Natsu no Hana escrita por Deusa Tsukihime


Capítulo 3
Ato III: Não quero perder!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, uma boa noite para vocês! Primeiramente devo desculpas por não ter atualizado na segunda-feira, mas aconteceram algumas coisas e só agora estou podendo publicar o capítulo três, me desculpem de verdade!

Desejo à todos uma ótima leitura e não deixem de comentar! Queria agradecer aos comentários da minha kohai Kisacchi e da senhorita Neteb.



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A disciplina do clube de basquete era inacreditável, as coisas mudaram muito, as informações que ela tinha recebido do irmão não estavam batendo muito com a realidade que seus olhos enérgicos absorviam. Akashi apresentou Melody aos membros – que não eram poucos – e finalmente ao treinador, Shirogane Eiji.

Nebuya parecia um pouco incomodado com a presença de Melody, uma garota no meio de selvagens era loucura, mas vindo de Akashi, ela deveria ser de alguma valia e ele estava interessado em tirar um mano a mano com ela. Melody ficou um pouco apreensiva com o time principal de Rakuzan, eles tinham uma aura bem competitiva e que não se permitia derrotas.

– Bom, com a chegada de Hitsuga as coisas mudam um pouco. – Fala o técnico, sério e frio como sempre. – Akashi, eu acredito que por hoje um treino leve e pequenas disputas mano a mano serão suficientes.

– Eu concordo, mas quero montar quem vai enfrentar quem, técnico.

– Faça como quiser Akashi, você é o capitão. – Foram as últimas palavras de Eiji antes de sair da quadra.

– Escutem, faremos um aquecimento moderado com disputas mano a mano, melhor de cinco.

– Akashi, eu quero começar e gostaria de enfrentar essa baixinha. – Nebuya aponta para Melody que faz uma careta.

– Hmm.. – Akashi analisa a situação e dá um sorriso maldoso. – Não vejo motivos para recusar, será interessante.

– E-Espera, a minha opinião não conta? – Melody tenta argumentar, mas Akashi a corta de forma direta.

– Você está subordinada a mim, e não queria enfrentar oponentes fortes? Ou está com medo? – Provoca.

– Lógico que não...eu só não quero humilhar um senpai. – Melody cruza os braços e bufa, descontente.

– Você é muito convencida, menina. – Nebuya dá um leve tapinha no topo da cabeça de Melody. – Vamos para o pau!

O rapaz já pega uma bola de basquete e começa a quica-la, convidando Melody para o desafio que a contra gosto aceita, já indo para cima do senpai, que rapidamente dá um drible nela e enterra a bola na cesta. Na segunda tentativa Melody consegue roubar a bola, mas é surpreendida por Nebuya e usando apenas uma mão bloqueia o lançamento. Alguns rapazes começam a rir da situação e aquilo irrita bastante a moça, afinal, suas habilidades foram reconhecidas por Akashi, certo? No final, ficou quatro a um para Nebuya que disse que agora Melody deveria sair com ele, mas a moça, irritada, começou a bater boca com o rapaz.

– Aqui não é um circo, calem-se. – A voz de Akashi faz sessar qualquer murmúrio entre a menina e Nebuya.

– Akashi, eu não entendo...você não disse que as habilidades dela eram boas e que poderíamos tirar proveito disto? – Reo discretamente pergunta para o capitão de Rakuzan, mas este desconversa.

– Como eu suspeitei...essa jogada não é solo. – Analisa o capitão, ignorando Reo. – Aquele passe picado não pode ser executado solitariamente, precisa de um meio que lhe proporcione um fim...

Melody se senta em um dos bancos espalhados pela quadra e parecia realmente irritada com a situação que passou, sentiu-se humilhada e não podia acreditar que tinha perdido um mano a mano. Talvez as pessoas com quem ela tinha disputado na Alemanha não tinham o mesmo nível de Rakuzan, afinal, aquele time era monstruoso e tecnicamente ela não tinha se deparado com ninguém “semiprofissional”.

– Droga...subestimei o inimigo! – Ela morde o lábio inferior em sinal de raiva, estava tão compenetrada que não percebe Reo se aproximar e lhe oferecer um squeeze com água e uma toalha também.

– Abelinha, você precisa ser um pouco mais humilde. – Ele ri, sentando-se ao lado dela.

– Eu queria que minhas habilidades fossem reconhecidas... – Ela suspira. – Queria ser como meu irmão...

– Entendo...bom, que tal comermos um bolo depois da aula? – Reo bagunça os cabelos de Melody que resmunga alguma coisa em alemão. – Você me conta tudo mais calmamente.

– O-Obrigada... – Ela desvia o olhar, envergonhada.

Na escola Kaijou, as coisas não iam bem para Tsukihime que tentou em vão fugir do grupo de garotas que deixaram bem claro suas intenções, no momento em que arrancaram o blazer do uniforme da moça de cabelos negros.

– Vocês não tem esse direito! – Esbravejou Tsukihime, acuada em uma grade que dava acesso a um dos campos de futebol da escola.

