Os Doze escrita por Luscaro


Capítulo 6
Estamos sendo vigiados!




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– Eu tenho medo. – disse Ellen.

– Medo de quê? – perguntou Mariana.

– De nós sermos esquecidos aqui, entende? Eu não quero morrer neste lugar. Talvez eu tenho uma família por aí, que deve estar me procurando.

– A gente vai sair daqui, ok? E se não saímos, eu irei te proteger, não vou deixar que algo de ruim aconteça com você. – disse Mariana, que logo depois de falar, abraçou Ellen.

As duas estavam sentadas abaixo de uma árvore, que era enorme, elas estavam ali já fazia bastante tempo, ficaram conversando sobre o que houve no dia anterior, Mariana chegou a chorar novamente. Brincaram de imaginar como eram suas vidas antes de tudo, imaginaram tudo perfeito, a família que devem ter fora dali, as loucuras que já devem ter feito, os amores que podem existir. Quando falaram sobre amores, Mariana disse que achava ser lésbica, e foi nessa hora que Ellen teve certeza, e roubou um beijo, as duas ficaram sem graça e chegaram a mudar de assunto. Depois de toda a conversa, Mariana deitou no colo de Ellen e adormeceu, com caricias em seus cabelos. Logo depois Ellen também dormiu.

– Garotas! – chamou Alexandre.

O grito dele acordou as duas, a expressão em seu rosto transmitia medo. Ele parecia estar assustado. O que pode ter sido agora?

Não muito longe dali estava Barbara, não sabia para onde ir. Não tinha água, sozinha ela era um alvo fácil, seu maior medo era encontrar o homem de touca de esquimó. Ela voltou até o seu antigo acampamento para procurar Lucas e tentar ajuda-lo de alguma forma, mas estava abandonado, ela pensou em seguir o rastro de sangue que deixaram para trás, que era provavelmente de Gabriel. Mas decidiu seguir em frente, afinal o que ela, sozinha, poderia fazer contra o grupo, que agora possuíam a arma. Se pelo menos tivesse alguém para ajudá-la...

Vozes.

Ela ouve vozes de pessoas conversando, não muito longe de onde estava. Se aproximou um pouco e se escondeu atrás de uma árvore para poder observa-los, eram duas mulheres e um homem, eles estavam em uma espécie de acampamento, do mesmo tipo que Barbara estava antes. Ela nunca os tinha visto na ilha, provavelmente, pelo acampamento deles, eles estavam perdidos também. Agora ela tinha pessoas para poderem ajudá-la, mas o que ela poderia fazer para convencê-los a ir atrás de Lucas? Em pouco tempo ela pensou em algo, agora era só colocar em pratica.

Ela puxou a manga de sua blusa e com toda sua força a rasgou, pressionou suas unhas em seu braço e arranhou-se, descabelou-se, e começou a dar tapas em seu próprio rosto. Agora estava pronta, começou a mancar em direção ao acampamento do trio que ela encontrou.

– Socorro!! – gritou ela.

Eles se levantaram no momento em que ouviram o grito.

– Quem é você? O que houve com você? – perguntou o homem assustado.

– Mataram ele! Mataram ele! Mataram o Gabriel e pegaram o Lucas. Consegui fugir por pouco, eles são uns monstros, acho que foram eles que devem ter trago a gente para cá, precisam me ajudar, por favor! – disse Barbara fingindo estar assustada.

Enquanto isso Mariana e Ellen seguiam Alexandre para descobrir o que tanto o assustava. Ele as levou aonde estava o resto do grupo, Americo estava agachado ao lado de uma árvore e os outros estavam de pé em volta dele, estavam todos olhando para a árvore. Mariana sem entender, perguntou:

– O que foi?

– Uma câmera. – respondeu Mayara.

– Ai meu Deus! – sussurrou Ellen.

– Estamos sendo vigiados. – concluiu Alexandre.

Mariana pegou uma pedra e quebrou a lente da câmera.

– Temos que destruir todas que nós acharmos. – disse Mariana e todos os outros concordaram.

Enquanto eles procuravam por outras câmeras, Barbara fingia ser a mocinha da história.

– O que você que a gente faça? – perguntou a mulher mais baixa.

– Só quero que me ajudem a resgatar o meu amigo, e acabar com eles, para poder sair daqui, tenho quase certeza que eles que trouxeram a gente para cá. Estão fingindo ser bons, para depois nos matar. – respondeu Barbara com uma ótima atuação.

Os três ficaram pensativos por um momento, o silêncio tomou conta do local, que estava sendo coberto pela escuridão da noite.

– Por favor! – sussurrou Barbara, acabando com o silêncio.

– Mesmo depois de recuperar seu amigo, como sairemos da ilha? – perguntou o homem sério.

– Eles citaram um barco, eu ouvi eles falarem sobre isso, a forma como nos trouxeram pra cá. Só precisamos pegar a arma e faze-los nos dizer onde está e quando voltarmos para casa, chamaremos a polícia.

– Tudo bem, nós a ajudaremos! – disse o homem. – Meu nome é Enio, Enio Vazata. Essas são Sara e Ana Karoline, mas nós a chamamos de Karol. – disse apontando para as duas mulheres.

– Você aceita um pouco d’água? – ofereceu Sara.

– Sim, aceito. – responde Barbara.

Sara se virou e foi em direção ao córrego que se encontrava a uns poucos metros dali, com uma folha grande, apanhou um pouco d’água e levou para Barbara. Ela pegou a folha com cuidado para não derramar, quando levava até sua boca, ela se lembrou.

– De onde é essa água? – perguntou assustada, e desta vez ela realmente estava.

– Do córrego. – respondeu Sara sem entender a preocupação dela.

– Não podemos beber isto, está contaminada. – disse Barbara.

Eles não mudaram suas expressões, não ficaram preocupados, de repente Enio deu uma risada abafada.

– O que foi? – perguntou ela sem entender.

– A água não está contaminada, alguém deve ter jogado algo nela uns dias atrás, alguns peixes morreram, mas já passou. Na verdade ficou limpa logo depois de umas horas, a corrente da água tirou as impurezas, que devem ter sido jogadas no mar, se tiver algumas substâncias, são poucas, não irão fazer nenhum efeito, a quantidade de água é muita.

Barbara ficou surpresa, toda briga foi em vão, mas agora não importa mais, ela vai encontrar Lucas, mesmo se tiver que matar para isso. Ela bebe a água e sorri.

– Obrigada.


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