Daniel narrando

Acordei com Maria Joaquina me sacudindo.

–Daniel, Daniel. Acorda amor!- ela disse enquanto me sacudia. Ao abrir os olhos, percebi que já era de manhã, e que eu estava no meu quarto. Eu devo ter dormido muito, mas ainda estou um pouco cansado, mas acho que vai passar logo.

–O que foi amor?- perguntei, preocupado com a pressa dela em me acordar.

–Estamos atrasado pra irmos para a faculdade.- ela respondeu.

–Calma, já estou indo, me arrumo rapidinho.- eu disse, correndo pro banheiro.

Depois que ela me soltou, fui até o banheiro tomar um banho pra tentar despertar. Assim que saí, Maria Joaquina entrou no banheiro e eu fui pra cozinha tomar meu café. Ao chegar lá, encontrei Mário fazendo ovos mexidos.

–Bom dia.- eu disse.

–Bom dia, dormiu bem?- perguntou ele.

–Demais e vocês?

–Também.

Maria Joaquina narrando

Coitado do Daniel, deve ter sido realmente chato pra ele ser acordado assim, mas pelo menos está bem e de bom humor. O que ocorre normalmente, desde que começamos a namorar, ele me ligava às cinco ou seis da manhã pra me dar parabéns. Ou se não ligava, mandava mensagem, ele está bem, mas não me deu parabéns pelo meu aniversário. Mas procurei não me importar com isso, eu esperaria até que ele me dissesse.

Quando saí do banho, vi que Daniel estava deitado na cama com os olhos fechados, acho que depois de acordar ele continuou com muito sono. Achei melhor não incomodá-lo. Fui em direção à cozinha quando encontrei Marcelina.

–Oi amiga.- eu disse.

–Oi, aconteceu alguma coisa? Você está tensa. -ela disse.

–Bom, aconteceu que eu acordei o Daniel e ele ainda está um pouco cansado.

–Não se preocupe, essas coisas sempre acontecem. Ah, e parabéns!!

Nos abraçamos.

–Obrigada.- eu disse, me soltando.

Nessa hora, Paulo e Alícia se levantaram e foram logo me cumprimentar.

–Feliz Aniversário Maria Joaquina!!- falou Alícia.

–Obrigada!- eu respondi.

–Parabéns Maria Joaquina!- Paulo disse e eu agradeci, logo depois veio Mário.

–Meus parabéns.- ele disse.

–Obrigada.

–Cadê o Daniel?- perguntou Alícia.

–Ele teve um pesadelo e agora está com um pouco de dor de cabeça, decidi deixá-lo dormir um pouco.- respondi.

–Ah, que pena.- falou Paulo.

–Por quê?- perguntou Marcelina.

–Eu tava pensando em fazermos uma comemoração aqui perto, o que acha?- disse Alícia.

–Comemoração?- perguntei, confusa.

–Claro, não vai querer deixar seu aniversário passar em branco né?- respondeu Paulo.

–Ah, legal, mas aonde seria?

–Tem uma pizzaria aqui perto, podemos ir lá.- disse Alícia.

–E vamos chamar os vizinhos também.- completou Paulo.

–Fechou, vamos lá.- disse Marcelina.

–Espera aí, e o Daniel? - perguntei.

–Deixa que eu cuido dele, vão vocês.- disse Mário e Paulo assentiu. Logo, tocamos na porta ao lado, onde nossos amigos estavam morando e tocamos a campainha. Depois de alguns segundos, Valéria atendeu:

–Sim? Ah, oi Maria Joaquina, parabéns!- ela disse, estava com uma cara de sono, mas mesmo assim me abraçou.

–Obrigada.- falei.

–Viemos aqui pra convidar você e o resto do pessoal pra comemorar na pizzaria aqui perto.- disse Paulo.

–Fechou, espera só um pouquinho aí.

Pouco depois, a turma chegou e nós fomos à pé até a pizzaria pra comemorar meu aniversário. Enquanto comíamos a terceira pizza, uma torta deliciosa chegou. Ela era toda branca com cor de mel nas laterais, granulado de chocolate por cima e ainda chantili. Não gostava muito daquele tipo de bolo porque engordava muito, mas eu fiquei muito encantada com aquele bolo.

–PARABÉNS PRA VOCÊ, NESSA DATA QUERIDA...- todos começaram a cantar e logo outras pessoas que estavam ali, ao verem a cena, começaram a cantar também.

Depois, voltamos pra casa. Estávamos tão distraídos que nem vimos o tempo passar, fizemos uma zoeira tão grande nos lugares que passamos que nem percebemos que já estava perto da hora do jantar. Sorte que nós não tínhamos aula naquele dia, porque aí pudemos aproveitar o dia muito bem.

–Galera, foi muito bom o nosso dia. Gostei de tudo que fizemos.- falou Paulo.