– Calada! – A mais alterada das meninas joga um punhado de terra em Tsukihime. – Você está próxima demais do Kise-sama, não podemos admitir isso!

– Vocês não podem controlar a vida dele! – Tsukihime, mesmo suja de grama e terra continuou a peitar o grupo de garotas.

– Sua vagabunda! – Uma das meninas avança para cima de Tsukihime e lhe dá um chute na boca do estômago, fazendo a morena se curvar para frente, levando as mãos ao local atingido.

As agressões não pararam por aí, além de tapas, socos e chutes, rasgaram quase que completamente a blusa branca social do uniforme. Tsukihime protegia as partes vitais do seu corpo com os braços e pernas, mas estava perdendo as forças por enfrentar cinco garotas ao mesmo tempo, até que uma voz masculina chama a atenção de todas.

– Parem imediatamente! – Um rapaz de cabelos negros pula a grade e cai habilmente entre Tsukihime e as meninas.

– É um senpai, corram! – A primeira a agredir Tsukihime já saiu correndo e é acompanhada pelas outras quatro. Enquanto elas fugiam, o rapaz volta-se para a moça de pele alva e cabelos negros e se agacha ao lado dela.

– Não se preocupe...está tudo bem...

Antes de o rapaz terminar a frase, Tsukihime se joga nos braços dele e começa a chorar bastante, era um choro triste que misturava a dor pelos machucados físicos e também a dor psicológica. Mesmo surpreendido com aquela reação, o senpai abraça a jovem, ajudando-a se levantar.

– Venha comigo, vamos tratar destes ferimentos e de arrumar alguma roupa. – Ele a carrega nas costas e ela não demonstra objeção nenhuma.

– Obrigada... – Ela murmura antes de apoiar a cabeça no ombro do rapaz e fechar os olhos.

Kise chegou ao clube de basquete e estranhou toda a movimentação e aglomeração que se formou no vestiário. Ele se espremeu entre aquela pequena multidão para tentar saber o que estava acontecendo, quando encontra com Moriyama.

Senpai, o que está acontecendo? – Pergunta Kise curioso e Moriyama dá um soco no braço do loiro.

– Eu nunca ia esperar que o Kasamatsu fosse tão ousado! Ele trouxe uma menina quase seminua para o vestiário do clube!

– Eh!? – Kise fica atônito com as palavras do moreno.

– Já chega! – Genta começa a dispersar os rapazes curiosos.

– Mas técnico! A gente quer ver a menina seminua! – Comenta Moriyama que é imediatamente cortado por Kasamatsu que saiu do vestiário.

– Vocês são uns idiotas mesmo... – Suspira o veterano um pouco decepcionado.

Senpai! É verdade o que estão comentando? – Kise se aproxima ainda mais curioso e incrédulo e recebe um chute na perna. – Itai!

– Suas fãs malucas, dando canseira! – O capitão de Kaijou tinha um tom de voz sério. – Não precisa ter vergonha, pode vir...

Uma sombra saí de dentro do vestiário e vai tomando a forma de uma silhueta feminina, longos cabelos negros presos em um rabo de cavalo, seios fartos e uma pele alva, porém com muitos curativos e roxos. Vestia o uniforme reserva do clube de basquete que lhe parecia mais uma camisola. Os shorts também ficaram largos, mas não deixava de ser uma visão bem encantadora de uma senhorita envergonhada com a situação em que se encontrava.

– Tsukihime!? – Kise corre até ela preocupado. – O que houve? O que são esses machucados e por que está usando o uniforme reserva do senpai?

– ... – Ela não encarava Kise nos olhos, apenas fitava o chão, até que Kasamatsu se aproxima dos dois, e é acompanhado de perto pelos outros curiosos que lá permaneciam.

– Um grupo de fãs suas atacou ela. Era aquele grupinho da sua ex-namorada Kise, a Mika.

Naquele momento só o time principal de Kaijou ficou na quadra e todos resolveram sentar-se no chão para ouvir toda a história. O tempo todo Kise ficou segurando as mãos de Tsukihime que ainda não tinha se manifestado, os fatos narrados deixaram a todos bem descontentes.

– Covardes, se não fossem mulheres! – Exalta-se Hayakawa.

– Acalme-se! – Genta pede ao rapaz que se contenha. – Então, o que você quer fazer Nakagura-san? Já que sabemos as responsáveis, você deve dizer ao diretor para que ele tome as devidas atitudes, o que elas fizeram é muito sério.

– Não quero fazer nada... – Ela suspira triste. – Vai piorar as coisas...

– Eu tive uma ideia! – Exclama Moriyama. – Façamos ela membro do clube de basquete e terá toda a proteção possível!

Ele empurra Kise e senta-se ao lado de Tsukihime, pegando as duas mãos dela gentilmente e a olhando profundamente nos olhos. Kasamatsu puxa Tsukihime para longe dele e a faz senta-se perto de si e de Genta.

– Ela não pode se juntar, Moriyama-san, é uma garota. – Comenta Genta.

– Mas ela não será uma jogadora, sensei! Ela pode ser nossa enfermeira! – Anima-se Kise. – Ela é muito habilidosa e eu também estou me sentindo culpado pelo que houve com ela...

