Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 2
Cabeça Rachada


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores, tudo bom? Eu passei aqui para deixar o segundo capitulo. Espero realmente que gostem para valer desta fanfic, em?
Obrigada pelo grande apoio. Apesar de poucos reviews, eles me estimulam muito! Vou me esforçar para que vocês gostem cada vez mais do que escrevo!
Um grande beijo!



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Capitulo 02 - “Cabeça rachada.”

Eu bocejei tão forte que meus olhos se encheram de lágrimas.

Que saco.

Se não havia professora de literatura no último dia de aula, porque não, simplesmente, deixavam a aula vaga? Não, eles queriam torturar todos nós, colocando uma professora substituta que escrevia na lousa de forma tão lenta que parecia que estava fazendo aquilo dormindo.

E pra nossa alegria, as horas se arrastavam. Ô Glória!

Última aula. A maioria dos alunos tinha a cabeça apoiada na carteira, babando de tanto dormir. Eu estava com inveja daqueles songa monga dorminhocos! Queria estar ali, deitado na carteira, puxando o ronco, como o Jonathan fazia — Literalmente puxando o ronco.

Mas Não! Eu tinha que fazer as bostas das anotações da aula. Eu era horrível em literatura e o menor descuido, mesmo em uma aula como aquela, lá se iam minha média de C-. Eu tinha que dar o meu máximo para não reprovar naquela matéria.

Ouvi um ronco mais alto vir de Jonathan e eu pulei da minha cadeira de susto. Arregalei os olhos quando vi a professora olhar feio para ele e depois para mim, como se de alguma forma — Não me pergunte como — ela ligasse o que ele fazia de errado a mim.

Cutuquei cuidadosamente seu ombro, torcendo para ele acordar.

— Ham, deixa mais um pouco mãe... — Ele murmurou, batendo na minha mão e voltou a dormir.

A professora ainda me encarava, com aquele olhar no minimo maligno.

O que ela queria que eu fizesse? Eu não tinha nada a ver com o ronco de Jonathan! Mas mesmo assim, ela continuou a me encarar, como se esperando que eu fizesse algo a respeito.

Por que eu?

— Jon — Chamei cutucando ele mais forte

— Hã?... Não, não. Eu vou com você Anna... — ele murmurou, ainda dormindo.

Ele estava sonhando comigo? Revirei os olhos quando aquela professora louca continuou olhando pra mim. Pelo o amor de Deus...

— JONATHAN ACORDA! — Gritei alto no seu ouvido e metade da sala que dormia pulou junto com ele da cadeira.

Vi ele pular da cadeira e acabar virando ela, com o seu peso, caindo de costas no chão e derrubando a garota da carteira vizinha. Por um momento pensei que a cadeira dele iria quebrar, pela maneira que caiu.

A pequena parte da sala acordada ou semiconsciente deu risada e eu corri para ajudar Jonatan a se levantar.

— Jon! Desculpa, desculpa, desculpa! Você machucou? — Eu perguntei receosa, observando todo seu rosto contorcido de dor.

Ele esfregou a cabeça por um momento, se sentando no chão.

— Minha cabeça... Eu bati... — Ele disse com uma cara de dor.

Santo Deus. Eu quase tive um ataque do coração ao ver que sua sua mão, que a pouco esfregava a cabeça, estava suja — completamente lotada! — de sangue.

— AH! — eu gritei colocando a mão na boca — Jonathan você está morrendo!

Ele riu da minha frase, mas ainda tinha uma careta de dor estampada. A professora e metade da sala já estava em volta de nós, fazendo aquele círculo claustrofóbico.

— Meu Deus! Ele tem que ir pro hospital! — uma garota gritou ao fundo.

— Essa garota tem problema? Quase matou o Jon! — Outra me acusou.

— Ei, eu não fiz por querer! — Eu gritei para a garota, mas eu estava mais preocupada com a opinião de Jonathan sobre isso — Me perdoa Jon.

— Não, tudo bem. — Ele sorriu um pouco, ainda com a mão na cabeça. Eu pude ser os seus cabelos escuros e bagunçados mais escuros e emaranhados do que o normal naquele local.

— Não. Não está tudo bem. — A Professora me olhou com cara que poderia ser facilmente descrita como "cara de cú com cãibra"— Para a diretoria Srta Scavattine.

Ela falou autoritariamente antes de voltar-se para Jon e sua cabeça rachada, para examinar a gravidade.

— QUÊ? — gritei. — Foi sem querer!

— Mas o Jhonny podia ter morrido pela sua brincadeira idiota. — Uma garota loira se pronunciou e eu me perguntei da onde ela havia aparecido e onde ela tirara toda aquela intimidade para chama-lo de “jhonny”

Senti minha raiva e ciúmes crescer e eu bufei irritada. Eu não estava brincando! Estava tentando acordar ele por causa a porcaria da professora! E agora ela estava me mandando pra diretoria?!

— Não, a culpa não foi dela professora. — Jon tentou me defender — Se eu não estivesse dormindo isso não teria acontecido. — Ele disse com a voz grossa e firme, olhando da professora para a garota loira e o silencio predominou — Melhor eu ir para a enfermaria.

— Mas... — a professora começou a falar.

— Eu que estava dormindo, não ela. Me desculpe. — Ele disse ainda com a mão no machucado — Vou indo.

