*Narrador*

Isabella havia voltado para o hotel após Stefan prometer que ajudaria a moça. A mesma agradecida, jurou fazer de tudo para ajudar o loiro que confiou nas palavras da pequena e até então nova sobrenatural.

—Acha que Stefan realmente acreditou em mim? – Bella perguntou para o ser fantasmagórico que estava ao seu lado.

—Ele não tem motivos plausíveis para não acreditar, Bella. – Damon falou se jogando na cama. — Digo, ele é um vampiro, nós somos vampiros, sabemos lidar com o sobrenatural melhor do que você imagina.

A morena de olhos castanho chocolates suspirou com um leve pesar, ela não queria dizer em voz alta, mas boa parte de si ainda tinha medo do que poderia encontrar caso fosse a fundo com tudo aquilo.

Ela virou-se para o lado e fechou os olhos, não se despediu de Damon e ela mesma nem sabia ao certo a que horas pegou no sono, ela apenas fechou os olhos e se entregou ao que viria.

*Isabella*

O sol das 6 invadiu o quarto de hotel na pacata Mystic Falls, soltei um leve bocejo e um alto resmungo, havia esquecido de fechar as cortinas ontem a noite?! Tudo bem, aquilo era o de menos.

Tateei a cama ao meu lado a procura de Damon, aquela atitude foi absurdamente ridícula, eu sei, considerando o fato de que ele é um fantasma e tudo mais, mas nem a sensação gélida eu estava sentindo.

Abri pela primeira vez meus olhos e os forcei a não repelir a luz do dia, de certa forma ele me incomodava, dava a sensação de uma leve queimadura, aquilo não havia acontecido antes, procurei pelo meu cordão de estrela e o coloquei no pescoço.

Fiz minha higiene matinal, tomei um café reforçado me arrependendo logo em seguida, pois um enjôo muito forte me obrigou a colocar tudo pra fora.

—Está tudo bem com você? – Damon surgiu atrás de mim.

—Olhe como estou, acha que estou bem? – Perguntei mal humorada.

—Sempre doce, não é Isabella?! – Damon usou sua ironia – Está grávida?! Não me diga que o Winchester é o pai. – Ele riu sem humor.

O olhei mortalmente e ele entendeu que deveria se calar. Tentei me levantar mas eu ainda estava um pouco tonta devido ao mal estar, automaticamente me sente.

—Quer que eu cancele as coisas com o Stefan? – Damon ofereceu.

—E como vai fazer isso?! Mandando mensagem no ar?! – Revirei os olhos – Eu já estou relativamente bem, preciso realmente de respostas, e preciso ajudar você. – Eu disse convicta.

Damon me encarou com seu maxilar levemente contraído.

Não disse mais nada e sumiu em minha frente. Nossa relação poderia ser descrita como um caso bem famoso de amor e ódio, amor porque no fundo eu sentia algo por ele o que era inevitável dizer e ódio porque vivíamos brigando boa parte do tempo, quando eu digo boa parte do tempo me refiro à no mínimo 99,9% do dia.

Respirei fundo e tentei novamente me levantar, contudo, dessa vez eu obtive êxito e levantei com facilidade, claramente não parecia que eu havia estado relativamente mal à 15 minutos atrás. Parece que meus eventos esquisitos não vão parar de acontecer tão cedo.

Sai do banheiro, peguei minha bolsa e pedi um táxi para a mansão Salvatore, a viagem não demorou dessa vez, em menos de 30 minutos eu já me encontrava na porta do irmão mais novo de Damon.

—Bella! – Stefan me cumprimentou animadamente.

—Olá, cheguei cedo demais? – Sorri amarelo.

—Claro que não, Bonnie está a caminho, entre. – Stefan me deu espaço.

Entrei mais uma vez na mansão Salvatore e comecei a olhar de forma admirada o espaço em minha volta.

