Palácio Murat escrita por Bella Black


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estou me esforçando bastante nesta fic, espero que gostem amores!
Boa Leitura!



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Meu nome é Guinevere, não gosto do meu nome, acho-o comprido demais, difícil de pronunciar e não muito agradável aos ouvidos, mas fazer o que, foi o desejo de minha falecida mãe que fosse assim.
Minha mãe faleceu quando eu tinha oito anos, hoje tenho quinze. Morreu de maus tratos, pois além de ter de trabalhar pesado como todos os serviçais daqui do castelo ela ainda tinha de servir o Rei em seu quarto. Ela nunca quis me contar o que ia fazer lá e eu com a minha inocência de 7, 8 anos não fazia a menor ideia. Somente sabia que o que quer que fosse que acontecia por lá a deixava muito mal, até que ela não suportou mais, morreu de desgosto. Hoje já tenho idade suficiente para ter uma noção do que acontecia lá, o que me deixa com um pesar enorme. Sem falar do medo que tenho de que os mesmos horrores se repitam comigo, já que já pude repara nos olhares cobiçosos que Sir Uther, o Rei e senhor do castelo, dirige a mim.
Ah, estou tão cansada hoje que seria capaz de dormir dias a fio... Quem disse foi Issa, minha melhor amiga e também serviçal do castelo, como eu.
-Pena que não podes mesmo, amanhã, como deves saber, se realizara a festa de noivado do príncipe Galahad, mais trabalho do que nunca! Retrucou Erce, outra jovem serviçal do castelo. Um pouco mais velha que eu e Issa que possuímos 15 primaveras enquanto que Erce tem já 18.
Erce sempre foi a mais pé no chão de nós três, e algo em sua aparência concordava com sua personalidade, com seus longos fios negros e escorridos, rosto marcante e traços duros transmitia sempre um ar sério e adulto apesar da pouca idade.
Issa era mais alegre, mais sonhadora e com ares de liberdade. Com cabelos loiros cheios de ondas, pela dourada pelo Sol, sorriso fácil e brilhantes olhos azuis.
E eu, a mais romântica, tinha a fama de “bobinha”, mas não me importava. Sempre sonhei com o meu príncipe encantado vindo me salvar de algum mau para que fossemos felizes para sempre, mas também me contentaria com um simples empregado, desde que o amor fosse verdadeiro. Apesar de sonhadora nunca fui burra, conhecia o meu lugar e sabia identificar o que não passava de devaneio.
Meus cabelos ruivos iam até quase a cintura em ondulações, meus olhos de um verde profundo e minha boca de um rosa natural.
-Será que o príncipe ama mesmo a princesa Seven? Disse eu, mudando o rumo da conversa, uma de minhas manias.
-Pare com seus devaneios Guinevere. Provavelmente eles só se conheceram essa noite, tudo não passa de negócios do Rei Uther com o pai de Seven. Sem contar que já ouvi dizer que a princesa Seven é uma vaca, pior que uma cobra! Talhou-me Erce.
-Que boca suja que tu tens Erce, ela é uma princesa, não deve ser alvo de tão feias palavras. E, aliás, já ouvi falar que eles se conheciam quando crianças.
-Mas deve ser tão triste casar-se sem amar... Interferi eu.
-Eu casaria sem amor mil vezes antes de ter de viver sendo empregada o resto da vida, dormindo nesse quarto imundo e usando essas roupas porcas de serviçal. Declarou Erce.
-Definitivamente, eu chego a ter medo de ti Erce, mas eu escolheria a felicidade, onde ela estivesse. E tu Guinevere?
-Eu escolheria o amor!
-Que imensa novidade! Ironizou Erce. Mas imos dormir que amanhã o dia há de ser longo!
Então nós três apagamos nossos lampiões e deitamos em nossas camas de palha no nosso quarto dividido.

