Elements escrita por Jowlly


Capítulo 21
A Novata e O Delinquente


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei, atrasei uma semana, sinto muito! Não me batam por isso... É a primeira vez que eu atraso! (Sim, eu, Jowlly, é a primeira vez, o Pinguu já tem histórico hauehuhe zoas)... pelo menos o cap. da grandinho...

Enfim, antes tarde do que nunca!

Boa leitura!



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Estávamos caminhando de volta para o prédio na companhia do céu alaranjado que escurecia cada vez mais, indo para um azul escuro e de um frio completamente desumano. Aqueles dias não costumavam ser frios, na verdade, o tempo era fresco naquela época pelo que percebi. Bom, quando estamos praticamente ensopados andando contra o vento não podemos considera-lo fresco. E muito menos quando você é supersensível ao frio.

A mão dele apertava a minha, entrelaçando nossos dedos. Aquele era o único calor necessário para me fazer continuar andando. Estávamos em um silêncio confortável e em uma leveza espiritual que parecia impossível de ser quebrada. A fase de surtos de algum tempo atrás havia acabado, mas isso não significava que eu estava menos feliz. A realização interior quase transbordava pelo peito, sinceramente. Andávamos lado a lado esbarrando nossos ombros, algumas vezes olhava Max de canto e via o sorriso bobo que ele carregava no rosto, logo trazendo o mesmo sorriso para o meu.

Outra rajada de vento frio percorreu novamente por nós e minhas pernas tremeram. Minhas roupas estavam molhadas, assim como meu cabelo que estava encharcado, algumas vezes umas gotas de água escorriam dos fiapos de meu short pela minha coxa, dando uma sensação engraçada de cócegas. Agradeci por meu cabelo não ser tão longo, pois seria ainda mais problemático para secá-lo, desembaraça-lo e entre outras coisas.

Não demorou para chegarmos a Conventionis. A fachada do térreo composta por, principalmente, vidro, permitia-nos ver a movimentação do local... era a hora do jantar. Nossas cabeças estavam tão cheias de coisas que nem pensamos que isso pudesse acontecer, e que nossa entrada discreta no prédio iria por água a baixo.

Ainda de mãos dadas fomos nos aproximando calmamente da porta de vidro, tentando não dar demasiada atenção para as pessoas lá dentro que já tinham nos vistos, e muito menos para alguns indiscretos que até apontavam, hahaha! Quando entramos, conseguimos ouvir alguns comentários divertidos como “Casal do ano” ou “Finalmente hein?!”, entre outros. Aqueles que antes não prestavam atenção, foram atraídos pelos comentários, e era possível ver as outras mesas esticando o pescoço para nos ver melhor. Apenas rimos e demos de ombro. Realmente não estava nos nossos princípios esconder o que sentíamos. Sorri para o Max e ele para mim.

– Acho que agora vou tomar banho e depois desço para o jantar. – Comentei.

– É, acho melhor eu fazer o mesmo. Aliás, a gente pode ter se atrasado um pouco, mas ainda temos tempo.

Caminhamos até o elevador. Iríamos entrar juntos se um garoto loirinho não tivesse chamado Max. Despedi-me dele com um beijo na bochecha - estava todo mundo olhando, intimidades para outra hora, não é mesmo? - e entrei. Quando a porta do elevador se fechou voltei a surtar, só um pouquinho... ou não.

Respira, respira, não pira Sofia. Esse dia foi maravilhosamente perfeito! Nada mais a dizer! Maxell fez o meu dia valer a pena, fez meu sorriso explodir de felicidade e fez meu coração bater mais forte... tudo isso por ele. Sei que não estou errada sobre ele, e se necessário, irei contra a opinião do mundo inteiro, pois não me importo. Conheço Max, confio nele e isso para mim basta. Não preciso do apoio de mais ninguém.

