Adrianne escrita por Uma Morsa


Capítulo 1
Capítulo 1




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Meu nome é Adrianne Price, mas pode simplesmente me chamar de Anne, sou uma garota de cabelos lisos e castanhos. Comparada a outras garotas, eu não tenho as enormes curvas que elas têm, sou desajeitada, uso óculos para ser mais esquisitona, não me arrumo direito e não tenho uma autoestima muito alta. Mas o que importa isso afinal? Eu vou começar a ir para a faculdade Whotepier amanha em Chicago, deixando Lincoln para trás, quem sabe eu consiga deixar a antiga Anne também.

Estou terminando de por as caixas com minhas coisas no taxi que ira me levar para Chicago, e minha mãe, Liv, não para de perguntar se estou esquecendo de algo, não a culpo, ela ira sentir minha falta, assim como eu. Aqui em Lincoln eu moro apenas com minha mãe, meu pai, Sirius, foi assassinado há muito tempo por um cara que a policia não conseguiu prender.

− Parece que foi ontem que você era apenas um bebe, e agora, quem diria. Você vai para a faculdade – diz minha mãe com lagrimas nos olhos, eu abraço ela, tentando não chorar.

− Eu vou ficar bem. – digo – Te ligo assim que eu chegar lá. Amo você.

Entro no carro, com as pernas tremendo, sentirei falta de casa. Abaixo a janela a fim de memorizar o rosto de Liv, e minha casa.

− Se cuide Adrianne. – diz ela, apenas minha mãe me chama de Adrianne, eu acho o nome estranho e complicado, então me apresento apenas como Anne, o que na verdade é bem mais simples. – Estarei esperando sua ligação.

Apenas assinto e dou um tapinha no ombro do taxista para ele ir. Gostaria muito que Liv me acompanhasse ate a faculdade, porem ela não sabe dirigir, e se ela viesse comigo no taxi, é possível de ela querer voltar de ônibus, não esbanjamos dinheiro em casa, somos simples, e apenas o que minha mãe ganha sendo professora de historia que nos sustenta duas, agora ela terá mais gastos com a faculdade, porem ela já economizava há um bom tempo para esse momento. Sempre quis ajudar minha mãe com as despesas da casa, mas ela sempre negava, me proibia de procurar emprego, não poderia fazer nada para mudar a ideia dela.

Durante maior parte da viajem eu fico imaginando de como a faculdade seria. Será que elas são exatamente iguais aos filmes? Que todos que entram acabam se tornando drogados, apaixonados ou muito estudioso? Se elas fossem assim, a terceira opção é o que mais se enquadra em mim, porque ser drogada seria uma estupidez enorme, pois eu sei que não conseguiria aproveitar as aulas que minha mãe deu duro só para conseguir me matricular, e estar apaixonada, nunca fui boa com essas coisas, ou pelo menos ate agora, vou ser uma nova Anne, pelo menos tentarei ser.

O restante da viajem fico relembrando algumas conversas com Liv no café voltado eu ir para Chicago estudar. Ela estava muito empolgada para eu ir, e ao mesmo tempo já estava sentindo minha falta. Lembro-me dela ter mencionado sobre os garotos da faculdade, que a maioria não esta interessado em você, mas sim em sua bunda, peitos. Fico agradecida por ter ambos pequenos, pelo menos não seria um alvo principal. Prometo a mim mesma que se algum desse tipo der em cima de mim, irei fazer ele de bobo, tenho que me divertir já que estou quase adulta.

Ao chegar à faculdade Whotepier, me supriendo pela arquitetura, o prédio é enorme, tem pelo menos uns seis andares, não é muito alto, mas o tamanho dele para os lados é que me supriende. No jardim tem vários alunos, tento vasculhar por algum rosto familiar, sem sucesso.

Encontro com dificuldade meu dormitório, junto com o taxista, ele esta me ajudando com as caixas. A suíte possuía duas camas, muito bem arrumadas e limpas, há um criado mudo ao lado da cama e no outro lado há uma estante bem grande cheia de gavetas, percebo que da minha colega de quarto, seja lá quem for, também tem essa estante, e não vejo nenhum armário, então esse deve ser meu armário por aqui, minhas roupas vão ficar amassadas, tento não me importar com o fato.

Após algumas idas e voltas, do taxi ao dormitório, o carro finalmente se livra de todas minhas bagagens. Volto para meu quarto, para ajeitar minhas coisas, o que não demora muito. Minhas coisas que vão ser guardas no banheiro e algumas besteiras para comer, eu os deixo numa caixa, para não ser inconveniente e guardar tudo do meu jeito e causar uma briga desnecessária. Sobre minha colega de quarto, como ela é? Espero que ela seja alguém que não se incomode facilmente e que não seja liga na tomada o dia inteiro. Imagino-a como uma garota cheia de estilo, que exagere no delineador, que não se importa com nada.

− Serio? – diz uma garota loira com o cabelo todo bagunçado, seus olhos são claro, e ela não usa maquiagem. – Ela é minha colega de quarto?

Encolho-me, devo estar vermelha de vergonha.

− Pergunte a ela não a mim Beatrice. – diz uma garota ruiva ao seu lado.

