Recuerdos escrita por Cissey Senna


Capítulo 15
Crepúsculo na praia


Notas iniciais do capítulo

A conversa de Mark e Jane.



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–O que é isso?- grita uma mulher que marcha em direção a Jane e Mark que param "petrificados".
–O que você está fazendo aqui?- Pergunta Mark ainda assustado.
–Eu que te pergunto, o que essa mulher está fazendo aqui, e melhor por que você e ela estavam dançando agarrados? Me explique velho Mark...- brada a mulher impaciente.
–O meu nome é Jane, por favor!- interrompe a outra sentindo-se atacada.
–Não interessa quem você é... o que me interessa é... o que você faz aqui, dançando com o Mark.- fala a mulher ignorante.
–Bom se te interessa ou não, pouco a mim importa!Eu só quero ser chamada pelo meu nome e quero também que a senhora se dirija a mim de uma forma menos grosseira, por que eu não sou obrigada.- diz Jane já sem paciência dando um "chega pra lá" no "chilique" da outra.
–Olha o que você quer ou não...- ai dizendo a mulher que se chamava Taylor.
Taylor era uma professora da escola primária e dava aulas para Max, a "namorada" que Mark se esquecerá de contar a Jane, era realmente assim: escandalosa.
–Chega Taylor!- grita Mark intervindo.
A mulher cala-se inconstantemente com o grito. Nunca ouvirá se quer Mark levantar a voz pra ela; Jane também estava perplexa, com seus poucos dias com a família não havia visto Mark tão alterado.
–Por favor Taylor, você sempre ignorante, sempre gritando com as pessoas e querendo tudo a sua maneira!- prossegue Mark.
–E quem é ela eu posso saber?- diz a mulher apontando para Jane.
–Ela é minha amiga!- diz outra voz que entra de supetão pela porta avisando que outra pessoa tomava parte na discussão.
–Ah tinha que ser!- desdenha Taylor. Não podia esperar de outra...
–Exatamente! Não podia esperar de mais ninguém, só de mim!- ri Kart triunfante por ter aparecido numa hora maravilhosa, que lhe dava oportunidade de expressar a Taylor todo o seu desprezo que sentia por ela.
–Kart?- diz Mark aliviado.
–Oi Mark, oi Jane, tudo bem?- diz a moça enquanto os outros a olham sem entender absolutamente nada.
Enquanto beija Jane no rosto, Kart sussurra baixinho, alguma coisa parecida com:
–Finja que eu não estava aqui...
–Ok!- sussurra também Jane.
–Olha papai, eu finalmente encontrei o... opa!- diz Julie ao entrar e bater de frente com uma furiosa Taylor.
–Não me diga!- diz Mark para a filha.
–Oi... Tay...lor!- diz a menina gaguejando.
–Aconteceria uma dancing night aqui hoje?- berra Taylor.
–E se acontecesse, você obviamente não seria convidada!- revida Kart.
–Quieta sua... sua...- ia dizendo Taylor.
–Bom com licença, eu vou ali fora com as crianças...- diz Jane abandonando o "picadeiro".
–Ah vai fugir é?- continua Taylor instigando Jane.
– Eu disse que vou ali com as crianças por que eles não precisam ver uma cena como essa!- diz Jane.
–Quer me ensinar a cuidar de crianças querida? Eu sou uma professora primária e...
–Não me diga!- interrompe Jane novamente. Mande um recado as suas crianças por favor, que eles ignorem as suas aulas de escândalo se querem ser pessoas apresentáveis na vida.
–Poderia ter ficado sem essa...- aplaude Kart com os olhos brilhantes de triunfo.
Taylor até tenta responder mas Jane saí seguida por Max, Kart e Julie. A sós com Mark ela tenta justificar todo o seu momento "gralha".
–Mark, o quer que eu pense? eu chego e vejo você aqui, dançando todo agarrado com uma desconhecida?- diz Taylor inconformada.
–Taylor, mas você poderia pedir licença, esperar as crianças saírem e depois falar comigo, eu te responderia. Você sabe muito bem que eu não admito escândalo. É uma das coisas que odeio!- sustenta Mark muito sério.
–Eu sei, mas... essa mulher, essa Jane, quem é ela?- diz Taylor intrigada.
–É uma amiga da família, amiga da Kart, minha hóspede! "Tia" do Max e da Julie!- responde ele secamente.
–Eu nunca a vi aqui na vila, nunca a vi em parte alguma dessa praia toda, mas ela não me é estranha...- prossegue Taylor em "briga com os neurônios".
