You are all I need escrita por MoonEyes


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei pessoas, me desculpem!!! Estava sem ideias sobre o que escrever e pensando em uma outra fic que quero começar, mas aqui está mais um capítulo. Espero que gostem, beijos!



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— Está pronta para isso? —Oliver perguntou, a preocupação estampada em seu rosto. Ele insistira tanto em ir que Felicity acabara cedendo, ainda que tivesse um péssimo pressentimento sobre o que poderia acontecer quando juntasse ele e Ray no mesmo espaço. Não que ela não quisesse sua companhia... Na verdade se sentia muito mais segura na presença dele. O problema é que Oliver era protetor demais, e Ray poderia interpretar aquilo de maneira errada... Ou pior, poderia interpretar certo e acabar descobrindo o que estava acontecendo entre os dois, o que complicaria ainda mais o processo do divórcio.

Felicity olhou naqueles olhos de um azul profundo e suspirou antes de falar.

— Sim, estou. Você está?

— Nem um pouco. — Ele respondeu com sinceridade.

— Oliver, comporte-se! — O tom dela era de aviso, mas carregava também um pouco de temor.

— Okay, eu acho que vou sair e dar um pouco de privacidade aos pombinhos. —Thea se manifestou. Ela estava no banco de trás do carro enquanto Oliver ocupava o assento do motorista e Felicity estava ao lado dele. O carro já estava estacionado em frente ao café onde fora marcado o encontro. — E sim, eu já percebi muito bem o que está rolando entre vocês, mas isso não quer dizer que estejam dispensados de um anúncio formal. — A menina os olhou demoradamente, fazendo aquelas palavras pesarem no ar e os deixando envergonhados o bastante para corarem ao mesmo tempo. — Por Deus! Deixem de ser tão... Ugh! Estarei esperando na porta. — Ela saiu apressadamente como se aquela cena a enjoasse. Aqueles dois eram muito melodramáticos para Thea.

Oliver sorriu timidamente diante do comportamento da irmã.

— Felicity, não se preocupe. Sei muito bem como me portar.

— Isso é o que quero ver. Ray não pode descobrir sobre nós, entendeu? Em hipótese alguma! Ou poderá usar isso contra mim no tribunal. — Felicity era extremamente séria enquanto falava, e por mais que Oliver tentasse se concentrar em suas palavras era impossível deixar de notar o movimento de seus lábios enquanto as pronunciava. Os lábios naturalmente rosados, a maneira como ela os pressionava quando parava de falar, os dentes perfeitamente brancos...

— Tudo bem. — Ele falou, saindo de seu transe. — Vamos logo antes que eu desista.

Ambos saíram do carro e entraram no café. Oliver sentia-se desconfortável por não poder nem ao menos segurar na mão dela, e Felicity só queira acabar tudo aquilo para poder voltar pra o lugar que, incrivelmente, depois de apenas uma semana, sentia-se à vontade para chamar de casa. Thea, como ela mesma avisou, os esperava na porta e os acompanhou até a mesa na qual Ray e o advogado já estavam sentados.

Assim que Ray os viu ele levantou, abrindo um sorriso para Felicity que logo se fechou ao reconhecer seus acompanhantes. Ela não retribuiu.

Felicity achava que estava preparada para isso. Achava que poderia deixar tudo para trás, esquecer tudo o que passaram e simplesmente apagá-lo da sua vida, mas naquele momento, vendo-o na sua frente, percebeu que não seria tão fácil assim. Por mais que tivesse vontade de tratá-lo bem e não parecer uma pessoa ressentida e amargurada, algo dentro dela ainda mexia com seus sentimentos e queria que ele pagasse por tudo o que fez. Ela nunca conseguiria tratá-lo como uma pessoa normal novamente. Aquela hostilidade reprimida em seu peito só servia para lhe provar que aquele relacionamento não tinha mais volta, e que a chance de perdoá-lo algum dia pelo que fez era quase inexistente.

— Como vai Ray? — Ela teve que engolir todo o orgulho e a vontade de socá-lo para perguntar aquilo.

— Não muito bem, para ser sincero. — Ele respondeu com um olhar triste. — Vejo que trouxe uma escolta... Não era necessário.

— Nós pensamos que seria mais seguro assim. — Foi Oliver quem falou, fuzilando-o com o olhar. — Podemos sentar?

— Claro... — Ray sentou-se e esperou que os outros se acomodassem. A mesa era redonda, de seis lugares. Oliver foi um perfeito cavalheiro puxando as cadeiras para que Thea e em seguida Felicity se sentassem, e depois se colocou na cadeira ao lado da loira, ficando apenas a um lugar vago de distância de Ray, que estava ao lado do advogado. A tensão entre os dois era quase palpável, e o silêncio dominou por alguns instantes.

