O outro lado de Kagura. escrita por JoyLi


Capítulo 2
Sempre preste atenção por onde anda!


Notas iniciais do capítulo

Então né... hahaha *risada sem graça*
Tenho muita coisa pra dizer, então espero vcs nas notas finais :3
Por enquanto, fiquem com esse pequeno capítulo *u*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/588870/chapter/2

Dia 25 de dezembro de 2014.

Kagura já havia se acostumado a acordar sozinha, mesmo, mas naquele dia tinha sido diferente. O quarto não tinha mais o cheiro de takoyaki e restava só um traço do cheiro do perfume de Okita. Não que ela se importasse. Claro que não, né? Por que ela se importaria? Em uma semana, nada disso faria diferença. Ou faria? Não, não. Melhor nem pensar nessa possibilidade.

Quando se levantou, fez o mesmo do dia anterior. Não precisou trocar de roupa e escovou os dentes, se perguntando onde foi parar todo aquele amor próprio que havia sentido no dia anterior.

Já passava do meio dia, não tinha nem ideia do que comer. Sua preguiça a dominava e cozinhar algo (até mesmo um ovo) parecia trabalho demais. Pensou em pedir comida mas se perguntou se haveria mesmo algo aberto no feriado. Talvez a loja da Ikumatsu? Não, a ruiva nem queria pensar em sair de casa.

Foi quando a campainha tocou. Não sabia se isso era algo bom ou ruim. E quem diabos deixou a pessoa subir sem ligar pra ela? Abriu a porta (com os cabelos bagunçados e os olhos exibindo o sono) e não se surpreendeu ao encontrar duas figuras bem conhecidas.

– Oh, as mulheres criaram juízo e perceberam como vocês não servem pra nada? - Perguntou irônica.

Com um dedo no nariz, Gintoki respondeu: - Pirralha ingrata, no nosso feriado tão precioso viemos ter ver, a única coisa que você deveria fazer é beijar nossos pés. - Tirou uma meleca do buraco negro (conhecido como nariz) e limpou o dedo na roupa da ruiva.

A ruiva esfregou um dedo no ouvido e limpou o dedo no albino antes de responder: - Trouxerem comida? Senão podem dar a meia volta e sumir daqui.

– Trouxemos, Kagura-chan, pode ficar tranqüila. - Respondeu o Megane.

Os olhos da ruiva brilharam e ela deu um passo para trás, como sinal para poderem entrar.

Quando os deixou entrarem, não imaginou que iria presenciar tal cena. Não, a ruiva já tinha visto muito disso, e é exatamente por isso que não esperava encontrar um Gintoki bêbado. Não era pra isso que tinha saído da casa dele? E pior: com um Shinpachi no mesmo estado. Não sabia exatamente em que momento eles chegaram ao fundo do poço, mas chegaram. A ruiva não tinha paciência nenhuma para aguentar os dois. Tentou até expulsar eles (tanto que sua voz ficou rouca) mas não conseguiu. Desde quando o albino a ouve? Nem mesmo o óculos saiu. Na verdade, foi o primeiro a se amarrar na pata do Sadaharu (sim, no momento pareceu genial pro moreno).

Enfim, a ruiva não tinha o mínimo incentivo pra continuar ali.

Sem que nenhum dos dois perceba, pegou um casaco vermelho e se retirou da casa em silêncio. Enquanto descia pelas escadas, vestiu o casaco. Não sabia muito bem porque tinha saído de casa de moletom e casaco, mas saiu. Bem, não faria muita diferença, afinal, é feriado e ninguém estaria na rua.

Era o que ela pensava.

Tinha se esquecido que era Natal, e não qualquer feriado. Natal! Como pôde se esquecer que é nesse dia em que os casais saem em encontros?

