Aaron e Branca saíram da enfermaria depois de um bom tempo conversando com a garota ruiva chamada Rubi. Aparentemente, a garota não se lembrava de nada exceto seu nome. O que a tornava mais estranha... Mas como era costume de Branca de Neve, ela demonstrou afetuosidade e não importunou a garota com mais perguntas. Prometendo a mesma, moradia e segurança até que ela recobrasse a memória. Sendo assim, Rubi ficaria morando no castelo.

Todos encheram eles de perguntas quando retornaram a “salinha de espera”. Mas Branca pediu que Hunter e Encantado lhe acompanhassem juntamente com Aaron até o escritório.

– Certo, agora seria pedir muito alguma explicação? – Hunter falava já impaciente.

– Se acalme Hunter... eu preciso pedir um favor grande a você. – Branca fala calmamente.

– Eu também gostaria de explicação Branca. Vocês saíram de lá sem nos dar nenhuma satisfação. – Encantado argumenta.

– Pai, deixe que a mamãe vai explicar tudo. – Aaron pede. Ele não estava muito à vontade com a situação, mas sabia que a mãe sabia o que fazia.

– Obrigada Aaron. Agora escute Hunter, sei que você não está nem um pouco satisfeito com essa história de termos uma possível assassina aqui, apesar deque eu realmente não acho que ela possa machucar uma mosca. – Hunter iria interromper a rainha, mas a mesma faz um sinal com a mão para que ele não o faça. – Mas eu decidi que ela ficará aqui no palácio.

– O que! – dessa vez foi Encantado. – Você nem ao menos falou comigo antes.

– Ah Encantado, a garota precisa de abrigo. E realmente, não há nada demais nisso.

Então Branca de Neve explicou tudo a eles; como a garota estava com pesadelos perturbados e falando coisas estranhas e que não se lembrava de nada quando acordou, exceto seu nome: Rubi.

– E é por isso que preciso mantê-la aqui. Mas principalmente, mantê-la em segurança. E aí que Hunter entra... – Branca direcionou se olhar para o caçador.

– O que eu tenho a ver com essa história. Por mim eu já teria atirado uma flecha nela! – ele não escondia suas emoções.

– Hunter! – Aaron repreendeu o amigo.

– Bem, sei que não parece o melhor. Mas se você não pode derrotar um inimigo, melhor permanecer ao seu lado. – todos estavam confusos com o que Branca disse. – Quero dizer que talvez você devesse ser o segurança de Rubi, enquanto ela permanecer no castelo. Poderá vigiá-la e nos avisará de qualquer ocorrência.

– Eu!? – Hunter estava exasperado. – Por que acha que aceitaria?

– Como disse, poderá vigiá-la.

Ele pareceu pensar, e logo tomou uma decisão.

– Não me comprometo se ela acabar com uma flecha por tentar ferir alguém. – ele responde. – Mas tudo bem, eu aceito.

A rainha abriu um sorriso contente.

– Ótimo! Você poderá trazer suas coisas para cá amanhã mesmo.

– Tanto faz. – ele disse antes de se despedir. Aaron também estava saindo da sala, quando o seu pai o interrompeu.

– Precisamos falar com você. – ele estava com um olhar condizente com sua mãe, o que fez o príncipe pensar que eles escondiam algo.

– Certo, do que se trata? – Aaron pergunta se sentando numa cadeira estofada.

– Estamos muito felizes com a chegada do aniversário de 19 anos seu e de sua irmã. É uma grande data e... – Branca sabia como começar a conversa, mas não fazia ideia de como continuar.

– E temos uma surpresa, para você filho. – Encantado a auxilia.

Aaron relaxou, afinal, não seriam notícias ruins. Ao menos era o que pesara...

– O que seria papai? – o príncipe fala com um sorriso calmo.

– Você terá uma Seleção! – Branca deixa escapar.

Aaron ficou estático. Não, não se tratava de notícias ruins. Assustadoras, confusas, completamente malucas? Certo, essas seriam ótimas definições.

– C-como... como assim, uma Seleção? – ele engoliu em seco com as palavras.