— Então, eu... — Ray começou, soltando uma pequena risada de nervosismo. — Queria tanto te ver novamente. Conversar, tentar fazê-la mudar de ideia, mas agora que estou aqui parece que todo o discurso que havia preparado na minha cabeça desapareceu.

— Ray, não vou mudar de ideia. Esqueça. Pretendo dar continuidade ao divórcio, e a única razão de ter vindo aqui hoje é que não quero que você seja pego de surpresa. — Felicity falou lentamente para que ele absorvesse cada palavra.

— Felicity, mas... Como pretende fazer isso? Nós temos uma vida a quilômetros de distância daqui. Eu... Eu não sei se consigo seguir em frente sem você comigo. Sua presença é algo tão constante, tão presente!

— Você se acostuma Ray. E eu pretendo ficar aqui em Starling. Tenho minha mãe aqui... E por falar nisso, eu gostaria que me devolvesse a chave do apartamento.

O homem a encarava com uma feição triste, como se aquelas fossem as últimas palavras que ele esperava ouvir dela.

— Aqui estão. — Ele passou as chaves por cima da mesa. — Estou em um hotel... Não me senti no direito de ficar lá de qualquer maneira...

— Ótimo. Meu advogado já lhe passou os detalhes?

— Sim. A audiência será daqui uma semana, na próxima sexta.

— Consegui adiantar as coisas já que o senhor não mora aqui. Será pela manhã, às 10h. — O advogado o interrompeu.

— É... Obrigada, eu acho. — Ele tamborilava os dedos na mesa, estava inquieto. — Será que podem nos dar licença apenas por alguns instantes? — Ele perguntou para Oliver, Thea e o advogado. — Não me sinto à vontade para falar assim.

Thea começou a protestar, e Oliver, que estava anormalmente quieto, ficou tenso de repente. Seus olhos voaram para Felicity como se perguntassem o que fazer.

— Podem ir. — Ela falou. — Vou ficar bem, não é Ray? — Ele apenas assentiu com a cabeça. Thea e o outro homem rapidamente levantaram, indo para outra mesa, mas Oliver estava hesitante. Felicity colocou a mão em seu ombro para confortá-lo, um gesto que não passou despercebido para Ray. — Eu vou ficar bem Oliver, e você estará logo ali na outra mesa.

— Tudo bem. — Ele falou, finalmente se retirando. — Se tocá-la, você é um homem morto. — As palavras escaparam antes que ele pudesse se conter. Jogou o guardanapo na mesa e saiu.

— Uau. — Foi tudo o que Ray conseguiu dizer. — Ele parece um tanto quanto... Protetor em relação a você.

— É. Oliver é assim. — Ela falou apressadamente, querendo mudar de assunto. — Mas então, o que queria falar comigo a sós?

— Ahn... Eu não sei. Só queria um pouco de privacidade. — Ray a encarou, sendo retribuído pela primeira vez. — Você tem certeza disso? Eu posso mudar Felicity, sei que posso!

— Tenho. Sei como será depois, mas... Eu cansei Ray. Não consigo mais. Você teve sua chance e conseguiu arruinar tudo. — Ela sabia que aquelas palavras o machucariam, mas não conseguira evitar.

— Eu reconheço que errei, e desculpas não vão reparar nada do que fiz, mas ainda assim espero que um dia consiga me perdoar. — Cada palavra que ele falava era em tom de súplica. O arrependimento visível em sua feição fez com que o coração de Felicity amolecesse um pouco.

— Eu também espero Ray, de verdade.

— E como será depois?

— Você voltará para Pittsburg, seguirá sua vida, e eu ficarei aqui em Starling, tentando seguir a minha. Sei que não será fácil, mas pelo menos aqui ninguém me conhece. Nunca saberão que fui casada.

— E quando a mim? — Ele pergunta, um toque de irritação na voz. — O que direi aos meus pais? Como lidarei com as perguntas sobre você quando voltar? Lá todos me conhecem. Como vou dizer que minha mulher pediu o divórcio? — Seu tom de voz subiu um pouco, chamando a atenção das pessoas que estavam sentadas ali perto. Ao perceber os olhares ele tentou se acalmar novamente. — Felicity, você não pode me abandonar assim.

— Sinto muito. Isso não é culpa minha Ray, e sinceramente, você deveria ter pensado em tudo isso antes de fazer o que fez. Agora é tarde de mais para se arrepender. — Ela pegou sua bolsa que estava em cima da mesa. — Se não se importa, acho que está na hora de eu ir embora. Não temos mais o que discutir. — Felicity se levantou, mas Ray não a deixou ir. Ele parou na sua frente, o corpo muito maior que o dela impedindo a passagem. Pousou as mãos levemente em seus ombros.

