O Coração Contrariado do Do Contra escrita por EmilyM


Capítulo 9
O Novo Hóspede


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!
Mais um capítulo fresquinho, com a adição de um personagem que eu, particulamente, gosto muito! Aproveitem!



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Do Contra estava saindo da cantina, quando de repente ouviu algumas vozes perto do banheiro, que era para onde ele estava indo. Eram do Toni e da Samara! Ele se escondeu ali perto, pra tentar ouvir.

–... então, eu costumo ir a academia até aos domingos! O Titi também costuma ir, mas ele ainda não mergulhou de cabeça no projeto Maromba como eu! – Toni dizia, se sentindo.

– Hum, é mesmo? – DC escutou a voz de Samara, que parecia entediada.

– Pois é! Aliás, tem muita gatinha que nem você, por lá! Você podia ir comigo, eu iria te ensinar desde o comecinho até o modo hard... – DC revirou os olhos. Toni estava usando aquela vozinha sedutora que usava quando entrou no colégio, principalmente com a Mônica! Pena que não deu certo no final...

– Ih, mas esse estilo de vida não é pra mim não! Minha dieta é a base de massa, chocolate, massa, chocolate... – Samara disse, dando uma risadinha. DC sorriu.

– Que pena! Você já é linda, imagina entrando pro mundo fitness... – Nesse momento, Cebola chegou praticamente gritando, denunciando Do Contra.

– Pindarolas DC, até que enfim te achei! Tava te procurando faz tempo!

– AAAAAH!!! – DC gritou de susto e caiu no chão. Samara e Toni apareceram para conferir quem tinha gritado.

– Mano, o quê você está fazendo aí agachado no chão? – Toni perguntou. Samara olhava com um cara de interrogação pra Do Contra, assim como Cebola.

– E-eu.. eu tô procurando minha lente de contato, n-não tá vendo? – DC disse, na pior atuação da sua vida!

– E desde quando você usa lentes? – Cebola perguntou, fazendo DC ter vontade de matá-lo.

– Desde ontem a noite! Um adolescente não pode mais querer usar lentes de contato sem cor e sem grau por livre e espontânea vontade! Mas essa sociedade está cada vez mais opressora! Vou reclamar com o Maurício! – DC disse, se achando o maior toscão do universo.

– Dessas suas esquisitices eu não quero participar, não! Tchau DC. Tchau lindinha! – Toni disse, se despedindo de Do Contra e Samara. Passou por Cebola dando um esbarrão de propósito no garoto. – Hoje tem futebol, em, Cebolinha? Se prepara que hoje vai ser dia de choro pro seu time de maricas! – E, falando isso, Toni foi embora rindo pra valer.

– Vai sonhando, Tonhão! – Cebola disse, vermelho.

– Eu... já vou indo também, daqui a pouco o sinal bate! Beijos pra quem fica! – Samara disse, se despedindo.

– Cara, o Toni pode ser um babaca, mas ele tem razão em uma coisa. A cada dia que passa, você fica mais surtado! "Lentes sem grau e sem cor", qual é DC? – Cebola disse, irritado.

– Ué, qual o problema? Você sabe que eu sou inovador. – DC disse, se fazendo de desentendido.

– Tá, tá, que seja. O professor Átila quer que as equipes de Basquete, Futebol, Natação e Vôlei sejam montadas até sexta para o torneio semestral das escolas aqui da região. Vai participar de algum time? Quer se inscrever? Eu sou o encarregado. – Cebola disse, com uma prancheta numa mão e uma caneta na outra.

– Hm, não fazem muito o meu estilo...você tem aí times de hóquei no gelo? Futebol Americano? Baseball? Diz que sim, vai! – DC disse, saltitando.

– NÃO!!! Eu só tenho aqui os esportes que você ouviu! – Cebola disse, revirando os olhos.

– Nossa, mas esse povo não se cansa da mesmice, não? Então, não quero participar de nada! – DC disse, cruzando os braços.

– Você é quem sabe. Todos os esportes garantem 2 pontos em todas as matérias. Maaaas, eu acho que a sua "lógica contrária" discorda dessa vantagem, não é? Vou indo, tchau! – Cebola disse, já se retirando.

– Espera, volta aqui! Dois pontos? – DC disse, voltando atrás e fazendo Cebola rir. – Não tem nem um xadrezinho aí?

– Xadrez, xadrez... Ah, pra sua sorte, esse ano tem xadrez! Mas já vou avisando, você só vai competir com FERA!!! – Cebola disse, tentando colocar medo.

– Nhé, já enfrentei Poeira Negra, Sereia do Lago, Monstros do ID, Viviane... nada me mete medo! – DC disse.

– Ah é, meu jovem gafanhoto? E se eu disser que você vai competir com o FRANJA? – Cebola disse, dando bastante ênfase no "Franja".

– Ok, agora é hora de entrar em pânico! – DC disse.

– Tô zoando contigo, cara! O Franja vai ser só o auxiliar de organização do evento! – Cebola disse, morrendo de rir.

– Nossa, como você é engraçado... Ok, pode colocar meu nome aí, já tô dentro! – Do conta disse, animado.

