O melhor amigo da noiva. escrita por Adri M


Capítulo 11
Duas peças de quebra-cabeça.


Notas iniciais do capítulo

Olha não demorei tanto dessa vez. Sei que estão todas ansiosas, então não queria demorar tanto. Bom, espero que gostem do cap. Nos vemos lá em baixo.



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Acordei com uma terrível dor de cabeça, um gosto amargo na boca, ainda sentia o cheiro forte de éter. Estava em um lugar escuro e apertado, tentei me mover, mas não consegui por que minhas mãos estavam amarradas atrás das costas, senti as cordas apertadas ao redor das minhas canelas. Não podia gritar por causa da mordaça. Meu corpo chacoalhava, e eu escutava o barulho do motor do carro onde estava.

Calma Felicity, vai ficar tudo bem! Repito isso mentalmente, várias vezes, para me manter calma e não entrar em pânico. O carro passa por o que deduzo ser um buraco e meu corpo é arremessado para cima, minhas costas raspam em algo e logo eu sinto o liquido quente do meu sangue descer pela minha pele.

Meu Deus, eu vou morrer e ser jogada no meio do oceano atlântico como naquele seriado chamado Dexter que o personagem é um serial killer e ao invés de matar pessoas inocentes, escolhe criminoso, mas eu não sou uma criminosa. Ou vão cortar meu corpo em pedaços e jogar para os lobos, ou... Meu Deus!! Não quero pensar nisso.

Deixo os pensamentos ruins fugirem e busco as boas lembranças, não posso pensar no pior agora, mesmo sabendo que de um jeito ou de outro eu estou ferrada. Meu corpo para de balançar e eu escuto o motor do carro desligar. Em seguida escuto alguns murmúrios do lado de fora. Tento gritar, porem a maldita mordaça impede o som de sair alto o bastante. Os murmúrios cessam, depois de algum tempo escuto o barulho do motor de outro carro e as rodas derrapando nas pedras britas. De repente tudo fica em um silencio absoluto.

As horas passam e penso em Oliver me esperando no aeroporto, minha mãe chegando em casa, será que eles vão me procurar? Ou eu vou ser esquecida? Droga! Felicity não pense nisso. Fecho meus olhos, sentindo uma dor insuportável nas minhas costas por causa do ferimento. Acabo adormecendo.

Mais tarde sou acordada com o barulho da porta do bagageiro sendo aberta. Abro meus olhos e uma luz forte atinge-os em cheio, fazendo eu os fechar subitamente.

– Olá meu amor. Você se sente bem? – sua voz faz meu estomago embrulhar e um calafrio percorrer minha espinha.

– Ray seu desgraçado. Você está ficando maluco? – ele vira a luz da lanterna para o seu próprio rosto e um sorriso obcecado alarga-se em seus lábios.

– Sabe que eu sempre fui maluco, por você. – segura nos meus cabelos e me puxa para fora do carro. – Nunca pensei que a garota nerd e sem graça do T.I ia me fazer se sentir assim. Parabéns Felicity, você tem o meu coração para ti. – cantarola enquanto me arrasta para dentro de uma casa que mais parece um castelo sombrio dos filmes de terror.

– O que você vai fazer comigo? – tento me livrar das mãos dele, mas ele é muito forte. Sinto meu minhas costas chocar-se em algo solido e gelado. As mãos de Ray descem até o meu pescoço e ele aperta.

– Não vou fazer nada! – exclama, olho dentro dos seus olhos e eles contem um brilho sombrio, que me faz se encolher toda. Ele me larga e meu corpo cai no chão. Em seguida pega nos meus cabelos e me arrasta até o andar de cima do “castelo”. – Espero que goste, decorei especialmente para você. – abre uma porta e me joga. Meu corpo rola pela escada até pousar em algo macio.

O lugar é escuro. Cada parte do meu corpo dói. Tento manter a calma, mas a essa altura cada cm meu treme de medo de Ray. Sua voz, seu olhar, seus sorrisos me causam um arrepio de angustia e medo por todo o meu corpo.

Levanto mesmo sentindo dores nas minhas pernas. Tateio o ar e encontro a parede solida do local, tento encontrar um interruptor, porem, não encontro em lugar algum. De repente as luzes se acendem. Revelando um lugar limpo, com um colchão branco no chão. Um mural cheio de fotos minhas e algumas que estou com Ray, também contem fotos dele acompanhado de uma mulher ruiva, muito bonita.

Escuto o ranger da porta que se abre e uma mulher morena desce pelas escadas. Segurando algumas roupas. Ela deposita a pilha de roupas sobre um pequeno balcão ao lado do colchão. Do meio da pilha de roupas tira uma bolsa de primeiros socorros. Olha para mim e sorri com o canto dos lábios.

– Quem é você? – indago, andando a passos largos até ela.

– Pode me chamar de Susan. – diz com os olhos fixos no kit de primeiros socorros. – Ray me mandou cuidar de você. – dispara.

– Você obedece ordens de um homem que mantêm uma mulher fechada em cativeiro? – vocifero, o pequeno sorriso no canto dos lábios dela continua ali. – Você está me escutando? – completo com o mesmo tom de voz de antes.

