A Ordem de Drugstrein escrita por Kamui Black


Capítulo 25
Guilda Smalter - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

O final de mais um pequeno arco se aproxima. Serão os jovem magos capazes de resolver suas diferenças e concluir aquela difícil missão?



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Capítulo 024

Guilda Smalter (Parte 3)

O Smalter preparava-se para conjurar um tangrea contra Kayan. O Atreius, no entanto, agiu mais rápido e avançou contra o adversário, tocando-lhe o tórax. Seu próximo movimento foi lançar sua aura em forma de um impulso, arremessando-o contra um grosso tronco de árvore. A aura do mago, então, tornou-se mais intensa enquanto Kayan conjurava um aurus paginne e prendia os pulsos e os tornozelos do rapaz, imobilizando-o.

– O que pensa que está fazendo!? – gritou o Smalter, impotente.

– Impedindo-o de fazer alguma burrice. Infelizmente devo admitir que você é um mago poderoso e precisaremos de sua ajuda se quisermos resgatar nossos companheiros e ganhar essa disputa contra a Garforden.

– Como se eu fosse seguir suas ordens! Me solte agora!

– Pode deixar que eu convenço esse cabeça dura – Thays disse enquanto se aproximava de Viktor.

Ele olhou-a e acalmou-se um pouco, mas não o suficiente.

– Faça aquele imbecil me soltar!

Thays encarou-o com um olhar sério, em seguida, ergueu a mão direita e dirigiu-a com força e velocidade em direção ao rosto do Smalter. Um sonoro tapa foi ouvido pelos presente e um perplexo Viktor olhava para a garota com uma expressão de espanto.

– Se fosse para fazer isso eu mesmo teria o prazer de fazer – comentou Kayan.

– Mas se fosse você não teria o mesmo efeito – respondeu a garota em meio a um sussurro – Ainda não percebeu, Kayan, o Viktor sente alguma coisa pela Thays.

– Agora que você falou, faz algum sentido.

– E pelo que parece a Thays já percebeu isso e não retribui o mesmo sentimento – concluiu a Harppon.

– Thays... por que fez isso? – perguntou o Smalter, atônito.

– Pra ver se você acorda. Quer ir pra lá sozinho fazer o que? Tentar enfrentar todos eles de peito aberto?

– Acho que você tem razão... eu não conseguiria vencê-los sozinho – aceitou a realidade.

Percebendo que o garoto estava mais calmo, Kayan liberou-o da prisão de aura que havia conjurado.

– Sei que você e o Kayan não se dão bem. Também não gosto muito da Sarah, para ser sincera. Mas precisamos trabalhar juntos se quisermos ter alguma chance contra a Garforden.

– Tudo bem, Thays. Se você está pedindo tentarei cooperar com o Kayan, mas não espere que fiquemos amigos.

– E qual será o plano, Kayan? – perguntou Sarah, com total confiança no amigo.

– Na verdade, ainda não pensei em nada.

Um momento tenso e silencioso se passou até que Viktor compartilhasse o que havia pensado.

– Podemos utilizar uma ilusão para invadirmos e libertarmos todos os nossos companheiros.

– Não daria certo – disse Kayan. – Eles sabem que estamos por perto e vão descobrir através de nossas auras.

– A é, sabichão? Então qual sua ideia?

A provocação do Smalter fez com que o Atreius o encarasse com uma expressão de poucos amigos e uma nova discussão apenas não se iniciou porque Sarah os interrompeu.

– Esperem, talvez a ideia do Viktor dê certo. Mas vamos precisar de uma distração.

– É uma boa ideia – concordou Thays. – Três de nós ataca a fortaleza deles. Não será necessário vencer, apenas manter o combate até que uma quarta pessoa consiga libertar os magos que foram capturados.

– Isso pode dar certo – convenceu-se Kayan. – Faremos o seguinte: a Sarah entra lá e liberta todo mundo enquanto nós três mantemos os inimigos ocupados.

– Mas por que ela ficará com a parte mais segura? – protestou Viktor.

– Não existe posição segura. Além disso, se ela falhar, todos falhamos – argumentou Kayan.

– Pior ainda. Esta parte não deveria ficar com a menos capaz de nós.

