Bad Red escrita por Tay Swan Jones


Capítulo 10
Só vai doer um pouquinho...


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Bem, eu pensei e pensei. Já estava em um ponto em que minha cabeça borbulhava idéias para outros livros. Comédias, ação, etc. Porém, o que me atraiu foi um gênero diferente e que eu particularmente gosto muito. Policial, ah, o romance policial. Então, eu gostaria de apresenta-los:
— O caso de Anne Bardot - Claro, eu tenho várias idéias para mais livros e one shots, mas essa é especial, tal como foi um ideia que eu tive depois de ler um livro que é perfeito :3
Então é isso, babes. Boa Leitura!



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– O que eu ganharia? E porque eu faria isso? - Allen tentava entender a lógica da garota.

– Porque você precisa de mim tanto quanto eu preciso de você. - Ela respondeu firmemente. Brooke estava certa que aquilo poderia ir por água abaixo. Mas ela continuaria lutando por seu ideal,

Aquilo era insano. Ele não a ensinaria a lutar. Allen era bom, mas não era um santo. Ele havia feito tudo aquilo por culpa, apenas por culpa.

Ele bufou.

Aquilo não era a porcaria do pôquer. Não se trata a vida assim, ela é um guerra, um jogo de xadrez onde o mais astuto e inteligente ganha, um verdadeiro quebra cabeça.

– Eu não preciso de você. - Ele não precisava, certo?

O que ela estava pedindo não era normal, não fazia sentido. Ele não a transformaria em uma máquina de luta. Porque diabos uma garota queria tanto aquilo? Seria trágico se não fosse cômico. Ele pedia que tudo acabasse logo, sua vida estava sendo virada de cabeça para baixo. Para os lados. Para o inferno que fosse. O que ele queria era paz, a porcaria da paz.

Brooke respirou fundo. Deus, ele era teimoso demais. Mas ela não iria desistir. A garota não havia comido o pão que o diabo amassou por nada. Sua vingança ainda estava entalada na garganta. Por sua mãe, por sua família, por tudo. Eles tinham de pagar. Sua alma não descansaria sabendo que eles estavam vivos. Que depois de tudo a justiça não seria feita. Como aquilo a corroía por dentro. Brooke via em Allen um forma de escapatória, um nova chance, ela poderia ser mais. A vida deu-lhe uma grande rasteira fazendo com que seus destinos se cruzassem. E como Brooke a agradeceu fervorosamente por isso. Por uma nova chance de vida. Ela apenas havia sobrevivido por aquilo, o inferno que a garota desistiria.

Ela procurou o olhar curioso e indignado do homem. Ele passava confiança e angústia. Medo e raiva. Ela sentiu seu corpo mole. Ainda estava sobre o efeito de analgésicos. Brooke podia sentir o bom e velho sono chegando e fazendo com que suas pálpebras ficassem pesadas.

A garota pensou em tudo que lhe aconteceu. Seria o certo fazer aquilo? Ela tinha outra escolha, iria contar a verdade, pelo menos uma parte. Ele era sua única opção de sobrevivência. E nesse mundo, ela havia aprendido o suficiente sobre a vida. Ela tinha que conseguir faze-lo concordar, nem que para isso ela teria que contar a verdade. A garota sabia que podia domar aquela fera, ela podia faze-lo. E não mediria esforços para conseguir.

Agora, ela acreditaria em seu próprio blefe.

– Em meu caminho, eu conheci uma mulher... - Indagou.

Allen suspirou e levantou-se indo em direção à porta. O homem apertou a maçaneta e a girou. Sentiu calafrios percorrerem seu corpo. Como em uma dança macabra. Droga. Ele abaixou a cabeça e fechou os olhos, pensativo. Que situação absurda. Como ele era idiota. Droga de humanidade e sentimentos. Ele nunca deu vazão aquilo. O que não poderia ser explicado cientificamente não existia. Pronto, apenas isso. Bem, até que ele conheceu Alice. Então foi sua perdição.

–... Seu nome era Marie Castillo. É familiar? - A doçura do nome de Marie encheu os lábios amargos de Brooke. A lembranças da fatídica noite apossou a garota. Pobre Marie. Agora não tinha mais volta. Não havia mais como voltar em sua decisão. Não havia como muda-la. A sensação de alívio que tomou conta de seu coração foi tomada pela tensão, a preocupação. Ela sentia que alguma coisa iria acontecer ali, a qualquer momento. E não era uma coisa boa, e ultimamente, seus instintos não falharam. Brooke ajeitou-se na cama. Aquele lugar era tão desconfortável como o inferno. Hospitais realmente não eram agradáveis.

Allen parou. O homem estava completamente estático. Sem nenhuma reação. Ele engoliu em seco. Mas que merda era aquela?, a penumbra tomou conta de seu corpo.

