Dez Desejos escrita por Gii


Capítulo 10
O que há de errado?


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Desculpem, não me matem! Eu vou postar regularmente, ok???



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Capitulo 10 — O que há de errado?

POV Seth Clearwater

Sonambula?

Ela podia mesmo ter ido parar ali sem querer. Não era nada do que eu havia presumido. Ela simplesmente não deve ter notado que errou a porta do quarto enquanto andava pela casa. Claro que era isso, como pude pensar que seria algo diferente? Que ela estava ali porque queria ver meu quarto? Que ela tinha interesse em mim?

Ela tinha namorado, um namorado que claramente ficara um ciúmes de ver ela deitada na minha cama. Eu definitivamente não tinha tantas chances. Na verdade, praticamente nenhuma.

E era exatamente por isso que eu não podia deixa-la ir embora.

Eu havia errado ao ter ficado no quarto com ela. Eu tinha que consertar aquilo, pois se eu brigasse com Jonathan ou ele descobrisse o que eu realmente estava fazendo, ele levaria Anna para longe daquela casa e de mim. Eu tinha certeza. Eles iriam para outra cidade e até, quem sabe, outro estado e eu nunca teria mais a chance de ver o meu imprinting.

Pensar nessa possibilidade doeu tanto fisicamente que eu quase fraquejei ali na frente dos dois.

Não. Eu não podia ficar sem ela. Aquela era uma possibilidade que eu não podia aceitar de maneira alguma. Mesmo que pra ficar perto dela eu tenha que ser nada além de um amigo. Se eu ao menos pudesse observa-la algumas vezes por dia, mesmo sem tocar, eu poderia viver com isso.

Sem ela, eu não podia.

— Tem certeza? Não é o que parecia! — Disse Jonathan estreitando os olhos, interrompendo meus pensamentos. Ele pareceu notar a nota de mentira na minha voz quando eu tentei me explicar sobre estar perto dela. Droga, agora que eu voltava a pensar, até mesmo eu havia percebido a mentira! Tinha sido péssima... Desde quanto eu mentia tão mal?

Eu sempre fui bom com essas coisas, afinal, eu tinha que ser bom nisso! Eu era um lobo! E lobos têm muitos segredos. Talvez fosse a presença de certa garota que tivesse me afetado tão drasticamente.

Coloquei meus pensamentos em ordem e rearrumei minhas feições. O olhei de cima aproveitando o fato de ser mais alto que ele e escondendo qualquer outro sentimento ali existente.

A mentira vinha facilmente quando eu estava assim. Eu não poderia inventar outra coisa mais aceitável, então tentei parecer confiante e indiferente sobre o que tinha dito.

— Olha, se você não quer acreditar, não acredite. Mas essa é a verdade. — Eu disse me aproximando mais dos dois — Eu apenas me abaixei para acorda-la, não foi nada de mais. Eu entendo como você deve estar se sentindo, mas tem que acreditar que foi apenas isso. Nada de mais.

Anna desviou o olhar quando a encarei. Voltou-se diretamente para Jon, ficando completamente de costas para mim.

Por um momento aquilo me deixou irritado. Raiva por ela ter parado de olhar para mim e simplesmente se virado de volta para ele.

Expulsei o pensamento imediatamente, me lembrando de que era ele o namorado de Anna, não eu. Era lógico que ela iria olhar para ele ao invés de mim... E bem, ela era sonambula. Ela não viera no meu quarto me ver, a final. Ela não me considerava como eu pensava.

Jonathan abriu a boca para protestar meu argumento, com aquele olhar quase arrogante. Anna o interrompeu.

— Jonathan, pare com isso, não aconteceu nada! Você já deve ter acordado a Sue com tudo isso, vamos pro quarto, Seth não tem nada a ver com isso. Nós conversamos melhor no quarto.