– Claro. Felicity, não é? – massageio minhas têmporas enquanto tento me acalmar. – Ray está me pagando muito bem para cuidar de você. – pega uma tesoura. Segura em meus ombros e me vira para frente. Corta minha camisa e o sutiã com a tesoura. – Você tem um corte profundo nas costas. – completa. – Tenho que limpar a ferida com anti-séptico, isso vai doer. – avisa, antes de jogar o liquido nas minhas costas. Solto um urro estridente e mordo o meu lábio inferior, em seguida sinto o gosto metálico de o meu sangue misturar-se com a minha saliva.

– Isso doeu. – sussurrei.

– Vou passar uma pomada e fazer um curativo, logo não vai mais sentir dor. – comenta. Passa algo gelado que faz meu corpo encolher. Termina o curativo e me entrega dois comprimidos e um copo de água. – É remédio para a dor. Trate de descansar que amanha vai dar um passeio e a noite tem um jantar romântico com seu noivo. – dispara, enquanto sobe as escadas.

– Eu! Não! Sou! Noiva! Do! Ray! – exclamo cada palavra pausadamente. Ela apenas olha para mim e sorri.

Depois de tanto tempo sentindo dores por todo o corpo e tentando dormir, me dou por vencida e tomo os dois comprimidos que a mulher maluca tinha me dado. Maluca é isso mesmo que ela é. Como consegue fazer isso e ainda manter um sorrio sínico nos lábios? Ela é louca igual a Ray. Acabo dormindo sentindo um pouco de dor na ferida que tenho nas costas.

[...]

OLIVER...

Os dois dias em NY passaram igual uma tartaruga. Estava contando às horas, minutos e até os segundos para estar de volta a Starling. Algo gritava dentro de mim, dizia para eu ficar com Felicity a cada minuto, cuidar dela e não deixar nada de ruim acontecer. E agora que estou longe, a voz grita ainda mais alto, me faz se sentir sufocado e querer estar de uma vez por todas ao lado de Felicity.

Depois de falar com Josh sobre a minha volta definitiva para Starling e entregar minha carta de demissão a ele, falei o porquê de voltar. Ele me desejou sorte na minha nova vida, sorte na minha vida profissional e amorosa. Ainda tinha que resolver algumas burocracias, e Josh me ajudou muito com isso.

Enfim estava dentro de um avião voltando para a minha cidade. O avião pousou no aeroporto internacional de Starling. Estava olhando para todos os lados a procura do rosto de Felicity, mas não a encontrei em lugar algum. Observei algumas pessoas abraçando outras, beijando, demonstrando afeto de várias formas. Ela prometeu que estaria ali, e ela nunca quebra suas promessas. Algum imprevisto deve ter acontecido. O transito talvez.

Ando a passos largos até sair do aeroporto e encontrar um taxi. Embarco no carro e passo o endereço de Felicity ao motorista. Odeio transito e acabamos parando em dois, que durou cinco minutos cada um. Enfim estava na casa de Felicity, paguei a corrida e pulei para fora do veiculo. Parei na porta e quando ia bater nela, vi que a fechadura estava danificada e a porta aberta. Entrei dentro da casa e subi as escadas. Entrei no quarto de Felicity e ela não estava ali. Peguei o celular e liguei no numero dela. Escutei o toque do celular dela e entrei no quarto, ele estava sobre a cômoda.

Liguei para Thea e ela disse que nosso pai tinha falado com Felicity mais cedo, mas não sabiam onde ela estava. Depois liguei para Donna, que não fazia a mínima idéia de onde a filha tinha se metido. Minha ultima esperança era Nyssa, porem, como os outros, ela não sabia onde a amiga estava. Sai aflito da casa de Felicity. Não queria que o medo tomasse conta de mim. Eu tenho que pensar direito e não sentir medo, não agora. Ela está bem, sempre dá um jeito para não entrar em encrencas e quando entra sempre sai.

Ela é a Felicity, a garota nerd que enfrentou o Jack grandão, para defender um menino idiota como eu. Enfrentou a morte do pai e tantas coisas. Ela não é fraca, ela é forte. Sabe ser dura como uma rocha quando é preciso. Sabe manter uma redoma ao redor dela para se proteger. Ela é sensível, mas não é fraca e onde quer que ela esteja eu vou encontrá-la, e se Ray estiver metido nisso eu o mato.

[...]

Paro na frente do prédio e olho para o logo brilhante com letras azuis, escrito “Indústrias Palmer” Entro no prédio e ando a passos largos até o elevador. Ignorando uma mulher que corre até mim e segura meu braço que eu puxo da mão dela. Entro no elevador e aperto o botão do andar da presidência. Quando ele para e abre as porta eu saio, já com os punhos cerrados, e prontos para dar uma boa surra em Ray.

– Posso te ajudar. – uma senhora, que aparenta ter a mesma idade da minha mãe, levanta-se de sua cadeira e se aproxima de mim.

– Ray. Palmer. Onde ele está? – olho para ela, mostrando toda a fúria que sinto. Instintivamente ela se encolhe e maneia a cabeça.