– Vocês me dão muito trabalho... – Suspira Genta. – O que acha, Kasamatsu?

– Você faz alguma objeção, Nakagura-san? – Ela a olha carinhosamente e a menina sorri timidamente.

– Não quero incomodar, mas, ainda estou sem clube e pelo andar dos acontecimentos certamente não serei aceitar por nenhum...

– Bom, então está decidido! – Comemora Moriyama. – Seja bem-vinda, nosso mais novo reforço para o clube de basquete de Kaijou!

– Eu vou arrumar a papelada. – Suspira Genta. – Mas não será tão ruim ter um pouco de ar feminino aqui, quem sabe você não coloca esses idiotas no eixo?

– G-Ganbarimasu, sensei. – Ela curva levemente o corpo em sinal de respeito ao técnico de Kaijou.

– Kise, você é responsável por ela. É bom cuidar bem da Nakagura-san! – Ameaça Kasamatsu e o loiro sorri sem graça.

Senpai, obrigada por ter me salvado. – Tsukihime se aproxima de Kasamatsu e sorri amavelmente, deixando Kise um pouco incomodado. – Irei devolver seu uniforme o mais rápido possível.

– Ora, não se preocupe com isso. Você agora é parte do time, certo? – O mais velho sorri e faz um leve carinho no topo da cabeça da morena. – Cuide-se e agora você não está sozinha.

Kise olha aquela cena agradável e sente uma vontade incontrolável de afastar Tsukihime do senpai, mas não foi preciso por que ele logo saiu e a menina ficou sozinha, olhando o vazio. Foi à hora em que Kise se aproximou e pegou em uma das mãos dela.

– Eu te levo para casa...E nunca mais vou sair do seu lado. – Ele diz fitando o chão estava envergonhado por ter colocado a menina naquela situação.

Tsukihime aperta a mão dele e não controla as lágrimas que novamente resolvem descer pelo rosto e se perderem na curva do queixo dela, mas agora em um choro mais silencioso que só o loiro podia ouvir...

As aulas em Rakuzan terminaram mais cedo do que de costume e como combinado, Reo e Melody saíram juntos, levantando suspeita dos outros jogadores de Rakuzan, especialmente de Nebuya.

– Então você está morando em uma confeitaria? – Reo fica curioso.

– Sim, estavam alugando um quarto e eu precisava de um lugar para ficar. Vou trabalhar meio período lá, fazendo entregas. – A menina dizia cheia de energia.

– Como se chama o lugar? – Pergunta o rapaz.

– Nakagura pâtisserie!

– Oh, eu conheço este lugar, os doces de lá são bem finos e é uma das lojas que Akashi mais frequenta. Aparentemente a mãe dele ia muito lá.

– A mãe do Akashi deve ser linda! Quero conhece-la um dia! – Melody ficou curiosa com aquela conversa de Reo.

– Ah, infelizmente isso não será possível...ela já faleceu, Abelinha. – Reo diz um pouco pesaroso e se perguntando se fez o certo em contar aquilo à menina.

– Me desculpe... – Ela abaixa a cabeça e Reo dá uma leve bagunçada nos cabelos dela.

– Você deve falar isso para o Akashi, ou não, enfim...Eu não sei se deveria ter te contado.

– Não se preocupe Reo! Não irei comentar nada, pode acreditar em mim! – Melody estava convicta e o rapaz percebeu a sinceridade nos olhos dela.

– Muito bem então. – Ele sorri. – Vamos deixar de papo e apertar o passo para chegar logo na pâtisserie.

– Sim!

Ao longo do caminho a conversa vai se alternando, mas o jogador de Rakuzan já começa a descobrir muitas coisas de Melody, o que seria interessante passar para Akashi. Parecia que existia um fio que conectava os dois, era essa a impressão que Reo tinha daqueles dois...o que poderia ser?


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Notas finais do capítulo

Você que chegou até aqui, novamente, meu muito obrigada! Deixei seu comentário para eu saber sua opinião sobre esta fic, ficarei muito feliz! Possivelmente na sexta-feira ou no sábado eu irei trazer um novo capítulo.

Glossário:

San - Honorífico japonês usado para referir-se a alguém de mesma hierarquia, quer etária, quer profissional. Aplica-se tanto a homens como a mulheres, e a tradução mais próxima ao português é senhor e senhora;

Pâtissier - Mestre confeiteiro, título usado para quem é especialista no preparo de doces;

Sama - Este é um sufixo bem mais formal que san e é usado para se referir a alguém pelo qual sentimos um enorme respeito;

Passe picado - Uma das muitas técnicas do basquete que é "muito semelhante ao passe de peito, tendo em conta que o alvo inicial é o solo; O ressalto da bola terá um objetivo comum ao do passe de peito, isto é, a mão alvo do colega ou as zonas próximas do peito." (via wikipédia)

Senpai - É veterano, em japonês;

Sensei - Professor, em japonês;

Itai - É expressão usada para emitir dor, como um "doeu";

Ganbarimasu - É literalmente "vou me esforçar, em japonês.