É incrível como esses sapatos não doem no meu pé, estou andando já faz uns quinze minutos e parece que ainda estou usando os meus tênis.

O sol parece já esta se pondo, nem quero pensar se na terra (falando assim parece que estou em outro planeta) já escureceu também e meus pais já ligaram para a policia para me procurarem.

As arvores começam a ficar mais baixas e suas copas ficam cada vez mais recheadas de folhas as vezes prateadas, outras vezes douradas, verdes cintilantes. Mas não preciso me abaixar muito já que tenho apenas 1,60 de altura. Sinto uma leve neblina pairando no ar, ela tem um cheiro adocicado e cada passo que eu dou ela fica mais densa. Paro em uma clareira onde avisto o coelho bem vestido e a tal lagarta azul fumando um narguilé.

–Ela chegou! Se aproxime querida- diz a lagarta na maior calma possível.

–Quem é você, por que estou aqui?-pergunto.

– Sou o ancião desse lugar, você esta aqui porque no seu sangue corre o mesmo sangue da primeira Alice e a cada cinco gerações as sucessoras da Alice chegam até aqui e para sair tem que vencer a rainha de copas em algum de seus desafios propostos- diz a lagarta ainda mais calma.

– E você quem é?-pergunto ao coelho.

–Me desculpe ahn...?

–Elena- intromete a lagarta (como ela sabe o meu nome?)

–Isso, Elena. Me desculpe, sou o coelho, meu dever é trazer as sucessoras da Alice ao país das maravilhas- disse com as orelhas em pé e o nariz empinado.

–Uma pergunta... se para sair daqui tenho que passar pela rainha, como chego até ela?- pergunto procurando algum caminho.

– Isso é fácil, eu te levo ate o castelo, vem comigo- disse o coelho animado.

–Vai mais devagar coelho e cuidado ao passar pela casa da duquesa ela ainda anda mal humorada e quer muito um coelho assado- disse a lagarta com a mesma calma de antes.

–Não se preocupe senhor, vamos pelo caminho da floresta, pela casa do chapeleiro, é mais longo porem mais seguro.

– Nem tanto, e Elena cuidado com o chapeleiro, ele tem uma certa magia perante as moças- disse a lagarta.

–Tudo bem. Muito obrigado... eu acho- respondo sorrindo.

Logo a neblina adocicada nos cobre o coelho segura a minha mão e me leva para dentro de uma floresta escura, iluminada apenas por alguns pontos que acho que são vagalumes ou fadas, vai saber.