Cherry Bomb escrita por ApplePie


Capítulo 2
Seu nome será Cherry


Notas iniciais do capítulo

Hello cupcakes.
Mais um capítulo reescrito. Há certas mudanças, mas tecnicamente na linha da história não. Começará a ser mais diferente a partir do próximo.
Espero que gostem,
Beijinhos da tia



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Meus amigos ainda tinham suas bocas abertas como um bando de idiotas.

— Sabe, ela não é uma pluma, então que tal vocês tirarem suas bundas do sofá e me deixarem colocá-la aí antes que meus braços cedam?

Ainda com cara de espanto e com movimentos meio robóticos, os meninos levantaram e eu coloquei a garota estendida no sofá.

— Certo. Agora, que tal você nos contar o que está acontecendo? — Martin cruzou seus braços em sua frente.

Eu suspirei e tirei meu casaco. O calor do momento estava me afetando.

— Eu não sei. Eu simplesmente encontrei essa garota desacordada na neve e, antes que ela morresse de frio, decidi trazê-la para cá. Agora, primeira coisa antes de batermos outro papo. Eu preciso de cobertores e roupas secas para ela.

Jackson subiu correndo as escadas e pegou um blusão meu e uma calça minha além de duas mantas. Eu cobri as duas mantas nela e deixei as roupas do lado para quando ela acordasse.

— O.K., isso realmente parece aqueles romances estranhos e quando a pessoa acorda você descobre que ela é um vampiro ou um lobisomem...

— Cale a boca, Bryan — nós três dissemos em uníssimo.

— ...ou ela poderia muito bem ser uma criminosa que está fugindo da Interpol...

— Mais uma vez, Bryan — Martin cortou ele. — Cale a boca.

Dessa vez, Bryan obedeceu.

— Certo. E o que vamos fazer?

— Vamos esperar ela acordar? — eu disse, praticamente perguntando.

— Beleza. Eu vou dormir — Jackson disse como se nada tivesse acontecido nesses últimos dez minutos.

Olhei para Martin que deu de ombros e seguiu Jack. Bryan olhou para mim como se ele estivesse pensando seriamente em alguma coisa.

— Sabe, eu ainda acho que isso é como um daqueles romances estranhos. Acho que logo logo eu vou shippar vocês...

— Vai dormir, Bryan — foi tudo o que eu disse.

— A propósito, você sabe qual é o nome dela?

Neguei com a cabeça.

— Hm — foi tudo o que ele disse antes de desaparecer para pegar um cobertor para dormir no outro sofá.

O segundo cômodo era sempre revezado pelos meninos. Naquele dia era a vez de Martin dormir lá. Jack desceu com um colchão e dormiu em menos de cinco minutos na sala. Bryan já dormia no outro sofá.

Esfregando meus olhos, eu percebi o quanto estava cansado e decidi dormir pelo menos um pouco esperando que tudo acontecesse calmamente no dia seguinte.

É claro que eu estava profundamente enganado.

***

Eu não tinha trabalho no dia seguinte. Lucca contrata outros funcionários durante os finais de semana, então eu só trabalhava de segunda à sexta. Martin acordou cedo e já foi embora dizendo que tinha que se encontrar com Ellie.

Jackson e eu estávamos tomando café quando Bryan surgiu na cozinha parecendo um zumbi ambulante.

— E aêeeeeee? — ele disse meio arrastado.

Eu e Jacken acenamos e Bryan abriu a geladeira para pegar o queijo, ele segurou o alimento como se fosse sagrado.

— Queijo é um alimento dos deuses, ele é...

— Ah, não, Bry, logo de manhã? — Jack reclamou e Bryan piscou o olho para nós.

— Eu sei que vocês me amam.

Eu revirei os olhos. Naquela hora meu celular tocou, mas eu decidi ignorar, eu tinha coisas mais importantes no momento.

— Hey, Liam, será que você tem aspirina aí? Minha ressaca não está sendo generosa comigo...

Apontei pra caixa de remédios que ficava numa das prateleiras da cozinha e Bryan pegou.

— Vocês precisam ir embora? — eu perguntei depois de alguns instantes em silêncio. Ambos negaram.

— Certo. Eu gostaria que vocês ficassem para me ajudar com todo esse lance da garota...

— Ah, certo, certo. Sem problemas — Jack sorriu.

