Amor Inseparável escrita por matheus153854, Gabriel Lucena


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Fala gente, é o Gabriel novamente com mais um capítulo novinho em folha, espero que gostem.

Boa leitura...



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Mário narrando

Eu acho que essa semana em que o Jorge e o Abelardo ficarão de fora da escola será muito bom pra mim e para Daniel, pois isso pode nos ajudar a esfriar a cabeça, ainda mais agora com esse treino extra que eles aceitaram dar pra nós.

Mas hoje, tenho outros assuntos pra me preocupar, Daniel está muito concentrado nos detalhes do próximo treino então acho melhor eu não incomodá-lo pois ele disse que vai me passar tudo depois, mas o problema agora é que eu estou passando pela mesma situação dele, não beijei Clementina, mas também não estou a fim de ter nada com ela, eu preciso achar um jeito de sair fora antes das coisas piorarem e ela acabar me beijando e aí você já sabe o resto. Mas cara, como eu posso fazer isso? A Clementina é uma pessoa ótima, não merece sofrer por amor como a Marcelina sofreu quando descobriu minhas verdadeiras intenções. Claro que a Marcelina também não merecia, mas a Clementina muito menos.

Meus pensamentos são interrompidos quando eu escuto uma voz atrás de mim:

–Tá no mundo da Lua astronauta?- me virei, era Paulo.

–Que você tá fazendo aqui?- perguntei, afinal, estávamos na escada do corredor que leva ao pátio da escola, estranhei ele estar ali.

–Estava no maior tédio lá no pátio, então estava indo pra sala escutar música no meu telefone, mas já que você está aqui, acho melhor batermos um papo.

–Ok. Bom, na verdade, eu tava tentando descobrir o que acontece com um moleque que beija uma garota e depois não quer mais nada.

–Por quê? Isso tá acontecendo com você?

–Não. Aconteceu com o Daniel, só que ele me disse que depois do beijo descobriu que não quer ter nada sério com a garota, mas eu tô com receio de acontecer comigo e depois dar a maior confusão.

–Entendi, você quer desmanchar tudo antes que ela te beije e você descubra que não quer mais nada com ela, é isso?

–Exatamente.

–Ora, então desmancha.

–Mas eu não quero deixá-la magoada.

–Mesmo assim, você que decide se desmancha ou não. Mas não vá pensando que ela vai entender, tudo que você falar vai magoar ela, não tem escolha.

–Tem certeza?

–Claro, porque senão ela vai pensar que você gostou e vai ficar correndo atrás de você toda hora, se você não quer ter nada com ela, é melhor se afastar antes que ela venha atrás.

–Tá bom. Mas como você aprendeu tudo isso? Foi lá no internato?

–Foi sim, experiência própria, não foi ninguém que me disse.

–Entendi. Bom, agora que eu já sei o que fazer, vou dar mais um tempo, pra mim é fácil demais falar essas coisas.

–Eu já sei disso. Mas e aí? Vai treinar hoje?

–Não, depois de amanhã.

–Então vamos fazer alguma coisa hoje à tarde depois da escola. Só eu, você e Daniel.

–Pode ser.

Confesso que fiquei até surpreso com o convite de Paulo para sairmos assim, como três marmanjos indo para um barzinho conversar e zoar. Claro que eu sei que não é isso que o Paulo quer fazer, mas ele falou num tom divertido como se fosse isso mesmo. Mas agora eu preciso mesmo é arrumar um jeito de falar com a Marcelina, porque depois que eu desmanchar com a Clementina, vou ficar com o caminho livre pra tentar voltar com ela. Agora eu sei que o motivo de eu estar com medo de ir mais fundo na relação com a Clementina é por estar apaixonado pela Marcelina, não dá mais pra esconder, mas também não posso expor isso pra todo mundo, tem que ser aos poucos. Mas será que depois de tudo que eu fiz pra ela, a Marcelina vai estar disposta a me perdoar? Tomara que sim.