Quando estava prestes a chegar no andar de meu quarto lembrei-me do chão molhado do térreo. Suspirei, depois eu secaria o chão... não era a primeira vez que ele ficava molhado por minha culpa, mas pelo menos desta vez eu assumiria. Mas, nesse exato momento, tudo o que desejo é um bom e relaxante banho de água quente para acabar com essa tremedeira de bater o queixo. Alguns minutos depois de ter entrado em meu quarto, tomado meu banho e trocado de roupa, desci para o térreo. Apoiei minhas mãos na água, fechei meus olhos, inspirei e expirei, quando abri-os não havia mais água espalhada pelo chão. Sorri vitoriosa e caminhei para o refeitório para jantar. Olhei várias vezes ao redor em busca de meu platinado, mas a princípio não o avistei. Peguei uma bandeja, a comida e fui até a mesa de minha equipe. Todos já estavam acabando seu jantar quando me sentei. Assim que coloquei a colher na boca senti cinco pesados olhares pousarem em meu rosto.

– Boa noite – Cumprimentei-os e todos responderam em uníssono da mesma forma. Parei a colher no ar e analisei os olhares de cada um.

Karen tinha um sorriso divertido em seus lábios como se estivesse esperando algum comentário para ser respondido de um jeito hilário, eu sabia que ela tinha a resposta na ponta da língua, sempre tinha. Seus olhos falavam por si só: “Você vai me contar t.u.d.o”. Sorri, eu realmente seria obrigada a falar... não que eu me incomodasse, claro.

Lauren tinha um sorriso e olhar parecidos com os de Karen, mas não eram tão leves e soltos quanto os dela. Eu sabia que era ela quem tinha mais coisa contra o Max, então não a culpava pelo pouco de receio que também havia em seu olhar, mas sabia também que a ruiva estava feliz por mim e que também queria saber o que tinha acontecido.

Ryan não me olhava mais, apenas concentrava-se em sua comida. Sua expressão estava serena, impassível... como sempre, o que não surpreendia ninguém, mas ouvir a voz dele... isso sim era surpreendente. Sem dúvidas, Ryan era aquele a quem eu menos tinha contato do grupo. Na verdade, acho que isso vale para todos, exceto para Lauren. Inúmeras as vezes que eu os via juntos, ou melhor, era mais difícil vê-los separados do que juntos... devia ser uma espécie de mutualismo, só podia...

Peter também não me olhava mais, mas bastou sentir que eu o encarava que mudou a rota de seu olhar do prato para meu rosto. Quando nossos olhos se encontraram ele apenas deu um sorriso, uma espécie de cumprimento, mas que naquele momento tinha um significado maior. Quase que consigo ler seus pensamentos. “Se você está feliz, tudo bem, mas continuo detestando-o”.

E por último, Drake. Ao olhar para ele notei que continuava me encarando desde o princípio. Tive vontade de rir, mas quando nossos olhares se encontraram, senti-me extremamente confortável, o que era difícil considerando que se tratava dele. De qualquer modo, o sorriso dele valeu por todos. Ele sim parecia estar feliz por mim. Agradeci mentalmente por esse cara existir.

Enfim, após analisar todos aqueles olhares comecei a comer, perdendo-me na imensidão dos meus pensamentos e focando em coisas banais do dia-a-dia, coisas que realmente não importavam, mas que faziam com que eu me preocupasse mudando meu foco da preocupação que é o mundo. Não demorou muito para que todos começassem a conversar sobre coisas tão banais quanto, e eu acompanhasse. Quando Karen e Peter iam saindo, Lauren falou para Drake e eu esperarmos. Assim fizemos. Logo Ryan também saiu, levando o restante dos pratos para cozinha para serem lavados.

– Seguinte. – Lauren começou com uma leve aura autoritária. Fiquei um pouco assustada, quer dizer, o histórico de tudo relevantemente errado que eu já tinha feito na minha vida começou a passar pela minha mente, principalmente as coisa que fiz aqui. Acho que Lauren tinha esse “poder de mãe”. Ela era a figura materna de toda Conventionis. – Vocês estão um pouco desatualizados de algumas coisas por aqui.

– Como assim? – Drake estranhou.

– Vocês estão desatualizados sobre os jogos do labirinto...