O comentário do Smalter fez com que a maga branca se irritasse a ponto de avançar contra ele.

– Incapaz? Seu moleque idiota! Quem é que foi derrubado no meio do combate! Eu vou...

– Acalmem-se, vocês dois.

Kayan falou com calma enquanto segurava a mão de Sarah para que a garota não desferisse um tapa no rosto do Smalter. Em seguida, expôs seus argumentos.

– Nós três somos melhores para o combate que a Sarah. Ela, por sua vez, é melhor como maga de suporte, melhor em rastrear e em feitiços de ilusão. Além disso, ela poderá curar quem estiver ferido.

O grupo havia entrado em uma acordo e era o momento para que agissem. Restava descobrirem se realmente seriam capazes de executar o plano da maneira que haviam teorizado.

* * *

O trio avançava correndo entre as árvores enquanto Sarah mantinha-se oculta do outro lado do bosque. Antes mesmo de chegarem a meio caminho da fortaleza, quinze magos apareceram para enfrentarem-nos.

– Thays, não se assuste com o que vou fazer e nem conte à ninguém.

– O que você vai fazer, Kayan?

Os jovens magos preparavam-se para a batalha quando o mago negro parou de repente, deixando que os adversários avançassem contra eles. As mãos do Atreius começaram-se a ficar envoltas em chamas negras enquanto eles avançavam e tanto Thays quanto Viktor observavam aquilo com espanto.

Kayan apontou ambas as mãos para seus oponentes de uma maneira tão veloz que fez com que um rastro de energia negra seguisse suas mãos. Ele lançou uma rajada de chamas negras ainda maiores do que ele se considerava capaz. Os inimigos tentaram evitar aquela grande massa de poder, mas as chamas atingiram o chão e se espalharam em meio a uma explosão.

Quatro dos magos da Garforden foram atingidos e as chamas envolveram-nos completamente. Em questão de segundos eles foram abatidos e apenas não encontraram a morte pelo fato do Atreius ter utilizado uma variação do durhan crisis que se extinguia assim que o alvo perdesse a consciência.

– Que poder é esse! – exclamou um dos magos inimigos.

– O que significa isto?

– Avancem! – incentivou um terceiro.

Viktor encarava Kayan com um misto de espanto e inveja, uma vez que o rapaz era capaz de executar feitiços da destruição, ago que ele nunca fora capaz. Thays limitava-se a olhá-lo de maneira assustada.

– Kayan... você é...

– Sim, um mago negro. – disse, ofegante. – Mas não fiquei aí parados. À luta!

Apesar de cansado, Kayan conseguiu conjurar uma barreira para conter os ataques iniciais. Mas aquilo serviu apenas para que eles se dispersassem e entrassem no combate.

* * *

Com a atenção voltada para a batalha, Sarah teve seu caminho livre para se esgueirar até a fortaleza da guilda Garforden, onde utilizou um feitiço de ilusão para se esconder e entrar sem ser vista.

O tempo todo ela se mantinha atenta às auras ao seu redor, pois tinha certeza de que ainda haviam magos ali dentro. Encontrou uma escadaria que a conduziria para baixo e desceu por ela sem pensar duas vezes. Tinha certeza de que seus amigos estariam presos no subterrâneo.

Antes que pudesse encontra-los, porém, sentiu a presença de alguma coisa a sua frente. Tentou mudar de caminho mas era tarde demais e sentiu que sua ilusão havia sido desfeita.

– Não te disse, Valter, que estava sentindo uma aura bem fraca, não disse?

– Pois é, Jaber, parece que encontramos uma ratinha se esgueirando em nosso porão.

Para seu horror, Sarah viu dois homens corpulentos no final do corredor. Sua mente trabalhava freneticamente em uma maneira de escapar daquela situação. Combate não era seu forte e ela sabia que não teria a menor chance contra aqueles dois.

Utilizou um brin para criar um brilho luminoso e tentar ofuscar os oponentes, mas eles eram magos experientes e conseguiram evitar aquela artimanha da garota.

Um deles conjurou um forte pulso elétrico contra Sarah. Para a sorte dela, a distância permitiu que ela conjurasse um aurus pinn e se defendesse do feitiço.

