Anjos e Demonios escrita por lui


Capítulo 13
Capitulo 12


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem



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Ícaro estava satisfeito consigo, tinha realizado o que Ellen pedira com bastante perfeição. Demônio estava agora no quarto dela gritando e esmurrando paredes, exigindo que o tirasse dali. E ele sabia que a anjinha ia voar direto para lá, totalmente desarmada e desamparada. Apenas com a doce ilusão de libertar seu amor.

Ícaro riu. Ele adorava enganar, o truque da ilusão. E quando Ellen pediu que ele fizesse isso e teria em troca a gratidão de seu senhor. Ele não pensou duas vezes. A tarefa parecia ter sido feita para ele.

O Dijnn estava tão concentrado na satisfação que sentia que percebeu tarde de mais o vulto branco passar por ele.

Enquanto voava na maior velocidade que suas asas conseguiam Julieta atirava em alguns demônios que perceberam sua aproximação. Ela estava satisfeita com seu ritmo. Já tinha avançado alguns quilômetros antes que uma corda prendesse suas asas, fazendo com que ela caísse no chão.

Ela sacou a espada e acabou com os demônios mais próximos antes que eles percebessem o que estava acontecendo. Mas logo milhares pularam em cima dela. Monstros de todos os tipos e tamanhos, mas Demônio a ensinara bem.

Algum demônio queimou seu pulso da espada a obrigando a soltá-la, logo a espada foi arrastada para longe pelos milhares de pés que estavam ali. Mas ela tirou as facas e continuou lutando. Esfaqueando aqui e ali, desviando de golpes fatais.

Ela tinha esperanças, afinal, esta é a ultima que morre. Mas ela acabou quando o mesmo Dijnn que afastara Demônio dela, se prostrou diante da multidão de monstros que queriam ataca-la.

–Oras, parece que o plano de Demônio realmente funcionou. – Ele sorriu perverso. Julieta não podia estar escutando direito. – Sabe, Demônio tinha que fazer um anjo entrar de livre e espontânea vontade no inferno, funcionou direitinho. Olha que eu cheguei a duvidar dele.

Demônio não podia ter feito isso com ela. Era impossível, ele tinha falhado na missão. Ela veio resgatá-lo. Julieta caiu de joelhos no chão. As facas se espalharam e se perderam.

O coração de Julieta parecia que tinha sido partido em milhões de pequenos pedaços. Era com se Demônio e esse Dijnn estivessem fazendo picadinho seu coração. E isso doía. Doía muito.

Julieta agarrou seu peito e se colocou em posição fetal. Lagrimas já rolavam para o chão.

–Levem-na para a sala de torturas – O Dijnn ordenou os outros demônios – Lúcifer e Demônio logo irão visita-la, só esperar pequena – Ele falou para Julieta.

Julieta não resistiu quando os demônios agarraram seus braços, suas asas e suas pernas. Eles a arrastaram por alguns quilômetros antes de a pendurarem pelos braços numa sala vazia. Suas asas estavam amarradas, assim como suas pernas.

_*_*_*_

Quando finalmente deixaram Demônio sair, Lucífer logo o encontrou. Ao invés de irritado, seu mestre estava extremamente satisfeito.

–Parabéns Demônio, você me saiu melhor que a encomenda. Acabei de ser informado que o anjo já está preso e pronto para o corte das asas. – Demônio congelou com o que seu senhor falou. Julieta não podia ter entrado no inferno. Tinha que ser outro anjo. Ele, pela primeira vez, estava rezando a Deus.

Lucífer o levou para a sala de torturas. O que viu lá dentro o abalou profundamente. Julieta estava pendurada pelos pulsos como um animal, sua roupa estava toda rasgada e manchada de sangue, havia vários cortes em sua pele, alguns bem profundos, o que preocupou Demônio.

–Como você se chama anjo? – Lucífer perguntou para Julieta. Ela levantou o olhar e respondeu olhando diretamente para Demônio.

–Não interessa como me chamo. Perdi meu nome no momento que entrei neste maldito lugar, assim como perdi outras coisas – O olhar gélido e as palavras esfaqueavam Demônio por dentro.

–Não se preocupe quanto a isso, você ainda perderá muitas coisas. – Lucífer sorriu. Demônio teve o impulso de voar diretamente para frente de Julieta e enfrentar qualquer um que quisesse tirar as asas dela.

Demônio queria que ela visse o quanto ele sofria por não poder ajuda-la, mas ela abaixou a cabeça e voltou a olhar para os pés.

–Faça o que tiver que ser feito – Ela murmurou para os dedos.

–Eu gostei dessa garota – Lucífer riu. – Vamos logo com isso então.

Um monstro inferior entregou ao seu mestre uma serra extremamente afiada. Demônio sentiu calafrios, mas Julieta permanecia fria e calma.

–Senhor, é mesmo necessário isso? – Demônio falou, mas no segundo que seu mestre lançou o olhar sobre ele, Demônio desejou não ter aberto a boca.

–O que é isso agora? Me fazendo perguntas?

Demônio abaixou a cabeça sobre o olhar raivoso de seu senhor.

–Deixarei o senhor em paz. – Se Demônio continuasse naquela sala quando seu mestre começasse, ele tinha certeza que ia fazer alguma loucura.

Lucífer mal o escutou, estava concentrado em Julieta e no que faria.

–Não irei mentir anjinha, isso vai doer – Ele sorriu – Muito.

Julieta não abriu a boca, mas seus olhos duros encaravam Demônio enquanto ele saia da sala. Ela travou o maxilar e fechou as mãos em punhos. Se ia doer, era melhor que o senhor do inferno começasse logo.

De todas as coisas que Lucífer poderia tirar dela, o que mais doeu foi seu coração. Demônio agora saia da sala com ele, deixando apenas uma casca vazia para trás. Uma casca que nunca sentiu tanta dor em um dia só.

Demônio tentou colocar a maior distancia entre ele e o destino de Julieta. Mas quando os gritos dela chegaram aos ouvidos dele, ele desabou no chão.


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Notas finais do capítulo

;)