Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 29
Cabeça de Berinjela!


Notas iniciais do capítulo

EITA!
Pronto, eu estou postando mais um. Quero ver as visualizações ao menos subindo, estou sendo uma boa autora, não estou? Eu mereço uma recompensa, vai... Sejam bonzinhos comigo e me agradem. Quem sabe eu posto mais um pouquinho hehe
Boa leitura!



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Capitulo 29 — Cabeça de Berinjela!

— Anna! — Leah me abraçou, me fazendo despertar dos devaneios. Logo atrás vinha Jacob. — Feliz Aniversário!

— Parabéns Anna. — Ele falou me abraçando também, tentando esboçar um sorriso, mas falhando miseravelmente. Eu estranhei o fato.

— Obrigada. Os dois. — Eu sorri abertamente para eles — Fiquem a vontade. Tem comida ali em cima da mesa.

Seth, que tinha a mão em minha cintura pareceu perceber também a aura estranha que envolvia Jacob.

— Jake, irmão, qual o problema? — ele perguntou, se aproximando mais dele e automaticamente olhando em volta á procura de algum perigo.

Jake se limitou a sacudir a cabeça e ficar me olhando estranho, como se tivesse tentando acreditar que eu era real. Bem... Eu tinha pensado que já haviamos passado da fase "Ela é de outra dimensão"

—Ele está assim desde que saímos de casa, mas não consegui arrancar uma palavra dele. — Leah comentou, agarrando a cintura dele — Talvez eu esteja fazendo isso pelo método errado... — Ela começou a mordiscar a orelha dele e vi o corpo dele estremecer e um pequeno sorriso aparecer. A preocupação esquecida.

Eu soltei uma risada fraca, desviando o olhar para eles, tanto por ficar envergonhada por eles quanto para terem mais privacidade. Já Seth foi bem menos cordial. Fingiu que estava vomitando, me fazendo rir ainda mais.

— Se você não quer ver, não olha — falou Leah, dando a língua pra o irmão menor e voltando a beijar o pescoço de Jacob.

Seth fez um barulho de nojo e saiu de perto, me puxando junto enquanto eu continuava a rir da careta que ele fazia.

— Isso é nojento. — Ele comentou — Não é porque eu aprovo o namoro que significa que eu quero ver eles se agarrando por aí.

— Você não tem que aprovar nada, Filosofo. — Eu disse com um ar de graça — Ela já é bem grandinha, não acha? A vida é deles.

— Mas mesmo assim, eu tenho direitos como irmão dela... — Ele falou com o peito estufado e eu ri.

— Direito de ficar quietinho. — Leah, que estava bem atrás de nós, escutando tudo, falou um pouco mais alto.

Eu desatei a gargalhar e apesar da cara nada boa que Seth fez, começou a rir junto comigo. Mas eu não pude ficar por muito tempo aproveitando os cinco minutos de paz que finalmente haviam se instalado no recinto, já que a campainha havia parado de tocar. Lá estava ela novamente, me avisando que nem todos os convidados ainda estavam na festa.

Eu suspirei fundo arriando os ombros e fazendo uma careta para Seth, mostrando como eu odiava ficar abrindo aquela porta a cada dez segundos, mas quando ele foi falar alguma coisa, Embry e Jared chamaram o no outro lado da sala, abanando as mãos para que ele viesse rapido. Rindo como dois babacas que eram.

— Vai lá. Eu atendo a porta. — Eu disse por fim, quando o vi relutar entre mim e seus amigos. Me limitei a dar um selinho rapido antes de me virar para a porta quase que correndo, torcendo para que ele não começasse a me contestar, o que tinha acontecido várias vezes aquele dia, quando eu insisti para que ele fosse ficar com seus amigos e se divertir.

E graças aos céus ele fora e eu respirei um pouco mais aliviada por saber que ele se divertiria pelo menos um pouco aquele dia e que eu não seria responsavel completa por sua morte de tédio.

Somente depois de alguns segundos, depois que me livrei dos pensamentos sobre a morte de meu amor foi que percebi. Tudo pareceu ficar em câmera lenta.

A maneira como eu caminhava, parecia que tinha sido tirada de uma cena de filme na Tv. Eu caminhei devagar, parecendo que a musica de fundo abaixou só para ouvir o som que meu sapato de salto fazia no assoalho de madeira.

O vento vindo da janela aberta passou por mim, jogando meus cabelos para trás, de forma devagar, como só se é possível se tudo fosse um filme e por um segundo eu me senti como se entrasse em um campo magnético, onde eu sentia uma leve pressão em meu peito, como se me empurrasse para longe da porta.

Eu parei relutante em frente a porta, estendendo a mão devagar e girando a maçaneta marrom, de madeira e tudo somente voltou ao normal quando a porta foi aberta.

A musica voltou ao volume inicial e meu cabelo não dançava no vendo de forma devagar. Eu olhei ao redor por um segundo, tentando entender o que tinha acontecido, mas acabei sendo interrompida por uma voz alta e animadamente forçada.