Silêncio.

– Sabe, ela tinha uma filha...- A garota sorriu em desleixo.

– Alice. - Sua voz saiu fraca.

Allen engoliu em seco. A dor da perda voltou e seu coração apertou com a emoção. Ele abaixou a cabeça e respirou fundo. O amor tem as suas razões, que a lógica não compreende, como o destino tem as suas ironias que a razão não explica... Loira, baixa, desengonçada, tinha uma língua afiada, era teimosa. A lista de defeitos de Alice era enorme, mas não se comparava aos elogios. Doce, gentil, esperta e apaixonante.

Brooke continuou.

– Eu lhe contarei tudo, Allen. Eu só peço que sente e ouça, por favor. - Brooke pediu.

– Eu não acredito em você.

Aquilo estava ficando ainda mais tenso. Allen podia ver que a menina estava assustada, mas... Com o quê? Porque?

Brooke podia ver que o homem a sua frente estava desconfiado, com raiva e cheio de mágoa. Ela podia ver em seus olhos. Seus sentimentos mais profundos sendo liberados apenas por um reflexo. Brooke sabia que estava pisando em um campo de batalha perigoso. Onde o seu pior inimigo era o rancor, mas ela sabia que poderia doma-lo. Se não por bem, seria por mal.

A porta abriu-se. A tensão espalhou-se como o frio ar do inverno de Chicago.

Silêncio, a essência dos loucos.

O médio anotou em sua prancheta algumas coisas, levantou a cabeça e observou a paciente.

Era ela.

A garota levou um susto.

Ela sentiu sua garganta secar.

Brooke o conhecia. Os mesmos olhos castanhos, a barba... Era... O homem com que havia esbarrado no corredor. Mas ele não era médico. Não poderia ser, ela o viu, quando esbarrou, que ele estava com o papel de visitante. Tinha alguma coisa errada ali. E cheirava a perigo, morte, e sangue.

Não...Grey estava em perigo mais um vez.

– Onde está o Dr. Wright? - Allen perguntou, cruzando os braços e fitando o homem a sua frente com frieza. Naquela altura, ele não estava com paciência para lidar com pessoas. Ele sentia que precisava de ajuda, ele sentia que precisava de Alice, ela era a única que o acalmava. Mas ele não estava lá, nunca mais estaria.

O médico semicerrou os olhos. Aquele sujeito estava tentado afronta-lo.

– Dr. Wright está ocupado, sendo assim, ele me mandou para cuidar da jovem... - Ele desviou o olhar para Brooke. Aquele olhar predatório lembrava uma raposa vigiando sua caça. Um pequeno sorriso de canto preencheu os lábios do homem. Assustador. O homem virou-se indo em direção a pequena mesa ao lado da cama. Ele tirou de um dos bolsos da bata uma seringa. O médico colocou cuidadosamente as luvas de borracha. Estava assoviando. Plano perfeito, pensou efusivo. Era a hora do show. O grande espetáculo. Morgan focou em seu alvo como o homem havia mandado.

Dr. Wright não apareceria tão cedo. Estava morto. Asfixia. Coitado. Um grande acidente...

– Não se preocupe, querida... - Sua voz era tão doce quanto mel, tão perigosa quanto um rugido. - Meu nome é Morgan Bell, serei seu médico hojeApenas hoje e nunca mais, pensou.

Brooke encolheu-se na cama. Sentia calafrios. Ele era um deles. Ela olhou de relance para Allen e pediu ajuda. Allen podia ver o desespero em seus olhos. Sua boca seca. Sua respiração contida em pequenos intervalos. Um clássico filme de terror. O homem mal, a vítima e o salvador.

Baboseira.

Ninguém naquela sala era inocente. Brooke não podia fugir. Não, seu destino não poderia ser esse.

Mãe, eu sinto muito.

"Nunca desista, Grey, me prometa. Você não irá desistir." A voz da mulher encheu sua mente fazendo com que a garota ficasse ainda mais apavorada."

–... Só vai doer um pouquinho.

Allen estava nervoso. Ele estava sem ar. Iria ter um ataque de raiva. Procurou acalmar-se, entretanto, o olhar desesperado da menina o deixou ainda mais irritado. Aquele homem não poderia ser médico. Será? Sua mente girava mais e mais. Sua perna batia com força no chão. Corpo tenso.

O médico preparou-se para dar o bote, calmamente, ele se aproximou de Brooke. Pegou seu braço com delicadeza. Ele a observou pela última vez. Tão jovem. Seria uma pena mata-la, vê-la agonizando sobre o chão, seria...

– Espere!

Brooke soltou a respiração. Seus batimentos estavam alterados, ela sentia seu peito pular. Respirou calmamente. Tudo ia ficar bem...?

Allen interviu sua ação.

