Os Doze escrita por Luscaro


Capítulo 5
Os onze




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– Estão prontos? – perguntou Alexandre.

– Sim! – confirmaram.

– E vocês fiquem aqui. – disse Americo para Mayara e Ellen.

Mayara estava muito fraca e Ellen ficou para acompanha-la.

O grupo que fora expulso do acampamento improvisado, que eles mesmos ajudaram a construir, e também colheram as frutas que haviam lá, tinham um plano, eles irão tentar recuperar o que perderam.

Lucas e Barbara estavam conversando, sentados ao redor de uma fogueira, que não havia mais fogo, mas ainda saia um pouco de fumaça dos galhos queimados. E de repente eles foram interrompidos por alguém, era Mariana.

– O que você quer aqui? – perguntou Lucas se levantando.

– Eu abandonei os outros, quero me juntar à vocês.

– Ela não quer nada, ela está aqui porque temos água. – resmungou Barbara.

– Não é isso, eu juro. Eu prefiro vocês à eles.

– Eu quero que você saia daqui. – disse Lucas pegando a arma que estava na sua cintura. – Vou contar até três. – agora ele mirava a arma na direção da cabeça de Mariana. – Um... – ela não se mexeu – Dois... – continuava parada – Três!

Ela fechou os olhou e continuou no mesmo lugar, quando os abriu viu que nada tinha acontecido e ele estava rindo.

– Eu sabia que não atiraria. – ela o enfrentou.

– Você é muito corajosa, garota. – disse Lucas. – Vou deixar você ficar.

– Obrigado, farei o que desejar.

Ele apenas sorriu.

– Barbara? – chamou Lucas.

– O que?

– Vá caçar algumas frutas.

– Não irei sair sozinha. – reclamou.

– Vá logo, preciso ver até onde vai a lealdade dela. – disse e sorriu para Mariana.

Barbara entendeu o recado e saiu dali.

Lucas se aproximou de Mariana, ela não estava entendendo o que ele pretendia fazer.

– O que está fazendo?

– Você verá. – disse ele puxando-a pelo pescoço.

Ele a beijou, mas ela não o beijava, só ficou parada e apenas deixou. Mariana fazia cara de nojo, mas ele nem reparou. Ele tirou a blusa dela e a deixou de sutiã, ele também tirou a sua camisa e deixou a arma sobre uma pedra. De repente um barulho os interrompe, Lucas se vira e nota algo, um galão de água havia sumido.

– Vadia! – sussurrou ele enquanto se virava para ela.

Agora ela segurava a arma e apontava para ele.

– Vadia! – ele gritou.

– Parece que o caçador virou a caça. – disse alguém por trás de Lucas.

Era o Americo, com ele estavam Gabriel, Alexandre e o homem sem nome. Alexandre o segurou por trás.

– Agora você irá sair deste acampamento. – disse Mariana ameaçando-o com a arma.

Alguém os interrompe, era Barbara. Todos olham em direção a ela, e Lucas aproveita a situação e consegue sair dos braços de Alexandre. Ele corre em direção a Mariana, ela sem hesitar começa a apertar o gatilho. Mas nada acontecia, ele então pega a arma da mão dela.

– Parece que o plano de vocês não deu certo. Idiota, precisa destravar a arma antes de apertar o gatilho. Que pena, terei que matar todos. – disse Lucas destravando a arma.

–Lucas, não precisa fazer isso. – disse Mariana.

– Cala a boa, vadia. Você me enganou e ainda tentou me matar.

– Acho que devia matá-la primeiro. – disse Barbara se juntado à Lucas.

Ele aponta a arma para ela, mas Gabriel o interrompe.

– Atire em mim, não nela.

– Parece que temos um herói. – debochou Lucas. – Mas aqui não é um conto de fadas. Aqui é a vida real, e os mocinhos... Nem sempre vencem.

Boom!

O tiro atravessou o peito de Gabriel, agora ele estava caído no chão, estava morto.

– Agora é a sua vez Mariana. – disse Lucas.

De repente ele cai no chão, alguém batera na cabeça dele. Era Ellen. - Eu sabia que precisaria desse galho algum momento. – disse ela e riu, mas se assustou quando viu o corpo de Gabriel no chão.

Mariana se ajoelhou do lado do corpo e começou a chorar, a única que chorou. “Era para ser eu!” pensava ela, se sentia culpada. Ellen se aproximou e a abraçou, em poucos segundos ela parou de chorar, se sentia segura agora com o abraço. No meio de toda a confusão, Barbara fugiu.

– Precisamos fazer um enterro digno para ele. – disse Alexandre.

– Sim, precisamos. – disse Mariana.

– E ele? – perguntou o homem sem nome, apontando para Lucas.

Nenhum deles sabiam o que fazer, então decidem pegar as coisas do acampamento e se mudarem para outro lugar, eles iriam para perto da praia, onde podiam ficar visíveis para se casa um barco passar por ali perto. Eles abandonam Lucas ali, sem água e sem comida.

Já era noite e o acampamento deles já estava pronto, e agora havia somente dois galões d’água. Eles não gastaram todo o tempo do dia somente ajeitando o acampamento, se dividiram em funções, enquanto um pegava galhos para a fogueira, uns colhiam frutas e outros caçavam galhos de árvores para escrever “SOS” na praia e para fazer uma fogueira gigante, para chamar a atenção de barcos e aviões. E reversavam para cavar a cova. Que agora já jazia Gabriel nela.

Na escuridão da noite, no antigo acampamento, Lucas acordava. Mas ele se sentia diferente.

– Ellen! – gritava ele – Ellen!

“Estou lembrando de tudo, preciso encontrar a minha irmã, Ellen... Ela é minha irmã." pensou ele.

Alguém o acerta por trás, era o homem com touca de esquimó. Ele deu uma pancada na cabeça de Lucas, e ele desmaia de novo. O homem agora o arrastava, estava o levando para algum lugar.

Quando Lucas acorda, olha para os lados e não reconheceu onde estava. Mas não era a ilha, havia pouca luz ali, ele estava preso em uma cadeira, seus braços e pernas estavam amarrados. Ele tenta se soltar, mas não adiantava em nada, na tentativa de se soltar ele cai de lado no chão. O que restava fazer era gritar por ajuda.

– Ora, ora, ora! Quem diria você pedindo ajuda. Não é mesmo, Lucas! – disse um homem surgindo das sombras. O homem da touca de esquimó.

– Quem é você? Por que nos levou para aquela ilha?

– Aquela não, esta ilha. Você não saiu ainda, só sairá daqui morto. – reponde o homem levantando Lucas do chão.

Lucas então reconhece o local, ele estava onde havia acordado pela primeira vez naquela ilha.

O homem pega uma seringa, e vai até o braço dele para injetar um liquido meio azulado.

– O que é isso? O que você está fazendo?

Lucas adormecera antes mesmo de obter alguma resposta. E algumas horas depois ele acorda. Uma sirene o desperta, seguida de uma voz dizendo “Hora de acordar!”.

– Quem sou eu? Onde estou? – balbuciou Lucas.


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