— Olá Vaquinha! — Jonathan me abraçou com força, sem me dar tempo de analisar melhor as outras duas garotas que estavam junto com ele.

— Jon! Você veio! — Eu o apertei mais no abraço e ele me girou no ar, me deixando não só sem ar, mas como me dando uma crise de riso.

— Você ainda duvida de mim? Meu Deus, mesmo depois de todos esses anos? — Ele riu, me soltando e segurando meus dois ombros — Nossa! Você está muito linda.

— Obrigada — Eu sorri sentindo meu rosto esquentar — E você também não esta nada mal.

— Isso significa que eu estou bonito?

— Talvez. — Eu ri da cara que ele fez. No mesmo momento, vi sobre seu ombro duas garotas. Uma ruiva que olhava ansiosa pra mim e outra de cabelos roxos, que olhava para trás, como se estivesse observando as arvores. Senti aquele campo magnético empurrando meus olhos para longe dela — Então? Vai me apresentar suas amigas?

Ele sorriu um pedido de desculpas e um vinco, como de Jacob, apareceu em sua testa quando ele se virava para as garotas. Vi ele pegar na mão da ruiva, que recebeu a mão dele com carinho, acariciando-a com a ponta dos dedos.

Assim como eu não pude reprimir o sorriso malicioso ao ver Jon e sua nova "amiga" eu também não pude reprimir a onda curta, porém ainda existente, de ciúmes me transpassou naquele momento. Milésimos de segundos depois, lá estava eu, fingindo felicidade e reprimindo arduamente aqueles sentimentos estranhos.

— Giovanna, essa é Pamela. — Jon falou enquanto eu a cumprimentava com um aperto de mão que achei um tanto rígido, apesar de sua mão macia.

Pamela era particularmente bela. Cabelos vermelhos intensos e olhos claros como o céu eram caracteristicas que eu não pude deixar de admirar. Ela era alguns centimetros mais alta que eu, mesmo eu estando de salto, e tinha a boca perfeitamente delineada de batom vermelho vibrante, que contratava lindamente com sua pele branca perfeita.

Em seu corpo repousava um vestido justo de tecido visivelmente macio e aveludado, que apesar de curto, não parecia tão ousado. Eu vi uma das sobrancelhas perfeitas e finas dela se levantar levemente quando viu meu olhar avaliador sobre ela. Eu poderia jurar que vi ela endireitar as costas e estufar o peito, como se fizesse posse para uma foto.

— Muito prazer Pamela. — eu falei cordial, sorrindo abertamente.

— É bom finalmente conhecer a famosa Anna — Ela disse o meu nome com uma ênfase perceptiva na voz, como se estivesse tentando dizer alguma coisa a mais do que aquilo. Ela olhou inquisitiva para Jonathan e ele deu de ombros. Eu somente sorri pra ela, tentando parecer o mais natural possivel.

— OLHA TEM MELANCIA! EU AMO MELANCIA! — A outra garota de cabelo roxo ao lado gritou e saiu correndo, passando por mim e indo direto para a mesa de comida.

— E lá se vai a Caroline... — Falou Pamela, corando um pouco sobre a pela branca — Me desculpe por isso... Ela é meio doidinha mesmo.

— Ah! Que nada. Tudo bem. — eu ri um pouco, simpaticamente — Vamos, entrem, entrem! Fiquem a vontade.

— Obrigada. Eu vou atrás da maluca ali... — Disse Pamela, soltando os dedos de Jon com um olhar carinhoso e indo atrás da garota roxa.

Eu ri, acompanhando com o olhar Pamela ir até a mesa de comida e percebendo que não era apenas o rosto que ela tinha de belo. E eu teria percebi e analisado mais a garota se Jonathan não tivesse entrado em minha frente, agarrado meus ombros e me balançado, como se para me acordar.

O sorriso de antes sumira e no lugar havia um cara de espanto.

Eu senti meu coração acelerar precipitado com a ação assustada dele.

— Giovanna, você tem que me ajudar! — ele falou parecendo assustado e me deixando mais preocupada — Você viu a Caroline? Ela é iden...

Mas a frase não foi terminada. Ele foi interrompido com a chegada de Seth, que exibia em sua linda face uma certa raiva e um visivel ciúmes, agarrando minha cintura de um jeito que me fez distanciar de Jon, fazendo suas mãos caírem dos meus ombros e meu corpo se chocar no dele.

Ele parecia um leão, tentando demarcar território. Eu revirei os olhos para esse pensamento.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou Seth, com aquela voz mais grossa que o normal.

— Nada de mais Seth. — eu tentei acalmar a situação.

— Como nada? Você não viu? — Jonathan balançou os braços no ar, exasperado — Olha pra cara dela!

— De quem? — perguntou Seth, franzindo a testa ao perceber que sua "demarcação" não era necessária.