—Eu vim aqui ontem tão aflita que nem reparei no lugar direito. – Falei em voz alta. – Esse lugar é absurdamente lindo. – Continuei tocando um quadro vitoriano pendurado no corredor principal da casa.

—Nossa família acumulou muitas riquezas durante os séculos, boa parte da nossa casa pode ser considerada como nosso acúmulo de bens. – Stefan apareceu ao meu lado com um copo de whisky em suas mãos. – Aceita? – Me ofereceu.

Neguei com a cabeça. Logo em seguida a campainha tocou me fazendo dar um salto.

—Deve ser a Bonnie, sente-se aqui. – Stefan apontou para o sofá onde ele estava indo logo em seguida para a porta.

Fiz o que foi pedido e sentei-me de frente para a lareira e fiquei observando o fogo e seus movimentos revoltosos, nem havia notado que uma moça de mais ou menos 18 anos, morena, olhos verdes e rosto fino estava me observando com um certo espanto.

—Essa é a...? – Ele perguntou ainda me fitando.

—Isabella, sim, ela é a garota que te falei, a namorada do meu irmão. – Stefan me apresentou e eu sorri meramente envergonhada.

—Prazer. – Estendi minha mão.

Bonnie fez o mesmo e apertou a minha fazendo que uma descarga elétrica passasse por nós duas, o que nos fez nos afastarmos o mais rápido possível.

—O que houve. – Stefan se pôs entre nós duas.

—É estranho, a magia dela é muito forte, magia mais forte do que de qualquer outra bruxa que eu já tenha conhecido, é como se ela fosse uma Original. E a parte morta dela...parece que ela é um tipo de vampira que não necessita de sangue para sobreviver... – Bonnie me olhava atônita.

E eu, bom, tentei absorver aquilo da melhor forma possível mesmo sabendo que aquilo não iria funcionar.

—Acha que ela pode ter alguma ligação com os Mikaelson?! Com o Klaus?! – Stefan falou e eu decidi não contar sobre minha pesquisa e sobre minha viagem no tempo.

Bonnie me encarou em silêncio por alguns segundos, o que me deixou um pouco desconfortável, ela estaria usando magia para tentar descobrir algo?!

—Não sei Stefan, é muito cedo para tirarmos as nossas conclusões. – Ela continuava a me olhar e eu decidi desviar o meu.

—Bella, se você sabe de alguma coisa nos conte por favor. – Stefan me olhou tentando arrancar respostas.

Eu apenas neguei com um pouco de hesitação, mas acho que ele não percebeu, o que me deixou um pouco aliviada.

—Stef, porque você não vai ver a Elena?! Sério, Isabella e eu precisamos conversar, sabe como é, ela é uma bruxa, eu também, vamos nos entender, e daremos noticias. – Bonnie concentrou sua atenção em Stefan.

Ele olhou para nós duas e eu assenti, fazendo-o sair em uma velocidade incrível.

—Enfim sozinhas! – Bonnie suavizou o olhar e me ofereceu um sorriso.

—Você sabe que estou escondendo algo não é?! – Eu disse sorrindo amarelo e ela sorriu assentindo.

—Não se preocupe, Bella, o que quer que você esconda eu não vou contar até que você mesma decida isso. – Ela me tranqüilizou. – Mas para que eu possa te ajudar, preciso que você fique por perto, então...quer ficar na minha casa enquanto conversamos sobre você? – Ela ofereceu.

—Porque não?! Pego minhas coisas no hotel e vamos para a sua casa. – Dei de ombros.

Muitos me julgariam por aceitar um convite desse tipo de uma estranha, mas já depositei a minha confiança em tantas pessoas que diziam que queriam meu bem e no fundo só buscavam a minha dor e agora eu estava aqui, mais uma vez tentando de todas as formas possíveis e imagináveis responder alguns questionamentos, e Bonnie, ela me trazia uma certa segurança, como se tudo o que eu estava prestes a vivenciar a partir de agora, fosse de fato revolucionar a minha vida.