— Não vá ainda...

— Por que não? Para você ficar aqui me pedindo para voltar? Eu não vou mudar de ideia!!! — Ela percebeu que falava alto de mais quando, por apenas meio segundo, conseguiu ver Oliver por cima do ombro de Ray e ele os encarava assustado.

Ray olhou para trás e sentiu o olhar de Oliver queimando em suas costas ao se virar novamente para Felicity.

— O que há de errado com esse cara? Vocês mal se conhecem e... — A confusão em seu rosto passou gradualmente para compreensão. Ele tirou as mãos dos ombros dela e a olhou enojado. — Vocês estão juntos, é por isso. Agora está tudo explicado.

— Não é o que você está pensando! Oliver e eu somos apenas amigos...

— Não minta para mim Felicity! Desde o início... O modo como ele a defendia, o jeito como você o toca e até mesmo a maneira como se olham... É como sempre desejei que olhasse para mim. — Tudo o que ele sentia naquele momento era uma profunda traição.

— Ray, você está enganado!

— Desde quando vocês se conhecem? Antes de você ir para Pittsburg já existia esse relacionamento?

— Claro que não! Deixe de pensar besteira...

— Você me traía com ele Felicity??? — Ele a pegou pelos ombros novamente, dessa vez chacoalhando-a.

— Não Ray!!! Nós nos conhecemos no casamento. Não há nada acontecendo entre a gente... E me solte!

— Então fale isso olhando nos meus olhos. — Ele não a soltou, pelo contrário, passou as mãos para o seu rosto obrigando-a a olhar para ele.

Felicity era uma péssima mentirosa, e ambos sabiam disso. As palavras ficaram presas em sua garganta e ela apenas engoliu em seco desejando que aquilo não estivesse acontecendo de verdade.

— Como eu pensei... Está tudo explicado. Você quer se divorciar porque está apaixonada por ele. Mas isso não vai ficar assim, não mesmo! — Ele sorriu sarcasticamente. — E eu pensando que era tudo culpa minha! Ah Felicity, você não sabe o que te aguarda.

— Ray, não é assim, você está entendendo tudo errado! — Ela sabia que aquilo aconteceria. Era a última coisa que desejava, mas mesmo assim, ela sabia. E agora tudo ficaria mais difícil.

Oliver cansou daquela cena e se colocou entre os dois, forçando Ray a se afastar com um empurrão. Ele já tinha passado dos limites.

— Eu avisei para não tocar nela! — Ele falou com a voz contida.

— Quem você pensa que é? Ela é casada, COMIGO! — Ray estava vermelho de raiva.

— Por pouco tempo. Vamos Felicity. — Oliver colocou a mão na base de sua coluna possessivamente, sabendo que o fazia de propósito para irritar Ray ainda mais.

Naquele momento Ray puxou-o pelo ombro para em seguida acertá-lo com um soco no meio do rosto. Oliver sentiu o impacto e cambaleou para trás, mais pelo choque do que pela dor. Os anos que passara no exército ao menos serviram para que aprendesse a lutar e, principalmente, aprendesse a ignorar a dor. Por isso, não mais que dois segundos depois o punho de Oliver voava em direção ao rosto de Ray, acertando-o em cheio no nariz e o deixando tonto. Ele se aproveitou disso e agarrou seus cabelos pretos, pressionando sua face contra a mesa enquanto imobilizava um dos braços do homem atrás de suas costas.

— É o ultimo aviso que lhe dou. Não tente mais nada. Não se atreva nem a tentar nos contatar novamente. A próxima e última vez que nos veremos é no tribunal para que isso acabe de uma vez. Espero que estejamos entendidos. — Oliver não esperou que respondesse, e para dar ênfase ao que falou empurrou sua face mais uma vez contra a mesa antes de dar a mão a Felicity que olhava assustada para tudo aquilo.

O estabelecimento inteiro havia parado para observar o que acontecia, todos abismados.

— Vamos Thea. — Ele chamou a irmã que saiu apressada para o carro.

Ray tentava se recuperar e estava sentado sobre a mesa tentando estancar o sangue do nariz. Olhou-os uma última vez antes de saírem pela porta, Felicity segurando a mão de Oliver, olhando-o atentamente com uma expressão preocupada.

— Você está muito enganado Oliver Queen, e vai pagar por isso. Não sou do tipo de homem que aceita ordens, ainda mais de quem roubou minha mulher. A vingança virá quando você menos esperar e eu destruirei cada pequena coisa que tem algum valor para você.


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