Natsu no Hana escrita por Deusa Tsukihime


Capítulo 2
Ato II: Mais próximo de você


Notas iniciais do capítulo

Olá olá~ Boa madrugada para vocês! Eu disse que atualizaria na quinta-feira, mas tive alguns problemas pessoais, por isso só hoje estou trazendo o capítulo II! Obrigada à todos pela paciência, principalmente a minha kohai Kisacchi que estava me cobrando a atualização...Hihi

Boa leitura!



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– Obrigada por preencher o formulário, Nakagura-san, vamos mostrar para a presidente do clube e te daremos a resposta sobre sua entrada no clube de literatura.

Uma garota usando óculos e de rabo de cavalo recebia das mãos de Tsukihime o formulário que os estudantes de Kaijou precisam preencher para poderem entrar em um dos muitos clubes.

– Como as aulas já começaram, acredito que fica mais difícil admitir membros, né? – Tsukihime sorri para a menina que retribui.

– Sim, mas faremos de tudo! Suas referências são muito boas

– Ora, obrigada...Se me der licença então.

Tsukihime se despede da menina e assim que dobra a esquina do corredor, uma outra menina aparece, dirigindo-se para a membro do clube de literatura. As duas conversam rapidamente e a menina rasga o formulário de inscrição de Tsukihime, a mando da outra.

Já em Rakuzan, Melody seguia Akashi para onde quer que ele fosse, incomodando-o bastante, “se pelo menos ela calasse a boca”, era o pensamento constante de Akashi. Reo ria da situação e imaginava que Akashi era um bicho e Melody o filhote, que segue a mãe para todos os lados.

– Que preguiça, eu ainda preciso procurar um lugar para ficar. – Melody estava com a cabeça repousada na carteira e com os braços esticados, ficava cutucando Akashi, este controlando a irritação, por incrível que aquilo pudesse ser.

– Não é problema meu Melody e pare de me cutucar! – Ele eleva o tom de voz para ela, sem sequer olhar para trás.

– Ei Akashi, você não sabe de nenhum lugar não?

– Não.

– Nenhumzinho?

– Já disse que não.

– Que pena...

– Quando esse dia vai acabar francamente... – Suspira um Akashi impaciente e desanimado, o que chama a atenção de alguns colegas que cochichavam que o rapaz de cabeleira vermelha parecia ser outro.

As aulas já estavam no fim e Kise chamou Tsukihime para voltarem juntos para casa, convite este que ela aceitou, ignorando os olhares negativos que ainda recebia. Tirando Kise, nenhum outro colega de classe falou ou interagiu com a novata, mas ela não se importou com aquilo, afinal, do que adiantaria amizades como essas em que só por você se relacionar com alguém que se destaca, te faz ser uma pessoa indesejada?

– Eu fico por aqui, Kise-kun, obrigada por tudo hoje. – Tsukihime curva levemente o corpo e o rapaz sorri.

– Eu que agradeço a companhia, te vejo amanhã! – Ele despede-se com um aceno e ela retribuiu com outro.

O caminho para casa foi tranquilo, Tsukihime estava pensativa em tudo que aconteceu naquele seu primeiro dia de aula, mas uma cena chama sua atenção: Era uma bonita menina, deveria ter mais ou menos a idade de Tsukihime, mas era um pouco mais baixinha. Ela parecia perdida e a morena se aproximou da jovem que estava bem agitada.

– Aquele Akashi maldito! Eu disse para ele me acompanhar, agora estou perdida! – Choraminga Melody, em meio a alguns palavrões também, pois assim que as aulas terminaram Akashi tratou logo de sumir em um carro preto.

– Com licença, posso te ajudar? – Tsukihime pergunta gentil.

– Ah, oi, sim! – Melody sorri. – Que gentil moça! Aqui, eu tô meio que procurando um lugar para ficar, não tô muito a fim de ter que usar o cartão de crédito do vater e ficar em um hotel...

– Ah, calma... – Tsukihime sorri. – Uma coisa de cada vez, senhorita...

– Hitsuga, Hitsuga Melody, mas pode me chamar só de Melody, e você?

– Nakagura Tsukihime.

– Que nome bonito! Mas então, acha que pode me ajudar? Realmente não quero ficar em um hotel...

– Estamos perto da minha casa, vamos conversar com mais calma, lá Melody-san.

– Deixa disso Tsu, pode me chamar só de Melody. Vou chamar você de Tsu, tá? – O sorriso de Melody era contagiante e deixa Tsukihime um pouco envergonhada.

– T-Tudo bem...me acompanhe por favor.

Quando chegaram à pâtisserie Nakagura, Melody deu um grito de felicidade, era um local muito lindo e aconchegante, lembrava os cafés da Europa. Subindo para o segundo andar e chegando à cozinha da casa, Tsukihime serve um chá e um bolo para Melody que agradecida come sem fazer cerimônia. Durante uma garfada e outra Meldoy conta para Tsukihime que morava na Alemanha, mas decidiu voltar para o Japão, onde nasceu. “Meu japonês não é muito bom, desculpa!”, ela dizia e Tsukihime prestava atenção cuidadosamente na história da moça de cabelos curtos.

