Capitulo 66 — Primeiro Voo de lancha: Com Jasmine
Jacob

Eu conseguira juntar todos na cabine. Seth continuava no canto, em silencio total, segurando Anna nos braços como se fosse a coisa mais preciosa da vida dele, acariciando seus cabelos de vez em quando.

Jonathan desvia os olhos para a garota a todo o momento, sem nunca tirar a mão do que acho ser o acelerador da lancha. Às vezes olha para o rosto adormecido de Jasmine no canto oposto que estava Anna e Seth.

Leah está apoiada na parede ao lado da porta, com os braços cruzados no peito e a feição fechada, o que não ajuda em nada na situação em que eu me encontro. Minha cabeça estava latejando e eu sabia que já estávamos próximos ao litoral. O que precisávamos era de um plano rápido.

Precisávamos colocar nossas cabeças para pensar juntas, mas quando eu olho para Jonathan, ele parecem evitar me olhar de proposito e aquilo já estava me irritando. Eu sabia que ele tinha alguma coisa para falar,

— Okay! Desembucha Flint. — eu suspiro e o encaro.

— Ahh qual é? Eu não tenho nada para falar... Somente que conseguimos chegar nessa bosta de lugar no cú do mundo para encontrar a estupida, imbecil, sem noção da Giovanna quase morta! Essa vaca idiota não consegue nem ao menos ficar viva enquanto atravessamos o continente para salva-la?! Eu não estou falando nada de errado, pare de rosnar para mim Seth. É a pura verdade! Agora, eu não sei se eu acabo de vez com a vida dessa miserável, sem noção, se entro em pânico ou se dirijo a droga do barco... E afinal, ninguém aqui sabe dirigir, não? Eu já ‘to de saco cheio de ficar aqui em pé. Sabia que cansa? E acreditem ou não, ainda sobrou algum humano comum nesse lugar que não esteja morto, desmaiado ou seriamente machucado — Jonathan apontou para as pessoas respectivamente enquanto falava — E esse humano aqui vive de comida e ele ‘ta precisando muito de uma agora, se vocês me entendem. Quem sabe um sanduiche, nem que fosse só pão e alface. Eu to aceitando de tudo aq...

— TA BOM, JONATHAN! CALE A BOCA!

— Êêêê Sr.Educação... — Eu lancei um olhar mortal — Tudo bem, eu calo a boca.

Ele ainda passou um zíper invisível na boca e eu me segurei para não manda-lo para um lugar nada bonito.

— Olha, eu sei que você está irritado com a situação, mas todos estamos literalmente no mesmo barco. Não pense que está menos cansado ou menos frustrado pelo ruma das coisas, entendeu?? Agora precisamos saber o que fazer quando chegarmos no litoral. Focar no que é o urgente agora e depois pensamos no resto ok?? — eu respirei profundamente e Jon abaixou a cabeça — Vocês sabem que não podemos simplesmente descer do barco e sairmos correndo pela cidade perguntando o hospital mais próximo...

— E porque não? — perguntou Jonathan e eu o fuzilei.

— Jacob tem razão. Não é uma boa ideia simplesmente sair correndo pela cidade — concordou Leah

— Então o que iremos fazer? — Perguntou Seth pela primeira vez e eu nunca fiquei tão feliz por ouvir sua voz irritante. Parecia que fazia anos que eu não ouvia.

— O ideal seria alguém estar lá esperando com um carro e com um hospital, mas não temos essa sorte...

— Nahuel...?

— Talvez... — eu murmurei pensando como iria falar com ele

— E o que vamos dizer para o hospital quando perguntarem o que aconteceu?

— Eu não sei, ainda estou pensando em alguma coisa. — respondo passando as mãos nos cabelos nervosamente.

— E quanto aos corpos? O que vamos fazer com eles? — pergunta Jonathan e a única resposta que eu tenho para ele é um balançar pesaroso de cabeça negando.

Eram problemas demais a serem resolvidos e ideias de menos a resolve-los... e eu estava começando a entrar em desespero.

— Então... O que iremos fazer? — pergunta Seth ficando mais preocupado ainda

— Segurar as pontas... Pelo menos tentar manter tudo fora de vista dos humanos... — Responde Leah por mim e eu olho-a agradecido.

— Então a regra é: faça tudo, mas sem os humanos saberem? Eu não ‘to incluído nesses humanos aí, estou?

— Não Jonathan, não está. — Eu reviro os olhos para ele.

— Hã... Ainda bem, porque temos problemas. — Ele diz rigidamente e eu me apresso a ir do seu lado para poder enxergar o que ele parecia encarar pesaroso.

— Era tudo o que nós precisávamos! — Exclama Leah ao meu lado.

— AQUI É POLICIA! PAREM A LANCHA!

Á nossa frente, dois barcos da policia parados, formando uma barreira e nos obrigando-nos a parar no meio do mar era vista não muito distante. De um algum altofalante do barco saindo a voz grossa de um policial, berrando para que nos rendêssemos.

— Como eles conseguiram descobrir que somos nós? — perguntou Jon e eu o encarei cínico.

— Uh, deve ser porque fugimos deles com essa mesma lancha? — Ironizei.

— Por que temos policiais atrás de nós? — perguntou Leah, se apoiando no meu ombro por um momento.

— Longa história. — respondo com rapidez — Agora, o que vamos fazer?

O barco já parara por completo e a única coisa que se ouvia por enquanto era o barulho do motor. Os policiais voltaram a gritar pelo microfone, dizendo para nos rendermos.

— SAIAM DEVAGAR COM AS MÂOS PARA CIMA! — gritou o cara — NINGUEM SAIRÁ MACHUCADO SE FIZEREM TUDO DIREITINHO!