— Eu vou ficar também — Bryan disse depois de beber seu café. — Afinal aqui tem queijo.

***

Eu estava arrumando meu quarto quando eu ouvi um som de milhares de panelas caindo. Eu desci as escadas rapidamente para encontrar uma cozinha vazia. Estranhando, fui até a sala e me assustei com a visão.

Bryan e Jackson estavam atrás do sofá – o que não estava ocupado pela garota e que ficava de frente para ele – se escondendo segurando milhares de frigideiras e panelas para se proteger.

A menina jazia ainda dormindo no sofá.

— O que aconteceu? — eu perguntei confuso.

— Esse... esse monstro — Bryan apontou para a garota. — Quase quebrou meus bebês.

— O quê? — eu estava mais confuso. Jack começou a gargalhar mesmo estando ainda escondido.

— Bryan começou a tentar acordar a garota e ele recebeu um soco direto nas suas bolas de ouro de uma menina que estava quase em coma — Jackson tentava parar de rir para contar o acontecimento. — Então eu vim ver o que aconteceu e...

— E a menina acabou socando o joelho de Jackson — Bryan completou sorrindo quando Jack abaixou a cabeça envergonhado. — Então nós decidimos que ela provavelmente deve ser uma espiã do Osama Bin Laden que quer nos matar fingindo estar dormindo.

Eu pisquei.

— E então vocês pegaram frigideiras para se defender?

Ambos assentiram.

— Você sabe que Osama está morto, né?

Um silêncio pairou no ar.

— Isso é o que eles querem que você acredite — Bryan sussurrou.

— É isso. Eu nunca mais vou deixar você beber — eu disse pegando as panelas e indo par aa cozinha para guardá-las.

— Será que não é melhor chamarmos a polícia ou sei lá, uma ambulância...

— Ou quem sabe alguém de um sanatório... — Bryan completou a frase de Jack.

Eu e Jack fuzilamos ele com o olhar.

— Ué, vai saber o que essa menina é ou tem.

Apenas balancei a cabeça e subi novamente as escadas para terminar de arrumar minhas coisas. Durante a semana, por preguiça, eu acabo deixando quase todas as minhas roupas usadas esparramadas pelo chão, então eu tinha um longo trabalho para fazer aos sábados.

Quando eu estava colocando as roupas no sexto de roupa suja, eu ouvi um grito. Um grito feminino. Seguido por dois gritos masculinos.

— Droga — eu murmurei, descendo as escadas rapidamente. Meu celular tocou de novo, mas eu não me incomodei de atendê-lo quando tinha uma terceira guerra mundial na minha casa.

Não tinha ninguém na sala, então eu corri para a cozinha.

— Cuidado!

— Não não!

Bryan e Jack gritavam. Mais panelas caíam.

A menina estava acordada e ofegava como se tivesse corrido uma maratona. Ela parecia um bichinho assustado e jogava panelas e mais panelas nos garotos que desviavam desesperados.

— Hey, olha aonde você joga essa frigideira — Jack choramingou.

Ela saiu correndo em minha direção e só poucos segundos antes de dar de cara comigo, ela percebeu minha presença.

Ela parou de repente.

— Certo. Agora acalme-se — eu falei suavemente percebendo que seus olhos eram azuis, grandes e muito brilhantes.

Ela gritou e virou-se dando de cara com os outros dois rapazes.

Ela gritou.

Eles gritaram.

Ela gritou de novo.

Eles gritaram mais uma vez.

— CHEGA! — eu exclamei. O silêncio ficou no ar.

Meu celular tocou e eu irritado eu o tirei do meu bolso pra atender.

— Olha, quem quer que seja, EU ESTOU OCUPADO! Ligue mais tarde — eu disse ferozmente e desliguei na cara de quem era sem saber ao certo.

Se fosse minha mãe, eu estava lascado.

— Olha, se vocês querem dinheiro... — a garota disse com medo e tentando afastar a gente. — Se vocês trabalham para ela...

— Pode parar aí mocinha — Bryan disse finalmente juntando os destroços de sua coragem. — Nós sabemos bem que você trabalha para o Osama.

Ela piscou para ele, confusa.

— O quê? — ela balançou a cabeça. — Você sabe que ele morreu, certo?

Bryan fez um barulho de desdém.

— Até parece...

— O.k. Chega — eu levantei as mãos num sinal para pararem de falar.

