Entrei pelas portas do Muller na manhã seguinte com um objetivo em mente; conseguir um dia de folga. Eu estava trabalhando 12 horas por dia, 5 dias por semana, para poupar para um carro e um apartamento melhor, mas era mais do que eu precisava. Eu sei que tinha fins de semanas, mas pareciam muito curtos, passando num piscar de olhos. Foi apenas um alívio suficiente, vindo desta instituição agitada e por vezes irritante, e um dia extra de folga seria revigorante.

Mas o pensamento de ter que falar com o Sr. Gael me deixava nervosa. Depois de ele ter mentido sobre Alan, eu estava apreensiva para o ver novamente. Ele não era boa pessoa, eu sabia disso. Por alguma razão, ele guardava segredos até mesmo dos funcionários. O Que não era bom sinal. A única pessoa que pode saber o que ele queria esconder desesperadamente, era Renê.

Mas eu realmente queria um dia de folga, e não é um pedido que irá fazer mal. Então, me aproximei do seu escritório cedo, cerca de 10 minutos antes de o meu turno começar. Abri a porta e vi o Sr. Gael sentado na sua cadeira de trás. Peguei o final da conversa que ele estava tendo no telefone.

– Não, eu não quero aqui nenhum repórter, você pode lhe dizer para encontrar uma instituição diferente, por que eu não vou deixa-la entrar no Muller, e ponto final.

A Pessoa do outro lado da linha falou, mas eu não entendi o que ela disse.

– Tudo bem, estou feliz que nós tenhamos chegado a um acordo. Adeus. – Disse Sr. Gael antes de desligar o telefone.

Os seus olhos voltaram para o documento sob a mesa á sua frente, não tomando conhecimento sobre a minha entrada.

Fiz o meu caminho para o interior da divisão e ele se apercebeu finalmente dos meus passo, olhando por cima do seu trabalho.

– Posso ajuda-la, Jade? – Perguntou ele.

– Sim. – Assenti. – Eu estava pensando se podia ter um dia de folga? Tenho trabalhado muito ultimamente e estava á espera de obter uma folga na próxima semana.

Os seus olhos voltaram á papelada, parecendo quase aborrecido com a conversa. Era diferente de como Cobra olha para você, te dando a máxima atenção, como se suas palavras tivessem a maior importância do mundo.

– Qual é o motivo? – Ele perguntou finalmente, com um tom indiferente.

A Primeira desculpa que veio na minha mente

– Eu vou fazer 25 anos. – Falei.

– Vai? Parabéns! – Disse ele num tom agradável com um sorriso nos lábios.

– Obrigada. – Sorri.

– Eu não sei, Jade.. – Ele finalmente respondeu. – Eu deixei um monte de gente tirar férias recentemente e não tenho a certeza se nós podemos dar o luxo de deixar alguém tirar uma folga. Estamos ficando com novos pacientes e vamos precisar de sua ajuda extra, Henrique tirou uma semana inteira, no início de Agosto e ...

– Por que ele tirou uma semana inteira? – Perguntei.

– Ele tinha uma grande viajem planejada para o seu aniversário e foi para a América com os seus amigos ou algo assim. – Disse ele. – Mas ele tinha me avisado um mês antes.

Agosto havia sido á quase dois meses atrás, na hora em que Cobreloa chegou. Me acalmei um pouco, sabendo que não tinha me esquecido se o aniversário tinha sido recentemente. Nós namoramos e esquecer do aniversário dele seria uma burrada, por isso, eu me sentia tão mal de não lembrar, mas ainda bem que não aconteceu.

Mas havia algo mais sobre o ínicio de Agosto, que era estranho. Eu senti que a data tinha alguma importância, mas não consegui lembrar o que e por que.

Por isso, encolhi os ombros e retirei aquilo do pensamento, virando a minha atenção de volta á minha feche.

– Está bem, desculpe por ter interrompido o seu trabalho.– Eu disse, antes de me virar e sair do seu escritório.

Ele não disse mais nenhuma palavra enquanto eu saia e isso me irritou. Ele não podia realmente me dar um dia de folga no meu aniversário?

Eu acho que não importa, no entanto. Haviam problemas maiores com que me preocupar, E Não é como se estar furiosa ajudasse alguma louca. Então, em vez de voltar atrás e exigir um dia de folga desta locura, que é o que eu queria fazer, andei até o escritório de Karina para começar o dia.

Ela me cumprimentou com um sorriso enquanto conversávamos até o meu turno começar oficlamente. Karina foi sempre muito gentil e eu estou grata por trabalhar com alguém como ela, em vez de ser assistente de Sr. Gael.

Mas o sinal tocou na hora, segui o meu caminho até o refeitório e sentei em uma mesa esperando Cobra aparecer e comecei a pensar em o que aconteceu no começo de agosto.

Mas enfim, eu estou envolvida demais com essa história, não quero me tornar um daqueles corpos. Os corpos! Era isso que estava associando ao início de Agosto. Eu tinha me lembrado de que a Vicki me disse. Ela me disse que foi no início de agosto que os corpos foram provavelmente mortos. Um cientista judicial fez testes e chegou a conclusão que as mores foram feitas por volta do dia 3 de agosto, Henrique não podia ser o assassino. Ele tinha estado fora da cidade durante toda a semana. Fiquei aliviada com esta informação recém-descoberta e a ideia de ir á feira como ele ficou mais atraente agora.

Sim, Henrique me chamou para sair novamente e dessa vez ir para a feira no Sábado.

– Claro que vou. – Sorri.

– Ótimo! – Ele sorriu.

– Ótimo. – Respondi, feliz por não ter que me preocupar com Henrique ser o assassino ou o vilão da história como Cobra pensou.

Talvez depois de eu dizer que Henrique não agiu como ele pensou, ele não quisesse mais matar o garoto á minha frente. Falando do Cobra, onde ele estaria? Virei a cabeça e quase pulei com a presença de Cobra, me pegando e surpresa. Ele não estava muito longe, parecendo que tinha acabado de chegar. Ou pelo menos, era isso que eu esperava. Mas olhando para ele agora o seu punho e maxilar estavam cerrados e as suas sobrancelhas uniam-se em raiva. Eu podia dizer que ele tinha ouvido a nossa conversa toda, e ele não estava feliz com isso.