Acordei com o barulhor de cavalos galopando. Olhei pela janelinha ao lado da minha cama e vi vários cavalos, talvez uns 4. Voltei a deitar com muito sono. Eles poderiam esperar 10 minutinhos.

–Querida.- ouvi a voz da Senhora Castor- Você precisa acordar, já é hora!

– Mas já? - abri meus olhos e me levantei tentando me adaptar a luz do ambiente. - Bom dia!

– Bom dia querida, se apronte e venha tomar café conosco! - e então ela saiu.

Meu sono já havia partido. Me arrumei e quando sai fiquei envergonhada. Dois jovens, quase adultos e uma moça conversavam alegremente com o Sr Castor e com Tumnus.

– Senhorita Amanda! Bom dia! - Disse o Sr Tumnus. - quero que conheça os grandes reis e a rainha de Nárnia. - senti meu corpo gelar de vergonha. Eu não tomava banho a um dia e estava diante de reis! - Este é Pedro

– Prazer em conhece-la! - Ele se levantou e beijou minha mão.

– Este é Edmundo

– É uma honra conhece-la! - Ele sorriu e fez uma breve reverencia com a cabeça.

– E está é a rainha Lúcia!- ela não hesitou em me abraçar.

– É muito bom te conhecer! - Ela dizia entre sorrisos.

– É uma grande honra conhece-los, majestades. O Sr Tumnus me contou bastante sobre a história de vocês! Mal posso esperar para conhecer a rainha Susana. - Queria ter engolido a última frase. Um silencio torturante encheu a sala. E os sorrisos foram indo embora. Tenho certeza que falei besteira. Edmundo se levantou e respirou fundo.

– Se me dão licença. - e então saiu. Entendi na hora o que havia acontecido.

– Perdão, eu não...eu não sabia...- minha voz estava baixa e meu corpo era feito de vergonha.

– Ainda é dificil pra ele ouvir sobre ela...Mas por favor, não se culpe, você não sabia.- Pedro se pronunciou. - Eu vou falar com ele, não demorem muito, pretendo chegar em Cair Paravel antes do anoitecer, temos assuntos a tratar com Aslam.

– Seu café está pronto querida. - A Sra Castor entrou na sala. Ela nos olhou meio confusa com a situação. - Vocês estão bem? Por que estão todos em silêncio?

– Nada, estamos bem. - Lucia abriu um enorme sorriso e falou entusiasmada - Pedro e Ed estão lá fora a nossa espera.

Comecei minha refeição, e durante esse curto espaço de tempo pude conhecer melhor a rainha Lucia

Quando finalmente terminei, todos nós saimos e encontramos os reis, sorrindo e montados em seus cavalos, acompanhados por dois centauros. Aprendi sobre eles em livros que achei no orfanato. Eles me deixaram perplexa, mas me segurei para não acabar desmaiando de novo.

Acho que acabei deixando óbvio demais que nunca tinha visto um centauro antes.

– Com o tempo você se acostuma- Lucia sussurrou pra mim, então ela se voltou para o casal de castores. - Foi um grande prazer rever vocês! Já estou com saudade novamente! - Todos nós nos despedimos do Sr e da Sra Castor.

– Venha, você montará comigo-

Lúcia me guiou até um lindo cavalo que estava parado sozinho distante dos outros.

– Já montou antes? - Ela perguntou.

– Não majestade.

– Pode me chamar só de Lucia. Este é Bri.

– Olá senhorita! - sorri para ele, já havia me acostumado com animais falando.

– Olá Bri!

– Bri, prometa que não vai ir muito rápido, Amanda nunca montou antes!

Ele assentiu e nós montamos. No início até que foi fácil, mas quando Bri começou a galopar no ritmo dos reis e Centauros segurei Lúcia com toda minha força, que eu nem sabia que existia, e ela riu do meu medo.

Chegamos em uma clareira e paramos para almoçar, minhas pernas doíam muito. Desci do cavalo e me sentei em um tronco não muito distante dos outros. Lúcia se sentou comigo e ficamos conversando.

– Para uma primeira vez até que você não foi mal. Nem chorou por causa das pernas. - Ela brincou.

– corrigindo, ainda não chorei. - Devolvi a brincadeira - Parece que colocaram fogo nas minhas coxas. - ela riu. Pedro veio andando em nossa direção com uma caixa de prata cheia de doces e chocolates.

– Meus preferidos! - Lucia pegou a caixa das mãos de seu irmão e voltou a se sentar - Aceita?

– Claro! - Aquela era a coisa mais deliciosa que eu já tinha provado! Imagine o melhor chocolate que você já comeu, aquele era ainda melhor! - Lá no orfanato nós quase nunca comemos doce, muito menos na hora do almoço!

– Ah, nós também não comemos sempre é que...espera, você veio de um orfanato? Me conte mais sobre isso- A voz dela parecia desanimada.

– Sim, perdi meus pais quando era muito pequena e...- gelei. De repente o ar tinha se tornado frio e sombras muito escuras tiravam a iluminação do local, por um minuto todos ficaram encarando uns aos outros em silêncio até que... meu coração acelerou, senti algo muito frio puxar meu braço, então gritei de medo, não conseguia me soltar.

Sem aviso, a espada do rei Edmundo cortou a coisa que me segurava e ele me puxou para trás. A figura de repente se mostrou. Um ser pálido com os olhos violeta sem uma das mão se aproximava lentamente, seu sangue era dar cor de seus olhos, um violte vibrante. Depois mais 4 criaturas surgiram nos cercando.

Todos se armaram com espadas e flechas. E naquele momento eu era feita de medo. Queria gritar e chorar, mas meu corpo estava paralisado.

E então eles atacaram.