Barulho de espadas retiniam no meu ouvido. Eu estava paralisada no meio de uma luta sem saber o que fazer ou para onde correr.

Uma daquelas coisas estranhas e pálidas veio em minha direção iniciando um golpe com a espada, abaixei e fechei os olhos, mas a lamina nem se quer chegou perto de mim. Edmundo defendera o golpe e agora lutava.

– Saia logo daqui!! - Gritou ele com raiva.

Não hesitei e corri para longe, usei toda a força que meus pulmões e minhas pernas tinham e corri como se um cachorro raivoso estivesse me perseguindo. Corri tanto que nem percebi que me afastara demais do grupo. Estava no meio da floresta sozinha e perdida

– Droga! - Encostei numa árvore e deslizei até sentar no chão.

Escutei passos em folhas secas e um grunido. Levantei atonita olhando para os lados.

– Sr Tumnus? - Mesmo sabendo que um satiro não iria grunir ainda tinha esperanças de que não fosse um inimigo.

Olhei para trás da árvore que eu encostei e a alguns metros estava um daqueles seres super pálidos. Quase tive um ataque do coração, me joguei atrás da árvore. Pensei em correr, mas eu poderia ser perseguida e acabar me perdendo mais.

Os passos iam se aproximando e então decidi arriscar, corri o mais rápido que pude, mas não foi o suficiente, fiquei esgotada e sem fôlego e ele me alcançou. Minha respiração estava acelerada e meu medo era gritante. Caí no chão já sem esperanças e quando ele ia me partir ao meio algo estranho aconteceu. Uma barreira violeta se formou na minha frente e a lamina se partiu em pedaços.

A criatura assustada saiu correndo de medo e eu fiquei lá no chão esgotada e espantada. Como aquilo aconteceu? Foi eu que fiz isso?

Eu não sei. Deitei minha cabeça no chão e fiquei observando o céu que aparecia entre as copas das árvores e pensando no que acabara de acontecer. Depois de muito tempo percebi que já começava a escurecer. Levantei com um pouco de medo de encontrar outro ser daquele e saí a procura dos outros.

As árvores pareciam todas iguais, nenhuma pegada ou trilha, tudo igual. A cada passo eu me sentia mais perdida e a cada vez que eu olhava para o céu estava mais escuro.

Estava começando a ficar com muito medo. O vento batia contra meu rosto e meus braços. Eu estava congelando. Perdida em uma noite cálida no meio de uma floresta.

Me sentei em um tronco para descansar, minhas forças haviam se esgotando, então me debrucei sobre minhas pernas e chorei.

Meu corpo tremia tanto pelo frio quanto pelo choro. Meu coração estava apertado. Ouvi passos se aproximando. Levantei o rosto esperando o pior, porém me acalmei ao ver um leão. Eu deveria tentar correr ou me apavorar, mas aconteceu totalmente o contrário.

De medo e ansiedade, passei para calma e tranquilidade.

Ele se aproximou, acariciou-me com a face e depois se deitou ao meu lado.

As lágrimas voltaram aos meus olhos, porém não sentia mais medo ou um perto no coração.

Sem motivo ou razão me ajoelhei ao lado dele e o abracei.

A sensação de paz me invadiu.

De repente meus olhos estavam pesados e minha mente já não se preocupava mais com nada, logo peguei no sono, ali mesmo ao lado de um leão.