– Oh filho, um evento único! – o rei fala com um sorriso orgulhoso. – Imagine, trinta e cinco garotas competindo por você. E você só precisa escolher! Nada mudará, você só precisará se preocupar em escolher. E além do mais, pense nos benefícios... o povo irá ficar calmo. Com algo para pensar, ao invés de ficar atordoado com os problemas que assolam o reino. – Encantado concluiu.

Aaron não podia negar nos benefícios. Mas ainda com todas as coisas boas que iriam acontecer para o povo... tudo dependia dele! A atenção estaria voltada para ele, os problemas estariam concentrados nele! isso não era o que ele queria. Não. E ainda mais com uma escolha crucial na mão. Trinta e cinco...

Ele respirou fundo e buscou o olhar da mãe. O encontrou, cheio de aflição e insegurança. Ela estava preocupada com ele, verdadeiramente. Ela sabia que era o melhor, mas ainda queria a opinião dele. E ele não queria decepcioná-la.

– Será ótimo! Eu estou ansioso, podem apostar. – ele exibiu seu melhor sorriso. Uma completa máscara de suas verdadeiras emoções.

– Não falei Branca! – Encantado exibia um sorriso orgulhoso. – Aaron, meu filho, você é meu grande orgulho! Será um grande rei.

– Farei o melhor para meu povo pai, agora se me derem licença, gostaria de ir falar com Nora.

O príncipe saiu do escritório e foi em direção ao quarto da irmã. A garota abriu na segunda batida. Ela usava um vestido longo puxado para o bege claro, que contrastava graciosamente com as longas madeixas tão negras quanto o ébano.

– Aaron, o que houve? – ela estava surpresa de o irmão está a bater em sua porta nesse momento; onde geralmente ele se encontra caçando.

– Nora... eu preciso falar com você. – o príncipe fala atrapalhado. Ele sempre buscava a irmã quando estava com problemas ou precisava realmente de uma conversa. Ela sempre foi sua confidente.

Os dois foram a alegria do reino quando a notícia de que a rainha esperava gêmeos foi dada. Eles cresceram com grande atenção, e por isso sempre buscavam se fortalecer um no outro. Eles eram realmente o orgulho de todos.

– Claro Aaron! Entre, vamos. – ela diz com um sorriso terno. – Clotilde, Griselda! Eu gostaria que me dessem licença por favor. Poderiam buscar meus vestidos que mandei lavar? – ela se dirigi educadamente as criadas.

– Como queira Alteza. – as duas falam em uníssono, fazendo uma reverência antes de se retirar.

– Agora sente-se e me conte. O que lhe perturba? E não adianta inventar histórias, lhe conheço como a palma de minha mão.

De certo a garota realmente conhecia o irmão. Tantos anos de convivência só podia resultar nisso. Mas o garoto não queria mentir, iria contar tudo para a irmã.

Então começou a história; desde da nova hóspede, até a notícia da Seleção.

– E, eu disse que achei ótimo a ideia. Mas Nora, eu não consigo parar de pensar que eu posso não ser feliz depois da minha escolha. Não paro de me preocupar com a possibilidade de não encontrar um verdadeiro amor. – o príncipe conclui, com os olhos aturdidos.

A princesa demora um tempo para digerir tudo. Ela sempre fora do tipo que pensa muito nas ocorrências e problemas. Por isso era uma ótima conselheira.

– Bem, é algo de que não podemos fugir Aaron. Para ser rei você teria que se casar uma hora, ao menos tem a possibilidade de escolha. – a princesa tinha uma certa inveja disso – Eu terei que me casar também, e o pior é que será apenas mais um acordo...

O príncipe não sabia argumentar com Nora.

– E quanto ao fato do amor... – ela deu uma risadinha. – Você sabe irmão, papai e mamãe sempre falam que independente de tudo, sempre encontraremos o verdadeiro amor. Realmente não acho que deva se preocupar com isso. Teremos nosso felizes para sempre, isso eu garanto.

Aaron saiu de lá mais calmo. Era realmente algo inusitado a notícia desse concurso. Ele estaria sendo disputado por trinta e cinco garotas... Bem, não era algo ruim. Mas ele só queria que sua irmã tivesse certa. Ele teria seu felizes para sempre.