Amor Inseparável escrita por matheus153854, Gabriel Lucena


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoal, é o Matheus trazendo um capitulo novinho, boa leitura!



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Maria Joaquina narrando

Fiquei um tempo ali, consolando Marcelina, até que ela se levantou e foi ao banheiro de seu quarto tomar banho. Saí do quarto pra deixá-la mais à vontade e fiquei esperando no corredor. Quando passou um tempo, vejo Paulo subindo as escadas e indo em direção ao quarto, mas o que mais me surpreendeu é que ele não estava ferido e nem machucado. Pelo contrário, estava inteiro, nem parece que tinha brigado com o Abelardo.

–Ei Paulo.- chamei e ele me olhou. - Você está bem?

–Estou sim.

–O Abelardo te fez alguma coisa?

–Não Maria Joaquina, eu não briguei com ele.

–Mas você subiu furiosamente.

–Sim, eu sei. Mas quando eu cheguei em frente à porta dele, pensei um pouco melhor e percebi que não valeria a pena eu lutar com ele. Eu não estaria fazendo justiça nem nada, eu estaria me igualando à ele, eu estaria sendo um "cafajeste" digamos assim. Mas eu não sou isso e nunca vou ser, não podia fazer aquilo. E mesmo que eu fizesse, você acha que o Abelardo ia parar de se aproveitar da Marcelina? Lógico que não, só ia piorar as coisas. Por isso, eu desisti.

Fiquei boquiaberta com as palavras dele, realmente ele tinha razão, mas que foi surpreendente, isso foi.

–Paulo, tô impressionada. Todos na escola pensam o contrário, eu pensei que você fosse igual à eles.

–Eu sei que você pensou isso, todos pensam, mas eu não sou não. Eu tenho noção das coisas.

–Percebi.- eu abri um sorriso maior que meu rosto de tão orgulhosa que estava dele e ele retribuiu. - Bom, já que você voltou, eu preciso ir pra casa tá?

–Tá bom, vai lá.

Nos abraçamos e eu segui rumo à minha casa.

Daniel narrando

Depois de algumas semanas que eu havia desmanchado tudo com Margarida, me senti muito sozinho, pois ela e a Clementina, além do Mário eram as únicas pessoas que falavam comigo, mas agora que eu havia parado com tudo, fiquei muito sozinho, apenas o Mário falava comigo.

Um dia, quando eu já não estava mais aguentando ficar sozinho, assim que tocou o sinal do recreio, pedi que Mário ficasse comigo na sala e ele obedeceu. Assim que todos saíram da sala, comecei a falar o que queria:

–Mário, eu não sei como, mas estou arrependido do que fiz. Pela primeira vez eu estou arrependido de ter terminado com a Maria Joaquina, quer dizer, de ter falado pra ela a verdade. A gente podia ter dito que éramos assim, mas que deixamos de ser, mas ao invés disso, eu assumi o que sou. Que burro!- desabafei.

–Eu entendo Daniel. Também estou passando por isso, me sinto tão sozinho que um palito de sorvete jogado no meio do lixo.- disse ele.

–O pior é que cada vez que eu tento falar com a Maria Joaquina, ela percebe e foge de mim.

–A Marcelina faz o mesmo comigo.

Mário e eu começamos a chorar juntos e eu o abracei chorando junto com ele. Nesse momento, senti uma mão tocar em meu ombro e me virei sem me soltar do abraço. Quando vi, tinham dois garotos ouvindo nossa conversa, fiquei revoltado deles terem escutado nossa conversa e protestei:

–Que foi cara? Não sabe que é feio ouvir a conversa dos outros?- perguntei rispidamente.

–Me desculpa, nós não queríamos escutar a conversa de vocês, só voltamos pra buscar o lanche que havíamos esquecido na mochila e acabamos ouvindo, mas a gente já está indo embora.- disse o garoto que tocou meu ombro.

–A não ser que vocês queiram que a gente fique pra ajudar.- disse o outro garoto.

–Ajudar como?- Mário perguntou, já não chorava mais.

–Nos conte primeiro quem vocês querem que te perdoem que a gente explica.- disse o outro.

Respiro fundo e cedo.

–Tá legal.

Marcelina narrando

Fiquei tão feliz quando descobri que o Paulo não foi lutar com o Abelardo, eu simplesmente não conseguia acreditar que ele tenha dito aquilo, me deixou com um orgulho tão grande no peito. depois de algumas semanas daquele episódio, finalmente tudo parecia estar voltando ao normal, Jorge e Abelardo haviam voltado pra escola depois da suspensão, aos poucos, as pessoas passaram a pegar menos no pé de Abelardo, eu não sei se no fundo eles ainda querem pegar no pé e só pararam porque se sentiram obrigados a isso, mas eles pararam sim.

E certo dia, lá estava eu, Paulo e Maria Joaquina lanchando enquanto Jorge e Abelardo estavam na fila da cantina, que estava enorme, a vez deles estavam chegando perto, até que eu ouço uma voz atrás de mim:

–Oi gente.- me viro e vejo dois garotos que são da minha sala, mas nunca havia falado com nenhum deles.

–Oi meninos.- diz Maria Joaquina.

–Podemos sentar aqui com vocês? Queremos falar uma coisa pra vocês duas.- o outro garoto falou.

–Claro. - eu disse e eles se sentaram.

–Vocês são da nossa turma né?- perguntou Maria Joaquina.

–Somos sim. Eu sou Gabriel e esse é o Matheus.- disse o garoto que nos disse "oi".