–Taylor, não é só por que você nunca viu o fundo do mar, você vai crer que ele não existe, tem coisas que...Olha a Jane mora aqui agora, e aquela hora que você nos viu dançando, eu estava apenas dançando... começamos com uma brincadeira da Julie...- ia dizendo Mark.
–A vai me dizer que dançavam por causa da Julie? Ela nem aqui estava...- rebate Taylor.
–Você sabe bem como a Julie ama dança, ama música e ama princesa, ela cismou que eu dançasse com a Jane e nós apenas dançamos! Não tem justificativa para tanto escândalo.- diz Mark voltando para a Janela.
–Olha Mark, pra mim não dá!- diz finalmente Taylor baixando a guarda. Não importa se ela é tia, vó, mãe dessas crianças, o que importa é que meu namorado vive aqui e eu não quero outra aqui...
–O que você quer dizer com isso?- diz Mark intrigado.
–Que fico eu, ou ela! AS DUAS NÃO! VOCÊ PRECISA ESCOLHER, a vez é tua velho Mark... tome a sua decisão.- diz Taylor finalizando o assunto.
–Taylor eu não vou pôr a Jane pra fora pra ceder um capricho seu, eu nunca te dei motivo...
–Ah! Entendi! Então eu saio e quem fica é a Jane? Tudo bem velho Mark!- diz Taylor aplaudindo sarcástica. Com licença... eu já estou de saída.
–Taylor... não é que eu...- sustenta Mark tentando aliviar a situação.
–Me deixa Mark, vai lá com a sua Jane!- diz a mulher saindo porta afora e sumindo em alta velocidade.
Taylor não houve completamente nada do que Mark fala, sua raiva era tão tamanha que tapa seus olvidos para não ouvir absolutamente nada. A mulher saí em seu carro em disparada enquanto Mark observa atônito a situação. Não que Taylor fosse uma grande coisa perdida, mas era estranha a saída dela, não sentia uma perda e sim alívio, ela não era tão amigável, era mais uma colega do que namorada. Ele sentia que não a tinha por completo e que o coração dela não lhe pertencia, mas o que prendia-os era o orgulho de não querer perder de ambos os lados. Mas esse orgulho tinha se desfeito como poeira no vento, assim que Taylor atravessou o meio fio porta afora em direção ao carro, que a tinha mais do que seu próprio namorado.
–Ela já foi?- pergunta Kart surgindo de trás de uma moita de flores.
–Você estava ai o tempo todo?- pergunta Mark impressionado.
–Bem que gostaria... mas não! Eu estava na praia com a Jane e as crianças...- diz Kart apontando para o trio sentado na areia um pouco a frente.
–Eu preciso conversar com ela!- diz Mark preocupado.
–Vou chamar as crianças pra tomar café e você vá lá e seja gentil velho Mark, e não me decepcione novamente.- diz Kart dando tapinhas de leve em seu ombro.
–De novo? Eu já te decepcionei alguma vez velha Kart?- Diz Mark.
–Sim, no momento em que deixou a bruxa da Taylor berrar com a Jane!- diz ela dando as costas.
Mark acaricia de leve e testa meio aflito, enquanto Kart recolhe as crianças e some de vista para dentro da casa.
O tempo estava ainda meio claro, mas a noite já estava quase tomando conta. Era um crepúsculo bonito e um pouco frio e lá estava sentada a beira mar uma pensativa Jane.
–Posso sentar aqui?- diz Mark aproximando-se lentamente.
–Sente-se, ao menos que a Taylor não se reprima!- diz Jane com os olhos fixos nas ondas esverdeadas.
–A Taylor? Ela já foi... é sobre isso que quero lhe falar...- diz ele sentando-se e fixando os olhos nas ondas também.
–Pode falar Mark!- diz Jane sem desprender a atenção do mar.
– A Taylor era minha namorada!- diz ele.
–Imaginei!- sussurra ela desenhando alguma coisa na areia.
–Ela foi grosseira com você! Eu não gostei disso, a culpa foi minha, eu devia ter te contado que...- ia dizendo ele.
–Não deve satisfações alguma a mim Mark, você me ajudou e me ajuda, se não me contou é por que teve seus motivos.- diz ela mirando-o numa fração de segundos.
–Eu sei, mas deveria! Você não merecia isso. Eu sei, sabe... quero dizer...- gaguejava ele.
– Dizer?- pergunta ela.


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Notas finais do capítulo

Não te molestes, as coisas boas vão embora, para as melhores aparecerem.
— Cissey Senna



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