Suspirei e olhei para a garota.

— Olha, eu sei que você deve estar assustada, mas nós não queremos te machucar. Eu achei você desmaiada na neve ontem e então eu te trouxe para cá, para minha casa. A propósito, eu sou Liam e esses são meus amigos Bryan e Jackson. Eles são idiotas, mas são legais.

Ela olhou pra eles desconfiada.

— Hey — ambos reclamaram.

— E você é... — eu continuei.

— Eu... eu não tenho nome — ela gaguejou. — Quero dizer, eu tenho um nome, mas eu não estou confortável de dizê-lo e...

Sua voz morreu como se ela não soubesse mais o que dizer.

Eu e os meninos nos entreolhamos, mas não dissemos nada. Eles deram de ombros mostrando que, assim como eu, eles não se importavam muito com isso.

— Vou te chamar de Cherry, então — Bryan disse como se fosse a coisa mais inteligente do mundo. — Sabe, por causa do seu cabelo vermelho e é um apelido legal...

Ela olhou para ele e sorriu como se fosse a coisa mais fofa do mundo. Eu não pude deixar de perceber que seu sorriso era bonito.

— Certo. Cherry, eu acho melhor você trocar essa roupa que deve estar fazendo você sentir muito frio e vamos conversar.

Ela assentiu ainda meio desconfiada da gente – não que eu julgasse ela - e foi trocar de roupa depois de ter pegado a blusa e a calça com Jack.

Suspirei. Hoje realmente seria um dia difícil e longo.

***

Cherry estava sentada no sofá olhando atentamente para eu e meus dois amigos. Eu tinha explicado melhor a situação e deixei ela digerindo tudo. Bryan estava de pé atrás do sofá, Jack e eu estávamos sentados.

Eu tinha feito um sanduíche natural pra ela, um chocolate quente e deixei a cesta de frutas para ela escolher alguma. Ela não demorou a devorar toda a comida.

— Sua bolsa está na escada — Jack avisou. A menina assentiu agradecendo.

A calça e o blusão tinham ficado meio grandes nela (obviamente), mas não tanto para serem tão folgadas a ponto de caírem. Ela disse que eram confortáveis, então eu não me preocupei em tentar achar outras.

Ela tinha uma postura ereta como se ela não pudesse relaxar um pouco. Depois de um momento de silêncio, eu decidi começar a falar.

— Certo. Então você quer nos contar como você foi parar lá...?

Ela suspirou.

— Eu estava procurando algum lugar para dormir, porque fazia dois dias que eu não dormia mais do que 1 hora e eu precisava desesperadamente comer. Acontece que eu me perdi então acabei desmaiando quando fiquei muito fraca.

Assenti, deixando-a continuar.

— E eu quero — ela pigarreou — agradecê-lo por ter me trazido até aqui e me desculpar por ter me assustado.

Eu sorri.

— Está tudo bem — ela corou de vergonha.

— Só fique longe das minhas bolas — Bryan resmungou colocando uma mão protegendo seus filhotes.

Cherry olhou com muita vergonha e espanto para ele. Jack riu. Balancei minha cabeça.

— É que você sem querer acertou aonde o sol não bate enquanto dormia, então...

— Oh — ela ficou mais vermelha ainda. — Desculpa.

Bryan olhou para ela e depois de uma expressão muito séria, ele sorriu.

— Nah — ele disse todo feliz e estúpido. — Está tudo bem, meus bebês estão bem vivos e ativos...

— Menos, Bryan — eu o cortei.

Virei-me para a garota.

— Eu posso pagar por tudo o que você fez por mim — ela disse ansiosa, apontando para a comida e pro sofá. — Não quero que pareça que fiquei aqui de favor.

— Só comprar comida que a gente feliz — Bryan disse animado.

Revirei os olhos. Naquele momento a campainha tocou e Bryan foi atender correndo.

— Não precisa. Sério. Não é uma questão de favor, é mais uma questão de não querer deixar pessoas morrendo em frente à minha casa — eu disse,

Cherry mordeu o lábio e assentiu com a cabeça.

— Certo. Acho que eu já devo ir então. Não quero atrapalhar vocês.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela levantou da sala e foi até a lavanderia pegar a roupa dela que estava secando.

Algo realmente tinha acontecido com ela.

Não sabia porque, mas algo me dizia que ela era uma pessoa muito legal e que precisava da minha ajuda.

