Ela podia me ver, mas como! Somente crianças que acreditavam em mim me viam, então ela acreditava no Guardião da Neve, bom aquilo era novidade.

— Você pode me ver? Perguntei.

— Claro, porque não poderia? – ela respondeu- Ahh esqueci, você não esta acostumado com pessoas te vendo, principalmente quando não são crianças. Eu sei que é preciso acreditar para ver, e admito mesmo com 16 quase 17 anos, acredito em você Jack Frost Guardião da Neve e da Diversão.

Aquilo sim me surpreendeu nunca alguém que não fosse mais criança havia me visto, e geralmente ate as crianças não me viam.

— Como você me conhece?- perguntei admirado.

— Bom, quando se tem um sobrinho que ama a historia dos guardiões, principalmente a sua, e de se esperar que a leitora acabe acreditando, se bem que eu sempre acreditei que haviam seres especiais que nos protegiam, mesmo antes de ler o livro do Jamie Bennet.

— Espera ai! Livro de quem?

— Jamie Bennet autor do livro “A origem dos guardiões”, foi ele que me inspirou a fazer isso! - disse ela, me mostrando o caderno, nele haviam vários desenhos a maioria deles eram meus, o ultimo mostrava o floco de neve que há poucos instantes tinha derretido na mão dela, devo admitir ela tinha talento.

— Sabia que o Jamie não me esqueceria! – exclamei quase não aguentando de felicidade – Ah proposito seus desenhos sãos lindos, mão como você conseguiu me desenhar tão perfeitamente?

— Bom, o autor descrevia você muito bem, além do mais – ela enrubesceu – eu sempre vejo você nos meus sonhos! Eu sempre quis conhecer a neve, sabe eu morava no Brasil, lá não neva muito se é que você me entende, então quando eu li pela primeira vez sobre um guardião da neve, fiquei animada, desde então se me permite dizer – ela ficou muito mais vermelha do que já estava - você não sai da minha cabeça.

Foi a minha vez de ficar vermelho, se é que isso é possível, nunca imaginei que faria parte dos sonhos de uma garota, uma menina quase da minha idade, bom da minha idade antes de virar imortal, aquilo me fascinava queria saber mais sobre ela, na verdade queria saber tudo dela. Quando ia perguntar mais coisas uma voz chama ao longe, e pela maneira como a garota reagiu deveria ser para ela.

— Venha Clara, já resolvi tudo, vamos embora nosso tio está esperando – chamava uma moça que aparentava ter mais de 20 anos, era morena, alta de cabelos lisos e negros, totalmente diferente da garota a minha frente, ao seu lado aguardava um menino sonolento com as mesmas feições da moça.

Porque ela tinha de aparecer logo agora, eu tinha tantas perguntas a fazer, eu já sentia um grande vinculo entre mim e, pelo que a moça havia dito Clara, eu precisava de mais tempo, enquanto isso observava a garota que me fascinava arrumar suas coisas, para partir.

— Eu preciso ir minha irmã está me chamando, muito obrigada Jack pela neve, por tudo, foi um grande prazer conhecer meu guardião favorito.

O que veio em seguida foi inesperado, Clara me deu um abraço, quando ela me tocou tive uma sensação diferente como se superaquecesse por dentro, aquilo não era normal principalmente para um cara gelado, não queria me desfazer daquele abraço nunca, mas quando notei Clara já estava se afastando, dizendo:

— Adeus Jack, foi muita sorte minha ter te conhecido.

Apenas acenei com a cabeça, Clara, que nome lindo... Bom eu acho que ela estava enganada, pois a sorte tinha sido minha de ter a conhecido, não sei por que, mais sinto que preciso vê-la outra vez, sei que isto não é certo, mas por hoje quero apenas deixar rolar.