Recuerdos escrita por Cissey Senna


Capítulo 3
O acidente provocado.


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo muita coisa muda nas vidas dessas mulheres. Acompanhe.
*Curiosidade no capítulo: Alphonsus de Guimarães (Afonso Henriques da Costa Guimarães), nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”. Em 1895 tornou-se promotor de Justiça em Conceição do Serro (MG) e, a partir de 1906, Juiz em Mariana (MG), de onde pouco sairia. Seu primeiro livro de poesia, Dona Mística, (1892/1894), foi publicado em 1899, ano em que também saiu o “Setenário das Dores de Nossa Senhora. Câmara Ardente”. Em 1902 publicou “Kiriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimarães. Sua “Obra Completa” foi publicada em 1960. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimarães tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas.

(fonte: Itaú Cultural)



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– "As asas que Deus lhe deu. ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, seu corpo desceu ao mar...." (*Trecho do poeta Alphonsus de Guimaraens em "Ismália) Que citação digna de um momento como esse...- diz Matilda freando bruscamente o carro. Agora vamos ver o nosso cenário de "The Walking Dead". "Um ford adulterado e prostituído" será o tema do meu livro que vou lançar em homenagem a este momento.- Diz ela gargalhando.

E por ser tarde da noite, a escuridão e a chuva impedia a visão do penhasco.
– Luzes para esta cena!- Diz Matilda acendendo as lanternas do carro completamente fora de si.
O carro havia capotado várias vezes nas pedras e se lançado a uma pequena duna de areia mais abaixo.
– Que funesto momento! Não há mais o que fazer! Se por acaso nossa diva estiver escapado da queda livre! Poderá... Olha vejo fogo, poderá morrer carbonizada e se por acaso bancar a Meryl Streep e ser uma recordista incansável, ou talvez poderá fazer como Ismália a louca, e sem querer e aliás sem ter escolha cair no mar e virar espetinho de algum cardume que passar por aí.- Diz Matilda aplaudindo a situação e saindo cobrindo-se com sua capa.
–Ah! - diz ela voltando-se e atirando alguma coisa ao penhasco. Trouxe sua carteira que você esqueceu! Bem que a sua monstrinha de criação poderia ter vindo, lamentarei eternamente essa desvantagem! Mas não por muito tempo, logo mais amanhã tratarei das desvantagens!- Diz ela para si mesma em alta voz saindo em seguida.
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A chuva batia lentamente sobre o fogo que começava a incendiar o carro.
–Ai!- geme uma voz. Alguém me ajuda! Socorro!- Diz arrastando-se pelo chão. Preciso de ajuda! Minha testa, ai minha testa!
O corte na terra sangrava muito e ardia, a cabeça doía muito a ponto de fazer perder os sentidos, na queda Helena havia sido lançada para fora do carro com o choque contra as pedras, atravessará o vidro frontal que foi esmiuçado com o baque e havia sido lançada na pequena duna de areia a alguns 10m do carro.
Preso por pedras o carro se mantinha suspenso quase a ponto de explodir pois as chamas o devoravam agora com muita rapidez.
–Socorro!- Grita Helena. Alguém me ajuda! Socorro esse carro vai explodir!
Fora somente as palavras saírem da boca de Helena, que um grande estrondo ecoou por entre as pedras, com o choque da explosão, pedaços do carro e pedras rolaram e se chocavam uns contra os outros, Helena fora lançada ao mar com o impacto, e sem forças é tragada pelas furiosas ondas.


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Notas finais do capítulo

Se estamos falando de mar, então que fique para quem lê, a última estrofe de um dos poemas que mais gosto de ler.
"Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."

Fernando Pessoa - MAR PORTUGUÊS



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