POV Jack

– Vamos Grace! - eu gritei - Não estou afim de me atrasar outra vez por sua causa.

– Já estou indo. - ela gritou de volta.

Senti uma mão tocar meu ombro.

– Querido, tenha paciência. - minha mãe disse - Garotas precisam de tempo.

– Ela já está se arrumando há uma hora e meia. - eu disse - Estamos indo pra escola, não pra um desfile de moda.
Ela revirou os olhos.

– 7 anos convivendo em uma casa com três mulheres e você ainda não se acostumou. - ela disse - Vai me dizer que sua namorada não demora pra ficar pronta?

– São casos diferentes.

– Seeei. - ela disse desconfiada - Sabe ontem eu fiz algumas compras no shopping.

– E...

– Fiz uma visita ao Dojo. - ela disse cautelosa.

– No dojo? Ontem? - eu perguntei - Fiquei treinando a tarde toda ontem e não lhe vi.

– Venha comigo, querido. - minha mãe disse me levando até a sala.
Nos sentamos no sofá.

– Fui fazer uma visita ao Ruddy. Aos garotos. E a Kim. - ela disse - Fica um pouco difícil ter noticias deles quando voc...

– Mãe, por favor - eu pedi - não quero discussões a essa hora da manhã.

– Só estou dizendo que sinto falta de ver aquele brilho que havia nos seus olhos quando você voltava dos treinos na Bobby Wasabi. - ela disse - Agora você treina no Black Dragons, não fala mais com os garotos. Lembra quando chegava em casa empolgado porque você havia ficado no dojo depois do término do treino ajudando o Jerry?

– É, eu lembro sim. - eu disse sorrindo - Eu sabia que não adiantaria muita coisa. Jerry mais brincava do que treinava. Mas apesar de tudo era divertido.

– Esta vendo isso? Você esta sorrindo e não é um sorriso qualquer. - ela disse empolgada - É o mesmo sorriso de antes. Você não percebe o quanto isso lhe faz falta?

– Foram momentos importantes sim - eu disse - mas certas coisas devem ser deixadas pra trás. Mãe eu cresci.

– E você acha que eu não percebi? - ela perguntou - Ontem você era um garotinho de 9 anos e hoje é um homem de 16 anos com 1, 75 m de altura.

– É, ele cresceu e virou um panacão metido a bad boy. - Grace gritou de seu quarto.

– Gracie da pra você calar essa boca e descer! - eu gritei de volta - Mais 20 minutos e nos atrasarmos.

Ouvi a pota do quarto bater.

– Além de panacão também é rude - Grace disse enquanto descia as escadas - Ainda não entendo como você conseguiu arrumar uma namorada sendo tão grosseiro. Se bem que você esta com a Donna e aquela lá...

– Nem ouse terminar. - eu vociferei

– Tia Randye! - ela disse batendo o pé.

– Jack, querido, por favor, mais respeito com a sua prima. - mamãe disse ( N/a: Mamãe disse fique um negócio meio gay, mas eu não estou nem aí )

– Mas foi ela quem começou. - eu me defendi.

– Grace, querida, masis respeito com seu primo e a namorada dele. - ela disse suspirando - Vocês dois parecem duas crianças discutindo.

– Podemos ir agora? - Grace pediu.

– Nós já teríamos ido a muito tempo se você não demorasse tanto. - eu disse - O que você estava fazendo lá em cima afinal? Fabricando a própria maquiagem?

Ela revirou os olhos.

– Ha! Ha! Muito engraçado. - ela disse sarcástica - Eu posso até demorar pra me arrumar, mas pelo menos não demoro 2 horas pra arrumar o cabelo.

– Mãe!

POV Kim

– Que tal na quinta? - ele perguntou - Temos dois horários vagos e acho que seria tempo o suficiente para fazermos o tarbalho.

– Acho que seria tempo o suficiente. - eu disse - Só não posso ultrapassar o horário da saída. Vou estar com dia cheio e Katherine me mata se as tarefas não estiverem prontas quando ela voltar a noite.