A Harppon, então, conjurou um clayn, mas seu alvo não eram seus oponentes e sim a parede ao seu lado. Torceu para que a estrutura da fortaleza não fosse protegida por encantamentos e foi bem feliz em sua escolha. Conseguiu manipular as rochas da parede e abrir uma fenda para passar. Correu por ela enquanto era alvejada por lâminas de vento.

Sarah corria pelos corredores lúgubres daquela masmorra enquanto respirava com dificuldades. Após um momento parou e tocou a lateral de seu corpo.

– Ai!

Gemeu quando sentiu a dor do corte que ali havia. Conjurou um ressin apenas para aliviar um pouco a dor e parar o sangramento que havia recebido devido a lâmina de vento que a atingiu parcialmente durante sua retirada. Em seguida, voltou a correr, pois sabia que não teria tempo de se curar totalmente.

Seguiu pelo subsolo por alguns minutos que pareciam horas devido a tensão. Sarah sabia que era apenas uma questão de tempo até ser encontrada pelos magos que a perseguiam, então teria que cumprir sua missão antes que isto acontecesse.

Finalmente encontrou uma cela onde os magos estavam sendo mantidos. Na verdade ela havia encontrado apenas a de Joseph, mas aquilo seria suficiente, uma vez que ele era o único mestre e o mais poderoso entre todos os magos que lá haviam. Rompeu as grades de ferro utilizando um crisis para aquecê-las até que derretessem.

O mestre não estava ferido, mas haviam colocado nele uma coleira inibidora de aura. Sarah nunca tinha desativado uma daquelas antes, mas havia estudado a teoria na academia de Drugstrein, então poderia ao menos tentar e foi o que fez.

Antes, porém, de ela ter certeza do sucesso de seu intento, fora agarrada pelo pulso e arremessada para trás, caindo no chão sujo e úmido da masmorra.

– Encontramos nossa ratinha.

Sarah encarou os dois homens com raiva e determinação. Ela não pretendia desistir, tinha chegado muito longe para isto. Iria lutar e forçou-se para ficar em pé apesar das escoriações que havia sofrido.

Mas vontade não é a única coisa que move o mundo e o inimigo já estava conjurando um tangrea que a atingiria antes mesmo que ela tivesse qualquer chance de se defender. Atingiria, pois o feitiço nunca foi concluído. Antes de terminar sua conjuração, o sorriso sádico no rosto de Jaber morreu quanto ele foi atingido por uma descarga elétrica muito mais forte do que a que pretendia lançar contra Sarah.

Em seguida, Joseph derrubou o outro mago com um potente feitiço jinn que o lançou com muita força contra a parede de pedra do ambiente.

– Você está bem, Sarah?

Sem saber direito como reagir, a garota apenas sorriu aliviada para o mestre que acabara de salvá-la.

* * *

Do lado de fora da fortaleza uma intensa batalha se seguia. O trio de jovens magos era muito hábil, mas a grande desvantagem numérica não permitia que fizessem muita coisa além de se defender. E até isto estava ficando difícil, uma vez que estavam ficando cada vez mais cansados.

Eles mantinham-se reunidos um perto do outro e era isto o que os tinha resguardado até então, pois um conseguia defender o outro enquanto os inimigos se esforçavam para cercá-los e quebrar suas defesas.

Todos sabiam que aquilo não iria durar muito mais tempo, então Kayan teve uma ideia que poderia fazer com que ganhassem certa vantagem e algum tempo a mais até que Sarah cumprisse sua parte do plano.

– Rápido, Viktor, utilize um fur jinn em volta de nós três!

Talvez pelo calor do momento ou pelo comando ser muito semelhante a um que seu pai sempre utilizava, Viktor executou o feitiço imediatamente enquanto os outros dois defendiam-no das ofensivas inimigas.

Um tornado se formou atingindo quase todos os magos que estavam longe do centro daquela grande turbulência. Apesar disso, aquele feitiço não causou um grande estrago, então Kayan entrou com sua parte do plano. O mago negro conjurou suas chamas negras diretamente contra o turbilhão de ar, que fez o trabalho de espalha-las ao redor do trio.

Grande parte da força do feitiço se perdeu ao se espalhar, mas aquilo foi suficiente para ferir alguns dos magos adversários. Dois deles sucumbiram na batalha e o trio tornou-se um pouco mais confiante.