— Puff, por favor, até eu sei que isso é mentira. — Resmungou Jonathan antes de se virar para mim — Isso aqui é filme sim. Eu ganhei. Policia de verdade não faria isso.

— Fariam o que então, ó sabe-tudo?

— Isso lá é hora para discutir isso? — perguntou Leah revirando os olhos.

— Você se acostuma — respondeu roucamente Seth, que ainda estava parado no mesmo lugar com Anna no colo.

— SAIAM. COM. AS. MAOS. PARA. CIMA. AGORA! — O cara berrou alto. Mas dessa vez foi tão alto que até mesmo fez a garota desmaiada acordou com um salto que provavelmente deixou-a tonta, porque logo em seguida ela cambaleou até Jonathan a ampara-la.

Até mesmo Seth olhou preocupado na direção dela por um segundo antes de voltar para Anna.

— Jasmine? Jasmine? Você está bem? — Ele perguntou de forma preocupada, parecendo verificar o ferimento da testa da garota e eu fui até ele para ajudar com ela.

— Ai... Onde porra eu esto? Ai, tira a mão dai, esta doendo para cacete!

— Já descobrimos da onde vem a boca suja de Jonathan — cochichou Seth de modo que somente eu e Leah ouvíssemos e eu não consegui segurar ao menos um risinho antes de voltar minha atenção a garota recém acordada.

— Jasmine? — perguntou Jonathan novamente, parecendo receoso.

A garota o encarou confusa por um segundo antes de pular em cima do Flint como se ele fosse a melhor coisa que acontecera na vida dela — O que eu duvidava que poderia ter sido.

— JONATHAN! OH MEU DEUS! GAROTO! VOCE ESTÁ VIVO! — Ela gritou pendurada ainda no pescoço do garoto e o abraçando com tanta força que ele começara a ficar roxo.

— Jasmine... Você... Não... Respirar...

— Ah, claro! Desculpe! — Ela riu paracendo uma doida e eu a olhei novamente.

Cabelos, pele e olhos morenos, cinco centímetros menor que Jonathan, o que dava uns vinte menor que eu. Na testa ainda havia vestígios de sangue seco e olheiras em baixo dos olhos profundos.

— NÃO IREMOS AVISAR NOVAMENTE! DESLIGUEM O BARCO E SAIAM COM AS MÃOS PARA CIMA! — Berrou o policial novamente, ganhando a atenção momentânea de todos.

— O que está acontecendo? — Perguntou Jasmine meio perdida, mas antes de qualquer um responder a coisa mais cômica aconteceu.

Primeiro ela olhou para mim e para Leah (que estávamos mais próximos) confusa por alguns segundos, até seus olhos começarem a se arregalar. A boca dela caiu. Eu prendi o riso por um momento.

— Você... Você... Você... É...

— Jacob Black. — Eu estendi a mão na direção dela, mas ela apenas arquejou olhando para minha mão como se ela não fosse real.

— Oh. Meu. Deus. Você é realmente Jacob Black?!?

— Ahh não Jasmine... — Gemeu Jonathan atrás dela, colocando as duas mãos nos ouvidos.

— AAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaahhhhh!

— PARA COM ISSO GAROTA — Berrou Jonathan, correndo para olhar pelo vidro da cabine e olhando a onde estavam os policiais — Ótimo! Feliz agora? Os policiais estão sacando as armas... TODO MUNDO PARA O CHÃO, OS POLICIAIS ESTÃO SACANDO AS ARMAS!

— Desculpe Jake Gostoso Black, mas depois nós nos falamos melhor. Tenho algumas coisinhas para resolver — ela sussurrou com um sorriso malicioso nos lábios e piscou para mim antes de praticamente se jogar sobre os controles do barco.

Eu não pude evitar dar no mínimo um sorriso pelo “Jake Gostoso Black”, apesar de achar a garota uma louca.

Leah me encarou com aquela cara amarrada. Aqueles olhos semicerrados que parecia ler meus pensamentos...

— Que foi? — perguntei inocentemente e ela me deu um soco forte — Au! Doeu!

— Bom mesmo! — Ela grunhiu antes de ir ajudar Seth a abaixar anna no chão.

— Não tem como passar, eu já disse — Jonathan resmungou revirando os olhos.

— Quer apostar?. — Jasmine estendeu a mão na direção dele sem olhar na direção dele, apenas encarando os policias que começavam a fazer disparos na nossa lancha. — Você me dá seu boné oficial dos Yankees

— Se eu ganhar quero sua coleção de camisas autografadas completa. — Ele sorriu estendendo a mão e apertando.

O motor grunhiu em protesto quando a garota empurrou a alanca com força e a lancha quase virou de ponta cabeça, tamanha a força.

Não sei se você lembra quando comentei sobre aquele lance de o Jonathan estar indo tão rápido que mais um pouco a lancha alçaria voo... Então, eu estava falando aquilo da boca para fora, apenas... Exagerando um pouco, nada de mais... Mas agora, com a tal da Jasmine no controle do barco, eu realmente vi o barco voar.

— AAAH MEU DEUS! — Berrou Leah do meu lado, se agarrando meu braço com força e eu a olhei espantado. A... Leah... Estava... Gritando?

Até Seth, que apenas segurava Anna com força, olhou alarmado para a irmã.

— Que foi?? Barcos não foram feitos para voar! Parem de agir como se fosse uma coisa normal! — berrou Leah.

Talvez nós não devíamos estar fugindo dos policiais, saltando sobre o barco deles com um salto que achei que só veria em filmes de ação ruins, e sim daquela garota morena, que tinha os olhos injetados de emoção ao ver o barco se chocar com força contra a água enquanto corria a toda velocidade fugindo dos policiais.

— Perdeu Playboy!— Ela gargalhou de Jonathan, que agora, tinha uma cara amarrada por perder a aposta.