— Da Caroline. De cabelo roxo! — Jonathan pegou meus ombros, obrigando Seth me soltar, e girou na direção em que a garota estava, perto da mesa de comidas. E quando meus olhos finalmente encontraram quem ele insistia em me mostrar eu vi o rosto dela...

Na hora que eu a olhei, tudo pareceu tremer. Como se o ar tremesse. Sabe quando você está em uma estrada, á pé, no meio do sol e se você olhar lá na frente, vai parecer que você está vendo que tem água no chão e uma fumaça ondulante em cima? Exatamente assim.

Mas claro que naquela situação você não sentia como se fosse obrigada a desviar seus olhos e sair correndo imediatamente. Eu tive que fazer muito esforço para me manter olhando para a garota e vi que ela também lutava agora com o seus olhos para se virar para mim.

E quando finalmente nosso olhar se encontrou foi como se tivesse havia um clarão muito forte e tudo em minha mente simplesmente sumissem. Qualquer pensamento desapareceu na mesma hora e eu pude sentir que estavamos interligadas. O meu coração batia na mesma frequência que a dela e o nosso cérebro rodava na mesma lentidão juntos.

O campo magnético pareceu se curvar com a nossa curiosidade. Sim, de alguma maneira eu sabia que ela também está tão curiosa quanto eu. Eu encarei aquela face que conhecia tão bem, como sendo o meu (E ERA) e andei lentamente até ela.

Ela empurrou Pamela para o lado, a tirando de sua frente e aproveitando para deixar a melancia que comia em cima da mesa, sem nunca desgrudar os olhos dos meus e também veio em minha direção.

Quando chegamos á um palmo de distancia uma da outra, paramos de andar ao mesmo tempo como se aquilo fosse combinado e começamos a procurar os detalhes que tínhamos diferentes.

O cabelo era óbvio, tinha cor diferente. Os cabelos dela eram tingidos de um roxo que eu só conseguia comparar como sendo de uma berinjela e os olhos dela eram marrons chocolate, muito diferentes dos meus, que eram verdes.

O resto, desde uma pinta perto dos olhos, até o jeito cumprido e fino da unha era idêntico. Tudo. Éramos como irmãs gemeas idênticas.

Por um segundo eu acordei do meu pequeno transe ao sentir a estatica me empurrando para longe dela, como se houve uma mão gigante invisivel me empurrando. Os meus pensamentos pareceram desconectar dos dela e meu coração voltou a bater somente na minha frequencia.

Eu pisquei aturdida, sentindo a enxurrada de pensamentos se alastrarem em minha cabeça de uma só vez me deixando um pouco tonta. Eu olhei para trás, a procura de alguém que pudesse dizer que aquilo ali não era real...

Jonathan tinha uma cara de espanto, misturado com medo e choque. Os olhos arregalados de uma forma que teria sido motivo para muitas piadas minhas se eu não estivesse naquela situação. Ao seu lado tinha Seth, que parecia estar com os ombros arreados, a cara de chocado e os olhos brilhando.

A boca levemente aberta, como se ele estivesse se afundando em um mar de pensamentos sem perceber a cara de bobo que fazia. Seus olhos não paravam de trocar de lado, indo sem parar da direita para esquerda, como se fosse uma bolinha de pingue-pongue, alterando olhar entre mim e Caroline.

Somente então a fixa caiu.

Eu reconheceria aquele olhar de Seth em qualquer lugar no mundo. Aquela cara de... Apaixonado?

Não... Não... Não. Não! Não aquilo não poderia acontecer, poderia? Minha cabeça rodou rapido, pensando em todas as possibilidades de aquele pensamento ser verdade ou não. Tentando de todas as formas contestar o óbvio.

Mas não havia como. Aquela era a verdade... A presença dela ali já era uma prova.

E como se somente aqueles pensamentos horriveis que abalavam meu ser não fossem o suficiente, eu vi a prova final. O cheque mate.

Assim que voltei meus olhos para a garota de cabelo roxo, eu senti a raiva esquentando o meu sangue e meu rosto, enquanto eu olhava o rosto feliz e o brilho apaixonado de Caroline enquanto a garota observava Seth.

E aquilo foi o que bastou para acarretar todos aqueles pensamentos ruins que eu percebi, somente agora, que eu me segurava para não cogita-los. O campo magnético agora, agindo de forma diferente. Não me empurrando para longe e sim, me puxando para perto, implorando para que eu parta a cara dela ao meio.

— QUE DIABOS É VOCÊ SEU CLONE? — Eu me ouvir berrar ao mesmo instante que minhas mãos a empurram para longe e quase a derrubando sobre alguém que estava parado atrás dela.

Aquela garota não iria roubar Seth de mim!


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Notas finais do capítulo

WOW! Calma Anna, calma! Já sabemos que a Anna não gostou muito dos olhares entre eles. O que acham que vai rolar?