O médico xingou mentalmente. Ele virou-se para o homem com um desejo enorme de cortar a sua jugular. Maldito lutador.

Brooke olhou para Allen uma última vez. Em seus lábios, uma frase final foi murmurada.

Por favor, faça.

Ele o fez. Allen reagiu a sua ação. Ele pegou Morgan pela bata e o jogou sobre a mesa de vidro, fazendo com que a mesma quebrasse em pedacinhos. O homem praticamente voou. Ele foi a sua direção e o socou. Uma, duas, três, quatro, cinco vezes. O rosto do homem não era mais o mesmo. O médico levantou-se cambaleando, cuspiu o sangue que impregnava sua boca. O gosta metálico nunca fora tão bom. Morgan não teve tempo para contra reação. Allen o chutou com força. O médio ajoelhou-se e pegou um pequeno canivete suíço de seu bolso. As velhas trapaças... Morgan pensou.

Ele atirou-se para Allen. Os dois caíram no chão. Uma briga entre caçadores, apenas um iria ganhar e ficaria com sua presa. Os instintos de Allen acordaram. Ele não era mais qualquer um. A adrenalina o invadiu. Seu corpo respondeu com mais agilidade e força. Ele precisava de mais, mais e mais. Um sorriso sádico atravessou seu rosto. O sangue. Morgan voltou-se contra Allen e o socou duas vezes. Mas ele não era tão rápido e eficaz como o tal. Há quanto tempo não tirava sangue de seus oponentes.

Maravilhoso.

De repente, em um rápido golpe, Morgan feriu Allen com o canivete.

– Allen! - Brooke gritou. Tarde demais. Era sempre tarde demais...

Sangue jorrou de sobre sua roupa. Allen manteve a calma, não poderia gritar. Ele respirou calmamente. Sua blusa azul agora mantinha o tom misturado. Allen ignorou a do sangue quente escorrendo. Ele tinha de manter o foco. Estava acostumado com ferimentos ferozes. Não iria ser agora que ser que fracassaria em resistir. Allen foi forte a vida toda, porque demonstrar fraqueza agora?

Você consegue, pelos velhos tempos... Seu subconsciente o incitava.

Ele sentiu aquela velha sensação... Imaginava-se no tatame novamente.

"-1, 2, 3... Vai! O Bárbaro ataca novamente, dessa vez pela esquerda, fazendo seu oponente cair e bater a cabeça no chão! Mas o que é isso?... O oponente revidou pegando dando três chutes defensivos. Esse é o último round! ...Eu não acredito. Nocaute!

– Veja, Hudson. Quem é ele? - O apresentador perguntava em meio aos gritos entéricos.

– Senhoras e senhores... Apresento-lhes o novo campeão. - O juiz gritava tentando aclamar os rugidos da plateia Ele levantou o braço do jovem em sinal de vitória. - Uma salva de palmas para... O Corvo!

As pessoas gritavam loucamente. Os brilhos das câmeras. O octógono. O homem estava em êxtase, totalmente perdido em lamurias. Seus olhos estavam dilatados e brilhavam intensamente.

– Allen! Pare! - O grito de sua amada perambulou. Allen a procurou entre a multidão. Onde ela estava? Ele gritava por ele. Alice! Seu delicado rosto apareceu entre o amontoado de pessoas. Ela foi a sua direção. Parecia tão calma, mas estava tão pálida..."

–Allen! Pare!

– Eu disse Pare!! - O grito ecoou mais uma vez.

Ele foi acordado de seus devaneios com um grito. Um grito feminino.

Era Alice... Não, não era. Em vez de sua amada, ele viu uma menina assustada, chorando. A garota estava em cima da cama, agarrada aos joelhos. Brooke estava com medo, pela primeira vez depois de tudo, ela estava com medo. O que parecia ser aliado virou inimigo? Era um monstro fantasiado de herói?

Allen tentou ficar sóbrio. Meu deus, o que ele havia feito?

Ela queria sua mãe. Ela queria sua vida de volta. Malditos. Malditos. Malditos.

Brooke não estava triste, não estava nem um pouco traumatizada. Ela estava com ódio. Ira, raiva, chame do que quiser. Aquela altura não importava mais nada.

O que reinava em boa parte coração era ódio, por outro lado, ela estava com medo, insegura, e duvidosa sobre sua escolhas. Estava tudo tão confuso e tão... Ruim.

– Pare... Por favor. - Ela repetiu com as poucas forças que tinha.


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Notas finais do capítulo

Bem, era apenas isso. Comentem o que acharam, a opinião de vocês é importante para a finalização dos detalhes, etc.
Enfim, o quê estão achando de BAD RED? Dúvidas? Críticas? Argumentos?
*Não sejam leitores fantasmas.*
Bye Bye, Babes :3



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