- A-ahn ? – disse com os olhos cerrados, alguém persistia em me sacudir com uma força bruta.

       -  Yunho ! Caramba, acorda ! Por que diabos você veio dormir no closet com o Jae ? Ainda com a frescura de que todos estão invadindo o seu quarto ?! – exclamava Yoochun, ainda me sacudindo, completamente nervoso.

       -  Ah, cara . . sei lá, eu vim aqui porque . . p-porque e-eu achei que o hyung poderia estar passando mal, e eu vim aqui ver se ele estava bem, e acabei caindo no sono ! E por que está nervoso ? Depois o Changmin que reclama que eu sou muito nervosinho . . – retruquei, tentando mudar de assunto o mais rápido possível, virando o rosto para esconder o enrubescer de minha face ao falar sobre o caso do closet.

      -  Entendi, entendi ! Bom, porque por causa dos príncipes adormecidos no encanto do closet, a gente perdeu a hora para uma entrevista super importante que a gente tinha ! Vão ferrar a gente agora, e a culpa vai cair em cima de você, ‘’querido líder’’ . .

     -  Ahhh ! Esqueci completamente a entrevista ! Por que não nos acordaram ?! – procurei por um relógio, não dando ouvidos as últimas palavras ditas por ele, irônicas.

     -  Porque a gente procurou vocês por todos os lados da casa, e não achamos vocês dois ! E também porque nem havia passado pelas nossas cabeças que vocês estariam dormindo, no closet, e ainda logo após de acordarem ! Não têm mais como salvá-la, já se passaram 3:00 horas de atraso, se chegássemos lá agora, nos mandariam embora, e ainda iriam nos dizer que somos pessoas sem etiqueta alguma. Vamos ter que nos resolver agora, não é algo gravíssimo, mas não é nada bom também. Enfim, merda . . o que já foi, não pode ser refeito, vamos esquecer isso, eu que me estresso muito fácil com essas coisas pequenas,acho que seria o correto eu me desculpar . . – arrependido pela grosseria, se levantou, estendo-me a mão,agora com um sorriso sereno nos lábios, rindo logo em seguida pelo acontecido.

     -  Ora, ora ! Voltou o anjinho que eu conhecia, haha ! – me levantei com a ajuda do moreno, zombando dele.

     -  Bom, mas tudo isso não resultou apenas o meu estresse bipolar . . o Jae está estranho agora, não sei por quê, está pensativo, como alguém que está longe.

     -  Será que ele ficou chateado por causa da entrevista ? – perguntei, preocupado.

     -  Não faço a mínima idéia . Ah, eu vou tratar da treta da entrevista agora, vai ficar por aí mesmo ?

     -  Acho que vou ver se eu animo um pouco o Jae . . você pode ligar por mim, mesmo, anjinho Yoochun ? – me ajoelhava em frente a ele,me segurando para não rir.

    -  Ah, claro que sim, meu querido plebeu . . faço qualquer coisa que você pedir, toma o meu cartão, te pego depois, amiguinho . – ele não agüentou, e soltou altas gargalhadas com a estranha conversa perversa.

    -  Tudo bem, meu anjinho, me pega, haha ! – disse um pouco antes de ele sair dali, me sentando no canto do closet, relembrando dos acontecimentos recentes.

    ‘’- Yunho . . fica comigo, por favor . . ‘’, foi isso o que ele me disse. Tudo bem, ele estava desacordado, ele não manda nos sonhos que têm, assim como eu. Mas eu gostaria de poder acreditar que aquilo era realmente o que o Hero Jaejoong queria de mim, e se caso eu não quisesse acreditar nisso, eu seria um tolo, é quase óbvio de que todas as coisas que o Changmin me disse, por mais que ele disse aquilo apenas para implicar, talvez ele esteja certo em tudo o que disse. Só que tudo têm um porém. Primeiro : Eu nunca iria conseguir me declarar para ele, porque enfim . . ele é o meu melhor amigo, e mal sei o que aconteceria se eu o fizesse. Segundo : O Jae não é gay, pelo que eu saiba, prefere mulheres. Terceiro : Do jeito que estou agora, sou capaz de cometer coisas de um nível horrível. E o último, quarto : Não queria estar amando ele assim. Saber que eu o amo de outra forma, me faz sentir a pior pessoa do mundo, eu posso estar exagerando, isso é fato, mas ainda não me fez mudar de idéia. Eu me pergunto, será que eu consigo levar isso a diante ? Sou egoísta demais ao ponto de ter de qualquer forma, lhe contar sobre tudo isso, apenas para diminuir a minha dor, e aumentar a sua ? Não sei.

-  Hunf . . – resmunguei, me levantando, e saindo do closet logo após.

-  D-desculpe !

-  Hyung ?! Por que está se desculpando ? – corri em sua direção, tocando-lhe no rosto, que estava frio e pálido.

-  Me desculpe, e-eu não queria atrapalhar você, prometo nunca mais fazer perguntas idiotas, e invadir o seu banheiro ! Eu juro . . – dizia, fora de si, choramingando como uma pequena criança.

 - Eu que me desculpo . . pode me atrapalhar, pode me fazer perguntas idiotas, e pode sim invadir o meu banheiro, quantas vezes quiser, mas me promete uma coisa ? Só uma coisinha ? – o abracei, sorrindo com a ingenuidade que ele deixava aparecer.

 - U-uhum . .

 - Promete que vai sempre ficar comigo ? – fingi tossir logo após dizer aquilo, disfarçando.

 - Prometo . . – um sorriso brotou em seus lábios, enquanto encostava a cabeça em meu ombro direito.

 - . . . . .

 - Yunnie ? O que foi ?

 - O q-que ? – disse ainda surpreso com a resposta, sem graça.

 -  Ahh, eu estou tão feliz agora ! Não sabe o peso que me tirou das costas ! Eu gosto tanto de você, mas certas vezes, chega a parecer que você me odeia, e isso me atinge mais do que se alguém me xingasse com palavras fúteis. Por isso, saber que você me quer ao seu lado, me faz uma pessoa muito mais feliz. Obrigado, eu te amo.

    Eu tinha tudo para ser feliz agora, e todas as palavras para ser feliz também . . mas as coisas ainda não estavam encaixadas ainda, e nem formadas da forma de como eu gostaria. O amor é algo complicado . . o que era doce, vira amargo. ‘’ Eu te amo ‘’ foi a pior e a melhor coisa que ele poderia ter me dito, porque tenho a sã consciência de que ele nunca que me amaria de qualquer outra forma, e também porque isso só me faz querê-lo ainda mais, o que é o contrário do que eu deveria fazer. E tudo isso, por minha causa, apenas por minha causa. Queria poder ser tão natural quanto ele, ao dizer esses tipos de coisas. No fundo, eu sentia ódio de mim mesmo por amá-lo tanto, por mais ‘’bonita’’ que essa história pareça. Realmente, o tempo não vai conseguir mudar isso, o que eu mais preciso é encarar isso, sem medo. Alguém têm um remédio para medrosos idiotas ?

- E-eu também . . t-te amo, Jae . . . – disse em meio os gaguejos freqüentes, de cabeça abaixada, e as mãos inquietas.

- Hum, que bom . . se eu saísse daqui sem ouvir isso, eu ficaria magoado com você, te acharia um insensível do caramba, viu. – ele disse, com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Ah, você sabe que eu não gosto muito de falar essas coisas . .