– Ah, sim, já ouvi uns comentários sobre eles... – Respondi, prestando toda atenção possível.

– Esses jogos são feitos durante essa época do ano por apenas alguns dias. Drake chegou um pouco depois deles, por isso não teve a oportunidade de participar, além do fato de não ter um parceiro. Os jogos são uma competição que fazemos, não só por motivos recreativos, mas também para uma motivação de treinos. Entendem?

Nós concordamos, balançando a cabeça. Drake comentou alguma coisa sobre lembrar-se deles estarem falando disso quando ele chegou a mesa durante o café.

– Amanhã eu anunciarei as partidas, levarei todos até o local e tudo será bem melhor explicado, aliás, vocês não são os únicos novatos que nunca participaram dos jogos. Pedi para os líderes de cada sub-grupo falarem com os membros mais novos. Os jogos mesmo acontecem daqui a dois dias.

– E como é que eles funcionam? – perguntei.

– É um grande labirinto. São colocadas um tanto de pessoas em duplas em cada ponta do labirinto, e assim que a partida é dada, o objetivo é chegar até seu meio, conseguindo assim um prêmio que todos desejam. Para isso, vocês devem usar seus poderes para passarem os desafios, atrasarem os adversários e se ajudarem, claro. Isso é um resumo “xoxo”, amanhã será explicado com maior grandiosidade.

– As duplas são as mesmas, tipo, são os parceiros? – Perguntei.

– Sim, por exemplo, você e Drake são uma dupla, eu e Ryan outra, Karen e Peter outra...

– E se na competição nós acabarmos caindo contra uma dupla mais experiente do que nós? – Eu realmente odiaria ter que competir com alguém muito mais experiente. Sem chances que eu iria fazer isso!

– Não se preocupe, – Lauren sorriu – tudo é milimetricamente calculado. Só competimos contra pessoas de mesmo nível, mesma experiência e com o mesmo tempo de treinamento. – Senti-me aliviada.

– Enfim, - continuou – só avisei vocês disso, pois é importante que saibam. Amanhã terão melhores informações, ok? - Tanto eu como Drake confirmamos positivamente com a cabeça. Ela disse que estávamos liberados e assim saímos do refeitório. Paramos em frente ao elevador.

– Vai subir? – Perguntei.

– Sim, estou louco para ir dormir. – Admitiu – Dia cansativo.

– Entendo...

– E você? – Indagou.

– Acho que irei ficar mais um tempo por aqui, bobeando, lendo... qualquer coisa. – Sorri e ele correspondeu ao sorriso. – Então... boa noite Drake, durma bem. –Despedi-me dele com um beijo na bochecha. Observei enquanto entrava no elevador e apertava o botão de seu andar, ele sorriu novamente e acenou um “tchau”.

Não estava com sono e não havia encontrado Max, então resolvi esperar por ele um pouco no hall. Sentei-me em um daqueles inúmeros sofás, perto de onde algumas outras pessoas jogavam sinuca - eles não eram os únicos no térreo, mas eram os mais animados -, peguei uma revista qualquer e comecei a folheá-la. Infelizmente, ou felizmente, aquela revista estava tediosa que me fez passar a prestar atenção na conversa dos outros. É, eu sei, não me orgulho nem um pouquinho disso, admito.

Primeiro eles estavam falando de um assunto que eu não sabia, minha vontade era de perguntar do que se tratava, mas não podia estragar o disfarce, continuei virando as páginas da revista. Era um grupo de umas cinco pessoas. Duas garotas e três garotos. Uma delas eu reconheci como sendo a Anna, a garota que tinha o mesmo poder que a Lauren e havia ajudado na batalha, a Sasha, a curandeira... também tinha Samuel, outro garoto que conheci naquela batalha e ao seu lado identifiquei o menino da multi-visão, o Alexandre, que me falou sobre uma tal profecia - a qual eu precisava pensar novamente, e o outro garoto, um alto e loiro, eu não conhecia. Eles não haviam notado minha presença ali, até mesmo porque eu estava um pouco afastada, escondida pelo sofá, e quietinha também. Era realmente difícil me notar no momento...