– Ele não está. Saiu era 15:40 da tarde e não voltou. – respondeu, olhando para a sala da presidência.

– Por acaso Felicity esteve aqui? – assente. – Eles discutiram? Como Ray ficou depois que ela saiu? – questiono.

– Eles conversaram normalmente, até ela levantar e Ray segurar no braço dela. Escutei quando ela gritou com ele e pediu para ele ficar longe dela. Depois que ela saiu da sala do Sr. Palmer, ele ficou transtornado. Jogou alguns objetos no chão. Quebrou uma invenção que estava criando, em seguida saiu da empresa e até agora não voltou. – todos os músculos do meu corpo ficam tensos.

Ray é maluco e eu vi nos olhos dele, quando acabamos trocando socos na frente da casa de Felicity que ele não ia desistir. E eu banquei o burro e fui para NY ao invés de ficar aqui e protegê-la. Se algo ruim acontecer com Felicity eu não vou me perdoar.

– Senhor... Deseja mais alguma coisa? – faço que não com a cabeça e viro sobre os meus calcanhares.

[...]

Sinto-me perdido, com as mãos atadas. Não consigo pensar direito. Se ela estivesse aqui, com certeza ela ia me ajudar, ia me dizer o que fazer. Ela é o meu eixo e sem ela eu não consigo. Tinha avisado a policia, o FBI, os jornais, a internet e o diabo a quatro. Porem, nada disso resolveu. O dia passou correndo e eu não tive nenhuma informação sobre o paradeiro de Felicity. Estava quase pegando minha moto e saído à procura dela por todos os cantos de Starling.

Donna estava muito nervosa. Minha mãe lhe deu um calmante e ela conseguiu descansar depois de muito tempo. Nyssa estava pensando em mil formas de matar Ray e eu também.

– Oliver, você precisa descansar também. – cochichou minha mãe no meu ouvido.

– Não consigo. Não paro de pensar no que aquele desgraçado pode estar fazendo com ela, a cada minutos que passa eu fico com mais medo. Preciso vê-la, saber que ela está bem. – sento-me no sofá e afundo meu rosto nas palmas das mãos.

– Eu sei meu filho, mas ao menos coma alguma coisa. Você não se alimentou desde que voltou da viagem. – pegou em minhas mãos enquanto falava e abaixou. – Tem que se manter forte filho. Para ela. – dispara olhando dentro dos meus olhos.

– Só preciso ficar um tempo sozinho. – levanto-me e ando sem rumo pela mansão.

Chego na torre que meu pai mandou construir para mim e Thea. Ele havia colocado um enorme telescópio, e dizia que era para nós observar as estrelas antes de dormir. Mas, esse lugar não é só meu e de Thea, é da Felicity também. Ela ama esse lugar. Posso fechar meus olhos e ver seu rosto, junto com a brisa da noite escutar suas gargalhadas ou quando ela falava sem freio, sobre todas as constelações do universo. Posso vê-la apontando para cada constelação no céu.

“Você sabia que existem 88 constelações. Sei os nomes em latim. Andrômeda, antlia, aquarius, columba, camelopardalis, hydra, fornax, vulpecula, reticulum...”

Um sorriso forma-se em meus lábios ao lembrar-se dela falando o nome das 88 constelações existentes. Não sei com ela conseguia pronunciar esses nomes, era um mais difícil que o outro.

– Sr. Queen. Recebemos uma ligação. Felicity foi vista sendo carregada de dentro da casa dela, estava desacordada, a colocaram no porta malas de um Audi prata. O carro pertence a Ray Palmer. Estamos rastreando o veiculo. – permaneço com meus olhos fechados.

– Façam isso rápido. Por favor. – murmuro alto o suficiente para o policial escutar.

– Estamos fazendo o possível.

O dia estava amanhecendo. Estava na torre observando o nascer do sol, quando dois finos braços me abraçaram por trás. Pousei minhas mãos sobre as mãos dela.

– Você passou a noite inteira aqui. Tem que dormir. – murmura.

– Não consigo. Preciso de noticias. Preciso dela aqui, perto de mim. – uma lagrima teimosa cai dos meus olhos, rapidamente eu a seco. – Acha que faço mal as pessoas?

– Não! Por que está perguntando isso? – Thea me larga e para na minha frente, fitando meus olhos indignada.

– Acha que eu mereço o amor dela? – pergunto, olhando dentro dos olhos da minha irmãzinha.

– Sim. Vocês foram feitos um para o outro. Você merece o amor dela, assim como ela merece o seu. Vocês são duas peças de quebra-cabeça que se encaixam perfeitamente. – Thea acaricia meu rosto e sorri. – E você vai tê-la de volta.

– Sr. Queen. Encontramos o Audi prata de Ray Palmer!


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Notas finais do capítulo

Bom, comentem!!!!! Acham que Oliver vai cumprir a palavra? e será mesmo o carro do Ray? Bom, não sei quando terá cap novo, por que amanhã vou escrever o de Partners e quero postar um de caçador de recompensas II ainda essa semana. Mas prometo não demorar tanto. Bjoos.