Eu vi a professora o olhar por um momento com desprezo e deu de ombro antes de voltar para frente da sala.

Todos voltaram para os seus lugares e eu fiquei parada, enquanto Jon saia da sala lentamente. — Srta Scavattine? — A vaca, digo, a professora chamou minha atenção — Você não me ouviu? Ou vou ter que repetir? DI-RE-TO-RI-A

Droga! Eu xinguei baixinho dando meio volta e saindo da sala.

Havia modos de o dia ficar melhor? Último dia de aula e eu vou ficar de detenção! E ainda por cima, quase matei o meu melhor amigo. Provavelmente ele deve ter tido um traumatismo craniano, se for pela a minha sorte.

Meu Deus e se for verdade? Eu não estava duvidando de nada hoje. Ele tinha ido sozinha para enfermaria… E se ele desmaiou no caminho?? Ou pior! Ele perdeu a memória, saiu andando para a rua, entrou em uma Ferrari parada na calçada com a porta aberta, saiu cantando pneu pela cidade, atravessou um canteiro na pista, quase atropelou uma velhinha e acabou com o carro batido dentro de um mercado de palmitos?

Meus pés já estavam em movimento na metade da linha de raciocínio. Eu tinha que procura-lo. Mas foi só quando eu cheguei a bifurcação dos corredores que me lembrei de um pequeno detalhe. Eu não sabia onde era a enfermaria.

Eu sei, que vergonha. Estuda na mesma escola faz dois anos e nem sabe onde fica a enfermaria.

— ALGUÉM SABE ONDE É A ENFERMARIA? — Eu gritei sem nem pensar quem responderia, já que eu estava sozinha no corredor deserto.

Talvez eu fosse louca... Ou talvez eu esteja somente desesperada para encontrar meu amigo Cabeça Rachada!

Então eu tive que fazer do jeito mais difícil e sai correndo pela aquela escola imensa procurando.

Escolhi um corredor rapidamente e sai em disparada, tanto por causa da pressa, tanto por causa que havia visto um inspetor vindo no fim do corredor... E bem, eu estava tecnicamente, fugindo da diretoria. Um inspetor/monitor não era o que eu mais precisava no momento.

Entre o momento que achei a sala e a bifurcação, transcenderam vários corredores, alunos caídos no chão, monitores sendo evitados e sem querer, um vidro quebrado.

Mas finalmente achei a bendita porta branca com a maldita plaquinha vermelha.

Enfermaria.

Nem bati na porta, já fui abrindo e gritando, procurando o Jonathan. Minha respiração bem falha por causa dos minutos — horas — de corrida.

— Jonathan? — Gritei derrapando dentro na enfermaria — quase derrubando uma mesa e a enfermeira.

— Anna, o que faz aqui? — O garoto perguntou. Só depois que ouvi sua voz, percebi quem era.

Jonathan estava sentado em uma maca mais ao lado e a enfermeira, em pé á suas costas — olhava sua cabeça e o emaranhado de cabelos negros e um tanto quanto ensanguentados.

No mesmo segundo eu pulei para dentro da sala — com a porta batendo contra a parede e recebendo um olhar angustiado da enfermeira.

— Jonathan! Isso tudo é culpa minha, me desculpe — Segurei sua mão, com a respiração arfante — Eu tinha que vim ver como você estava... Eu fiquei com medo de algo de grave ter realmente de acontecido. Se tivesse acontecido eu nem sabia o que iria fazer...

Ele sorriu para mim, enquanto eu continuava a tagarelar. Um sorriso doce que fez eu me acalmar e perceber que estava tudo bem.

Eu me calei, sorrindo de volta para ele.

— Calma Srta. — disse a enfermeira — Não foi nada. Só fez um cortinho. Não vai demorar muito pra cicatrizar. Logo logo está novinho em folha.

Eu respirei aliviada. Pelo menos não foi um traumatismo craniano.

Nós ficamos em silêncio alguns minutos, com a enfermeira fazendo não sei o que na cabeça de Jonathan, eu segurando sua a mão e observando atentamente seu rosto, para ver se encontrava dor. Jon continuou me olhando e sorrindo.

Não, não era um silêncio incomodo. Era um silêncio amistoso... Um silêncio bom de ser ouvido.

Queria poder ficar com ele por aqui, até a enfermeira terminar e o acompanhar até seu dormitório para ter certeza que ele ficaria bem sem mim, mas eu tinha algumas coisas que não poderia adiar mais.

Me perguntei porque Jonathan ativava meu lado mais protetor.

— Bom, então eu vou indo para a diretoria. — Eu disse mesmo contra gosto, apertando um pouco mais a sua mão — Tenho uma detenção para cumprir no último dia de aula.

— Quer que eu te espere sair da detenção? — perguntou ele docemente.

— Mas são quarenta minutos

— Eu trouxe um livro. Te espero do lado de fora da porta, ok?

Eu ri. Não merecia um amigo desse.

Ele acenou e eu corri para a diretoria. Já pronta pra encarar os monitores bravos e uma diretora gritante. Eu sabia o quanto de tempo eu havia ficado para fora...

Agora era só rezar.

Rezar para eu não pegue aquele professor de Sociologia na detenção.

Eu havia dito que estava com sorte?


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