– Do Contra... Xadrez... – Cebola disse, anotando. – Ok, você já está inscrito, se apresente amanhã na sala da Prof Ana Paula, ela é a coordenadora do xadrez! Valeu, tô saindo! – Cebola disse, se despedindo.

Do Contra achou meio estranho a forma amigável como Cebola se dirigiu a ele naquele momento, já que desde que DC começou a namorar com a Mônica, eles começaram a se estranhar as vezes. Mas o garoto decidiu por não pensar nisso porque ele já estava com problemas demais!

Voltou para a sala e se deparou com aquele bilhetinho de Denise. Amassou, jogou fora e xingou alguns palavrões, ação que assustou Marina, que estava sentada próxima a ele. No primeiro momento ele nem ligou, mas depois decidiu ficar quieto, vai que Marina contava pro pai dela, aí ele perder o posto na Turma da Mônica Jovem!

Esperou o resto da manhã passar sem paciência e quando o sinal do fim da aula bateu, ele saiu praticamente correndo. Encontrou o Nimbus no portão da escola conversando com uns amigos e perguntou, meio sem jeito:

– E aí, mano? Vai agora pra casa?

– Vou não, tenho que fazer umas coisas por aqui. Mais tarde a gente se vê, tchau. – Nimbus disse secamente, entrando no colégio de novo.

Do Contra ficou chateado, mas o quê ele podia ter feito? Ele tinha consciência de que tinha vacilado com o irmão invadindo a privacidade dele. Mas ele sabia que o Nimbus era gente boa e ia perdoar ele uma hora ou outra.

DC foi andando pra casa, não era nem muito perto nem muito longe, mas ele gostava de poupar esforço indo de carro. Porém, os pais trabalhavam naquele horário. Ele riu quando se lembrou do dia em que foi pra escola de trenó (presente do tio Berto) e Dona Keiko quase o matou de tanta vergonha!

Ao chegar em casa, DC ouviu umas vozes na sala. "Minha mãe tá em casa?" Ele pensou, indo direto na direção das vozes.

–... então, a dona Lorota disse que a Xabéu está simplesmente a-m-a-n-d-o trabalhar na Hoshi, lá no espaço! A menina está tão bem-sucedida que já comprou um apartamento no bairro do Tamarindeiro. E ela disse que o Xaveco quer seguir a carreira da irmã, não é demais? – DC ouviu sua mãe dizendo isso, animadamente.

– É tão bom ver nossos filhos terem sucesso, não é mesmo? Ih, acho que alguém chegou!! – Do Contra ouviu uma voz de mulher falar.

DC entrou na sala e se deparou com a sua mãe, Dona Cecília (que era a mãe de Dudu) e o próprio Dudu, com um skate na mão e a boca cheia de biscoitos.

– Oi, Do Contra! – As mulheres disseram, com um sorriso.

– Oi Dho Conta, Tchudo bem? – Dudu disse com a boca completamente cheia.

– Oi, tudo bem sim. – Do Contra disse sorrindo.

– Filho, senta aqui um pouquinho. – A mãe disse e DC obedeceu. – Eu concordei com a Dona Cecília que o Dudu poderia ficar aqui em casa até segunda-feira da semana que vem! – DC quase caiu do sofá ouvindo isso! O Dudu? O mala dos malas???

– Mas... porquê? – DC disse, meio assustado.

– Eu e o Durval vamos para o Nordeste hoje a noite, a mãe dele está com uns probleminhas de saúde! Vamos para garantir que tenha alguém cuidando dela, já que ela mora sozinha e todos o parentes estão aqui em São Paulo! – Cecília disse, sorrindo.

– Sim, mas... e a Magali? Ele não prefere ficar na casa dela? Eles são primos... não são? – DC disse, tentando parecer que não estava insatisfeito.

– Os pais da Magali vão viajar com a gente! Afinal, o pai da Magali, o Carlitos, é irmão do Durval como você já sabe! A Magali vai ficar com a Mônica! – Dona Cecília disse.

– E além do mais, seria mó vacilo se a minha mãe me deixasse com a Magali! Só ia ter assunto de mulherzinha: namoradinho, novelinha, fofoquinha... Eu tô afim de um bagulho mais masculino! Ficar com vocês vai ser muito demais, vou ganhar dois irmãos!!! – Dudu disse, falando pelos cotovelos, fazendo um arrepio correr pela espinha de Do Contra.

– Bom, já está na hora de ir para o aeroporto! Meu filho, se comporta, em! Eu te deixei aqui porque a Keiko e o Nimbão são mais do que confiáveis, por isso não perturbe o juízo deles e nem o juízo dos meninos! Tchau, a mãe te ama! Ah, a Magali vai passar aqui mais tarde pra deixar as suas roupas. – Cecília disse, dando um grande abraço no filho.

Depois da despedida, Do Contra já ia subindo pro quarto, quanto sentiu alguém puxando sua camisa.

– E aí mano, o que vamos fazer hoje? – Dudu perguntou, eufórico.

