Anjos e Demonios escrita por lui


Capítulo 16
Capitulo 15




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Demônio encontrou um lugar afastado, cercado por aguas e cachoeiras. Ele deitou Julieta na grama fofa. Ela parecia muito fraca.

–O que eu posso fazer por você?

–Me deixe dormir – Ela falou já com os olhos fechados – Eu ficarei bem depois de descansar.

–Está bem, mas não morra. – Julieta riu com o comentário. – Como é bom ouvir esse som novamente – Ele sorriu.

Ela sorriu de volta e se virou, fechando os olhos. Dez minutos depois as feridas já estavam começando a cicatrizar. Demônio ficou impressionado com essa habilidade dos anjos. Podiam se curar de qualquer coisa. Se algum ser inferior se ferisse com a gravidade que Julieta vinha se ferindo, podia ter certeza que estaria morto antes de poder gritar. Mas nenhum se colocaria no lugar de Julieta.

Demônio não largou Julieta segundo algum. Ele podia estar morrendo de fome e sede, mas ela não estava segura, não enquanto dormia, indefesa.

Antes do nascer do sol ela abriu os olhos e sorriu para Demônio.

–Você ainda está aqui – Ela piscou.

–De onde eu nunca devia ter saído. – Ele sorriu para ela – Me desculpe pelos meus gestos no inferno. Eu nunca devia ter deixado você sozinha, não com Lúcifer.

–Está tudo bem. Eu achei que você tivesse me abandonado. Eu... Eu estava insegura.

–É verdade que eu tinha que levar um anjo comigo para o inferno. É verdade que no início eu tinha te escolhido, mas com o tempo eu sabia que nunca conseguiria. Por favor Julieta, acredite em mim, a ultima coisa que eu queria era você naquele lugar infernal.

Julieta se aproximou de Demônio e colocou a mão em seu rosto.

–Eu sei. Eu acredito em você. Agora é minha vez de pedir desculpas pelas minhas palavras grosseiras. Eu fui infantil, julguei você, mesmo sabendo que é o único em quem posso confiar. Me desculpe De.

–Eu... Eu... Eu te amo Julieta.

Ela sorriu, Demônio pode ver a ternura, o carinho, o amor, tudo que ela sentia por ele. Ele estava perdido. Como alguma coisa podia ser tão carinhosa e tão durona como Julieta?

–Eu também te amo Demônio. – Ela se aproximou e o beijou. Um selinho rápido, mas Demônio sentiu aquele beijo em sua alma. Quando ela se afastou Demônio precisou de alguns segundos para se recuperar.

Essa é a sensação de beijar um anjo? Então ele queria colar sua boca na de Julieta para sempre.

–O que acha de procurarmos alguma coisa para comer?

–Eu estou com fome – Demônio falou bobo, fazendo Julieta rir.

–Por que não vai caçar alguma coisa e eu pego água? No momento não posso voar. – Com essa declaração Demônio acordou. Sim, Julieta precisava de ajuda.

Ele abriu as asas e voou.

Enquanto isso Julieta usava os pés como há muito tempo não usava. Para falar a verdade, a última vez que se lembrava de ter andado tanto foi quando criança, quando mal sabia voar.

Suas costas já estavam bem menos doloridas, mas ela não tinha certeza se suas asas iam crescer novamente e se crescessem, de que cor seriam?

Os anjos dão um medicamento para aliviar a dor, Julieta já vira um anjo perder as asas e as viu crescer novamente. É um processo rápido. Porém esse remédio afeta diretamente na cor das asas. Sem ele, o que acontecerá com Julieta?

Bem, ela só pode esperar. Pelo menos ela tinha uma certeza, Demônio ficará com ela, não importa o que o destino descida. Esse pensamento a fez sorrir.

_*_*_*_*_

Quando Demônio voltou Julieta tinha vários recipientes de coco que ela tinha pegado das árvores, e estavam cheios de água gelada e pura.

–Espero que esteja com fome, peguei três coelhos e três peixes. – Demônio mostrou seu premio, vitorioso.

–Estou faminta. – Ela sorriu.

Demônio fez a fogueira e assou todas as carnes. Elas estavam crocantes e saborosas. Mas ao final da refeição as costas de Julieta começaram a incomodar. Parecia que alguma coisa estava cutucando, crescendo em suas costas.

–Demônio – Ela falou ofegante.

–O que foi? Está tudo bem? - Ele perguntou preocupado.

–Eu... Minhas costas, minhas asas! – As mãos nervosas procuraram as costas em busca de alivio. Demônio deu a volta para olhar o que estava acontecendo.

O lugar onde estavam as cicatrizes estavam bem vermelhos, um caroço ameaçava rasgar a pele novamente. E ele crescia rápido.

–Julieta, acho que suas asas estão crescendo de novo.

–Eu sei – Ela se curvou de dor. – Mas isso doi!

–O que posso fazer?

–Nada – Ela falou por entre os dentes. – Eu tenho que aguentar passar por isso, eu tenho que aguentar as consequências.

–Mas você não precisa passar por isso sozinha.

–E o que você tem em mente para aliviar a dor?

–Chamar os anjos...

–Demônio! Eu... – Ela se curvou novamente – Eu fugi de lá por um motivo. Eu vou provar que posso escolher meu destino.

–Está bem. Mas eu estarei aqui. – Demônio segurou a mão dela e a apertou em um gesto de carinho.

–Obrigada – Ela sorriu. – Vai ser um dia longo.


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Notas finais do capítulo

de que cor voces acreditam que vão ser as asas de Julieta?