Marcelina narrando

Hoje eu fiquei bastante surpresa pelo Abelardo ter faltado aula assim como também fiquei surpresa por ele ter sabotado mesmo a chuteira do Mário e prejudicado o jogo dele. Coitado, ele foi muito injusto com o Mário, ele é um bom jogador, mas não podia fazer isso porque o Mário não merecia. Espera um pouco, o que eu estou dizendo? Estou com pena do Mário? Estou defendendo aquele idiota do Mário? Bom, sim, porque o Abelardo é o errado da história e eu não vou ficar ao lado do vilão, mas também é um grande exagero ficar com pena dele depois de tudo que ele fez pra mim, preciso tirar já esse pensamento da minha cabeça. Xô pensamento ridículo, você não é bem-vindo na minha mente. Bem, acabo percebendo pouco tempo depois que Paulo saiu da mesa que estava sentado comigo e Maria Joaquina mas eu não percebi, ele saiu sem me avisar, o que me deixou preocupada porque ele não conhece toda a escola.

–Maria Joaquina, cadê o Paulo?- perguntei pra Maria Joaquina, que estava distraída com seu lanche.

–Eu não sei amiga, mas eu o vi subindo aquelas escadas.

–Ah, então ele deve ter voltado pra sala, deixa pra lá.- eu disse, respirando aliviada e sorrindo. O Paulo quando fica se sentindo em uma situação monótona ele vai pra lugares vazios pra ficar sozinho.

Daniel narrando

Ufa, finalmente acabei toda a estratégia para o próximo jogo, deu trabalho, mas ficou bom, agora sim posso ter certeza de que, sem a presença do Jorge e do Abelardo, vamos arrasar no próximo treino sem problemas.

Quando eu dobro todo o papel com a estratégia e guardo dentro da minha pasta, olho para frente prestes a me levantar quando vejo Margarida vindo em minha direção. Nesse momento, as palavras de minha mãe voltam à minha mente:

Filho, não iluda a menina, se você não quer mesmo ter nada com ela, é só desmanchar tudo, você consegue.- disse a minha mãe quando eu voltei pra casa e contei sobre o beijo.

–Oi Daniel.- ela diz sentando-se no banco onde eu estou.

–Oi Margarida.- respondo tentando parecer normal.

–Tá afim de fazer alguma coisa hoje à tarde?

–Na verdade, antes preciso falar uma coisa séria com você.

Ela ficou meio nervosa.

–Sobre o quê?

–Você gosta de mim?- perguntei na lata.

–Gosto.- ela sorriu.

–Mas gosta de que jeito?

–Por quê você está tão nervoso? Acha que eu vou te deixar triste com minha resposta?

Epa, espera aí, isso quer dizer que ela vai dizer sim? Que gosta mesmo de mim? Se sim, ferrou, mas agora não adianta mais, eu comecei a perguntar, preciso terminar.

–Não, é que... eu quero saber se você gosta de mim mais do que como amigo, porque se sim, eu... - hesitei, criando mais coragem pra falar, mas ela deve ter pensado que eu ia dizer que também gostava dela, pois abriu um sorriso.

–Que você o quê?- ela sorria timidamente.

–Gosto de você também, mas não da mesma forma.- eu disse, finalmente.

–Do que você está falando?

–Estou falando que eu gosto de você apenas como amigo, mas como eu sei que você pode estar gostando de mim, eu quero que você entenda que eu não quero te iludir e acabar te machucando como aconteceu com a Maria Joaquina. Então acho melhor a gente parar, não ficar mais.- a cada palavra que eu dizia, meu medo da reação dela ia aumentando.- Margarida, você é uma ótima amiga e não merece sofrer uma ilusão dessa entende?- me arrependo na mesma hora.

–Não, você tem razão, não mereço mesmo me iludir com você, porque você é um idiota!- ela disse e saiu correndo, aposto que saiu até chorando, mas ao invés de ficar triste, no meu peito surgiu uma sensação de alívio misturada com decepção. Alívio porque eu tirei aquele peso das minhas costas, mas decepção porque eu sabia que a Margarida ia ficar triste e ter uma péssima reação, mas eu não sabia que a reação dela ia ser tão ruim assim pra chegar ao ponto de me dizer aquilo.

Ai meu pai do céu. E agora? O que eu vou fazer? Que consequências ruins essa atitude vai me trazer? Basta esperar pra ver.


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Notas finais do capítulo

É isso gente, até o próximo.



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