Adrianne escrita por Uma Morsa


Capítulo 2
Capítulo 2




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Vou para minha sala de aula, onde dali uns quinze minutos teria minha primeira aula, assim como eu, tem outros alunos adiantados. Fico imaginando eu no consultório, passando uma receita medica, mal poderia esperar. Quando bate o sinal, o número de alunos não muda, só chega duas garotas. Com elas minha turma tem apenas quatorze alunos, um número um pouco desanimador, gosto estar numa sala cheia, vou ter que encarar quatro anos descartando esse desejo.

− Boa tarde turma. – diz um homem que deve ter em cerca de 40 anos. – Vou ser o professor de vocês, meu nome é John Bauer. Vou ensinar uma parte da medicina, que são doenças virais.

− Que partes têm? Alem dessa, é claro. – pergunta um garoto mais a minha frente.

− Tem outra que são cinco se não me engano de tipos de doenças. Ai tem mais, aonde vocês vão para o laboratório, outra que vocês fazem estagio e depois no final vocês irão escolher uma área especifica e terão aulas de acordo com o que vocês escolherem.

Na segunda aula tenho aula no laboratório, a turma continua a mesma, o que me desanima um pouco. Somos apenas 14? Na aula no laboratório tem varias mesas com duas cadeiras em cada. Sento-me numa, junto com uma ruiva com os cabelos mal penteados.

Após todas as aulas que tive, posso andar pelo campus, despreocupada. Todas as aulas foram ótimas, não posso esconder que adorei o professor Bauer, ele que mais mostrou simpatia. Acho-o mais solto na sala, John solta suas opiniões sem menor preocupação com seus superiores, gostei disso.

− Adrianne! – chama-me a ruiva, que sentei junto na segunda aula.

− Oi. – digo aproximando dela.

− Nos tivemos a segunda aula juntas. Johanna. – apresenta-se.

− Lembro-me de você.

− Desde quando cheguei aqui tento fazer amizade, só que parece que as pessoas me evitam, inventam desculpas para não precisar falar comigo. – Ela da os ombros – Já devia estar acostumada. O que você esta fazendo?

− Só andando. Conhecer todo terreno. – explico – Se quiser me acompanhar não tem problema. – convido-a, de certa forma fiquei com pena dela.

− Serio mesmo? – pergunta animada.

Eu assinto.

− Obrigada Adr...

− Anne, apenas Anne. – interrompo.

− Tudo bem Anne. Você é da onde?

− De Lincoln, e você?

− Cidade vizinha. Em Lincoln tem uma ótima faculdade por que vir ate Chicago?

− Meu pai fez a faculdade aqui, então decidi fazer aqui também. – explico.

− Entendo. Meus pais também fizeram faculdade aqui, eles se conheceram aqui para ser mais exata.

− Esperança de conhecer alguém aqui igual seus pais? – pergunto, tentando adivinhar.

− Sim. – admite ela rindo, claramente tímida. – Nunca me dei bem com garotos, sempre achei que fosse por causa dos cabelos, então eu arrumo ou corto em casa de um jeito diferente para ver se funcionava, pelo jeito nunca deu certo.

− Você corta os cabelos em casa? Nossa. Me diga que sua mãe que corta. – essa garota sem duvidas precisa de uma ajuda.

− Não. Eu corto sozinha ele. – diz ela risonha.

− Nunca se preocupasse em cortar ele errado? – pergunto.

− Cabelos cortados de jeito diferente chama a atenção. – penso em responder que não chama a atenção do jeito que ela queria, mas não queria magoa-la.

− Venha. – digo indo em direção da entrada principal.

− Achei que nos íamos andar por ai.

− Vou dar uma ajuda com seu cabelo. Não que esteja ruim, mas posso dar uma acertada nas pontas. – acrescento antes que ela se magoe.

− Você realmente vai querer fazer isso? Nunca ninguém cortou meus cabelos antes, a não ser minha mãe.

A mãe dela não pode ter apresentado o cabeleiro? Sinto que a família dela não sabe ser totalmente normal e acaba sendo alvo de vaidos.

− Claro, te garanto que vai ficar melhor. – digo tentando mostrar confiança para eu tentar, nunca peguei numa tesoura para cortar cabelo.

Johanna me leva ate seu quarto, fico feliz, pois não queria sujar o chão do meu com cabelo, tenho mania de limpeza.

− Você tem uma bacia? – ela me passa duas bacias, ambas de tamanho bom para lavar os cabelos dela. Coloco água morna do chuveiro nas duas e pego um xampu e volto para o quarto.

− É necessário lavar os cabelos antes de cortar?

− Claro. – digo de forma como se não fosse obvia. – Assim posso ver bem a linha que os cabelos fazem nas pontas.

Sento-me no chão e ponho a bacia no meu colo, ela se deita, ficando um pouco levantada pelos cotovelos, não e uma posição muito confortável de se estar por muito tempo. Lavo os cabelos dela bem rápido. E enxaguo o cabelo na água limpa. Retiro o excesso, e penteio, em seguida Johanna me passa a tesoura.

