sua respiração quente sentia-se na minha nuca.

– Já deu pra alguém? – Ele perguntou dessa vez com mais ousadia.

Não conseguia aceitar que ele estava perguntando algo sobre minha vida sexual com confiança, daquele tipo, nem baixou a voz.

– Aposto que não. – Ele afirmou.

Ele estava certo eu nunca transei, mas eu não ia falar aquilo pra ele.

– Quer transar Jade? Quer que alguém faça te sentir bem? – Perguntou baixando a voz até murmurar. Enquanto falava cheirava meu pescoço e passava a mão na minha cintura, se seu objetivo foi me provocar o objetivo foi mais que realizado, senti minhas bochechas corarem.

Me afastei dele, Cobra riu e se afastou sabendo que tinha me excitado. De uma maneira sexy, tinha a língua entre os dentes, Não sabia onde ele queria chegar, mas sabia que ele queria me provocar, e assim fez. Não ia deixa-lo ganhar, e ir embora, ia defender minha posição.

– Dá as cartas Cobra. – Ordenei antes que ele pudesse fazer mais perguntas, ele ficou quieto e me olhou com olhos inteligentes.

– Ok, eu dou. – Agarrou no baralho e deu um monte de cartas iguais pra cada uma.

– Tem um quatro? – Perguntei.

O Habitual sorriso dele voltou, as maçãs do seu rosto aparecendo perfeitamente.

– Vai ter que pescar. – Ele debochou.

Agarrei numa carta do monte, tentei arrumá-la com alguma que combinasse mas a minha mente estava em outro lugar quando decidi provoca-la um pouco.

– Então Cobra me diz... se sente mal por ter mutilado pessoas inocentes e por saber que sua família está em casa em luto pelo que você fez? Ou pelo fato de que há dezenas de protestantes lá fora que querem sua morte? – Provoquei.

– Bom, não, eu não sinto nada, muito menos arrependimento. – Ele respondeu, deixando o clima tenso.

– Você é doente. – Afirmei.

– Sou? Talvez não seja porque nunca toquei em nenhuma dessas pessoas. Talvez eu seja inocente. – Se fez de bobo.

– É? – Perguntei.

– O Que acha? – Se fez de bobo novamente.

Olhei-a enquanto pensava em uma resposta caprichosa.

– Bem, acho que é culpado, se fosse realmente inocente, não desejariam sua morte, e você não estaria aqui. – Caprichei.

– Então, eu te dou um mês. Vens aqui todo dia, joga cartas, come comigo, conversa comigo e você passa a me conhecer melhor, então, dentro de um mês podes decidir, se acha se eu sou culpado ou sou inocente, E Se acertar eu digo o que realmente aconteceu com essas pessoas. – Dessa vez ele raciocinou bem, e caprichou no que disse.

– Boa jogada, me faz um favor? – Perguntou Cobra.

– Bom, depende. – Respondi.

– Pode pedir para aquele segurança parar de olhar pra mim como se eu fosse um leão endemoninhado? – Ele pediu, um pedido engraçado.

Olhei para o lado e logo percebi de quem ele estava se referindo, ele estava falando sobre Henrique que nos encarava com uma expressão facial nada satisfeita, nós já namoramos no passado, mas isso ficou no passado.

Me virei para Cobra.

– Ele não tem culpa, não é todo dia que um funcionário senta com um psicopata, joga cartas com ele, e conversa com ele naturalmente. – Inventei essa desculpa.

– E Agora eu sou psicopata? – Ele perguntou.

– Quando é que não foi? – Debochei.

– Eu sabia que você pensava que eu era doido, mas me chamar de psicopata não é um pouquinho demais? – Ele foi ignorante.

– Não, o termo psicopata não é um insulto, é um fato. É Uma pessoa que sofre de uma doença crônica com um comportamento revoltado, maldoso, violento, paranormal, então pra responder sua pergunta não é um pouquinho demais. – Respondi.

– Uau! Não é de se admirar que nunca foi pra cama com alguém, acabei de descobrir que você é uma nerd. – Ele me insultou.

– Pode parar? – Pedi, perguntando, por causa dos seus comentários inapropriados.

– Oh Jade. – Ele murmurou. – Isso é só o começo. – Finalizou.


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