– Se você se interessar Melody, estamos alugando um quarto aqui em casa. – Ela diz pausadamente. – O aluguel é o que um estudante pode pagar, e se como você comentou e não quer depender do dinheiro dos seus pais, você pode trabalhar em meio-período aqui na pâtisserie.

– Ah! – Melody pega as duas mãos de Tsukihime e as sacode. – Você é um anjo da guarda, eu aceito...Eu aceito!

– Haha, calma Melody...preciso conversar com meus avós primeiros, mas tenho certeza que irão te aceitar como inquilina.

– Mas me diga Tsu, qual seria o emprego? Fiquei curiosa!

– Ah sim, as encomendas para nós aumentaram muito e precisamos de quem faça as entregas...é um pouco puxado, mas o salário não é ruim.

– E precisa ser meio de transporte específico? – Pergunta Melody entusiasmada.

– Bom, acho que o que for mais cômodo e conveniente...

– Ah!

Tsukihime antes de terminar de falar leva um susto pelo grito da menina à sua frente, ela realmente parecia bem entusiasmada.

– Será que pode ser de patins? – Pergunta Melody com brilho nos olhos.

– A-Acho que sim...

– Ótimo! – Exclama Melody super animada. – Vou esperar quietinha você conversar com seu vovô e sua vovó, daí mando o motorista do vater trazer as minhas coisas. Obrigada de novo, Tsu!

Os avós de Tsukihime conversaram com Melody e depois pediram que ela avisasse aos pais que tinha encontrado lugar para ficar, esta era a única condição imposta pelo casal de idosos a qual a jovem japonesa alemã não fez descaso e tratou de contar aos pais que ficaria na casa de uma amiga, mas é claro, essa parte ela omitiu dos avós de Tsukihime. Os pais de Melody nunca iam aceitar ela pagar aluguel em uma casa sendo que ela poderia ficar em um confortável hotel.

– Sobre as entregas, Melody-san, acha que pode começar amanhã? – Pergunta o avô e ela concorda.

– Claro, Nakagura-san! Eu vou fazer as entregas de patins, é mais rápido sabe?

– Mas, precisa tomar cuidado Melody-san. – Agora era a avó de Tsukihime que falava. – Algumas encomendas são muito delicadas e não podem ter movimentos bruscos.

– Não esquenta! Eu prometo fazer as entregas em perfeitas condições! – Melody sorri e contagia os avós da nova amiga.

Tsukihime leva Melody até o quarto que ela ficaria, tinha uma pequena suíte e o espaço era razoável, cabia uma cama, uma escrivaninha e um armário. Melody sacou o celular e fez algumas ligações e dentro de algumas horas um caminhão de mudança chegou até a residência dos Nakagura trazendo os pertences de Melody.

O resto da tarde foi em função de arrumar o quarto de Melody, e as duas compartilharam seu primeiro dia em suas respectivas escolas, até acharam engraçado terem feito amizade com rapazes que jogam basquete, será que se conheciam? O dia seguinte ia ser puxado para ambas às garotas e elas resolveram dormir e continuar a conversa depois.

– Eu estou ansiosa para entrar no clube de literatura... – Dizia Tsukihime enquanto terminava de escovar os longos cabelos negros, antes de ir se deitar.

– Eu quero ver o Akashi logo! E jogar basquete...e tantas outras coisas nessa minha nova vida aqui no Japão... – Do outro lado da parede, em seu novo quarto, Melody também esperava ansiosa o amanhã que viria.

Logo pela manhã, Melody ficou muito feliz por seu obentou ter sido feito por Tsukihime, que diferente dela era boa com prendas domésticas, porém, péssima com esportes, sendo até um pouco desastrada. As duas se despediram dos avós de Tsukihime e cada uma tomou a direção específica para chegarem às escolas. Para Melody era um pouco mais longe, já que ela teria que pegar o trem, mas nada que a boa disposição dela não aguentasse.

– Akashi! Bom dia bom dia! – Para sorte de Melody, assim que ela chegou na escola encontrou Akashi trocando os sapatos para entrar na escola.

– Ah, você... – Ele rola os olhos. – Bom dia.

– Puxa, que desanimo é esse? Hoje começam as atividades no clube de basquete, certo?

– Começam para você, pois elas começaram muito antes... – Responde ele deixando-a para trás.

– Ei, me espera! – Melody aperta o passo para alcançar o capitão de Rakuzan.

– Ora ora, vejo um casal improvável se formar... – Uma voz chama a atenção dos dois, era Reo.

– Não diga coisas idiotas. – Responde Akashi, frio.

– ... – Melody só vira o rosto para o lado, um pouco envergonhada. – Quem ia querer um rabugento destes como namorado...

– Há, há ,há! – Reo dá uma risada debochada. – Não fiquei envergonhada, abelhinha...

– Quer parar? – Akashi lança um olhar fuzilante para Reo que suspira e resolve se despedir dos calouros.