O que Kayan não esperava era ser atacado enquanto mantinha sua ofensiva. Um mago da Garforden utilizou um clayn e uma grande onda de terra foi lançada contra o jovem mago negro. O Atreius não teve tempo de erguer nenhuma defesa e foi arremessado para trás. Apenas não se feriu muito devido ao grande controle da aura que utilizou para proteger o próprio corpo.

Kayan tentou levantar-se apenas para perceber como a situação era desesperadora. Eles estavam separados e a força da união já não existia mais. Seria apenas uma questão de mais alguns feitiços para que eles sucumbissem perante a grande desvantagem de números.

A situação mudou quando eles avistaram Joseph Smalter e todos os magos que haviam sido capturados correndo para o reforço. A batalha havia virado e a vantagem agora seria da guilda Smalter. Kayan, Viktor e Thays apenas tiveram que se defender de mais umas poucas investidas até que a batalha estivesse finalmente ganha.

Terminado o combate, as equipes que estavam separadas voltaram a se unir. A primeira pessoa que Kayan verificou foi Sarah.

– Você fez um ótimo trabalho. Espero que não esteja ferida.

Ele abraçou-a, pois estivera preocupado e estava muito feliz em vê-la de novo a salvo. Sarah retribuiu-lhe o abraço e apenas respondeu quando eles se separaram.

– Estou bem. Acabei me ferindo, mas consegui me curar sem deixar cicatriz – disse enquanto mostrava o uniforme rasgado ao lado da barriga.

– Você está bem mesmo?

Kayan tocou carinhosamente a garota no local onde ela havia lhe mostrado apenas para certificar-se de que ela estava realmente curada. Sarah não pode evitar de corar com a situação.

– Então você teve que lutar lado a lado com o Viktor?

Sem perceber, Mathen cortou completamente o clima que havia se formado. Kayan tirou sua mão da barriga de Sarah e acabou corando um pouco também.

– Não quero repetir isto novamente, mas tenho que admitir que ele é um mago muito forte.

– Apenas não deixe que ele te escute falando isso, senão ele vai ficar ainda mais convencido.

– Não se preocupe, Sarah, perto dele continuarei afirmando que ele é um inútil.

Aquele pequeno momento de reencontro e descontração passou. Enquanto Joseph Smalter explicava que a guilda Garforden havia cometido um crime ao invadir vilarejos e seria desfeita pela Ordem de Drugstrein, Kayan aproximou-se da equipe da Cyren.

– Thays, preciso falar um minuto com você. Apenas com você – complementou ao perceber que os outros dois membros da equipe não pretendiam se afastar.

Ambos se separaram dos demais e rumaram para perto das árvores. Ao longe, Sarah observava-os com uma cara de poucos amigos.

– Eu até já imagino o assunto de nossa conversa – começou a garota. – Você não quer que eu conte a ninguém qual é sua verdadeira esfera primordial, não é?

– Exatamente. Você sabe que a esfera da destruição não é muito bem vista em Drugstrein, então estou esperando o momento certo para revelar isto à todo mundo.

– Nunca imaginei que você seria um mago negro – disse a garota enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo azulado em seu indicador. – Você é mais poderoso do que eu imaginava. Pode deixar comigo que seu segredo está seguro.

– Obrigado, Thays, você é uma boa amiga.

A Cyren não ficou muito feliz em ser chamada de amiga, então resolveu voltar para junto de sua equipe e encerrar a conversa. Enquanto caminhava, porém, voltou a se virar para Kayan.

– Foi bom cumprir uma missão com você. Quem sabe não podemos repetir isso um dia desses.

Kayan sorriu para a garota e acenou afirmativamente. A missão estava encerrada e agora eles voltariam para a Ordem de Drugstrein. Mas estava claro que a história desses jovens magos não se encerraria por ali.


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Notas finais do capítulo

E acabou que eu me atrasei desta vez. Mas, fazer o que, a vida tem dessas coisas.

Espero que tenham gostado do final deste pequeno arco. O próximo capítulo será o casamento de Sakuro e coisas interessantes irão acontecer.

A partir do próximo capítulo, as postagens serão feitas todas as quintas feiras.

Até a próxima e não se esqueçam de comentar.



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