–Nós também.- disse Davi, apertando a mão de Paulo e logo nos despedimos e entramos em casa. Assim que entramos, vi que tudo estava um silêncio e logo pensei que Daniel e Mário tivessem saído, mas me enganei, pois assim que abri a porta, Daniel estava sentado numa cadeira, onde tinha uma mesa prontinha para um jantar à luz de quatro velas.

–SURPRESA!!- Daniel gritou enquanto soprava uma língua de sogra.

–Daniel, o que você fez?- perguntei, admirada.

–Amor, eu fiz uma surpresa pra você. Eu, Mário, Paulo e Alícia combinamos de fingirmos que eu havia esquecido seu aniversário pra fazer essa surpresa para você.- ele disse sorrindo e me entregando uma rosa vermelha.

–Vocês sabiam disso?- perguntei e os quatro confirmaram com a cabeça.

–E aí? Gostou da surpresa?- Daniel perguntou.

–Sei gostei? AMEI!- eu gritei essa última parte e me joguei nos braços dele.

–Bem, é melhor deixar os pombinhos em paz!- disse Paulo puxando Alícia pra dentro do quarto. Em seguida, Mário chamou Marcelina para se sentar e ela sentu.

–Será um jantar de velas para quatro.- disse Mário.

Ficamos jantando por um tempo, estava tudo uma delícia, nem dava pra acreditar que os dois fingiram passar mal só pra passar o dia inteiro preparando aquele jantar pra nós. Em certo momento, Daniel se levantou, mas não saiu da mesa.

–Gente, acho que não dá mais pra esperar.- ele disse.- Maria Joaquina Medsen, sei que seus pais não estão aqui, mas não aguento mais esperar pra saber...- ele fez uma pausa, tirou uma caixinha no bolso e me mostrou uma linda aliança-Você aceita ser minha noiva?-É sério?- perguntei, incrédula e ao mesmo tempo emocionada.

–Vamos lá, somos jovens, temos a vida inteira pra casar eu sei, mas eu quero você mais que como uma namorada.- ele insistiu. Olhei no fundo dos seus olhos e vi que ele estava sendo sincero, não aguentei e respondi, emocionada:

–Claro que eu quero meu amor!- respondi e o abracei, depois o beijei. Aquele era o melhor dia da minha vida. Depois de nos separarmos, comecei a ficar com o corpo mole, minha visão ficou embaçada e eu apaguei.

Marcelina narrando

Puxa, fiquei tão feliz quando vi que Mário e Daniel fizeram aquele jantar romântico surpresa para nós duas, eles estavam mesmo querendo se redimir pelo acontecido de dois dias atrás.

Depois do lindo pedido de casamento do Daniel para Maria Joaquina, os dois se abraçaram, emocionados, até que Mário se levantou também:

–Bom, agora é minha vez. Marcelina, eu sei que é como o Daniel disse, ainda estamos estudando, temos muita vida pela frente, somos novos demais pra isso, mas quero provar o meu amor por você aqui mesmo e agora. Você quer casar comigo?- ele perguntou e eu fiquei sem palavras. No começo eu fiquei apenas chocada, quando voltei ao normal, o beijei.

–Claro que eu quero amor!- eu sussurrei em seu ouvido enquanto o abraçava. Quando finalmente nos separamos, pude ouvir barulho de palmas vindo de longe, pois Alícia e Paulo entraram na sala, mas depois, enquanto eu soluçava de emoção, senti tudo ficar preto.

Mário narrando

Ela aceitou, Marcelina Guerra aceitou se casar comigo. Eu sei que éramos muito novos ainda, tínhamos uma longa vida pela frente, mas depois de tudo que passamos nos últimos dias, com a dor pela recaída que tive, essa foi a melhor forma de me desculpar. Mas entrei em desespero quando ela desmaiou e se não fosse Paulo chegar por trás dela, ela teria caído no chão.

–Nossa, elas não aguentaram de emoção.- disse Alícia, rindo e segurando Maria Joaquina, que também havia desmaiado.

–Vamos levá-las para o quarto.- disse Paulo.

Enquanto eu ajudava Paulo a levar Marcelina para meu quarto, ouvi Alícia dizer:

–Você bem que podia ser assim comigo também.- ela disse e Paulo fez uma cara de espanto. Até eu mesmo me espantei porque Alícia nunca foi de se importar com essas coisas, mas logo depois ela sorriu e Paulo se aliviou.

Depois de colocar Marcelina na cama, fiquei admirando ela ali, dormindo feitou um anjinho, devia estar tendo um sonho lindo comigo. Há pouco tempo atrás, essa linda mulher era apenas minha namorada e a mulher que eu sonhava ficar ao lado minha vida toda, agora era minha noiva, eu não podia estar mais feliz.