҉҉҉

No dia seguinte nós três acordamos cedo, antes do nascer do Sol, como de costume, para preparar a mesa e servir o desjejum para os moradores do castelo.
Quando terminamos de colocar todos os talheres, pratos, copos e taças e demais utensílios na mesa de refeições, os cozinheiros já tinham terminado o preparo do café da manhã para a família real, que foi servido também por nós antes da presença deles. Diversos bolos, frutas da época, sucos, leite, queijos diversos, alimentos vindos do estrangeiro e outros mais. Enquanto nós empregados tomávamos nosso café, a família real se acordava e enquanto estes tomavam o café nós arrumávamos-lhes os quartos.
Tarefa feita em seis mulheres divididas entre quase 30 quartos.
O meu primeiro quarto foi o aposento da princesinha Argante, uma mor de pessoa, filha mais nova do Rei. Arrumei a cama, coloquei tudo em seu devido lugar, varri e tirei o pó de tudo, recolhi as roupas usadas e por fim limpei o banheiro, e então passei para o meu próximo quarto. Que foi o quarto do escrivão do Rei, a quem nunca troquei a palavra ou ouvi falar sobre. Repeti as mesmas tarefas e fui para o terceiro quarto do dia, o quarto do príncipe Galahad, o futuro noivo. Com seus cabelos loiros um pouco compridos, sua pele bronzeada, seu bom físico e seus olhos claros era o sonho de qualquer princesa.
Já estava eu juntando os livros do chão, que era a paixão do príncipe quando fui interrompida:
-Quem está ai? Disse uma voz intensa e grave vinda da cama.
-Sou serviçal, meu nome é Guinevere, tenho de arrumar o quarto, não sabia que Vossa Senhoria estava presente, já estou indo... Falei apressadamente assustada pela presença do príncipe.
-Não se preocupe, pode continuar com o seu serviço não me atrapalhas em nada.
-Está bem...
Fui para o banheiro do quarto, onde limpei tudo em pouco tempo, porém impecavelmente. Quando saí estava o príncipe a porta, segurando uma pilha de roupas em um dos braços, esperando para trocar-se.
-Desculpe-me por te fazer esperar.
-Não precisa se desculpar, não morro por esperar alguns momentos. Brincou ele, e enquanto ele se trocava eu arrumava os livros que estavam espalhados pelo chão.
-Sabes ler? Perguntou ele ao sair do banheiro, ao me observar arrumando os livros.
-Muito pouco e muito mal, não é uma coisa de que tenho necessidade...
-Não sabes o que perde não lendo um bom livro!
-Oh, mesmo que eu quisesse não posso, não me sobra tempo...
E mediante o silêncio que se fez terminei de arrumar os livros e o príncipe depositou suas roupas usadas no cesto de roupas sujas. Fui em direção à cama, tirei as cobertas e joguei o lençol para cima na intenção de estendê-lo sobre a cama, quando o lençol se abaixa percebo que o príncipe está a segurar as outras duas pontas me auxiliando em meu serviço.
-Príncipe Galahad, não se incomode não precisas me auxiliar, tem de ir à mesa tomar o teu café.
-Ah que, não me custa nada. Não estou de bom apetite e a noite que se aproxima me aflige e não posso fazer nada sobre.
Não sei o que levou o príncipe a se abrir, mesmo que pouco, comigo, mas provavelmente foi o mesmo que me fez audaciosa para responder:
-Com certeza pode, afinal és um príncipe!
-Ah minha cara, nem sempre a vida é generosa, até mesmo para um príncipe. E então pude ver certa melancolia em seus olhos acinzentados. Mas devo ir, pelo menos, dar a minha presença no dejejum. Até mais.
Alguma coisa em mim quis pedir, insanamente, para que ficasse, mas ao contrario simplesmente me despedi e terminei de arrumar o quarto, para depois limpar a mesa do café e varrer o grande salão.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?
Comentem, que isso sempre anima quem escreve!
Bjs amores