– E você, Melody. – Akashi chama a atenção da garota. – Imagino o motivo da filha de um grande empresário ter deixado à escola na Alemanha e ter vindo ao Japão. A educação de Rakuzan é uma das melhores do Japão, mas para o CEO que tem mais negócios na Europa do que no Japão, não faz sentindo a filha estar aqui...

– Hum... – Ela olha interessada para Akashi. – Andou pesquisando minha vida? Não sabia que nas horas vagas você era investigador.

Akashi percebe o olhar malicioso da garota, realmente ele não podia fazer pouco caso dela, era mais esperta do que aparentava.

– Preciso saber a fundo todos aqueles que me servem. – Ele responde.

– Você é engraçado, kaiser... – Melody diz ironicamente e faz uma reverência a Akashi.

Geheimnisvolle mädchen... – Akashi olha para ela com o canto dos olhos, sem parar seu caminhar para a sala de aula e Melody ri dele.

Danke!

Tsukihime chegou a Kaijou pontualmente, já se sentando em sua carteira e reparado que algumas garotas da sala cochichavam entre si e a olhavam, mas a morena nem deu atenção. Não demora muito para que um rebuliço começasse e uma voz masculina se sobressaiu.

– Meninas, meninas calma!

Era Kise tentando conter algumas fãs agitadas por um autógrafo na nova revista em que havia uma sessão especial de fotos do loiro. O rapaz entra na sala e antes de ser acuado em um canto, rapidamente percebe a presença de Tsukihime a quem ele se lança e repentinamente a puxa pelo braço, fazendo-a se levantar surpresa e cair nos braços dele.

– Se dirijam à minha secretária depois, organizem uma ordem e eu irei autografar a revista de todas vocês! – Dizia Kise com um sorriso amarelo.

Tsukihime estava paralisada, sentiu um frio na barriga e o coração falhar uma batida, percebeu que as maçãs do rosto estavam com uma leve ardência, tornando-se delicadamente rubras. Já as fãs de Kise não esconderam seu desgosto por ver Tsukihime nos braços do ídolo, aquele abraço não podia existir. Por fim, o professor chega na sala e as coisas tomam seus devidos acordes, menos para Tsukihime que ainda estava sem reação com a atitude de Kise, mesmo ele sussurrando repetidas vezes “perdão, perdão!”.

– Isso foi totalmente...fora da lógica! – Tsukihime e Kise discutiam em um canto afastado da sala, depois do término de uma das aulas.

– Eu sei Tsucchi, mas estava desesperado! É difícil lidar com tantas fãs e...

– Você precisa lidar com as consequências do que quiser ser, Kise... – Tsukihime dá às costas para o loiro que carregava uma expressão de culpa. – Isso só dificulta as coisas para mim...

– O-o que você quer dizer com isso, Tsucchi? – Ele parecia preocupado.

– Talvez seja melhor não nos falarmos mais... – Foram às últimas palavras dela antes de sair correndo, não podia deixar que ele a visse chorando.

– Tsucchi! – Kise chama por ela em vão, ela já tinha sumido de sua vista e o loiro se xingou mentalmente, era óbvio o que estava acontecendo...Ele foi egoísta e não pensou que a aproximação deles fosse afastar as possibilidades de Tsukihime fazer amigas no colégio...

Tsukihime já não segurava as lágrimas, corria sem rumo pelo gigante que era Kaijou, até alcançar os fundos da escola, próximo às quadras, mas para sua surpresa ela não estava sozinha naquele lugar...

– Então você é a repugnante que está com o nosso Kise? – Uma menina de cabelos ruivos longos e mais quatro meninas pareciam ter seguido a morena.

– O-O que querem? – Pergunta Tsukihime um pouco surpresa e secando as lágrimas que escorriam pelo seu alvo rosto.

– Você vai pagar caro por ficar com o Kise! Ele é nosso, não pode ficar com ninguém!


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Notas finais do capítulo

Se você chegou até aqui, obrigada por ter lido! Ficaria muito feliz com um comentário seu, assim saberei o que você está achando da fic, então por favor, não deixe de comentar ;D

Previsão do próximo capítulo para Segunda-feira~

Glossário:

San - Honorífico japonês usado para referir-se a alguém de mesma hierarquia, quer etária, quer profissional. Aplica-se tanto a homens como a mulheres, e a tradução mais próxima ao português é senhor e senhora;

Kun - Utilizado entre jovens quando existe alguma intimidade, sendo geralmente utilizado para nomes masculinos;

Chan - Para demonstrar informalidade, confiança, afinidade ou segurança com a outra pessoa, não obrigatoriamente do sexo feminino. Para acentuar a informalidade, pode-se atribuir chan à inicial da outra pessoa. Ex: "Tsukihime" - "Tsuki-chan";

Kaiser - Imperador, em alemão;

Pâtisserie - Confeitaria;

Geheimnisvolle mädchen - Garota misteriosa, em alemão;

Obentou - Marmita, a maioria dos estudantes leva o almoço de casa;

Vater - Pai, em alemão;

Danke - Obrigada, em alemão;

CEO - Diretor executivo, diretor geral ou Chefe Executivo de Ofício é o cargo que está no topo da hierarquia operacional de uma empresa.