– Não acredito que estamos fazendo isso – riu Sam entrando no carro no lado do passageiro.

– Relaxa Sam – riu Aaron ligando o carro e saindo do campus da faculdade.

O dia estava perfeito para um passeio na praia. Aaron e Sam não tinham muito tempo para aproveitarem à sós e sempre diziam que um dia iriam ver o mar. E hoje era o dia. Logo pegaram a estrada que levava até o litoral enquanto conversavam sobre cabular aula.

– Sam... Ainda estamos no começo do ano letivo. Não tem problema se a gente perder um dia de aula.

– Ah tá. Quero ver quando a gente chegar amanhã da cor de um tomate.

– Sam faça igual a mim. Ignore.

– Pra você é fácil. Senhor capitão do time de futebol. Você queimado de sol faz as garotas ficarem ainda mais assanhadas.

– Não fique com ciúmes amor. Sabe que só tenho olhos pra você.

– Até parece – disse Sam cruzando os braços.

– Eu te amo Sam.

– Ama mesmo? - brincou Sam que gostava quando Aaron lhe dava atenção.

– Sim! Quero você pra mim eternamente.

– Mas as pessoas não apoiam.

– Que se danem as pessoas. Eu só ligo para o que você sente e o que você quer.

– Tem razão – suspirou Sam olhando para Aaron – Eu te amo.

– Vem cá me dá um beijo.

– A- AARON! OLHA PRA FRENTE! AARON! AH MEU DEUS!

Mas era tarde de mais. Aaron havia saído da estrada e um carro que vinha na direção contrária o acertou em cheio. Tudo desapareceu.

~

– Ei, está me ouvindo! - Sam podia escutar alguém lhe dirigindo as palavras, mas não reconhecia a voz. O som de sirenes parecia aumentar ainda mais as dores insuportáveis que tinha no corpo

– Aaron... Cadê o Aaron – sussurrou sentindo o gosto de sangue na boca.

– Deve ser o seu amigo. Ele foi... Ele foi levado para o hospital e você é o próximo. Meu nome é Christian. Sou médico. Vocês se envolveram em um acidente grave. Aguente firme que estamos te levando para o hospital.

– Aaron... Aaron...

– Por favor, fique calmo. Pessoal! Tragam a maca e vamos preparar para o transporte. Perdão. Não lhe perguntei seu nome...

– Sam... Meu nome é Sam...

A dor era tão insuportável que não conseguia sentir os membros. Logo o sentimento de pânico invadiu a cabeça de Sam que começou a chorar enquanto os bombeiros colocavam seu corpo sobre a maca e levava para dentro da ambulância. Qualquer tremida que o aparelho dava, era um grito que saia pela boca. Dentro da ambulância, um remédio foi posto em sua veia e segundos depois tudo foi sumindo. O som, as pessoas, a dor esvaiu de seu corpo e então foi levado pelo sono que invadiu sua alma.

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– UAHHHHH!!!!

– Emergência! Quarto 708! Paciente acordou! - uma enfermeira gritou pelo corredor.

– Enfermeira Rachel siga o procedimento para acalmar o paciente – sugeriu o médico calmamente, como se já esperasse por aquilo.

É incrível o sangue frio que os médicos têm. Enquanto Sam gritava e tentava se levantar, a Enfermeira Rachel, colocou mais um pouco de algum remédio no pequeno tubo que estava conectado a veio do seu braço direito. Sam acalmou-se segundos depois imaginando se aquilo que estavam lhe aplicando era Morfina. Pois se fosse, talvez fosse precisar dele por mais alguns dias.

Aquele remédio era miraculoso. Uma pequena dose daquilo fez Sam dormir por oito horas e só foi acordar quando sentiu alguém lhe acariciando.

– Não se preocupe... Eu estou aqui... - sussurrava aquela voz que Sam conhecia muito bem, enquanto sentia sua cabeça ser acariciada – Como você está?

– Aaron... - sussurrou Sam com os olhos cheios d'água – você está bem?

– Sim. Melhor agora.

– O que aconteceu?

– Nos envolvemos em um acidente... Mas o médico irá lhe passar as informações mais tarde.

– Cadê meus pais? E os seus pais?

– Estão bem. Vi seus pais no corredor lá na frente. Com você acordado eles devem estar vindo. Eu já vou para não causar mais problemas.

– Não... Fique comigo.

– Não podemos. Mas prometo que voltarei depois. Descanse meu amor.

E com um beijo na testa, Aaron saiu pela porta que estava aberta. Minutos depois, o quarto foi invadido por um médico e duas enfermeiras que começaram a fazer exames e fazer uma série de perguntas. E logo depois seus pais chegaram e o interrogatório continuou. Mesmo a pedido das enfermeiras, a mãe de Sam as ignorou e abraçou e beijou, agradecendo a Deus pela sua sobrevivência.

– Como você se sente? - perguntou o médico que Sam lembrou ser o mesmo que deu os primeiros socorros no acidente.

– Meu corpo dói... Mas não quanto naquele dia.

– Do que você se lembra?

– Não me lembro de muita coisa. Só do carro vindo na nossa direção e eu gritar para o Aaron olhar para o carro - disse nervoso.

Sam viu todos lhe olharem espantados e com um semblante de que tinha algo errado, mas logo depois o médico o acalmou.

– Calma, Sam! Você precisa descansar afinal foi um acidente feio. Foi um milagre ter... Sobrevivido. Você fraturou a perna esquerda, teve fratura exposta no braço esquerdo e várias lesões pelo corpo. Seu cérebro não sofreu um dano maior, mas uma cirurgia foi necessária, pois apareceu um coágulo no dia seguinte. Você também quebrou uma vértebra, mas por algum milagre tudo deu certo. Daqui a duas semanas você poderá sair do hospital e recomeçar a vida. É bom você aproveitar muito depois, pois sobreviver a um acidente de carro onde você não usava cinto de segurança é um milagre. Você atravessou a janela. Tem noção do que é isso? Enfim, eu sei que está aqui um bom tempo e já deve estar cansado dessa cama, mas se você quiser sair daqui é melhor descansar.

– Doutor Christian... Quantos dias estou aqui?

– Não foi dias meu bem – interrompeu a mãe acariciando lhe a cabeça – Você está aqui já faz um mês.

(^_^)/

… continua

by Hikari-Ouji