Meus pensamentos foram dissipados quando vi Martin e Ellie entrando pela sala.

Ellie era muito bonita e tinha uma postura de alguém que está sempre no controle. Com sua pele escura e seus olhos verdes atentos, Ellie tinha uma estatura um tanto quanto alta. Vestia um casaco pesado de pele, calça legging e botas com um salto enorme.

Ela sorriu para mim e foi logo cumprimentar a todos. Martin e ela pararam na hora quando viram a ruiva escarlate entrando na minha sala com suas roupas na mão.

— Olá — Cherry acenou felizmente e um pouco acanhada (dava para perceber pela coloração das suas bochechas).

— Oh Meu Deus! — Ellie exclamou e foi logo para o lado de Cherry, a garota se assustou quando Ellie apertou suas bochechas. — Olha isso! Que coisa mais fofa é essa garota!

Ellie começou a paparicar Cherry e todos nós demos risada. Cherry parecia surpresa e feliz ao mesmo tempo.

— Ela é a sua nova namorada, Liam? — Ellie perguntou brincando.

Por mais que ela tivesse brincando eu sabia que Ellie na verdade estava apenas colocando lenha na fogueira. Ellie e Riley não se davam bem. Nenhum pouco, e Ellie usava toda oportunidade que tinha para mostrar sua insatisfação.

Entretanto o que Ellie não contava – o que, na verdade, ninguém contava – era com o fato de Riley ter entrado na casa – especificamente na sala – bem naquela hora.

Oh, merda.

— Nova namorada? — Riley cruzou os braços e fuzilou a mim com seu olhar. — Que porra que está acontecendo aqui, Liam?

— Era só brincadeira — eu avisei rapidamente. — Eu achei Cherry na neve ontem à noite... — eu nem sabia por onde começar a explicar as coisas.

— Cherry? — Riley perguntou irônica. — Esse é o seu nome? — Virou-se para Cherry.

— Não — Cherry perguntou meio sem graça. — Eu...

— Foi um apelido que eu dei — Bryan disse dando de ombros como se estivesse relaxado, mas ele estava tenso. Na verdade, todo mundo da sala estava.

— Liam, posso falar com você? A sós? — Riley acrescentou com uma voz de gelo.

Eu segui Riley para a cozinha. Assim que ela ficou em frente à mesa de madeira preta, ela virou-se para mim com as bochechas rosadas de fúria.

— Você ignora todas as minhas chamadas e gritou comigo quando atendeu — porra! Era ela que tinha me ligado. Eu estava tão fodido — e agora quando eu chego aqui no dia do nosso aniversário de namoro eu encontro uma estranha no seu sofá com aquela sua amiga fazendo brincadeira de mal gosto?

Eu suspirei. Não tinha a mínima ideia de nem por onde começar a explicar.

— Me desculpe — eu olhei para ela, sincero. — Me desculpe mesmo. Eu não tinha ideia de que era você no telefone...

— Porque você deveria estar bêbado demais com seus amigos para conseguir ler meu nome no celular? Ou porque você estava muito ocupado colocando sua roupa na Cherry? — Riley cuspiu suas palavras com raiva.

Eu suspirei. Ela não estava querendo me ouvir.

— Olha, me desculpa, Riley, foi um imprevisto, ok? Eu juro pra você que vou compensar. Só deixa a garota fora disso...

— Agora você quer proteger uma estranha como se fosse um filhote de cachorro?

— O quê? — meus olhos escureceram com as palavras dela.

— Você ao menos se lembrou do nosso aniversário de namoro? — ela perguntou, mudando de assunto.

— É claro que eu lembrei! — eu exclamei, exasperado. — Riley, só por causa dos meus amigos e dela, não significa que eu subitamente mudei e me esqueci de você. Eu só estou pedindo um pouco de consideração...

— Consideração?! — ela exclamou irritada. — Você já não acha que eu considero muito quando você sai com os idiotas dos seus amigos e aquela vadia? Diga-me, Liam, quando vocês ficam bêbados demais, vocês revezam para transar com a morena?

— NÃO OUSE FALAR ASSIM DOS MEUS AMIGOS OU DE ELLIE! — eu gritei muito irritado assustando Riley. Droga! Eu odiava quando eu perdia meu temperamento, isso era raro de acontecer.

Me acalmei por um segundo e olhei para Riley friamente.