Bufou irritada. Não sabia mais o que fazer para se acalmar. Não queria voltar pra casa (no momento um hospício ou bar) e muito menos ficar na rua, cheio de casais que se amam e... blá blá blá. Não. Ela não tinha nada contra casais, pelo contrário, só que naquele dia ela não queria nem chegar perto (nem ao menos sabia o motivo). Deu de ombros e se levantou do banco em que estava sentada. Banco que congelou sua bunda. Revirou os olhos e caminhou para o metrô. Não tinha um porque fazer isso, mas talvez andar pelos túneis dessa cidade tão grande fizesse alguma diferença. Ou não. Ela não esperava muita coisa mesmo. O dia nublado e gelado não a intimidou. Mesmo com o vento gelado cortando seu rosto e congelando suas pernas, não desistiu. Não entendia o porque dessa necessidade insana de fazer algo, de manter sua mente focada em qualquer coisa ou de simplesmente não ir pra casa. Não sabia, nem entendia, e nem queria saber o porque. Estava em negação de algo que nem sabia o que era.

Bufou irritada novamente. Apressou os passos em direção ao outro lado da rua e arregalou os olhos, quando percebeu que era tarde demais para desviar do carro em sua direção.

//Okita//

O celular vibrava em seu bolso, lhe estressando por ter que acordar. Sem abrir os olhos, tentou pegar o celular, mas algo impediu seu braço de se mover. Puxou levemente de novo, e não conseguiu. Talvez alguém tenha confundido as coisas e achou que ele que gostava de ser amarrado?

Abriu os olhos e se surpreendeu ao encontrar a ruiva deitada no seu braço e tronco. Piscou algumas vezes confuso, se perguntando o porquê ela estava ali e o dia anterior veio em sua mente como um flash. Não sabia se deveria se envergonhar ou se bater por ter dito o que disse na noite anterior.

Fique comigo”! Que cúmulo! Desde quando Okita Sougo pede pra alguém ficar com ele? Desde quando Okita Sougo sente essa necessidade?

Desde ontem.

Bufou irritado ao sentir o celular vibrar de novo. Pensou seriamente em ignorar e voltar a dormir (afinal, ele estava bem confortável ali) mas no fim, desistiu e pegou o celular com o braço livre. Tinha chamadas perdidas do dia anterior e daquele dia de uma só pessoa, uma pessoa que ele jurou matar por o perturbar em um momento tão... tranquilo.

Ignorou as chamadas. Se ajeitou de forma mais confortável na cama (e de modo em que não acordasse a ruiva) e, sem perceber, fez carinho no cabelo da ruiva. Tirou uma mecha em que tampava sua visão de seu rosto e passou o dedo delicadamente pela sua bochecha, testa e por fim, seus lábios entreabertos. Só pelo toque nos seus dedos percebeu que os lábios não eram macios que nem os das mulheres que usam batom (sério mesmo que ele reparou nisso? Sério) mas sentiu vontade de provar com os próprios lábios. Seu rosto se aproximava e ele podia sentir o frio na barriga aumentar a cada centímetro de espaço em que diminuía. Não sabia bem o motivo, mas sua boca estava seca, e parecia secar ainda mais. Ele ia fazer isso mesmo? Ia beijar uma mulher inconsciente?

Ia. E teria a beijado se o seu celular não tivesse vibrado de novo, o tirando do pequeno transe de insanidade.

Fechou os olhos irritado. Aquele infeliz não tinha nada mais para fazer além de o perturbar?

Engoliu uma saliva que nem sabia da onde tirou e pegou o celular com força. Atendeu sem dizer nada.

– Imai Nobume voltou.

Sentiu algo falhar dentro de si. Não sabia se isso era algo bom ou ruim. Desligou o celular sem dizer nada e com cuidado, se levantou da cama.

Enxaguou sua boca com a pasta de dente da ruiva e amarrou o cabelo. Sem se importar muito com a aparência em si, voltou ao quarto da ruiva para pegar seja lá o que ele tenha deixado. Pegou o celular na cama e antes de sair deu uma rápida olhada na ruiva que dormia em um sono profundo. Dormia de bruços e com o rosto virado pra janela, que era iluminado por algumas frestas de luz solar. O loiro prendeu a respiração e saiu, dando uma outra olhadinha rápida para trás.

Queria voltar pra cama.