Um homem entra no quarto deixa uma caixa e vai embora, provavelmente deve ser o pai de Beatrice. Beatrice esta com uma caixa e uma mochila parada na porta falando com sua amiga ruiva. Penso que eu e ela não iríamos nos dar muito bem, mas tentarei fazer o possível para conseguir ter um clima de convivência. Depois de alguns minutos o homem volta trazendo outra caixa, e isso acontece repetidamente enquanto tudo que Beatrice fazia é ficar segurando aquela caixa e a mochila e falar com sua amiga.

− Filha, todas as caixas já estão aqui, agora entre vai arrumar suas coisas, e faça amizade com sua colega de quarto. Jenna também tem que ir arrumar o quarto dela não é mesmo? – ao falar isso Jenna sai sem dizer uma palavra.

− Não precisa ser grosseiro. – reclama Beatrice.

− E você pode fingir que tem educação e fazer amizade com sua colega de quarto. – tento não olhar para eles, finjo estar arrumando os autorretratos na estante. – Eu estou indo, se cuide filha, e seja gentil.

Beatrice entra, começa abrir suas caixas fingindo que eu não estou aqui. Fico de pé olhando para ela, sem saber o que posso falar, portanto acabo encarando-a.

− Perdeu alguma coisa? – diz ela a me ver olhando para ela.

Eu dou um sorriso.

− Meu nome é Anne Price, acho que você deve ser minha colega de quarto. Beatrice? Certo?

− Beatrice Primouth. Estava esperando que Jenna fosse minha colega de quarto, a conheço desde pequena. Desculpe pela minha grosseria ali na porta. Se você ouviu algo é claro, se não esqueça esse pedido de desculpa.

−Entendo. – minto. – Você quer ajuda?

Ela assente com um sorriso no rosto.

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Após de nosso dormitório estar completamente arrumado, eu e Beatrice vamos almoçar, nossas aulas começariam à tarde. Eu vou fazer medicina, enquanto Beatrice vai fazer moda, o que não me surpreende, ela possui muitas peças de roupa, certamente esse amor pela moda já é antigo.

Ao chegar ao refeitório, Beatrice logo me abandona e sai correndo em direção de Jenna. De certo modo não gosto muito de Beatrice, ela tenta ser legal, porém, quando Jenna aparece, só existem as duas no mundo de Beatrice. Eu tento não ligar. Chego à fila para me servir, a fila esta grande, porém ela anda de pressa, vejo as mãos apuradas dos alunos se servindo, e não deixando nada cair, se eu fosse fazer isso, sem duvida nenhuma, iria derrubar tudo no caminho. Quando chega minha vez, tento fazer tudo o mais rápido que posso, nada comparado que outros alunos faziam. Sento-me numa mesa sem ninguém nela, já que não fiz amizade com ninguém ainda. Cada mesa tem espaço para quatro pessoas, mas se apertar no banco tem espaço para seis, mas ficaria muito desconfortável.

Desligo-me do que esta acontecendo ao meu redor e foco apenas no meu almoço. Estava esperando algo que seja apenas comestível e sustente, porém fico surpreendida, a comida é ótima, me lembro da comida que a vovó fazia quando eu e Liv íamos a casa dela aos domingos. Coisa que não aconteceria mais, pois ela se foi. Lembro-me que minha mãe não queria que eu fosse ao enterro para eu não ter lembranças dela morta, apenas viva, de certa forma fico agradecida por isso.

− Ola, será que posso sentar com você? – diz um garoto louro, de olhos escuros.

Eu assinto.

− Meu nome é Matt Schimit, sou calouro, não quero ficar sozinho, é estranho. – explica.

− Também sou caloura, Anne Price. – apresento-me.

− Você estava esperando alguém? Oh! Desculpe, não queria...

− Não. – solto uma leve risada. – Não estou esperando ninguém não.

− Então tudo bem. Por que você esta almoçando sozinha, no primeiro dia?

− Por que você esta sozinho no primeiro dia?

− Bem digamos que meu colega de quarto chegou cedo, arrumou suas coisas e sumiu. – ele da os ombros – E você?

− Minha colega de quarto é colada numa amiga dela. – explico tentando não parecer chateada.

− Então você vai fazer o que?

− Vou terminar de comer. – respondo sarcasticamente.

− Não. – diz rindo consigo mesmo. – Que faculdade.

− Medicina, e você?

− Por que medicina? – pergunta, ignorando totalmente a minha.

− Meu pai era medico.

− Era? O que aconteceu com ele? – pergunta, eu me sinto incomodada, não gosto de falar que meu pai morreu com uma faca nas costas, é um jeito tão ruim de morrer.

− Ele se mudou para outro país. – minto – Não sei se ele ainda pratica medicina. – Matt parece acreditar.

− Vocês dois não se veem?

− Sim, de vez em quando, é raro. – me sinto péssima, por alguma razão não consigo confiar em Matt. – Mas você vai fazer que faculdade?

− Direito. – diz ele todo orgulhoso de si – Meu sonho é ser delegado.

− Boa sorte. – volto a comer, um pouco mais rápido que o normal, não é porque que não quero falar com ele, é que não consigo falar com ele. Não agora. Em poucos momentos eu termino minha refeição. – Foi bom almoçar com você. – falo – Agente se vê.

− Sem dúvida nenhuma

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Notas finais do capítulo

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