Uma garota baixinha, mas com um corpo que eu estava invejando naquele momento, de cabelos morenos lisos indo até a cintura - em outras palavras, linda -, aproximou-se deles com um sorriso travesso no rosto, segurando o riso.

– Gente, está mesmo escrito aquilo! – Ela não aguentou segurar o riso e o deixou sair enquanto apoiava seus braços na beirada da mesa de sinuca.

– Sério? – Anna perguntou, também rindo um pouco. – Tem que ter muita coragem para fazer o que aquela pessoa fez. – riu novamente. Estava começando a ficar curiosa. Quem foi que fez? E o que estava escrito? Onde estava escrito? Minha atenção dobrou para a conversa agora que o assunto havia mudado.

– Hahaha – Samuel riu, tinha um sorriso incrível – Bem que eu disse que tinham mesmo feito aquilo. É cutucar a onça com vara curta, mano, pra quê provocar, né? – Ao mesmo tempo em que falava num tom indignado, suas palavras tinham um toque de diversão. Algo como “não estou de acordo, mas que é engraçado é”.

– Não gostei. – Sasha comentou, fazendo bico assim que terminava uma jogada que não fez nenhuma bola cair. – Quer dizer, aposto que vai ter uma briga e, adivinhem? Vai sobrar pra mim curar.

– Não duvido muito disso também não... – A garota baixinha que eu não sabia o nome concordou, um pouco mais séria.

– Ela é um tanto explosiva, e ele é... imprevisível. O que esperam ao fazer isso? – o garoto que eu não conhecia disse. – Quer dizer, admito que eu ri, mas não foi nem um pouco prudente da parte de tal pessoa...

Ela? Ele? Quem?

– E a Lauren nisso tudo, hahahah? – Anna comentou. Fiquei ainda mais atenta ao ouvir o nome da minha amiga.

– Mano, eu acho que ela ainda não viu, mas quando ver, eu to com dó da pessoa que fez isso! Hahahah – Foi Samuel que falou entre as risadas.

– Acho que não vai ser ela não, viu? Eu ouvi dizer que ela só chama as pessoas para conversar, explica as coisas com calma, e quem da a bronca mesmo é o Ryan! – a menina baixinha disse.

– Sério? Não sabia disso... – Sasha falou curiosa.

– Uhum, pelo menos daqueles que já levaram uma baita bronca que eu já conversei, foram isso que relataram!

Depois disso, o papo acabou se desviando, e, afinal de contas, eu não havia saciado a minha curiosidade. O que sabia era que alguém havia escrito algo em algum lugar para provocar alguma pessoa... Céus! Quantos pronomes indefinidos!

Fechei a revista, esperei mais alguns minutos Max aparecer, mas parece que meu namorado havia desaparecido da face da Terra. Decidi que iria procura-lo depois, então subi no elevador, indo em direção ao meu quarto.

Ah... que “bela” surpresa eu tive. A minha curiosidade de pouco tempo atrás estava sendo saciada na medida em que eu aproximava-me de meu quarto. Um grupo de pessoas envolta a minha porta, ao perceberem minha presença, abriram passagem. Minha curiosidade foi totalmente saciada assim que eu li, pichado na minha porta, “A Novata e O Deliquente”.

De repente tudo fez sentido. A novata. Eu. O delinquente. Max. E, claro, o fato de fazer sentido não fez com que eu me importasse menos... muito pelo contrário. As palavras pularam da minha boca de forma impulsiva, não pensei muito em qualquer ação a seguir.

Virei-me rapidamente de costa para porta e encarei um por um. Não devia ser um grupo maior que quinze pessoas. Não reconhecia ninguém. Gritei.

– Quem foi?!

Silêncio total. Todas as risadas antes de eu chegar pareciam ser coisa de outro mundo, todos os cochichos enquanto eu lia também morreram. Mas não era aquele silêncio que eu queria.