Com a viatura, passou em uma padaria e comprou algumas rosquinhas. Sentiu-se incomodado com aqueles casais e ainda mais com os olhares das mulheres acompanhadas. Ele nunca foi do tipo que se importa se a mulher é solteira ou não, por tanto que seja M, ele não se importa, mas naquele dia algo o incomodava. As mulheres não tinham o corpo definido o suficiente, suas maquiagens eram exageradas demais, seus saltos irritavam seus ouvidos, suas roupas justas não atraiam, seus cabelos não eram longos o suficiente, seus sorrisos eram forçados... Enfim, nada o fazia sentir desejo por qualquer mulher. Nem mesmo as idols que estavam dando autógrafos no meio do parque. Nada.

Ele tinha medo de saber e entender o motivo dessa falta de atração. Talvez ele tivesse se descoberto gay?

Ou quem sabe, tivesse se apaixonado?

Não sabia qual das duas opções parecia mais assustador.

Balançou a cabeça negativamente e voltou a tomar seu rumo com o carro. Enquanto passava pela avenida principal, perto da estação de metro, recebeu uma mensagem.

Preciso de você - IN”, não sabia o que deveria pensar com isso. Talvez ela estivesse em apuros? Não, ela sabia como se cuidar, isso é certeza.

Bloqueou o celular e prestou atenção na rua, mas não rápido o suficiente pra evitar uma colisão. Parou o carro bruscamente e não demorou muito pra sair do mesmo e verificar no que tinha batido.

Seu coração falhou ao ver a ruiva. Por um segundo sentiu falta de ar e quase se desesperou. Pegou o celular e não pensou duas vezes antes de ligar pra emergência.

Chegou perto da ruiva e mediu seu pulso, se sentiu aliviado ao descobrir que ela não estava morta. Observou melhor o corpo pra ver se tinha algo exposto (como um osso) e não havia nada fora do lugar.

Mas nada disso o fez sentir melhor. Tinha algo errado, ele estava sentindo. Algo dentro dele gritava que a ruiva não estava só desmaiada, que, de alguma forma, ela não estaria mais perto dele amanhã.

As pessoas rodeavam o local pra verificar o que tinha acontecido (muitos só estavam curiosos mesmo) e alguns até se desesperaram. Havia pessoas ligando pra policia, alguns tirando fotos e outros falando no telefone com seja lá quem for. Mas Okita não ouvia nada. Não só como não ouvia, como não via nada além do rosto da ruiva ficando pálido. Segurou na mão da ruiva e com a outra mão ficou contando os seus batimentos cardíacos.

Okita não se lembrava de como tinha chegado ao hospital, ou em que momento. O som da sirene e do bip dos aparelhos ligados a ruiva eram as únicas coisas que se lembra de ouvir e a única coisa que se lembra de ver era o rosto da mesma.

As paredes brancas do local não passavam mais a imagem de pureza que a cor normalmente passa, e o cheiro de produtos de limpeza embrulhavam o estomago do loiro. Viu algumas pessoas andando de um lado para o outro, umas chorando, outras sorrindo aliviadas, algumas correndo desesperadas, algumas pessoas em cima de macas... Tudo isso trazia imagens de algo que ele não queria lembrar, lembranças de dias sufocantes. Com as duas mãos no rosto, suspirou cansado. Só queria ouvir que a China estava bem e ir pra casa. Bem, levá-la pra casa, já que não vai simplesmente fazer a jovem ir pra casa sozinha.

Levantou do banco desconfortável e cruzou os braços, se encostando a parede. O sentimento de culpa voltou, o irritando. Como pode um policial, que devia ser um exemplo, mexer no celular enquanto dirige? E desde quando ele fazia algo assim? Okay, ele não é o maior exemplo de todos e todo mundo sabe, mas ele nunca tinha chegado ao ponto de mexer no celular enquanto dirige. Cadê a ruiva pra bater nele quando precisa?

Ah é, no hospital.

Bateu a mão na testa. Burro, babaca, imprudente, imbecil. Se a ruiva não sair bem dessa, certeza que vai morrer pro Danna. E vai ser uma morte linda.