Fico nervosa, é a primeira vez que vou cortar o cabelo de alguém, espero não fazer bobagem. Tento cortar em forma de U, não e um corte nada elaborado, mas ficara melhor do que o cabelo dela está cheio de elevações e depressões. Corto o cabelo bem devagar que se eu cortar errado um pedaço não vai ficar um caso perdido. Assim que termino seco-os e escovo-os para que eles fiquem mais soltos. Fico contente com o resultado, realmente ficou bom. Não mudou muita coisa como estava antes, mas o pouco que mudou foi para melhor.

− Ficou ótimo. – diz ela se namorando na frente do espelho. – Adorei

Ela me abraça. Eu retribuo o abraço, um pouco sem jeito.

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Volto para meu dormitório para mandar um email para minha mãe contando tudo o que aconteceu aqui. Prometi a ela que iríamos trocar emails diariamente, como se isso fosse um diário. Conto a ela sobre minha colega de quarto, sobre Matt, sobre o professor Bauer e sobre Johanna, principalmente sobre Johanna, não e todo dia que encontra alguém que nunca foi a um salão de beleza cortar o cabelo.

Assim que envio o email para Liv, Beatrice aparece.

− Hoje a noite vai ter uma festa. – anuncia – Você vem?

− Isso depende, vai me abandonar como no almoço?

− Ah? Oh! Desculpas eu... Não vai se repetir desculpe Anne. – diz ela – Eu vou te ajudar com a roupa. – se prontifica indo ate meu quarda-roupa e abrindo as gavetas – Você tem vestido não tem?

− Sim, esta na terceira gaveta na esquerda. – ela abre e tira a pilha de vestidos. – Ate que você tem alguns, no final de semana vou te levar para comprar mais.

− Beatrice não precisa...

− Vou comprar alguns bem lindos para você, esses que você tem não são para uma festa nem nada, são para usar de dia. – ela estremece. Beatrice pega os vestidos e desdobra-os deixando esticado na cama. – Esse certamente não, e muito final de tarde. – Depois de alguns momentos desdobrando os vestidos. – Você não tem nenhum vestido todo preto não?

Abro a gaveta novamente e retiro um preto. Ele é tomara que caia e a saia dele e bem solto, do jeito que gosto. Só uso ele quando minha mãe e eu saímos para jantar com os colegas de trabalho dela.

− Adorei ele. Só precisa de um colar, um belo brinco pulseira, um cintinho, e claro, um salto, espero que calce 37, pois tenho um que vai ficar muito legal com ele.

− Você realmente gosta de moda. – reparo – Eu calço 37 para sua alegria.

Ela abre um enorme sorriso.

− Vá tomar banho e leve o vestido junto. Não demore tenho que ir também. Vou ver o que eu uso. Vai logo. – manda ela quando me ver congelada no lugar.

Obedeço-a e vou tomar um belo de um banho.

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− Fique parada estou quase terminando sua maquiagem.

− Não vai mudar nada Beatrice. – reclamo.

− Claro que vai. Assim que eu terminar você verá. – fala ela pressionando um batom escuro contra os meus lábios. – Por favor, tenta não piscar enquanto eu to passando o lápis.

Obedeço, depois de uns instantes ela finalmente acaba e se volta para o espelho para se maquiar. Pego os meus óculos em cima da estante e dirijo-me ao espelho de corpo inteiro e fico maravilhada com o que vejo. Estou linda, porem acho que o colar e as pulseiras desnecessárias então as retiro. Fico namorando meu reflexo por um bom tempo, tentando memoriza-lo.

− Você esta ótima Anne. – eu me viro, dando um leve sorriso para ela.

− Você esta incrível Beatrice Primouth. – ela solta um risada. Mas realmente ela esta incrível, seu vestido é cheio de babado nos tons de verde, e todo coladinho, fica muito bem nela, Beatrice ainda pôs um salto enorme, porem bem delicado e a cor dele e um prata, ele e quase um espelho, porem e delicado, nada comparado a uma Lady Gaga.

− Estou pronta. Vamos. – fala.

− E Jenna?

− Eu e ela tivemos uma discussão depois da aula, ela fez novas amizades e tudo mais, daí ela me deixou de lado. Então eu... – ela faz uma pausa e balança a cabeça – Vamos falar de coisas boas, festa é igual sorrisos, sorrisos, tudo de bom, nada de coisas ruins.

− Quanto otimismo. – reparo – Você fez muitos amigos?

− Alguns. Foi um deles que me convidou para a festa.

− Será que eu vou atrapalhar alguma coisa?

− Não. Não vou beijar ele. Ele é só um amigo. E, além disso, eu tenho um namorado.

− É mesmo? Onde ele esta? – pergunto.

− Ele foi para outra faculdade porque aqui não tinha de mecânica, e lá não tinha de moda. Pelo menos vamos nos ver nos fins de semana. – ela parece um pouco triste com isso.

− Nada de carinhas tristes. Só quero ver sorrisos. – ela me olha e faz biquinho. – Foi você que disse.

− Tudo bem. Vamos.

Beatrice me guia pelos corredores, segundo ela a festa seria no ginásio, e eu não faço menor ideia onde teria um ginásio por aqui. Pelo caminho encontramos mais alunos arrumados indo para a festa, pergunto a Beatrice quem iria tudo ela respondeu todo mundo, o que me deixou com borboletas no estomago. Eu sei que tenho que tentar ser uma nova Anne, eu tenho tentado, numa festa é o que eu preciso para tentar ainda mais.

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Notas finais do capítulo

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