– Eu. Perguntei. Quem. Foi. – falei pausadamente, com um olhar não intencional, mas não menos ameaçador, de raiva.

– N-não sabemos... – uma garotinha que não devia passar de seus quinze anos gaguejou em resposta. – Já tava assim quando vimos...

Não segurei a raiva. Cerrei meus pulsos, sem que eu percebesse eles estavam flamejantes (só fui notar isso depois que vi a marca que deixei), e soquei a porta atrás de mim. Furiosa. As pessoas, de susto, pularam para trás. Pareciam aflitas, mas isso pouco me importava.

– Quero saber quem foi o IMBECIL que fez isso!

Provavelmente, atraídos pelo meu grito, outras pessoas se aproximaram, entre elas, notei de canto de olho que uma parecia estar mais desesperada. Então logo vi que não era ninguém mais, ninguém menos, que Maxell.

Olhei para ele com raiva. Não dele, claro, mas da situação. Ele, aparentemente, já sabia do caso-porta, mas parecia estar mais preocupado comigo e meu olhar assassino para todo mundo do que com aquilo...

– Sofi! – ele falou com uma expressão indecifrável.

Continuei calada, pensando no que falar. As outras pessoas se alternavam entre olhar para ele e para mim. O albino notou, pegou-me pelo braço e me levou até o elevador com pressa. Os outros pensaram em seguir, mas ele lançou um olhar tão mortal quanto o meu que fizeram todos mudarem de ideia e voltarem para suas vidinhas.

Eu ia começar a falar, e se eu começasse a falar naquele momento, sabe-se lá quando pararia... Mas Max deu um jeito de acabar com a aflição que ele sabia que eu estava sentindo: ele me abraçou. Um abraço forte, apertado, cheio de confiança, impossível de não se corresponder.

Sentia que meu peito doía, que o coração batia muito forte, que na minha garganta já se formava um nó e meus olhos lacrimejavam de raiva. Sério, sério mesmo? A novata e o delinquente?

Não, eu realmente não era o tipo de pessoa que ligava para a opinião alheia. Nunca dei ouvidos àqueles que falavam coisas ruins sobre mim, muito menos que comentavam sobre a minha vida pessoal... mas aquela frase realmente me deixou furiosa.

Por dois motivos, a) eu, sem dúvida, protegeria Max até o fim do mundo, não queria ser um tormento para ele. Ver o seu namorado ser chamado de algo como “delinquente” tira qualquer um do sério e b) as pessoas, ao invés de falarem, ou ao menos ajudarem a descobrir, quem diabos tinha feito aquilo, pareciam apenas curtir com a minha cara, ficaram olhando-me como paisagem, rindo interiormente.

Haveria, sim, vingança. Aquilo era imperdoável.

Quando achei que era o suficiente, afastei-me um pouco dele com as duas mãos o empurrando levemente. Ele olhou para mim com os olhos vermelhos preocupados. Dei um meio-sorriso, era o melhor que eu podia fazer agora.

– “A novata e o delinquente”... – repeti baixinho o que estava escrito. A porta do elevador se abriu, indo para a cobertura, nós saímos juntos, ficaríamos conversando lá, pois era mais tranquilo. Ele me encostou de costas ao murinho, aproximou seu corpo do meu e deu um leve beijo nos meus lábios.

– Realmente acho que você não devia se importar com isso.

– Eu sei. – a raiva anterior tinha quase que passado por inteira, eu estava bem mais calma, Max tinha esse efeito em mim. – Mas... sabe, eu realmente não queria chamar tanto assim essa atenção para gente, eu realmente não queria ser um tormento para você, além de que...

– Ei! – Max me interrompeu de repente – Você nunca será um tormento, independente do que todo mundo diz. Se tem alguém que ta chamando atenção, é tudo culpa minha. Aliás, você é só a novata, eu que sou o delinquente... – falava isso sem nenhum tipo de rancor na voz, como se estivesse acostumado. Isso fez meu coração parar um pouco.