– Sem problemas - Brody disse - Caso não consigamos terminar a tempo, eu faço o resto.

– Acho que pode ser. - eu disse trancando o carro - Alguma ideia do que podemos falar no trabalho?

– Eu estava pensando sobre a segunda guerra mundial ou a queda do muro de Berlim. - ele disse - Mas ainda acho melhor pesquisar sobre outros assuntos antes.

– Então esta marcado. - eu disse - Agora preciso ir ou me atraso para a aula de Filosofia. Sra. Garcia não admite atrasos.

– Te vejo mais tarde - Brody disse se virando.

– Igualmente.

Fui andando apressadamente pelos corredores com destino a sala de Filosofia.
Haviam uns poucos alunos na sala, o que era compreensível já que a aula começaria só daqui 20 minutos. Julie, com sempre, estava sentada na frente.

– Bom dia! - eu disse me sentando na cadeira ao seu lado.

– Bom dia! - ela disse - Dormiu bem?

– Depende do seu ponto de vista. - eu disse - Acha que quatro horas de sono por dia fazem bem?

– Sinto muito. - Julie disse compreensiva - Tia Katherine exige demais de você sem motivos. É meio difícil acreditar que ela e tio Ty são irmãos do meu pai.

– Falando no seu pai - eu disse mudando o assunto - como vai o desenvolvimento daquele projeto novo?

Até os quatro anos Julie morava com os pais em Seaford e depois se mudou para o Japão, retornando nove anos depois. Os pais de Julie eram inventores mundialmente conhecidos. Eles estavam desenvolvendo cães robôs.

– Falei com a mamãe na semana passada e as coisas não estão tão bem. - ela disse - Parece que as coisas estavam indo bem até que um dos prototipos atacou um dos funcionários do laboratório e fez um grande estrago.

– Mas esta tudo bem, não é? - eu perguntei preocupada - Quer dizer, se eles continuam com o projeto significa que já esta tudo resolvido. Afinal eles não poderiam continuar se houvesse ocorrido algo grave.

– Bem... Dimitrio já esta melhor sim, na verdade ele já voltou a trabalhar novamente. - Julie disse - Só que sem o braço direito.

– Co-como?

– Ao que parece eles substituíram o membro dilacerado por um braço robótico. - ela disse - E de acordo com a mamãe ele se adaptou rapidamente.
Os pais dela também haviam projetado um braço robótico há alguns anos.

– Senti falta deles? - eu perguntei - Dos seus pais?

– Eu estaria mentindo se dissesse que não. - ela respondeu - Sinto falta sim, mas mesmo quando eu morava junto deles a convivência ainda era pouca por conta do trabalho. Mas por um lado é melhor que as coisas fiquem assim. Eu gosto de Seaford e era impossível que eles vivessem aqui com as implicâncias da Vovó.

Elizabeth Tobin era muito, muito má. Sendo apenas superada pela filha Katherine, esta que também era superada por Donna. Elizabeth tinha grande implicância com o pai de Julie, apesar de ser seu filho do meio, pelo simples fato dele ser mais centrado nos estudos e não ter uma "vida social" como a irmã caçula e o irmão mais velho, Katherine e Ty. Ironicamente ele foi o único a se casar, e permanecer com o mesmo casamento, e ter filhos, do mesmo casamento.

– Sei bem como é. - eu disse - Sua avó não admite nossa amizade até hoje.
Julie revirou os olhos.

– Ela só teve o papai, tia Katherine e tio Ty. Só tenho Donna, Lorie, Cade e tecnicamente você como primos. - ela disse - Ser amiga de Donna esta fora de cogitação. Lorie é muito... animada, se é que me entende. Cade é uma criança e é um garoto. A única opção que me resta é você.

– Quer dizer que eu sou o resto? - eu perguntei fingindo estar ofendida.

– O quê? Não! - Julie disse com pressa - Não foi o que eu quis dizer. E-eu...

– Julie, esta tudo bem, okay? - eu disse rindo - Foi só um brincadeira.