(Por Federico)

Acordei com muita dor de cabeça, aquele seria meu último dia em Buenos Aires e meu último dia para reconquistar a Ludmila. Tomei um remédio para que aquela dor infernal parasse, fiz minhas coisas tomei café e fui direto pra casa da Ludmila. Eu tinha que conversar com ela. Chegando lá, bati na porta e a prima dela abriu, ela me olhou um pouco triste e disse:

– Minha prima não quer falar com você.

– Por favor, me deixe entrar que eu explico tudo.

Ela respirou fundo e me deu passagem.

– Aonde ela está?- Perguntei.

– No quarto. A segunda porta, lá em cima.

Subi as escadas e entrei no quarto dela, ao me ver ela pulou da cama, ela estava com os olhos inchados, com certeza ela já descobriu tudo.

– Vai embora Federico.

– Ludmila você já sabe de tudo?

– Quem não sabe? Está em todas as bancas, nos jornais, revistas, na internet.

– Ludmila aquilo não é o que parece.

– Federico eu não acredito que você fez isso comigo de novo.

– Aquilo é mentira! A Luiza que me beijou!

– Tem um monte de fotos dela com você Federico! De vocês passeando por aí e você me vem dizer que é mentira?- Ela diz deixando uma lágrima escapar.

– Ela é minha assistente e minha amiga, mas nada além disso. E mais, foi ela que bloqueou o seu número de telefone. Eu descobri que ela é apaixonada por mim e...

– Não quero mais ouvir suas mentiras. Por favor vai embora.- Ela diz sem me olhar nem por um instante.

– Não vou embora até que você me diga se sentiu alguma coisa quando eu te beijei.

– Que diferença faz? Você já tem namorada.

– Só me responde.

– Quer saber mesmo?

– Quero muito.

– Não. Não senti nada. Faz o favor de ir embora agora?

– Eu não vou desistir de você.- Eu disse me aproximando dela.

– Tá vendo. Você disse a mesma coisa um dia antes de você ir embora.- Ela disse dando um passo pra trás.

– Mas dessa vez...

– Para de mentir! Não é possível que você consiga inventar tantas mentiras em tão pouco tempo!- Ela disse me cortando.

– Não estou mentindo Ludmila! Por favor acredita em mim.

– Não te como confiarem você! Você é igual aos outros! Igual ao Felipe! Eu te ode....- Ela parou e engoliu seco.

– Me odeia? Agora vai me dizer que me odeia?- Eu disse me aproximando novamente. Ela encostou na parede, ficando sem saída.

– Te odeio Federico.- Ela disse me olhando nos olhos.

Me afastei e fui andando pra trás em direção a porta, olhando a expressão dela. Me virei pra sair do quarto dela, mas antes de sair eu falei:

– Hoje as 21:00 eu vou pro aeroporto. Então...

– Não se preocupe, eu não vou ir atrás de você.

Saí do quarto dela e desci as escadas rapidamente. Abri a porta, mas antes que eu pudesse sair alguém segura o meu braço. Era a Patrícia. Ela me puxou e falou:

– Federico, eu estava escutando atrás da porta conversa de vocês...- Ela disse meio preocupada com a mina reação, mas ao ver que eu estava escutando atentamente ela continuou-... e eu acredito em você. Agora eu acredito.

– Acredita em mim?

– Claro que acredito. Não tô falando isso só porque eu quero que o Federico Castilho seja da minha família, mas tô falando isso porque a Ludmila não te odeia. Podemos conversar lá fora? Se ela ver que eu tô conversando com você ela me mata.

– Ok.

Saímos da casa, ela fechou a porta e disse:

– A Ludmila me disse que está completamente apaixonada por você.

– Então porque ela falou que me odei...

– Deixa eu terminar.- Ela disse me cortando.

– Tá bom. - Eu disse lentamente.

– Ela te ama. Mas ela sofreu muito com o Felipe e com você e ela tem muito medo de acontecer de novo. Você terá que mostrar pra ela que não vai acontecer de novo.

– Mas ela acha que eu beijei a Luiza! Que eu tenho namorada!

– Então mostre pra Ludmila que a única pessoa que voce ama é ela.

– Como?

– Não sei. Mas tem que ser algo muito grande entende?

– Sim.

– Ok. Agora vai pensar porque você tem muito pouco tempo.

...