Respirou fundo. O corredor ficou, finalmente, vazio e a porta por onde a ruiva entrou não foi mais aberta. Não sabe quanto tempo está esperando ali mas parece que se passou anos.

Encostou a cabeça na parede e respirou fundo de novo. Ouviu alguns passos e então uma porta ser aberta. Se levantou brutamente e esperou a moça de branco dizer algo.

– O senhor é parente da Yato Kagura? – Perguntou suavemente enquanto lia algo no papel, provavelmente o nome da ruiva.

Okita assentiu e a doutora sorriu.

– Ela está bem. Teve um tornozelo torcido e alguns hematomas mais leves. No momento ela está dormindo mas quando ela acordar ela já poderá ter alta. – Manteve o sorriso e cumprimentou o loiro com um aperto de mãos. – Já pode vê-la. – Piscou.

Ele assentiu e correu pra dentro do quarto.

Os poucos raios solares do pôr-do-sol iluminava o quarto. Era presente o cheiro de desinfetante e medicamento. No cômodo havia mais três camas além da cama da ruiva e quando a avistou perto da janela, apressou o passo, sem perceber.

A ruiva dormia com a face serena e sua respiração parecia totalmente controlada. Os braços descobertos continham pequenos hematomas, que se sobressaiam por causa da sua pele pálida. Em um dos cantos dos seus lábios entreabertos havia um pequeno curativo e seus cabelos ruivos estavam amarrados para um lado (coisa que o loiro deduziu que a enfermeira fez). Desceu o olhar e em sua perna direita descoberta havia o gesso cobrindo o tornozelo torcido. Suspirou irritado. Idiota, pensou.

Se sentou no banquinho, desconfortável, do lado da cama. Pensou se deveria ligar para Danna ou esperar ela acordar. Bem, do pouco que ele a conhece, talvez seja melhor esperar. Seus olhos pesavam um pouco, então decidiu deitar um pouquinho. Deitou delicadamente para não fazer movimentos bruscos e acordar a mais nova. A mão da ruiva jazia com a palma macia pra cima e aberta, e o mais velho sentiu uma vontade imensa em tocá-la. Com o dedo indicador, fazia círculos invisíveis enquanto a musica de mais cedo tocava em sua mente.

Se sentiu embaraçado.

Havia mesmo dançado com ela? Desde quando ele dança?

Achou melhor parar de pensar sobre isso e fechou os olhos, voltando a musica e a fazer os círculos invisíveis na palma da ruiva, desejando que acordasse logo para voltar pra casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então né... hahaha *risada sem graça novamente*
ME PERDOEM!!!
De coração, me perdoem. Não vou dizer que estava ocupada estudando ou coisa do tipo porque é mentira, já que não sou de ficar estudando no meu tempo livre.
Estava sem inspiração. De verdade, não conseguia pensar em nada para a fanfic. Escrevi drabbles (que não postei, ainda) mas não tive qualquer ideia pra essa fanfic. Bem, ideia até tenho, mas não sei como colocar em palavras, sabe? Fiquei escrevendo esse capítulo nesses últimos meses e não estou satisfeita com ele.
Não prometo postar o próximo capítulo logo, mas prometo tentar.
MUITO OBRIGADA a quem comentou e favoritou, isso me motivou de uma forma... que só eu entendo. MUITO OBRIGADA MESMO, são vocês que me motivam pra continuar. Espero que continuem me apoiando, apesar de tudo.
Agora, sobre o capítulo: não acabou por aqui. "Jura?" Juro. Não sei quantos capítulos serão, mas creio que não passará de mais três. Ainda tem que acontecer algumas coisas pra fechar a fanfic em si.
É minha primeira longfic e não quero desistir dela, peço com todo carinho do mundo a compreensão e a paciência de vocês.
Espero que tenham gostado desse capítulo. Gosto MUITO de saber o que vocês pensam, o que eu poderia mudar e tudo mais, então se não for muito, deixe um comentário, okay? Só um "gostei, continua" já ajuda BASTANTE!
É isso, obrigada a quem leu, quem comentou/favoritou o último capítulo e espero vê-los no próximo capítulo xD
Besus ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O outro lado de Kagura." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.