Jonathan pareceu ponderar melhor quando olhou novamente para o rosto de Anna. Ele não parecia aceitar o argumento dela, mas ainda assim algo mudou. Eu não consegui entender a expressão em seu rosto quando ele respondeu para mim.

— Dessa vez tudo bem. — decidiu no final — Eu não vou continuar com isso em respeito a Sue, mas não acredito completamente em você, Clearwater. Eu sei o que eu vi.

Então ele sumiu pela porta, junto com suas palavras de merda. Ouvi a porta do quarto de Sue e Charlie abrir em seguida, com eles vindo para ver o motivo do barulho.

Anna ainda estava parada no quarto quando Sue apareceu perguntando o que estava acontecendo. Eu desviei da pergunta, dizendo apenas que tinha sido um acidente e que depois nós conversávamos. Apesar de algumas perguntas por parte do Charlie, eles logo voltaram de onde vieram. Eu sabia que teria que conversar com ela direito depois, mas não era isso que me preocupava no momento.

Anna ainda permanecia no quarto quando eles saíram, parencendo incomodada. Quando se virou para mim, estava claramente se sentindo culpada pelo tumulto.

— Me desculpe por entrar em seu quarto... E por Jon — ela disse. — Não vai mais acontecer.

Não consegui responder, ficando meio bobo pelo modo que ela lançou aquele olhar.

Ela estava triste e culpada, mas... Havia um brilho diferente por trás daquilo. Algo no modo como piscava e que me olhava parecia dizer nas entrelinhas alguma coisa que não era clara de enxergar.

Eu poderia estar muito errado em presumir o que eu mais queria, mas eu havia visto algo ali. E até que eu descobrisse que estava errado, eu lutaria por aquela possibilidade.

Com a falta de resposta, ela simplesmente saiu. Ouvi a porta do seu quarto e fechando em seguida.

Demorei mais alguns segundos para eu mesmo acordar e fechar a minha porta. Enquanto me encaminhava para minha cama, toda a raiva de Jon invadir o quarto foi esquecida. Uma única coisa estava na minha cabeça.

Aquilo, nos olhos dela, no fato de inconsicientemente ela ter vindo parar no meu quarto, aquele quase beijo na sala... Era uma chance?

Eu tinha certeza que sonharia com aqueles olhos hoje.


POV Jonathan Flint

Eu devia ter quebrado a cara dele e falado um monte para Giovanna. Mas não. Quando eu vi a cara de espantada dela ao acordar eu não consegui. O ódio e dor se dissolveram apenas para uma melancolia e mau humor ao ver aqueles olhos com medo ao ver minha reação.

Ela tinha o poder sobre mim tão grande e nem ao menos se dava conta.

Entrei no nosso quarto, tentando não fazer mais barulho e irritar mais Sue. Demorou algum tempo antes de Anna vir atrás de mim, andando duro com a cara fechada. Somente naquele momento eu havia percebido que ela estava realmente brava comigo.

Apesar de já ser previsível aquela reação... Sempre que eu sorria daquele modo, ela fazia a mesma carranca. Tudo bem que sempre acontecia alguma merda e esse era o motivo, mas isso não importava naquele momento. Não com aquele furacão em forma de pessoa entrando no quarto.

— Já chega Jonathan. — Ela disse fechando a porta, e se virando carrancuda para mim, enquanto cruzava os braços no peito — Desembucha, qual o seu problema?

EU TE AMO! Esse é o problema garota, você não consegue ver?

Dei de ombros, fazendo minha melhor cara de desentendido e ela bufou em resposta. Parecia querer arrancar os cabelos da cabeça.

— Pensei que você ia me ajudar! — ela replicou quando prossegui não respondendo — Como aquilo iria me ajudar com Seth?

Argh. Ela só pensava nele agora? Se ela se esforçasse um pouquinho e pensasse no meu lado, se ela ao menos parasse e pensasse no significado de tudo o que eu havia feito para ela até hoje...!

Ela sentou na cama de costas para mim, deixando a postura rígida.