– Hã... nada de especial, que eu saiba! Mas pode fazer meu trabalho de física, se quiser. – DC disse, dando uma risadinha.

– Há há há, vem com essa! Me leve até meus aposentos, sim? – Dudu disse, fazendo uma cara de paisagem.

DC bufou, mas levou o garoto até o andar de cima. Chegando lá, Dudu correu na direção contrária, entrando no quarto do DC.

– Manoooo! Que quarto sensacional! Tão... bagunçado! Tão... esquisito! Tão... SHOW! Isso é exatamente a definição para 'quarto do Do Contra"!!! – Dudu disse, pirando.

– Ou, ou, ou, sai do meu quarto, moleque! Isso é propriedade privada! – DC disse.

– Que mané propriedade privada o quê, eu vou é dormir nessa maravilha!!! Agora esse quarto monstro também é meu! – Dudu disse, fazendo DC surtar.

– Como é que é??? Nananinanão, pode tirar o cavalinho da chuva, você vai dormir no quarto no Nimbus! – DC disse.

– Ah não... o Nimbus é todo certinho, parece ser todo organizado... O quarto dele não deve ser tão legal... Mas você é o Do Contra, cara! Você é o cara mais esquisito, mais doido e mais maneiro que eu conheço! Hm, depois do meu pai, é claro! Mas mesmo assim, você é show! Ninguém sabe o que se passa nessa sua cabeça aí, que está sempre contra o mundo! Você deve guardar aqui as maiores relíquias do universo! Você tem a pedra da Yuka? – Dudu falou sem parar, fazendo a cabeça de Do Contra bugar seriamente.

– Não, não tenho a pedra da Yuka, mas tenho um lugar pra você lá no quarto do Nimbus! Ih, falando nele... – DC disse, apontando pra Nimbus, que tinha acabado de chegar.

– Ora, ora, vejam quem está aqui... o maior skatista do Limoeiro! A Magali trouxe suas bolsas! – Nimbus disse, dando-as para Dudu.

– Valeu! Ei, você pode me ensinar aqueles truques de mágica super loucos que você faz? Deve ser muito bom pra atrair as minas! – Dudu disse.

– Eita, já tá assim, é? Claro que posso ensinar! Já falo melhor com você, deixa eu ir me trocar! – Nimbus saiu rindo, ignorando Do Contra novamente.

Ao anoitecer, todos jantaram ao som da voz de Dudu, que não parava de falar das suas grandes aventuras, as coisas que aprontava com a Magali, as vezes que levava advertência e outras coisas piores ainda! Todos riam sem parar, até mesmo Do Contra. Ele achava que o garoto tinha potencial, apesar de ser chato pra caramba!

Lá pras nove horas, quando todos já estavam jantados e de banho tomado, DC resolveu ligar o PC para baixar umas músicas, quando Dudu entrou no quarto (sim, para a tristeza de Do Contra, todos apoiaram Dudu em sua vontade infinita de compartilhar o quarto com ele)

– Ei Do Contra, você curte The Walking Dead? Eu trouxe todas as 5 temporadas na minha pen drive!!! E God Of War, vamos jogar amanhã? Sabe que outro dia eu dei o maior puxão no rabo do Mingau, o gato velho e atacado da Magali? Cara, ela ficou muito bolada! Teve outro dia que o...

– Moleque, como você fala! Aonde aperta pra te desligar? Vai deitar, já tá na hora de criança dormir. – DC disse, sem tirar o olho da tela.

– Afe, não sou "criança"! Eu tenho 12 anos! Ei, sabe que outro dia eu vi uma menina de cabelo roxo andando aqui pelo bairro? Eu parei ela e disse que queria o meu cabelo igual ao dela, aí ela riu dizendo que cor eu queria, aí disse que queria "cor de marmelo"! Ela ficou me olhando como se eu fosse doido e disse que se eu pedisse pros meus pais ela mesma ia pintar!!! Mais, infelizmente, eles não deixaram... – Dudu desatou a falar.

– U-uma menina de cabelo roxo, em? – Do Contra disse, agora prestando atenção no garoto.

– Ei, você conhece! Ela é da sua sala, porque a Magali falou que ela era da sala dela! Ela é carioca, não é mágico? – Dudu disse, surtado.

– É, é sim! Vamos dormir? Amanhã, infelizmente, teremos um longo dia de aula! Vai pro seu colchãozinho, vai! – DC disse, empurrando o menino.

Ao se deitar, DC ficou pensando sobre aquele dia. O quê ele tinha feito para ter que aturar o Dudu dormindo no quarto dele? Coisa boa, não foi. DC estava quase dormindo, quando foi surpreendido pelo ronco de Dudu!

– Isso não tá acontecendo comigo...


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Notas finais do capítulo

Uouuuu... pobre DC kkkkkkk
Gente, só uma coisa: A família do Dudu e da Magali são mesmo nordestinos tá, isso é dito nos gibis da turminha. Que eles são primos não é novidade pra ninguém, né?
Ah, e me desculpem, eu não consigo mais fazer um cap pequeno kkkkkk
Quero comentário!!!! Beijos



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