– É, mas... – fiz bico e olhei para baixo – Por que tudo tem que ser tão difícil? – cruzei os braços. Parecia uma garotinha manhosa.

Ele deu uma leve risada e beijou minha testa.

– Porque nós deixamos mais difícil.

Soltei outro meio sorriso, é, acho que ele tava certo...

– Quer dar a volta por cima? – ele perguntou fazendo com que eu voltasse a olhar em seus olhos. Afirmei com a cabeça.

– Então vamos fazer graça de nós mesmos. Aposto que isso deixará a pessoa que fez isso com muita, mas muita, raiva. – Seu sorriso era divertidamente encantador, acabou me contagiando também.

– Interessante. Sim, faremos isso. Aliás, é até um título legalzinho. – dei de ombros, definitivamente, bem mais calma já.

Quando eu cheguei de volta à porta do meu quarto, Lauren e Ryan estavam lá, assim como Karen que ajudava a carregar, levitando, os destroços da porta. Nossa, agora que notei, minha porta tinha sido quebrada totalmente, não tenho mais. Max já tinha descido um andar antes...

– Gente? – agora havia voltado a ficar um pouco assustada por aquilo.

– Ah, Sofia... Não se preocupe, a nova porta chega amanhã de manhã. Sinto muito por isso, vou descobrir quem fez. – Lauren disse. Karen tirou o último destroço e colocou dentro de um grande saco, logo entregando para Ryan, que o levou dali sem grandes dificuldades.

– Se quer saber, nem precisa. – dei de ombros e a ruiva olhou para mim com uma cara desconfiada.

– De qualquer modo, essa pessoa infringiu regras daqui e precisa-se falar com ela. – concordei com a cabeça – Bem, boa noite. Tudo bem se você dormir sem porta hoje?

– Não tem problema, acho que ninguém vai invadir, quer dizer, espero. – ri e ela riu junto, concordando.

No dia seguinte quando eu acordei já tinham instalado a nova porta. Eu tenho um sono extremamente pesado, por isso realmente não notei.

Tomei um banho rápido e coloquei uma roupa qualquer. Pelo horário que havia dormido, eu tinha até acordado cedo. Desci para tomar café e só tinha algumas pessoas no refeitório. Peguei o que fosse do meu agrado e sentei-me na mesa.

Só falta Karen e Drake chegarem. Cumprimento todos, vira e mexe discutimos sobre algum assunta banal, como todas as manhãs.

Quando os dois atrasados chegaram, Lauren falou que dali uma hora a Conventionis inteira teria que se reunir no salão para que eles pudessem ir, todos juntos, para o topo da montanha, no labirinto, onde as regras seriam explicadas.

Aquela uma hora nunca demorou tanto para passar. Eu resolvi nem subir de volta ao quarto (na verdade, subi só para escovar os dentes e passar protetor solar...), fiquei na parte dos sofás conversando com meus amigos sobre assuntos aleatórios, perguntava para Karen como eram os jogos e ela mal conseguia explicar, mas pela sua cara de ansiedade, eram bons. Muito bons.

Quando Lauren e Ryan apareceram no saguão novamente, toda a atenção foi para eles. Avisaram para cada líder dos subgrupos pegarem um carro na garagem e irem subindo. No meu caso, como somos seis, acabamos ficando um pouquinho apertados.

Ryan fez um caminho que antes eu não havia notado, existia outra entrada na estrada na qual o carro começou a subir... E subir, subir, subir... sei lá, já estava ficando preocupada, pois havia pelo menos vinte minutos que só subíamos.

Finalmente, chegamos. Comecei a olhar para todos os lados, realmente o local era bem bonito. Ryan estacionou junto a outros carros, pude notar que algumas pessoas já estavam lá, mas a maioria ainda estava chegando.

Quando desci do carro, tive a melhor surpresa da minha vida. Aquela paisagem era a mais linda jamais vista por mim...

Eu, realmente, estava ansiosa por esses tais jogos.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Quem aqui gosta do Max levanta a mão! o/ (prevejo vácuo)
Quais são as expectativas de vocês para esses jogos?

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