Daniel narrando

Alguns meses se passaram desde o dia em que marcamos o casamento com as meninas. No dia seguinte em que Mário e eu marcamos o nosso, Paulo e Alícia marcaram o casamento deles e adivinha? Seria na mesma hora que o nosso, então, seria um casamento tripo, com três casais se casando ao mesmo tempo. Depois de mais um dia na faculdade, estávamos em casa quando Gabriel e Matheus tocaram nossa porta.

–Fala aí Daniel, o Paulo está?- perguntou Gabriel.

–Está sim, vou lá chamá-lo.- respondi.

–Não precisa, já estou aqui.- disse Paulo, entrando na sala.

–Viemos convidar vocês para comemorar o casamento de vocês.- disse Matheus.

–Comemorar? Onde?- perguntou Mário.

–Venham, a gente te explica no caminho.- disse Gabriel e nós os seguimos.

Já dentro do carro, Gabriel explicou:

–Vocês não marcaram nenhuma despedida de solteiro né?- perguntou ele.

–Não, eu não gosto desse tipo de coisa.- falei.

–Nem nós dois.- Mário respondeu por ele e Paulo.

–Pois então, já que não vão fazer despedida de solteiro, vamos comemorar lá em casa, só nós seis, como se fosse Ano Novo e tal.- disse Matheus.

–Mas vocês vão dirigir depois, e se nos pegarem numa blitz?- perguntei, assustado.

–Calma Daniel, não vamos beber. Você sabe que a gente não bebe, vamos só tomar um refrigerante ou sei lá, é só pra não deixar uma data dessas passar em branco.- disse Matheus.

–É, e além disso, seria uma boa oportunidade de deixar vocês longe de suas futuras esposas, porque todo casal quando vai casar, assim que chega na véspera, eles só podem se ver no dia seguinte, que é o do casamento.- completou Gabriel.

–É mesmo, tinha me esquecido disso.- disse Paulo.

–Bom, se não vamos beber, por mim tudo bem.- falou Paulo.

–Por mim também.- respondi e eles estacionaram.

Quando entramos na casa deles, fiquei aliviado por perceber que eles não eram um daqueles sujeitos que vão pra bares e bebem até ficarem chapados, tudo sujo, som alto, gente brigando, nada disso. Mais aliviado e seguro, sentei com eles no sofá da sala e logo Matheus pegou um guaraná na geladeira e encheu vários copos para nós.

–Vocês preferem guaraná ou Coca?- perguntou Matheus.

–Uma Coca-Cola, por favor.- disse Gabriel.

Logo, ele pegou a garrafa de coca e a abriu.

–Prontinho, fiquem à vontade.- disse Matheus sentando-se no sofá.

Logo, Matheus começou a encher os copos.

–Enfim, um brinde aos futuros maridos!!- falou ele, estendendo o copo e nós brindamos.

–Seria ainda melhor se todos nós aqui fôssemos nos casar sabia? Mas estão faltando dois.- disse Mário.

–Mas o Gabriel não namora a Jéssica?- perguntei.

–Sim, mas ainda vai levar tempo pra se casarem.- concluiu Mário.

–E o Gabriel deixou de dar atenção pra você depois que começou a sair com a Jéssica, Matheus?- perguntou Paulo.

–Deixou, faz um esforcinho pra me dar atenção, mas no fundo, não consegue.- ele disse e riu.

–Pelo menos eu tento né?- se defendeu Gabriel.

–Fala pra ela que está convidada para o casamento também falou?- eu disse.

–Pode deixar, ela vai adorar ir.

–Só não esqueça de convidar nós todos para o casamento de vocês tá?- brincou Paulo e eu soquei de leve seu ombro.

–Olha o respeito com ele Paulo.- repreendi-o.

–Qual o problema? A gente convidou ele para o nosso casamento, então, ele também terá que convidar a gente. Nada mais justo.- repetiu Paulo.

–Tá bom Paulo, tá bom. Se é assim que você quer, é assim que vai ser. A partir de hoje, já está convidado. Beleza?- disse Gabriel.

–Beleza, assim que eu gosto.- brincou ele.

–E você Matheus? Tem paquera?- perguntou Mário.

–Não gente, eu não ligo pra essas coisas.- respondeu Matheus.

–Ah fala sério, só falta me dizer que ainda é BV!- zombou ele.

–Calma gente, também não é pra tanto!- falou Gabriel.

–Tudo bem Gabriel, o Paulo só está zoando.- falei tentando amenizar a situação.

–É Gabriel. É que na época em que vocês dois estavam solteiros, eu até achava que não teria problema nenhum, mas agora que ele tem uma namorada gatona e que leva ela para casa de vez em quando, achei que você ia querer correr atrás de alguém pra não ter que ficar segurando vela.- disse Paulo.

–Não se preocupe Paulo, eu não ligo pra essas coisas, juro que não.- garantiu Matheus.

–Então tá.- Paulo finalmente concordou e voltou a tomar seu refrigerante.

–Bom, então vamos falar de vocês.- falou Gabriel.- Já escolheram as roupas que irão vestir no casamento?

–Já sim, vamos de terno.- ironizou Mário.

–Disso eu já sei.- ele disse e riu.- Tô perguntando se já sabem a cor dos ternos que vão usar.

–Ah, já sim. Mas preferimos que você saiba somente na hora que a cerimônia estiver rolando.- falou Paulo.

–Uuh, suspense no ar, né Matheus? Hahaha!!

–Elemento surpresa, você quis dizer!- brincou Matheus.

–Mais ou menos isso. mas a única coisa que posso garantir à vocês, é que quando vocês chegarem na igreja, vão ficar de queixo caído ao verem nossas roupas.- disse Paulo.

–Pára de falar isso, dá vontade de querer saber sobre suas roupas.- disse Matheus.

–Tá bom, foi mal.

Nem vimos a hora passar, quando percebi, já eram onze da noite, e foi quando resolvemos ir embora.