–Ah sim. Eu já tinha visto vocês, mas nunca havíamos nos falado.

–É verdade. Bom, a gente queria falar algo sério com vocês. Paulo, você pode nos deixar à sós, por favor?

Paulo assentiu e saiu da mesa.

–Pela sua cara é sério mesmo.- brinquei e eles riram.

–É que hoje, quando nós estávamos vindo pra cá, esquecemos nosso lanche na sala e quando voltamos pra pegar, o Mário e o Daniel estavam chorando muito e quando perguntamos qual foi o problema, eles disseram que estavam tristes de arrependimento pelo que fizeram com vocês.- disse o Matheus.

–Como assim?- perguntei.

–É, no começo eles meio que se recusaram a contar por não nos conhecerem, mas acabaram cedendo depois que nós os convencemos.- disse o Gabriel.

–Isso é sério?- perguntou Maria Joaquina.

Os dois apenas assentiram com a cabeça.

–E o que eles disseram?- perguntei, curiosa.

–Escutem.- disse Gabriel, pegando o celular dele e coloca uma gravação, é a voz de Mário.

“Sabe, preciso desabafar com você. Eu estou ficando louco. Não aguento mais a ficar sem a Marcelina, eu não aguento mais ficar sem sentir seus lábios, seu abraço, eu não aguento.” Ele chorava. “Eu preciso dela, eu preciso senti-la. Eu me sinto um idiota por ter terminado tudo com ela, eu não aguento mais. Eu estou ficando maluco, eu odeio me sentir assim, odeio a Marcelina por fazer eu me sentir assim.” Nessa parte eu sinto um soco no meu estômago. “Eu amo a Marce. Eu estou perdidamente apaixonado por ela e eu não sei se ela gosta de mim. Só sei que eu não vou aguentar falar com ela todos os dias, ver sua boca todos os dias e não poder beijá-la, vê-la e não poder fazer nada... por isso mesmo terminei com Clementina, mas de que adiantou? Nada, ela ainda me odeia. Eu não vou aguentar isso por muito tempo..." a gravação acaba aí. Meu peito começa a doer, mas é uma boa dor. Uma dor misturada com alegria. Alegria por saber que Mário me ama, mas depois de tudo que ele fez, uma parte minha se recusou a acreditar que ele realmente me ama, além disso, a dor que eu ainda sentia de tudo que aconteceu ainda era recente e me fazia não gostar dele, mas de qualquer maneira, se essa gravação for verdade, eu nem sei o que dizer pra ele.

–Agora Maria Joaquina, ouça você o que o Daniel disse. - Matheus disse à Maria Joaquina, pegando seu celular. A gravação do celular dele era idêntica ao do Gabriel, só que era a voz de Daniel quem falava.

–Sabe Marcelina, depois de tudo isso que ele disse, acho que você devia ir lá falar com ele.- disse Gabriel.

–Falar? Falar o quê? - me assustei.

–Não sei, você pode voltar a falar com ele, não ouviu a parte que ele diz que está com saudades? Ele quer voltar a falar com você. É muita coisa pedir que vocês voltem a ser amigos?

–Eu sei, mas depois de tudo que ele fez, uma parte de mim quer acreditar nessa gravação, mas outra parte acha que é outra falsidade.

–Marcelina, escute bem o que eu vou te dizer...- ele pega na minha mão e começa a falar- O pior sentimento que tem é o rancor, não é bom você guardar mágoa de ninguém. Eu sei que o passado é como um aprendizado, uma lição para o futuro, mas as coisas ruins não levam nossa vida à um futuro bom, só se for para um futuro cheio de guerras, brigas e violências. Não fique assim, o Mário está mesmo arrependido, ele até chorava e não é fácil chorar de mentira, é quase impossível. Por quê você não dá uma chance pra ele voltar a ser seu amigo pelo menos?

Não respondi, meu queixo ficou paralisado com as palavras dele. Quem fala uma coisa tão verdadeira dessas hoje em dia? Ainda mais quando não se conhece a pessoa direito?

–Além disso, eu sei que você ainda gosta dele, isso tá na cara porque quando te mostrei a parte da gravação que ele dizia te amar você ficou com os olhos marejados, então, o que me diz?- ele finalizou.

Então, finalmente eu parei pra pensar, depois de tudo que o Mário fez, agora vir com essa de arrependimento é mesmo estranho, por mais que possa ser verdade. Mas o Gabriel tem razão, nunca se deve guardar rancor porque se isso acontecesse, o mundo todo seria baseado apenas em guerra, tudo seria motivo de guerra e morte. E o Mário com essa voz chorosa, parecendo arrependido... acho que eu posso tentar, pelo menos se ele fizer tudo aquilo de novo, pelo menos eu tentei. Além disso, meus pais sempre disseram que todos merecem uma segunda chance. Acho que não teria nada mais. É, por quê não?

–Está bem. Vou lá falar com ele, mas se ele estiver mentindo, juro que nunca mais falo com ele outra vez.- respondi e Gabriel assentiu.

–Está bem, respeito sua decisão. Fique à vontade.- ele disse enquanto eu me levantava.

–Espera Marcelina. Eu também tenho que falar com o Daniel, vamos juntos.- disse Maria Joaquina, enquanto os dois garotos nos conduziam até a sala, onde Mário e Daniel estavam.


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Notas finais do capítulo

Esperam que tenham gostado e comentem sobre os novos personagens, até a próxima.



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