— Você não precisa considerar ou deixar eu sair com meus amigos. Você não cuida da minha vida, Riley. Somos namorado e namorada – com alguns meses de namoro devo adicionar -, eu não te controlo e você não me controla. Você sai com seus amigos e eu nunca falei nada. Várias vezes deixamos de fazer planos para você ter sua vontade feita. Não acha que é muita hipocrisia ou egoísmo eu não poder sair com os meus?

— Você se esqueceu do nosso aniversário... — ela começou.

— Não, eu não me esqueci — eu a cortei. — E não é como se você se lembrasse de tudo. No nosso primeiro mês de namoro quem se esqueceu foi você e eu não falei nada.

Ela ficou quieta.

— Outra coisa, Riley, mesmo se eu tivesse me esquecido, você acha que é justo você começar a me ofender e aos meus amigos?

— Eu quero terminar — ela soltou, do nada.

Eu olhei para ela sem deixar que ela perceba que eu me importava.

— Se é o que você quer — eu levantei minhas mãos num gesto de “fazer o quê?”. — Eu não vou te impedir. Apenas te desejo uma boa vida.

— Adeus, Liam — ela pareceu não gostar da minha resposta e tirou um presente da bolsa. — Feliz não aniversário de namoro. Depois me ligue para vocês buscar o que você tinha na minha casa e levar o que eu tinha aqui.

Riley tinha deixado algumas roupas e uns utensílios de higiene para quando ela fosse dormir aqui.

— Até mais, Riley — eu falei engolindo um sapo segurando o pequeno presente como se fosse uma estátua.

Abri o presente e percebi que era o box do Mochileiro das Galáxias.

Balancei a cabeça para impedir de que pensamentos tristes invadissem minha mente e voltei pra sala

***

— Eu nunca gostei dela — Ellie falou nervosa, sentada no sofá.

— Todos nós sabemos — Bryan disse comendo uma banana.

Suspirei. Eu não queria falar de Riley agora.

— Vocês não tinham uma relação saudável — Jack disse. — E eu não estou falando isso para te consolar. É a verdade. Ela era uma controladora chata e hipócrita. Ela iria te sufocar.

— No mínimo ela terminou com você porque ela se acha a última bolacha do pacote e pensou que você iria chorar por ela para voltar — Martin falou, dando de ombros.

— Loira oxigenada — Ellie resmungou.

— Podemos parar de falar sobre ela? — eu disse exasperado.

Todos assentiram e ficou um silêncio. Jack olhou no relógio.

— Bem, acho melhor eu ir. Qualquer coisa é só ligar, Liam.

Assenti sem dizer nada e Jack saiu.

Logo, Martin e Ellie foram embora, seguidos por Bryan. Só sobrou eu. E Cherry, é claro.

Olhei para a garota que vestia minhas roupas e ela olhou de volta para mim. Ela parecia querer dizer alguma coisa e mordeu o lábio.

Eu estava com raiva. E eu não sabia porquê ou de quem. Eu apenas estava com raiva, tudo estava dando errado.

— Eu... hm... queria pedir desculpas — ela começou a brincar com os dedos da mão. — Parece que foi minha culpa...

— Provavelmente — eu ri sem humor. — Afinal, que tipo de reação uma namorada teria vendo uma estranha com as minhas roupas?

E com isso eu saí da sala, sem perceber na hora o olhar machucado e culpado estampado no rosto de Cherry.

Subi até o meu quarto e lavei o rosto no meu banheiro. Suspirei.

— Droga! — eu resmunguei dando um chute na pia do banheiro.

Eu não deveria ter falado aquelas coisas para Cherry. Não era culpa dela, eu apenas estava chateado que Riley me deu um fora.

— Olha, Cherry — eu falei alto, descendo as escadas —, me desculpe. Não quis dizer que é sua culp...

Eu percebi que não tinha ninguém na sala. Procurei por toda a casa e percebi que as minhas roupas que eu tinha emprestado estavam dobradas em cima da mesa da sala.

— Oh, não — foi tudo o que eu disse antes de pegar meu celular e a chave do meu carro.

Cherry tinha ido embora.

 


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Notas finais do capítulo

Bem, eu ainda estou terminando de reescrever o capítulo 3. Então eu provavelmente só postarei na semana que vem.
Por favor, comente o que estão achando da reescrita.
Byebye



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