Eu fechei o punho e controlei minha raiva. Explodir e jogar tudo o que sentia não a faria mudar seus sentimentos. Eu precisava fazer do meu jeito. Precisava de um plano para conquistar Anna.

— Você me prometeu que ajudaria.

Eu suspirei, mais por prometer que a ajudaria, do que outra coisa.

— Acredite em mim, isso vai funcionar. — Eu menti indo do seu lado, soando um pouco mais raivoso do que pretendia — Você vai ver.

Ela abaixou a cabeça, não olhando para mim. Eu parei, chocado. Aquilo era uma lágrima caindo na sua mão?

— E se não der? — Disse — Eu sei que você disse que estava fingindo ser meu namorado para causar ciúmes, mas eu não quero causar isso. Eu só quero ficar com ele. É tão necessário assim você intervir?

— Anna...

— Eu sei o que vai dizer e você esta certo, foi errado eu forçar o imprinting. O amor dele não é real. É apenas fruto do desejo, mas... Como eu poderia desfazer o desejo como você diz, Jon? Eu não quero desfaze-lo... Talvez ele perceba com o tempo que é real...

Eu me afastei, vendo o corpo dela tremer com os soluços. Anna estava sentada, na cama, chorando de culpa. Ela estava culpada por forçar alguém a ama-la e por não poder ficar com ele.

E tecnicamente, aquilo que ela sentia agora era culpa minha. Fora minha ideia a fazer se afastar por conta própria e sentir culpada.

Aquelas lagrimas por outro alguém sempre me matariam, aqueles sorrisos para ele, toda aquela felicidade só para um personagem de um livro... Tudo aquilo era uma tortura horrível, mas como eu poderia querer algo ruim para ela?

Suas lagrimas, seu pequeno tormento, me fizeram parar. Simplesmente parar e observar todo aquele cenário que estava sendo pintado.

Aquele lugar, a casa, a floresta, o maldito lobo no quarto ao lado... Aquilo era real. Droga, como tudo isso realmente é real! No inicio, eu havia apenas fingido que tudo não passava de um sonho muito louco e, bem, eu poderia fazer qualquer coisa que acordaria logo em seguida, mas a cada segundo que passava eu via que aquilo era real.

E se tudo isso realmente é real, e aquela flor realmente realiza desejos, então os sentimentos de Anna por Seth eram reais.

Meu coração já quebrado falhou uma batida com aquela perspectiva.

Anna realmente gostava de Seth. Eu nunca cheguei a pensar o que aconteceria quando ela decidisse gostar de alguém antes de eu me declarar. E agora que eu sentia o ciúmes que eu não podia cobrar e inventava desculpas para estar perto dela de uma forma fora da zona de amigo, eu me arrependi.

Me arrependi de não ter dito logo de inicio o que eu sentia e agora, ela estava longe de aceitar os meus sentimentos... Porque ela já tinha outros sentimentos para cuidar.

Eu suspirei tremulo.

Joguei a cabeça para trás, olhando para o teto e simplesmente desabando minhas barreiras que me impediam de deixar de acreditar que ela seria minha.

Ela claramente não era minha ou poderia ser. Mesmo que eu impedisse que eles ficassem juntos, não conseguia ver como ela poderia começar a sentir o mesmo que eu.

Meu coração doeu quando me decidi por final. Meu orgulho seria jogado no chão e eu não conseguia enxergar a possibilidade de me curar daquele amor, mas eu tinha que fazer aquilo.

Antes tarde do que nunca, eu iria colocar em pratos limpos e pelo menos livrar os tormentos de um dos lados.

— Anna — Eu a chamei e ela me olhou com o rosto molhado pelas lagrimas.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho que agradecer à todos os reviews e às visualizações! Eu nem acredito que essa história seja tão boa para tudo isso. Realmente, viu... Coisas não planejadas as vezes realmente dão certo.
Bom, eu me despeço, porém eu volto. Prometo.



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